PASSEIO EM HOGSMEADE
O tempo ficava ainda mais frio a cada dia de novembro que não demorava a passar. Rony continuava indo as lojas de Logros e Artefatos, chegara ir numa tarde a loja de trajes e vestes da Madame Malkim Roupas para Todas as Ocasiões à procura de trabalho, não agüentava mais passar todo o dia ajudando a mãe na cozinha. Hermione seguia ao lado de Rufus em todos os julgamentos, inaugurações ou até mesmo casamentos de Bruxos, anotava tudo que fosse interressante. Harry, vez ou outra, se desvencilhava da procura de Snape e ajudava os aurores em outras tarefas, tais como capturar um bruxo que espancava a esposa por causa de uma traição.
Letícia todos os dias pela noite quando Harry chegava do Ministério com Arthur e Hermione, ia lhe fazer as costumeiras visitas, os dois ficavam horas conversando no seu quarto, admirando os flocos de neve cobrir toda a paisagem de branco.
Já era quase o final do mês quando Dumbledore interceptara Harry, Rony e Hermione que entravam as gargalhadas na sala.
- Boa noite, jovens!
- Noite, Senhor! – Disse Harry parando diante ao quadro agora ocupado.
- Olá! – Exclamaram Rony e Hermione tentando controlar as gargalhadas que vinha dando.
- Vejo que vocês estão bem alegres. Não sabem como é gratificante para os que presenciam tal magnitude. – Dumbledore abrira um pequeno sorriso, ajeitando seus oclinhos meia-lua.
- Rony estava nos contando como foi recebido pelo dono do Gambol & Japes hoje à tarde quando foi pedir emprego. – O trio abafou as risadas.
- Eu também trago uma ótima notícia para vocês três. – Dumbledore continuava a exibir seu sorriso sincero e contagiante. Os garotos emanavam curiosidade. – Creio que iram gostar de saber quando será o próximo final de semana em Hogsmeade, estou certo?! – Indagou.
- Ah, professor, muito obrigado... mas.. – Harry dera uma pausa e Hermione continuou.
- O Hagrid nos mandou uma coruja hoje cedo, nos avisando. – Hermione falava constrangida.
- Não, não se preocupem, creio que Hagrid foi mais rápido que eu. – Sorriu novamente.
- A gente marcou até de se encontrar no três vassouras! – Falara Rony com os olhos ansiosos por um domingo diferente, que não fosse jogando xadrez de bruxo no quarto.
- Ótimo! Então bom passeio para vocês no Domingo! – Disse Dumbledore voltando sorridente e sentou-se em sua poltrona.
- Obrigado pelo aviso, professor! – Hermione acenava bondosamente.
Os três dias que prescindiam o Domingo em Hogsmeade passaram sem surpresas. Rony não parava de lembra dos velhos passeios, estava mais agitado que Edwiges ao ganhar um saquinho de alpiste do dono.
No dia dois de dezembro, o primeiro passeio no vilarejo nas proximidades de Hogwarts, a neve dava uma trégua, deixando o clima pouco menos frio. Mas ainda eram necessários as capas, luvas e agasalhos para que alguém pudesse se deslocar pelas ruas.
- Anda, Mione! – Gritava Rony vestindo o velho casaco marrom e um par de luvas do Sr. Weasley, ao pé da escada. - Estamos atrasados.
- Calma, Rony. – Hermione descia os degraus passo a passo. – Hogsmeade não vai aparatar de... lááá... O que essa menina ESTÁ FAZENDO AQUI? – A face de Hermione inchara.
Ela acabava de ver Letícia apoiada ao braço de Harry próximo a porta, a menina levava em seu ombro um belo casaco de pele muito branco e um gorro de lã vinha em sua cabeça, tornando seu rosto ainda mais infantil.
- O Harry disse que ela vai com a gente. – Rony hesitou antes de segurar a mão da namorada que bufava de raiva.
- Já vi que teremos um péssimo dia! – Exclamou Hermione razoavelmente alto ao passar por Harry e Letícia para atravessar a porta.
- Você viu, querido. – Letícia falara com sua voz mansa e gentil, que irrompia o ar vagarosamente. - Ela que está procurando.
- Não ligue para a Hermione, com um tempo vocês se darão bem. – Harry dissera aquilo da boca para fora, tinha certeza que Hermione nunca iria gostar de Letícia.
O quarteto posicionou-se e logo sumiram no ar. Reaparecendo novamente na rua infestada de neve e de vários alunos tentando andar entre meio a camada branca no chão.
- Quanta gente, são todos bruxos?! – Exclamou a menina de olhos estupidamente claros ao ver a multidão de pequenos, grandes e médios bruxos vagando pelo vilarejo.
- Não, são ETs! – Hermione andou antes que Letícia pudesse revidar.
Andaram pouco mais de dois minutos sobre cumprimentos dos antigos colegas, até alcançarem o bar mais iluminado da rua, O Três Vassouras.
O pub estava abarrotado de gente, pouco dava para ver o balcão coberto por alunos fazendo seus pedidos e pagamentos, as mesas encontravam-se completamente ocupadas, exceto por uma, onde o meio-gigante, a menina sonhadora de cabelos loiros exibindo seus olhos grandes e o garoto de pele branca e varias cabelos crespos saindo entre a boca e o nariz.
- Harry... Harry... HARRY! – Hagrid gritava da mesa ao canto, para que sua voz grossa pudesse penetrar a barreira dos alunos e alcance o garoto.
Harry vira Hagrid fazendo gestos com a mão, chamando-o para sua mesa, e caminhou-se desvencilhando dos grupos até que chegasse ao encontro do ex-professor.
- Hagrid! – Hermione saltando para abraçar um dos braços do homem.
- Como vai, Luna... Neville? – Rony e Harry cumprimentavam os ex-colegas até que todos ficassem acomodados na mesa.
- Alguma novidade, Hagrid? Hogwarts...? – Harry precipitou-se ao receber seu whisky de fogo.
- Oh, não...sim...
- Eu fui admitida como goleira da Corvinal, nosso primeiro jogo é...
- Serio que você é a goleira? – Era agora que caia a ficha de Rony. – Como... você é meio... ler... sonhadora.
- Sou sim!
- Parabéns, Luna! – Disseram Harry e Hermione juntos.
- Como eu ia falando Harry, Hogwarts está muito...
- O que é isso? – Perguntou Letícia apontando a ponta do dedo para o prato na mesa cheio de ossos.
- Uhm... eram galetos, ates de vocês chegarem, er... eu te conheço? – Neville estava acomodado ao lado de Luna, de mãos dadas.
Hermione e Rony bufaram.
- Ah, Neville, desculpem. Essa é a Letícia amiga da gente...
- Da gente? – Hermione interrogou.
- Digo.. uh... enfim, ela mora no vilarejo próximo onde estamos morando.
- Prazer, Letícia! – Luna e Neville estenderam as mãos para a garota por cima da mesa, e ela as apertou como se dissesse que era ótimo conhecer os amigos de Harry.
- Uhm.. sim, sim... como eu ia dizendo, Hogwarts está muito parada, se não fosse pela Luna aqui... – Olhou satisfeito para a menina. – O Bicuço e a Resfinge, realmente eu não iria hesita em me mudar para as montanhas com o Grope.
- O Grope voltou para as montanhas? – Hermione e Rony questionavam.
- Sim, sim, de início não queria deixar, mas aqui, mesmo a Minerva autorizando a presença dele na floresta, ele não era tão feliz. – Hagrid derramara boa parte do Uísque na barba ao tentar bebê-lo.
- Ah, Hagrid. É melhor assim, pode ter certeza! – Harry piscou para o ex-professor.
Letícia parecia mais sonhadora que Luna, olhava para cada aluno que entrava ou saia do pub. Todos se calaram na mesa, admiravam seus copos.
- Neville, e como anda seus pais... digo... er... – Rony notara que seu comentário não era um dos melhores ao perceber a face medrosa de Neville e a cara de surpresa de Harry, Hermione e Luna.
- Seus... pais... estão ... er...vivos? – Luna tirava sua mente de dentro do copo de chá e voltara para o rosto de Neville.
- Do mesmo jeito. – Respondeu contra feito. – Dra. Brind disse que eles não têm mais nenhuma melhora.
- Sinto muito... – Rony se arrependera ainda mais depois que Luna fizera sua pergunta.
- Neville, seus pais estão vivos e você não me disse? – Luna aumentara bem pouco o tom de sua voz.
- Luna é que...
- Harry, o Aberforth reabriu o cabeça de Javali... o que acha de..
- Vamos, vamos! – Harry notara que Hermione tinha achado uma ótima maneira de deixar o casal discutindo sozinhos.
- Vamos também, HAGRID! – Hermione apontou o dedo para sua frente, como se mandasse Hagrid a segui-la.
- Ah, sim, sim! – Hagrid levantou desajeitado, estalando a cadeira que estava sentando, apanhando a capa no recosto.
Os cinco saíram depois de deixarem seus níqueis na mesa, Harry ainda conseguiu escutar um “Quero uma explicação!” de Luna. A rua não estava tão movimentada quanto quando tinham chegado. Os alunos já deveriam ter se espalhado pelas lojas do vilarejo.
- E ai, Denis!? – Rony falara com um garoto alto de vestes da Grifinória que se esforçava andando pela neve. Seus olhos pareciam está destinados apenas a um ponto que não era nenhum dos cinco que vinham andando na rua.
- Denis?! – Agora era Harry quem interrogara o antigo membro da Armada, ao ver que Denis passara rente a ele e ao menos o cumprimentou.
- O que será que aconteceu com ele... ai!! Colin?! – Hermione se chocara com o irmão de Denis ao cruzar uma rua. O garoto se desvencilhou e continuou a andar para a rua que levava de volta a Hogwarts.
- Os Creevey sempre foram estranhos! – Disse Rony ajudando a namorada a limpar a neve nas vestis. Letícia ria.
- Eles precisam de mais educação! – Exclamou Hagrid... – Oh, garotos eu tenho que ir. O Filch não pode tomar conta daquele portão, vocês já sabem o que acontece, não?!
- Ah, sim, sim! – Os amigos sorriram, se despediram de Hagrid e seguiram para o Cabeça de Javali.
O Bar não havia mudado muito depois de sua volta. Mas era muito bom para Harry não ter que se desviar das teias de arranha ou limpar a cadeira antes de sentar, sem dúvida, o irmão de Dumbledore tinha dado um duro para limpar o pub.
- Potter?! – Exclamou o homem que limpava alguns copos com a flanela próxima de limpa ao ver a luz curta do sol penetra pela porta e desenhar a silhueta dos garotos.
- Como vai, Aberforth?! – Harry apressou-se em apresentar a amiga. – Ah, sim, essa é Letícia, mora lá na vila.
- Uh! – O velho limpou a mão no avental e apertou a mão da menina. – Sentem-se!
Todos os quatro se sentaram nos bancos altos de frente ao balcão e escoraram seus braços encima da madeira podre que sustentavam os copos já limpos.
- A que devo a visita?! – Agora Harry e os outros perceberam que nada tinha para fazer ali, estavam apenas fugindo de Luna e Neville.
- Er... uh...
- Viemos matar a saudade dos velhos finais de semana em Hogsmeade, ai o Harry teve a idéia da gente vim saber de você... – Harry encarou a amiga e Hermione balançou a cabeça negativamente. – E como você está, em?!
- Ah, de volta a maresia de sempre. – Aberforth sacudiu a cabeça espantando algum inseto. - Depois que o Alvo ficou preso naquele quadro, não recebo mais missões aventureiras! Ah, sim... algum sinal do Comensal?
- Que comensal? – Rony hasteou a sobrancelha.
- O Snape? – Perguntou Harry recebendo um aceno afirmativo. – O de sempre, esse ai sumiu. Não da mais sinais de vida...
- Isso é bom, não? – Hermione interveio, Letícia observava todos os detalhes sórdidos daquele ambiente. – Digo, pelo menos não apareceu mais ninguém assassinado por ai!
- Isso é verdade. – Harry concordou.
- Cervejas? – Perguntou Aberforth indicando as garrafas na prateleira com a cabeça.
- Não, não, obrigado. – Harry se pronunciou e todos concordaram com ele. – Aberforth, a Sra. Weasley provavelmente fará uma boa ceia de Natal no final do mês, ia ser legal te ver por lá!
- Ah, sim... sim! – Pode contar comigo, a comida da Molly e irrecusável.
- A sopa de cebola?! – Letícia fez cara de nojo.
- Essa mesma! – Exclamou Hermione encarando-a.
- Mandarei uma coruja confirmando tudo.
- Vou esperar.
Os quatro passaram toda a manhã e a tarde vasculhando as lojas encontrando antigos amigos de escola. Letícia não parava de fazer perguntas para quê servia o quê, e Hermione cortava-a sempre que possível. Até que o sol sumiu no horizonte nublado.
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