A Crise de Insônia



CAPÍTULO III. A CRISE DE INSÔNIA

Ela não estava nada bem com o noivo. Quando estavam na frente de todos, ele era a pessoa mais amável do mundo... Até alguém citar o nome de Severo, é claro. Aí ele se fechava e ficava extremamente mal-humorado. E quando estavam sozinhos, o único assunto que ele conseguia falar era Snape... Na verdade, Ranhoso, para ele. Sempre que Rachel tentava estabelecer uma conversa, ele a cortava... Ela nunca tinha visto Remo desse jeito.

Haviam-se passado três dias desde que Snape havia voltado à vida dela... Ele nem tinha aparecido mais na sede da Ordem da Fênix... Já tinha se passado tempo suficiente para Remo esquecer tudo! Mas não, ele tinha que ficar tocando no assunto o tempo todo... Por que ele não podia simplesmente esquecer? Sem querer, ela olhou para a sua tatuagem... A rosa vermelha... Por que ELA não podia simplesmente esquecer?

Suspirou, pela centésima vez naquela noite. Desistiu. Não conseguiria dormir... mais uma vez. Mas, talvez, se bebesse um leite quente... Levantou-se com cuidado. Lupin segurou carinhosamente no braço dela.

- Onde você está indo?

- Eu não consigo dormir!

- Por que?

- Principalmente por sua culpa. – ela disse, entediada.

Se arrependeu imediatamente. Ele tinha sido tão gentil com ela... Essa era uma chance de se acertarem. Foi dizer algo, mas Lupin a interrompeu.

- Me desculpe. – Ele se sentou na cama. Acariciou a mão dela. – Mas acho você está me escondendo algo.

- Remo, eu nuca te disse que te contaria tudo! Tem muita coisa sobre mim que você não sabe...

Ela, inconscientemente, colocou a mão sobre sua tatuagem. Ele percebeu.

- Como, por exemplo, a história dessa tatuagem. – ele a olhou, triste. Ela desviou o olhar.

- É só uma tatuagem.

- Quando você a fez?

- Há sete anos.

- Por que?

- Se nós continuarmos essa conversa, vamos brigar mais uma vez. E está tão bom assim, sem discussões...

- Está bem! Mas, só me diz uma coisa: Por que você guarda tantos segredos?

- Todos guardam segredos, Remo! E eu aposto que você tem os seus...

Ele se calou e ficou encarando-a, pensando que acabara de ouvir... Não deixava de ser verdade. Ela também o olhava, esperando que dissesse algo. Depois de alguns minutos de espera, desistiu. Suspirou e se levantou.

- Eu vou pegar um pouco de leite.

Lupin continuou olhando para a noiva. Realmente tinha sido muito bom conversar... Sem gritos... Sem respostas atravessadas... Mesmo não conseguido saber o que queria, foi bom. Por que se sentia tão ameaçado por Snape? Logo por Snape? Ela estava quase abrindo a porta do quarto. Ele a chamou. Ela se virou, ainda com a porta fechada.

- Você quer que eu pegue algo para você?

- Na verdade, não. Sabe o que é? Faz três dias que você não me dá nenhum beijo...

Ela sorriu. Agora sim! Aquele era o Remo Lupin que ela tinha conhecido! Foi até o noivo, ajoelhou-se sobre ele e o beijou. Pensou em Snape. Lupin apertou o corpo dela contra o dele. O beijo foi se tornando mais intenso, mais exigente. As carícias se tornando mais quentes... E a lembrança de Snape, mais forte. Não era justo fazer isso com Lupin. Ela parou, ofegante.

- Eu vou pegar meu leite.

Lupin fitou a noiva, descrente. Ela evitou o olhar dele. Saiu do quarto quase correndo e fechou a porta. Maldita hora que Snape encontrou para voltar na vida dela! Maldita hora! Encostou-se na porta. Suspirou. Desceu as escadas. Foi até a cozinha. Quando ia pegar o leite, ouviu um barulho na sala. Procurou a varinha. Estava no quarto, é lógico! Pegou uma faca. “Que idéia imbecil”, pensou. “Uma varinha contra uma faca!... Sem chances!”.

Caminhou cautelosamente até a sala. O que viu, a chocou. Deixou a faca cair no chão. Correu até Snape, que se encontrava encostado na parede, sangrando e com uma expressão pavorosa de dor estampada no rosto. Passou a mão na cintura dele. Pegou o braço dele e o passou no pescoço, fazendo-o apoiar-se nela. Sentiu todo o peso dele. Ajudou-o a chegar no sofá e sentou-o.

- Posso saber onde foi que o senhor se meteu?

- Me ajude a ir para o quarto!

- Não! – Que homem! Quem ele pensa que é? Não estava em condições de dar ordens, e, mesmo assim... – Primeiro eu vou cuidar de você! Depois você caminha para o seu quarto sozinho!

- Maldição, mulher! Então vai lá e pega três poções; uma roxa e duas verdes.

- Deixe-me curar esse corte primeiro.

Ele praguejou. Virou a cabeça para que ela visse onde era o corte. Era na nuca. Ela se lembrou que estava sem...

- Varinha! Me empresta a sua varinha!

Ele praguejou mais uma vez e estendeu a varinha para ela rudemente. Ela executou um feitiço que fechou o corte imediatamente. Ela percebeu que a pele dele estava fria. Também percebeu que ele, discretamente, se contorcia. Notou que, de vez em quando, ele disfarçava um gemido. Talvez tivesse sido melhor levá-lo ao quarto... Ou ter pegado as poções primeiro.

- Onde estão as poções?

- Na escrivaninha do quarto principal.

Ela saiu imediatamente. Subiu as escadas correndo e entrou no quarto. Pegou as poções e desceu o mais rápido que podia, tomando cuidado para não deixar cair o conteúdo dos frascos. Entregou-os para Severo. Ele bebeu as poções rapidamente. Depois de um tempo, a dor pareceu cessar. Ele suspirou, aliviado. Ajeitou-se na cadeira. Ele, então, xingou. Ela queria explicações. Sentou-se ao lado dele.

- E agora, Sev? Vai me falar onde estava?

- Nenhum lugar especial. – Ele a cortou, frio.

- E em “nenhum lugar especial” você ficou assim, todo arrebentado?!

- Isso não é da sua conta.

- É claro que é! Eu me preocupo com você!

- Por que?

- Bom, eu... – Ele estava fitando-a perto demais. Ela se sentiu desconcertada. – Eu não sei.

- Não sabe? – Ele se aproximou mais. Estava ficando perigoso.

- O assunto aqui não sou eu! É você! – Ela rapidamente desconversou.

- Esse assunto me deixa entediado. Eu vou dormir!

Ele se levantou. Começou a caminhar para as escadas. Antes que pudesse chegar nelas, Rachel correu e se colocou na frente dele.

- Você não vai dormir antes de me contar onde você estava, fazendo o quê e quem fez isso com você! – ela quase gritou, exigente.

- Você sabe, melhor que eu, que não vou dizer nada.

Ele tentou desviar. Ela insistiu em ficar na frente dele. Ela colocou a mão no peito dele, bem de leve, para o impedir de continuar tentando fugir. Ele suspirou. E praguejou.

- Por tudo que nós já vivemos, Sev, me conte!

- Quando você voltou à Inglaterra?

- Há um ano.

- E por que você não me procurou?

- Eu procurei... Mas não fui te ver porque achei que você acharia uma bobagem... Você sabe... Te procurar... Depois de tanto tempo.

- E eu iria.

- Sabe qual é o nosso problema? Nós nunca demos um fim à nossa história...

- É verdade.

- E agora eu vou me casar...

- Logo, deveríamos acabar tudo...

- É...

Ele ficou a olhando mais uma vez. Mais uma vez, ela sentiu-se incomodada, invadida. Desviou o olhar. Um segundo sem vigiá-lo foi suficiente para que ele agisse. Logo sentia os lábios dele nos dela. Desabou. Todas as barreiras de proteção caíram... Sentiu a língua morna dele. Entregou-se... Ao destino... À ele... Sentiu seu corpo ser puxado... Ele intensificou o beijo. Ela correspondia a cada investida. Tirou o robe dela. A suspendeu no ar. Ela entrelaçou as penas no quadril dele. Ele a deitou no sofá. Passou a dar atenção ao pescoço dela. Afastou a camisola. Beijou a tatuagem... Ela se lembrou que Lupin sempre fazia isso... Lupin... Não era justo! Desvencilhou-se daquele homem. Correu ao encontro do robe caído. Vestiu, enquanto falava, ofegante.

- Posso saber por que você fez isso?

- Só para que você tenha certeza que quer acabar tudo mesmo... – Voltou a se aproximar dela. – Ou não.

- Me de um motivo para não me casar com Remo. – ela disparou, com raiva.

- Simples, minha querida: Você é minha! Não importa com quem você esteja, você é minha!

- Seu convencido bastardo – sussurrou.

- Lembre-se, Rachel, que não fui em quem disse isso primeiro... E, além de tudo, você está marcada...

- É S" uma tatuagem!

- Você sabe bem que não. Agora me diga, Rach, Você realmente quer acabar tudo?

- Eu... É claro que... – Hesitou... Estava tão claro assim? – quero! Acabar tudo!

- Nesse caso, Rach, boa noite!

E ele voltou a subir as escadas, deixando Rachel sem certeza de nada... Dos seus sentimentos... Ela nem percebeu que ele tinha conseguido direitinho fazê-la esquecer das perguntas.

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Reviews, por favor!

Sheyla – Demorei um pouquinho, mas naum foi por maldade, juro! Continua lendo e me dizendo o q vc estah achando, ok?

Lucka – Má? Eu?! (Gabrielle fazendo cara de inocente)

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