Como se chama?
- Então, doutor, me diga! O que é?
- Parabéns, é uma linda menina! - Dizendo isso, Dr. Pierre entregou a criança para Gina, que a pegou, emocionada. Era branca, tinha os cabelos ruivos e os olhos pretos. Acariciou seu pequeno rosto e ficou abismada como ela era parecida com o pai.
Paul bateu na porta pedindo permissão para entrar. Gina pediu para a empregada abrir a porta.
- Venha ver, Paul - chamou Gina -, como é linda minha menina!
Paul se aproximou e viu, enrolada em uma manta, a filha de sua amiga.
- É muito bonita mesmo. Tem a quem puxar. - Paul olhou Gina com enorme carinho que não passou despercebido pela ruiva.
- Por favor, pare com esses galanteios, mocinho. A mãe dessa princesa já tem dono - disse Gina rindo.
- E como irá chamar minha afilhada?
- E quem disse que você será o padrinho? - ironizou Gina
- Mato-a se não fizer isso. Depois do nervoso que passei, eu mereço.
- Estou brincando. Você será o padrinho, sim. Afinal, ela nasceu em seu lar. Nada mais justo.
- E o nome dela?
- O que acha de Katherine? - indagou Gina.
- Muito bonito. Nome digno de uma princesa.
- Já que o padrinho aprovou, ela se chamará Katherine Weasley Snape.
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A família Weasley fora avisada do nascimento do mais novo membro. Todos foram para casa dos Blanchet, onde estava tudo preparado para uma grande festa.
Katherine foi, e não podia ser de outra forma, o centro das atenções. Molly fora a primeira a carregá-la, depois passando para o avô Arthur. Depois, um por um dos irmãos também pegaram. Gina chamou Rony num canto e perguntou:
- Por que Hermione não veio? E Harry?
- Você sabe que a guerra acabou?
- Sim. Aliás, todo o mundo bruxo sabe. Harry foi espetacular.
- Depois da Guerra, todos resolveram descansar. Mione foi viajar com os pais. E Harry viajou com Tonks e Lupin para o Egito.
- Você mandou uma carta para eles avisando?
- Não. - Rony olhava os sapatos para não ter que encarar Gina.
- Por quê?
- Mamãe pediu segredo. Não quer que Snape saiba.
- Como assim? Snape ainda não sabe?
- Não e nem deve saber. - Era Molly que chegou por trás dos irmãos e escutara o final da conversa.
- Não pode fazer isso! - gritou Gina.
- Minha filha, esqueceu das cartas?!
- Não, mas ele é o pai da minha filha! Tem o direito de saber!
- Com uma condição.
- Qual? - perguntou Gina ansiosa.
- Eu o aviso, mas só poderá ver a filha depois que você terminar os estudos.
- Isso é um absurdo!
- Minha querida… Falta tão pouco… O que são dois anos de espera? Aliás, você acha que ele está preocupado com você? A última vez que o vi ele estava com Narcisa Malfoy no Caldeirão Furado.
- É mentira! Pare, mamãe, de me torturar!
- Infelizmente é verdade, maninha. Eu vi também. - Agora era Fred que vinha com um pedaço de bolo na mão. - Tente esquecê-lo.
-Nunca! - Gina saíra correndo para os jardins. Chorava copiosamente. Não podia acreditar que Snape a trocara por Narcisa. Mas um dia iria tirar isso a limpo.
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Snape, a pedido de Draco, ajudou o garoto com a administração dos bens da família Malfoy, já que Lúcio não sairia tão cedo da prisão. Ficara quase uma semana para colocar tudo em ordem, já que o chefe da família, pelo que percebera, fazia meses que não se preocupava com isso, ocupado que estava em servir ao Lorde das Trevas. Narcisa fora viajar, fazer compras, para esquecer um pouco dos problemas. E quando voltou, mandou uma carta para Severo, pedindo para encontrá-la no Caldeirão Furado. Ele estranhou Narcisa ter escolhido aquele lugar para o encontro, mas no dia combinado foi para lá.
Encontrou Narcisa sentada numa mesa ao fundo do bar, acenando-lhe. Dirigiu-se até lá.
- Como vai, Severo?
- Bem, e você?
- Estou indo como posso. Por favor, sente-se.
- Por que quis me encontrar aqui?
- Queria te agradecer pelo que fez para minha família. Draco disse que você o ajudou a organizar os nossos bens. Muito obrigada. Você foi muito gentil, principalmente depois de tudo que Lúcio lhe fez.
- Não foi nada. Fiz também porque Draco é um dos meus melhores alunos. Mas por que marcou o encontro aqui?
- Por que a família de Lúcio está em casa. E não podem saber que você nos ajudou.
- Entendo.
- Severo, tenho medo do futuro. Sem Lúcio no comando me sinto tão frágil.
- Você terá que ser forte, pelo menos até Draco ter condições de assumir o posto de chefe da família.
- Eu preciso de alguém que me passe segurança. - Narcisa segurou as mãos de Snape que estavam sobre a mesa.
- Por favor, Narcisa, não misture as coisas. Eu não quero nada com você.
- Por quê? Me acha feia? - perguntou Narcisa, que achava sua beleza a sua maior qualidade.
Snape não pode deixar de observar a bela mulher que estava a sua frente. Loira, olhos verdes, corpo bem delineado. Mas era uma mulher fútil. Na verdade, ela podia ter mil qualidades, o que Snape queria mesmo era sua ruiva. Aquela que faz com que seu coração bata mais rápido. Aquele sorriso encantador.
- Não. Você sabe que é uma linda mulher. Mas eu não quero compromisso com ninguém. Bem, já que você queria me agradecer e já o fez, não tenho mais motivo para ficar aqui. Passar bem.
Snape saiu sem deixar mesmo que ela respondesse, o que a deixou com muita raiva.
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Cinco anos se passaram. Gina formara-se em Beauxbaton e depois fizera um curso de curandeira. Ser mãe modificara seu corpo, deixando-a mais “mulher” e também sua mente. Agora era responsável por uma linda menina. Kate, como era chamada a filha da ruiva, estava no jardim da casa dos Blanchet, brincando com Jean, que a tinha como uma neta. Margareth, meio distante no início, não resistiu aos encantos da pequena. Enquanto Gina estudava, era ela que olhava a menina, que agora era uma criança de cinco anos. Muito esperta e inteligente. Só em alguns momentos ficava pensativa, imaginando como seria seu pai. Gina nunca escondeu dela que Snape era seu pai. Mas como não tinha nenhuma foto dele, descrevia-o para que ela pudesse imaginá-lo.
Gina mandara uma carta à família dizendo que ia voltar. Terminara o estudo como prometido e não havia mais razão para ficar na França. Kate também não corria mais perigo, visto que Voldemort fora derrotado por Harry, que agora estava cursando juntamente com Rony para ser Auror. O trio de amigos, Harry, Hermione e Rony, vieram várias vezes visitá-la. A sós com Hermione, Gina perguntava sobre Snape. Sabia que ele estava mais rabugento do que nunca. Isso a fazia rir. Adorava vê-lo bravo, pois assim com seus beijos podia acalmá-lo. Nunca tivera certeza do caso dele com Narcisa como sua mãe dissera, e isso a deixava triste. O seu medo era voltar e vê-lo com outra. Paul estava de férias. Ainda não se decidiu o que iria fazer. Ficara muito amigo de Gina. E amava Kate, sua afilhada, como se fosse sua filha. Tentou várias vezes se aproximar de Gina, mas essa o repelia, pois que nunca esquecera Snape, seu grande amor.
Depois de uma semana que estava formada, ela comunicou aos Blanchet que voltaria para casa. Foi uma tristeza geral. A família se apegara demais nas duas. Jean e Margareth, nas últimas horas que antecederam a viagem de volta, não desgrudaram da neta “postiça” e toda hora pediam para que ela viesse visitá-los sempre que possível. Paul iria com Gina. Queria conhecer a Inglaterra. E assim Gina e Kate voltavam para seu verdadeiro lar.
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O trio chegou na Inglaterra à tarde. Vieram de avião por causa de Katherine, que era muito pequena para usar qualquer método bruxo de transporte. Gina sugeriu que antes de irem para a Toca, que fossem até Hogsmeade comprar alguns doces para família e para eles, já que ela adorava a loja Dedosdemel. Estavam tão distraídos com os doces que não viram quando Kate saiu da loja. A garotinha estava andando pelas ruas quando bateu em algo. A pequena olhou para cima e viu um homem carrancudo, vestido de preto, que observava uma vitrine. Este olhou para a pequena e perguntou:
- Cadê seus pais, menina? Que irresponsáveis! Deixarem uma criança tão pequena andando sozinha.
Kate não respondeu. Ficara com medo do homem e estava fazendo cara de quem ia chorar.
- Essa não! Por favor, não chore. Como se chama?
- Kate.
- Kate, onde estão seus pais?
- Não sei.
- Por Merlim! Só me faltava eu ter que tomar conta dessa menina - disse bufando o homem de preto.
Pegou em sua pequena mão e foi andando com ela para ver se encontrava os responsáveis pela criança. Vários alunos estranharam a cena. A menina mais calma perguntou para o homem:
- Como se chama?
- Severo.
- Igual o nome do meu pai
Severo parecia que levara um choque. Olhou para baixo para observar a criança que mal reparara devido ao seu mau humor. Era uma menina ruiva, olhos pretos, e agora sorrindo lembrava alguém. Não podia ser. Estaria sonhando? A menina era muito parecida com Gina. Apenas os olhos era diferentes. Pareciam os… os seus próprios!
-Kate! - era Gina que gritava pela menina. Saiu correndo em busca da filha. Mas uma cena a fez ficar boquiaberta. Viu Kate e Snape de mãos dadas. Um olhando para o outro. Aproximou-se lentamente. Seu coração batia descompassado querendo sair pela boca.
- Mamãe! - Kate correra para Gina. Severo acompanhou os movimentos da menina e viu quando ela correu aos braços daquela que ele amava. Os olhos se encontraram. Ficaram minutos sem dizer nada. Palavras eram inúteis naquela hora. Lágrimas furtivas caiam dos olhos de Gina. Severo estava ali. Quanto tempo esperou por aquele momento! Mas, para acabar com aquele instante mágico, Paul chega, esbaforido.
- Gina! Kate! Por Merlim! Ainda bem que estão bem.
A chegada de Paul acordou Snape de torpor que se encontrava. A emoção do momento foi substituída pela raiva. Ela tinha outro. Um rapaz da idade dela. Como foi burro de pensar que ela seria dele para sempre. Sem dizer uma palavra virou-se e foi embora. Gina entregou Kate a Paul e saiu atrás de Snape.
- Espere! - mas ele não a ouvia. Ela correu e segurou em seu braço. E aqueles olhos negros olharam-na num misto de amor e ódio.
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