Perdeu o que não achou
Na casa dos Blanchet, Paul, que tinha terminado o quinto ano em Beauxbaton, estava pedindo para a mãe consentimento para que pudesse passar as férias em um rancho que a família tinha numa pequena cidade rural da França.
- Por favor, mamãe, deixe-me ir!
- Paul, querido, seu pai está trabalhando e eu não posso sair daqui. Como vai ficar lá sozinho?
- Não estava pensando em ir sozinho. Quero levar Gina comigo. Ela precisa se distrair um pouco.
- Levar Gina? Não permito. Ela está quase para ter o filho. Seria uma temeridade. E se algo acontecer a ela?
- Mãe, esqueceu que o médico trouxa que me colocou no mundo mora lá perto? Qualquer coisa eu o chamo!
- Não. Deixe Gina comigo. Ela me fará companhia.
- Mas mãe, você tem suas amigas! Os meus amigos todos viajaram e não tenho ninguém da minha idade para conversar!
- Mas Gina está grávida, meu filho! Não poderá fazer-lhe companhia para passear.
- Não me importo. Eu só quero alguém para conversar. Por favor. Gina ficou meses trancada nessa casa. Lá o perigo de alguém descobrir sobre seu paradeiro seria menor. Por que sabendo que Gina está para dar luz, provavelmente Severo está a procurando!
- Está bem, meu filho. Mas antes pergunte à ela se ela quer ir.
- Obrigado, mãe. - Paul subiu correndo ao quarto de Gina.
Gina estava no oitavo mês de gravidez. A barriga estava bem saliente. Mas somente isso. Por que devido a melancolia em que se encontrava, quase não se alimentava. Esta pálida e sempre com olhar triste. Sentia falta da SUA vida. Estava na janela quando escutou a porta se abrir. Era Paul.
- Gina, quero lhe fazer um convite.
- Convite?
- Sim, quero que vá comigo ao rancho de minha família. Para se distrair.
- Agradeço, Paul, mas não vou. Não serei uma boa companhia.
- Mas eu serei. Não agüento mais ver você tão triste. Lá teremos mais liberdade. Poderemos caminhar ao ar livre. A paisagem lá é maravilhosa. Você iriá adorar. E também faria bem para a criança que está por vir.
- Preciso pensar.
- Por favor, Gina, não quero ir sozinho. Sua companhia seria realmente muito importante para mim. Mamãe também concorda de que você precisa se distrair.
Paul sabia que aquilo não era o que sua mãe achava, mas valia tudo para convencer Gina a viajar com ele.
- Está bem, então. Afinal, minha família quase não vem me visitar. Quando iremos?
- Amanhã, ao amanhecer. Gina, você não sabe como me deixa feliz. Obrigado!
- De nada, Paul.
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Snape preparou suas coisas e partiu rumo à França. Através de Pó de Flu, chegou ao Pub, localizado na capital francesa, freqüentado por bruxos. Não podia chegar de repente na lareira da família Blanchet. E também queria ir direto para a escola francesa.
E assim fez. Chegando lá, conversou com Madame Maxime, que dissera que Gina estava matriculada lá, mas que não freqüentava a escola devido a problemas pessoais. Perguntou onde ela se encontrava, mas Maxime disse que não podia dar essas informações, pois a família pedira-lhe sigilo. Isso frustou muito Severo. À noite ele procurou um hotel para descansar e na manhã seguinte partiria para a cidade de seus amigos.
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Amanhecera. Snape acordou e fez sua higiene pessoal. Desceu, comeu algo no hotel, voltou ao quarto e desaparatou nos Jardins dos amigos. Enquanto se dirigia a entrada da casa, viu um carro saindo da propriedade. Bateu na porta. O mordomo veio atender:
- O que deseja?
- Desejo falar com Sr. ou Sra. Blanchet.
- Um minuto, Sr. Snape. - O mordomo foi falar com os patrões. Severo achou esquisito que ele sabia seu nome, mas ficou quieto. Minutos depois, um casal simpático apareceu na sala.
- Severo, que honra recebê-lo em minha casa! Por favor, entre - disse Sr. Blanchet, disfarçando o nervosismo.
- Como vai, Jean? E você, Margareth? - perguntou Snape, apertando a mão de ambos.
- Estamos bem, obrigado. Mas que bons ventos o trazem?
- Estou à procura de uma pessoa. Será que poderiam me ajudar?
- Claro, faremos o que estiver ao nosso alcance.
- Vocês sabem se a filha caçula dos Weasley se encontra na França?
- Não sabemos disso. Aliás, faz anos que não nos comunicamos com a família Weasley. Estamos saudosos deles - mentiu Margareth.
- Mas por que o interesse, Severo? - indagou Jean.
- Eu realmente preciso falar com ela. Assuntos pessoais. Infelizmente não posso dizer à vocês. Mas me disseram que ela estava matriculada em Beauxbatons. Será que o filho de vocês não sabe de algo?
- Sinceramente não. Paul é tão distraído… Se Merlim fosse lá ele talvez não percebesse - Jean disse para descontrair o ambiente.
- Mas onde ele está?
- Viajou. Afinal, está de férias. Aceita um chá, Severo? - perguntou Margareth tentando desviar o rumo da conversa.
- Sim, obrigado - respondeu Snape gentilmente.
E assim ficaram o dia conversando sobre a Ordem. Snape não estava nem um pouco interessado, mas precisava disfarçar. Ficou seis dias hospedado na mansão do Blanchet. Não conseguira uma pista de Gina. Acabou desistindo de ficar lá e voltou para Hogwarts. Nem que fosse para arrancar pelas orelhas de algum Weasley, mas ele descobriria algo sobre sua amada.
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[Dias antes…]
O dia da viagem chegou. Gina acordou cedo. Comeu algo e preparou sua mala. Algo estava deixando-a ansiosa. Não era a viagem. Sentia algo estranho. Não queria mais viajar. Mas lembrando da felicidade de Paul quando dissera que viajaria com ele, ficou com pena de magoá-lo. Paul estava eufórico. Adorava o rancho.
Em poucos minutos Paul estava arrumado, então foi chamar Gina. Iriam de carro para melhor acomodar a gestante. Quando estavam saindo dos jardins da mansão para a rua, Gina percebeu um vulto preto atrás de uma árvore. Chegou a indagar a Paul o que poderia ser, esse lhe respondeu que talvez fosse Alfred colhendo flores.
O vulto não saía da mente de Gina. Por um momento pensou que fosse seu Severo. Bobagem. Afinal, ele não sabia onde ela estava. Lágrimas desceram discretas pelo seu rosto. A saudade que tinha dele era imensa.
A viagem durou cerca de uma hora. Ao chegarem lá, Gina ficou encantada com que vira. Era realmente maravilhoso. Lindas árvores rodeavam a bela casa. Ao fundo, via-se um rebanho de ovelhas. Após conhecer a casa e seus empregados, Paul a convidou para um passeio.
Gina estava encantadora com um vestido longo e florido. Seu rosto estava até mais corado. Paul levou-a até um banco debaixo de uma frondosa árvore.
- Não imagina como estou feliz!
- Posso imaginar. Esse lugar é realmente lindo! Sinto-me bem melhor.
- Não te falei que ia gostar? Mas esse lugar não estaria tão perfeito se você não estivesse aqui.
- Como assim, Paul?
- Gina, desde o momento em que a vi em casa, não paro de pensar em você! Não estava conseguindo nem estudar.
- Paul! Não acredito que esteja me dizendo isso!
- Desculpe, mas não posso mais me conter. Precisava lhe falar do meu amor!
- Eu estou grávida!
- Isso não é empecilho para que nos amemos! Eu posso assumir a criança!
- Nunca!
- Por quê, Gina?
- Por que eu amo outro homem. E você sabe disso.
- Sei e não concordo. Ele te usou e mesmo assim você diz que o ama? Como pode?
- Ele não me usou!
- Então, por que ele não veio ao seu encontro?
- Porque ele não sabe onde estou!
- Desculpa esfarrapada! Se eu estivesse no lugar dele removeria os céus para te achar!
- Talvez ele esteja fazendo isso.
- Duvido. Gina, entenda. Você agora está sozinha com essa criança. Mas pode ter uma família para seu filho se me aceitar!
- Não posso, me perdoe. Eu quero sair daqui.
Quando Gina ia voltar para casa, Paul a segurou e beijou-a ardentemente. Gina, usando todas as suas forças, conseguiu se livrar dele. E deu-lhe um belo tapa no rosto.
- CRETINO! NUNCA MAIS ENCOSTE UM DEDO EM MIM!
- Desculpe, Gina, eu fui um tolo. Meu desejo de tê-la fez com que eu perdesse o controle.
- Fique longe de mim! - Gina saiu quase correndo do jardim. Chegou na casa chorando e foi para seu quarto que trancou para que não pudesse ser importunada.
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