Capítulo 1
CAPÍTULO 1
Tinha o olhar perdido num par de olhos castanhos, os olhava fixamente tendo a impressão de que toda sua vida estava passando em um filme que parecia durar horas, mas que na verdade não se passou de alguns segundos.
Foi despertada daquele transe quando alguém disse:
- Srta! Você não queria falar com o Sr. Tidwell? - quem falava era uma mulher alta com um corpo franzino, que acabava de entrar no banheiro – Ele já está a sua espera.
- Já estou indo - respondeu desanimada percebendo que os olhos que há pouco encarava eram os seus refletidos no espelho.
Rapidamente saiu do banheiro e foi em direção ao escritório do chefe da seção. Encostou a testa no metal frio da porta por alguns segundos, enquanto esperava - hoje eu não estou bem - pensou ela.
Que diabos esta acontecendo comigo? - falou para si mesma com certa aflição - Eu realmente mere... - não pode completar o pensamento, pois logo estava com a cara no chão. Com um movimento rápido se levantou e arrumou suas vestes.
Um homem de estatura média, com os cabelos castanhos e mais ou menos uns 30 anos a ajudava a se levantar:
- Você está bem?
-É claro que sim, não podia estar melhor. - Melhor? É claro que você podia estar melhor. Quem é o idiota que vai acreditar que você não poderia estar melhor? O seu chefe. Existe alguém mais idiota? É claro que existe, e você sabe quem... Harry P..
Os pensamentos foram interrompidos no instante em que notou que havia outra pessoa na sala. Estava sentado de costas para a porta, em uma das cadeiras que ficavam dispostas em frente a mesa de Tidwell.
O tal sujeito era incrivelmente familiar. Cabelos negros revoltos, ombros largos e usava uma veste bruxa negra. Quando ele se virou e olhou em direção a porta, os olhos castanhos de Ginny se fixaram em um par de olhos profundamente verdes.
-Harry?- disse, tão baixo que Jack que estava ao seu lado não foi capaz de ouvir.
Depois de uma ausência de sete anos, eis que surge em frente a ruiva a fonte do seu mau estar matinal. Apesar de até momentos antes não saber de onde vinha aquele sentimento de angústia que a consumia, agora parecia tudo tão obvio. Era como se soubesse, como se estivesse sentindo que esse encontro fosse acontecer. Ali estava ele. Aquele a quem um dia ela devotou todo seu amor, aquele a quem nos últimos sete anos, ela julgava odiar. Ele tinha mudado. Fisicamente, estava mais forte. Parecia mais seguro de si, mais sábio e mais em paz.
“Pare de olhar pra esse garoto agora, sua cabeça de fósforo. Garoto? Não, um homem. E que homem... Voz maldita saia da minha cabeça já! É muito azar pra uma pessoa só, o meu dia já começou fantástico e agora isso...
Merlin! Deixe-me acordar isso só pode ser um sonho, sonho não, pesadelo!”
-Srta Weasley? Algum problema?
-Não, desculpe, mas é que... – seu chefe lançou-lhe um olhar de expectativa – Eu só vim... só vim, eh... – O que é isso ruiva? Virou disco furado, desembucha – Eu vim entregar meu relatório da semana.
-Tudo bem, pode deixar aí em cima da mesa.
-OK... – se encaminhou até a mesa, sem olhar para Harry, e lá deixou os papéis.
-Ah! Vocês se conhecem não é? – disse Jack Tidwell, chefe da Seção de aurores.
-Nos conhecemos sim. Como vai Ginny? – diz Harry
-Muito bem... até agora. E você? – Completou com uma voz ao mesmo tempo doce e sarcástica.
-Também estou bem. – respondeu meio sem graça o rapaz, percebendo o tom nada amigável da ruiva.
-Que Merlin conserve assim, querido! – devolveu a ruiva num tom mais doce e mais sarcástico ainda – Jack, eu já vou indo, não quero continuar interrompendo, um bom dia! – disse a garota já se retirando da sala.
-Espere Ginny! – ouviu a voz de Harry chamar – Minha conversa com Jack também já acabou, não é? – disse o moreno se dirigindo ao outro homem.
-Claro! Poderemos acertar os detalhes depois. Sei que você acabou de chegar de viagem, por isso deve estar querendo descansar – respondeu.
-Pois é, obrigado pela compreensão. Então, Ginny, pode me acompanhar até a saída? É que faz tempo que não venho aqui e tenho receio de me perder – disse o moreno de maneira nervosa, passando a mão no cabelo.
-É claro que ela pode, não é Weasley?
“Me diz o que você está fazendo aqui até agora, sua anta ruiva? Agora olha a situação em que você se meteu! O seu chefe é um idiota, mas ainda assim é seu chefe. E a sua cota de respostas malcriadas já estrapolou essa semana. Então engula o sapo...”
-Tudo bem – respondeu a ruiva resignada.
-Então, até segunda Potter – disse Tidwell.
-Até.
Harry, então se encaminha para a porta, segura a maçaneta e faz um sinal silencioso com a cabeça para que a garota que até agora segurava a porta aberta, siga na sua frente.
Após se afastarem da sala e permanecerem em silêncio por alguns segundos, Harry tenta iniciar uma conversa:
-E então, como vão todos?
A pergunta proferida de uma maneira tão casual, lhe causou um acesso de raiva.
-Por que o interesse repentino? Depois de sete anos, resolveu, se importar, é? – disse a ruiva de maneira ríspida.
Harry lhe lança um olhar triste e se manteve calado nos instantes seguintes, até chegarem ao átrio do Ministério e pararem em frente a fonte, reformada, dos irmãos mágicos.
-Está entregue. Acho que a partir daqui, pode encontrar o caminho sozinho – disse Ginny.
-Obrigado por dispor do seu tempo pra me ajudar – respondeu Harry.
-Não pense nem por um segundo que isso foi uma gentileza para com a sua pessoa, Potter – disse a última palavra como se a estivesse cuspindo – Estou simplesmente cumprindo ordens do meu superior, nada mais!
-Eh... Mesmo assim, obrigado – devolveu o moreno com a voz em um tom muito baixo.
A moça não respondeu, girou nos calcanhares e começou a se dirigir ao elevador, porém após dar apenas dois passos, é impedida de continuar ao sentir seu braço sendo segurado de maneira firme, e em seguida, ser forçada a se virar e novamente encontrar o olhar do moreno.
Por alguns momentos ele simplesmente a encara. Ela percebe que os músculos da face do homem a sua frente, estão tensos, conferindo-lhe uma expressão dura.
As sobrancelhas estão franzidas, indicando que ele esta altamente concentrado, que em sua mente, mil idéias fluem e ele precisa decidir qual delas deva ser colocada em prática.
De repente, ela percebe que a distância entre seus rostos diminui gradativamente, os olhos dele passam a focar um ponto mais abaixo em seu rosto.
Apesar de prever como aquilo pode, e provavelmente, vai terminar, ela simplesmente não consegue reagir, mesmo ouvindo uma voz exigir que ela saia imediatamente dali, ela simplesmente não consegue se mover.
Seu corpo, então, começa a reagir, as pernas ficam bambas, o ritmo cardíaco se torna acelerado, fazendo com que as batidas do seu coração pareçam poder ser ouvidas por qualquer pessoa que passe por ali.
Na verdade, que pessoas? Ginny já não consegue enxergar, ouvir e nem sentir, ninguém ao seu redor, tudo sumiu, o mundo se restringe a apenas duas pessoas, ela e ele.
A sua respiração é curta e rápida, as mãos suam, os pelos dos braços e da nuca se eriçam, ela então, percebe que agora foca a boca bem definida de Harry, ele está mordendo o lábio inferior, o que torna a vontade de beijá-lo gritante.
Ginny repara que seus corpos também se aproximam agora, o que aumenta a intensidade de tudo que já estava sentindo. Fim da linha, os corpos agora estão colados.
Uma sensação de calor e conforto, a envolve, seus olhos começam a fechar. Harry a enlaça pela cintura com seus braços fortes, os rostos estão a poucos milímetros de distância, ela sente que o momento que tanto deseja que aconteça, quanto que não aconteça, se aproxima, o momento em que seus lábios tocarão os de Harry.
Ela já sentia a respiração dele aquecendo a ponta do seu nariz. É agora...
Então o calor que incidia sobre seu nariz, deixa de fazê-lo e agora passa a traçar uma trilha quente na sua bochecha direita e em seguida no mesmo lado de seu pescoço.
Os braços que antes repousavam em sua cintura, sobem até o meio de suas costas. O rosto que antes estava em frente ao seu, se acomoda na curva de seu pescoço. Então, ela entende, que o que terminaria em um beijo, termina em um abraço.
Ginny abre os olhos e sente a respiração acelerada de Harry aquecendo o seu pescoço. A respiração torna-se profunda após alguns momentos, e ela percebe que ele está aspirando seu perfume. Retribui ao gesto, aspirando o perfume dele. O conhecido e inesquecível cheiro cítrico que o corpo dele exala, entorpece os seus sentidos, a garota volta a fechar os olhos ao sentir aquele delicioso aroma.
Por fim, ela ouve a voz dele:
-Merlin! Como eu senti falta desse cheiro, faz tanto tempo.
Ao ouvir a última frase, a sua mente desperta. As mesmas imagens e sentimentos, que ela viu e sentiu mais cedo, quando estava no banheiro, vêm a tona.
Aos poucos, seu corpo começa a despertar também, e todas as sensações que até a pouco sentia, são substituídas por uma: tensão, todos os seus músculos se contraem. O sangue que antes corria por todo o seu corpo, sobe para sua face e para suas orelhas.
A raiva e a indignação, de rompante, se apossaram dela. Toda a mágoa e o rancor, também.
Pensamentos voltaram a circular pela sua mente:
“Esqueceu tão rápido o que ele fez. O abandono, a indiferença, foi tudo que ele te ofereceu nos últimos dois anos em que vocês ficaram juntos. As tentativas frustradas de tentar recuperar a atenção dele. As noites de sono perdidas, porque você as passou chorando desesperadamente, encharcando o travesseiro, tentando sufocar os soluços, quando ele resolveu ir embora, sem se dignar a dizer Adeus”.
“Ao menos ele deixou... Isso não apaga as outras coisas que ele fez.”
Totalmente emergida do poço de emoções em que antes afundava, Ginny se afasta bruscamente dos braços de Harry. Ele a olha num misto de confusão e expectativa.
A garota o encara, o carinho e a saudade que começavam a surgir enquanto estavam abraçados, evaporam. Um impulso de chocar a sua mão contra um dos lados da face do rosto dele, surge, porém ela o freia e simplesmente dispara num tom venenoso:
-Espero que esteja satisfeito com os serviços do Ministério da Magia Britânico, Senhor. Volte sempre que precisar, só não lhe garanto que serei eu, o funcionário que irá lhe atender. Passe bem, um bom dia.
Dito isto, ela se afastou apressada e elegantemente, deixando um Harry estático para trás.
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De volta ao banheiro. Depois da manhã atribulada que teve, foi onde Ginny terminou o seu dia. Novamente encarando a si própria no espelho acima da pia de granito, com o rosto molhado pela água fria com que tentou se acalmar. “Por que? Por que? Merlin, pra que mexer numa ferida que já estava quase cicatrizando? O que eu fiz pra merecer isso?”. As lembranças, as boas e as ruins, não paravam de atormentá-la.
Flashback:
Ginny, depois da sua última aula do dia, Poções, entra no salão Comunal e logo avista Harry. Se aproxima, dá um selinho no namorado e senta ao seu lado no sofá em frente a lareira.
-Merlin! Eu não agüento mais! Um metro de pergaminho sobre o uso das pedras lunares,esses professores estão surtando e querendo levar os alunos de carona. Como se não bastasse, ainda tem dever de Feitiços, Transfiguração, Astronomia e...
A garota interrompe o seu discurso ao perceber que o garoto está olhando fixamente para o fogo da lareira, e provavelmente não escutou nada do que ela disse. O que não é surpresa, já que ele tem estado assim desde que voltaram a Hogwarts. Na verdade, Ginny percebeu que após a Guerra,
Harry não era mais o mesmo. A certeza de que, quando Voldemort fosse derrotado, nada seria capaz de separá-los, já não existia. Harry estava sempre distante, pensativo e sério.
-Harry?
-HARRY... – Ginny disse num tom mais alto.
-Ahn?
-Você escutou uma palavra do que eu disse
-Uh... desculpe. Eu estava distraído pensando nos NIEM’S
Essa declaração quase fez a garota cair na gargalhada... quase. A irritação e a preocupação causadas pela atitude do namorado, não permitiam que ela se alegrasse.
-Harry, eu te peço. Por favor, me diz o que tá acontecendo com você? – Perguntou ao garoto com um olhar suplicante.
-Não é nada, meu amor. Quer dizer, é isso mesmo que eu falei, eu estou preocupado com os NIEM’S.
-Harry James Potter! Desde quando você se preocupa com provas? Então, só agora a sua convivência com a Mione começou a surtir efeito, foi? – perguntou a garota irritada.
-Não é nada disso Ginny! Eu tenho consciência da importância que as notas dessa prova têm. Afinal, elas é que definem que carreira eu vou seguir no futuro. – respondeu o moreno de maneira nada convincente.
-Harry! Quando você vai largar essa maldita mania de querer resolver tudo sozinho? Será que a Guerra não serviu pra te mostrar que batalhas, de qualquer tipo, não podem ser vencidas sozinhas? – disse a ruiva, exasperada.
-Eu não sei do que você esta falando. Não há nenhuma batalha sendo travada aqui. – respondeu o garoto com um tom irritado – Eu não posso ficar 10 minutos sem falar, que você, Ron e Mione acham que eu estou com problemas. Vocês me sufocam às vezes, sabia?
-Nós nos preocupamos com você, é isso. Será que você não entende?! Todos achamos que quando tudo acabasse, que quando você acabasse de vez com o Cara-de-cobra, você se sentiria em paz! Mas por algum motivo, isso não aconteceu! Você está visivelmente atormentado, sempre sério, calado. Quando estamos juntos, na maioria das vezes, você não escuta o que eu digo, não é carinhoso, como antes, parece que não quer estar comigo...
-Ah! É isso... conversa de namorados. Toda essa volta pra você falar das suas necessidades...
-O QUÊ?
-O que te preocupa, o que te incomoda não sou eu, na verdade. O que te incomoda é que eu não te trato do jeito que você quer que eu te trate. Desculpe se eu não estou correspondendo às suas expectativas Ginevra – despejou o garoto, num fôlego só, sibilando o nome da garota de maneira sarcástica.
-Meu Merlin! Me diz, que isso não tá acontecendo – disse a menina, com as duas mãos na cabeça, lágrimas já formando trilhas em seu rosto – Eu juro... que não é isso Harry... eu juro que estou preocupada... com você. Eu te amo... eu só quero entender... o que está... acontecendo pra.. você ficar... assim. Eu... – não conseguia mais falar, os soluços causados pelo choro não permitiam.
-Bosta de Dragão! – Harry diz, enquanto se aproxima da amada – Droga! Me desculpe princesa – ele tenta abraçá-la, mas ela se afasta bruscamente – Eu me descontrolei, eu sei que você não é assim, me perdoe. Eu também te amo, muito – dessa vez ela permite que ele a abrace.
-Se me ama, por que esconde o que sente de mim?- já mais calma, conseguiu falar – Guardar tudo pra você, só vai piorar a situação.
-Mas eu não estou escondendo nada, meu amor. Vocês é que colocaram isso na cabeça, e teimosos como são, não vão desistir tão cedo da idéia.
-Har... – não pode terminar de falar pois o moreno a interrompeu colocando as pontas dos dedos sobre seus lábios.
-Shhh... vamos parar de falar nisso, ahn? Ainda falta meia hora para o jantar, enquanto isso nós dois passearemos pelo castelo, o que acha? – Harry disse, carinhoso.
-O que eu acho é que você está fugindo da conversa Potter.
-É que eu não quero perder o tempo em discussões sem sentido, enquanto eu poderia estar aproveitando com você – disse ele com um sorriso maroto.
-Sei, sei...
Fim do Flashback
“Eu era uma tola apaixonada mesmo. Ele sempre conseguia me dobrar, e eu sempre aceitava as migalhas que ele me dava, que idiota. Mas agora é diferente. Você é uma mulher Ginevra”, pensou ela enquanto se encarava no espelho.
“O Potter não vai mais me fazer de brinquedo. Se ele achou que eu estaria aqui à disposição dele, se enganou redondamente”.
Concluído o pensamento, ela enxugou o rosto e saiu do banheiro em direção ao hall do Ministério de onde iria para A Toca, via flu.
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Entrou na Toca desesperada. “Morgana das fadas, como pude esquecer isso! Que não seja tarde demais, que não seja tarde demais...”
-MÃÃÃÃEEEEEE....
-MÃÃÃÃEEEEEE....
-O que está acontecendo? Que gritaria é essa? – A Sra. Weasley diz, enquanto saía da cozinha – Ginevra Molly Weasley! Que destempero é esse?
-Mãe – Ginny diz enquanto segurava a mãe pelos dois braços - O papai já chegou de viagem?
-Aconteceu alguma coisa no Ministério? – perguntou a Sra. já assustada.
-Mãezinha, por favor, pare de fazer perguntas e responda a minha, ahn? Papai chegou ou não? – disse a ruiva, ansiosa.
-Não, você sabe muito bem que eles só voltam dentro de um mês.
-É mesmo, eu tinha me esquecido, Graças a Merlin! – disse a ruiva mais jovem, aliviada, se jogando numa poltrona.
-Meu Merlin! Parece que você nem sente saudades.
-O que é isso Mamãe?! É claro que sinto, e muita por sinal. Mas papai estava realmente precisando tirar umas férias daquela seção, o que une o útil ao agradável.
-Agora que eu já respondi à pergunta que a madame fez, será que você poderia responder à minha? – disse Sra. Weasley em tom de reprovação.
-Não aconteceu nada Dona Molly! Pode ficar tranqüila – respondeu a ruiva enquanto retirava os sapatos.
-Como não aconteceu nada?! Você entra em casa parecendo um hipogriffo desembestado, e me diz que não aconteceu nada.
“Hora, ou outra ela vai saber, e não vai parar de perguntar enquanto eu não der uma resposta satisfatória, é melhor falar logo.”
Ginny se recosta no encosto do sofá, fecha os olhos, massageia as têmporas com movimentos circulares, dá um suspiro cansado e dispara:
-Harry está de volta a Inglaterra.
Após alguns momentos de silêncio, Ginny resolve abrir os olhos e encontra sua mãe com uma expressão assustada, boca meio aberta e olhos com tamanhos aumentados.
-O seu... o nosso Harry? – a mulher enfim fala.
-Ele definitivamente não é o MEU Harry mamãe – responde a ruiva irritada – Mas sim, Harry Potter, o seu queridinho, está de volta.
-Como você sabe? – Perguntou a Sra.
-O encontrei no Ministério hoje de manhã.
-E como ele está? – perguntou a Sra. Weasley.
-Do mesmo jeito de sempre – respondeu Ginny rispidamente, irritada com o tom preocupado da mãe.
-Olhe a mal criação mocinha! – disse a Sra. com o indicador da mão direita em riste, enquanto a mão esquerda estava repousada na cintura.
-Desculpe, mamãe. Mas você sabe que eu não gosto de ficar falando nesse individuo e fica me fazendo essas perguntas, é irritante.
-Tudo bem, dessa vez passa – disse a Sra. abandonando a posição de ataque.
-Bom, agora que a Sra. esta devidamente atualizada sobre os fatos, eu vou subir, estou com uma dor de cabeça terrível.
-Quer que eu lhe faça uma chá, minha filha? – a Sra. perguntou preocupada.
-Não, mãezinha. Obrigado. Eu só preciso me deitar, meu dia hoje foi cheio.
A ruiva, então, se levantou da poltrona em que estava. Deu um beijo na mãe e se encaminhou para a escada. O pé já tocava o segundo degrau quando ela girou a cabeça e se dirigiu a mãe:
-Ah! Espero que a Sra. se lembre da promessa que me fez há sete anos atrás. Eu me lembro da que fiz a Sra. e vou cumpri-la, caso seja necessário, sem titubear.
-Eu sei minha querida, eu sei que vai. – devolveu a Sra. em tom triste e cansado.
-Boa Noite, mãezinha!
-Boa Noite, minha querida.
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Chegando ao quarto, tirou a roupa e foi direto tomar um banho relaxante. Após algum tempo, já em sua cama, olhou para o porta-retrato da família que repousava no criado mudo e sorriu. Como o sono não vinha, a cabeça foi novamente invadida pelos pensamentos que a rondaram durante boa parte do dia.
“Como ele pôde me agarrar daquele jeito? Como EU pude deixar ele me abraçar daquele jeito? Como ele ainda consegue me abalar daquele jeito, ou melhor, desse jeito? O que será que ele veio fazer aqui? Quanto tempo vai ficar? Que Merlin faça que não seja muito tempo...”
Um turbilhão de perguntas havia surgido em sua mente.
“GINEVRA MOLLY WEASLEY depois de tudo você não vai se deixar levar, você foi forte e você vai continuar sendo.”
Repetindo o último pensamento, afim de fixá-lo, até a exaustão, Ginny enfim adormeceu.
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Comentários (1)
Li um capítulo e já amei *---*Merlin sabe o quanto estou precisada de uma boa Hargin kkkkkkkkkkk faz tempo que não encontro uma boa do meu shipper favorito >< mas a sua me parece realmente boa,mas como já é tarde eu termino ela amanhã-ou tento,já que tenho uns 3 livros aqui em casa para ler.Sério que o máximo é nota 5??peninha,merecia uns 100000 hehehehehehehehe
2012-10-12