O Nascer de um Novo Mundo
Teenage Dream (Sonho Adolescente)
Katy Petty
You think I'm pretty without any makeup on,
You think I'm funny when I tell the punch line wrong,
I know you get me so I let my walls come down, down,
Before you met me I was alright but
Things were kinda heavy, you brought me to life,
now every february you'll be my valentine, valentine
Let's go all the way tonight,
No regrets, just love
We can dance until we die,
you and I, we'll be young forever
(Você me acha bonita mesmo sem nenhuma maquiagem,
você me acha engraçada quando conto uma piada errada,
Eu sei que você me entende então eu deixei as paredes caírem, caírem,
Antes de você me conhecer eu estava bem mas
As coisas estavam pesadas, você me trouxe à vida,
Agora, em cada Fevereiro, você sempre será o meu namorado, namorado
Vamos percorrer todo o caminho esta noite
Sem remorsos, apenas amor
Nós podemos dançar, até morrer
Você e eu, seremos jovens para sempre)
You make me feel like I'm living a Teenage dream
The way you turn me on
I can't sleep Let's run away and
Don't ever look back, don't ever, look back
My heart stops when you look at me,
Just one touch now baby I believe
This is real so take a chance and
Don't ever look back, don't ever look back
We drove to Cali, and got drunk on the beach
Got a motel and built a fort out of sheets
I finally found you my missing puzzle piece
I'm complete
(Você me faz sentir como se eu estivesse vivendo um sonho de adolescente
O jeito que você me excita
Eu não consigo dormir vamos correr e
Nunca olharemos para trás, jamais olharemos para trás
Meu coração para quando você olha para mim,
Apenas um toque agora, baby, eu acredito
Isto é real, então, dê uma chance e
Nunca olhe para trás, jamais olhe para trás
Nós dirigimos para Cali, e ficamos bêbados na praia
Temos um motel e construímos um forte de folhas
Eu finalmente encontrei você minha peça que faltava no quebra-cabeça
Eu estou completa)
Let's go all the way tonight,
No regrets, just love
We can dance until we die,
you and I, we'll be young forever
You make me feel like I'm living a Teenage dream
The way you turn me on
I can't sleep Let's run away and
Don't ever look back, don't ever, look back
My heart stops when you look at me,
Just one touch now baby I believe
This is real so take a chance and
Don't ever look back, don't ever look back
Vamos percorrer todo o caminho esta noite
Sem remorsos, apenas amor
Nós podemos dançar, até morrer
Você e eu, seremos jovem para sempre
(Você me faz sentir como se eu estivesse vivendo um sonho de adolescente
O jeito que você me excita
Eu não consigo dormir vamos correr e
Nunca olharmos para trás, jamais olharmos para trás
Meu coração para quando você olha para mim
Apenas um toque agora, baby, eu acredito
Isto é real então, dê uma chance e
Nunca olhe para trás, jamais olhe para trás)
I'ma get your heart racing in my skin tight jeans,
Be your teenage dream tonight
Let you put your hands on me in my skin tight jeans,
Be your teenage dream tonight
You make me feel like I'm living a Teenage dream
The way you turn me on
I can't sleep Let's run away and
Don't ever look back, don't ever, look back
My heart stops when you look at me,
Just one touch now baby I believe
This is real so take a chance and
Don't ever look back, don't ever look back
I'ma get your heart racing in my skin tight jeans,
Be your teenage dream tonight
Let you put your hands on me in my skin tight jeans,
Be your teenage dream tonight
(Eu vou pegar seu coração correndo pelo jeans apertado em minha pele,
Serei o seu sonho adolescente
Hoje à noite deixo você colocar suas mãos no jeans apertado em minha pele,
Serei o seu sonho adolescente hoje à noite
Você, me, faz sentir como se eu estivesse vivendo um sonho de adolescente
O jeito que você me excita
Eu, não consigo, dormir, vamos correr e
Jamais olharemos para trás, nunca, olharemos para trás
Meu, coração, para quando você olha para mim,
Apenas, um, toque agora, baby, eu acredito
Isto, é, real então, dê uma chance e
Nunca olhe para trás, não olhe para trás
Eu vou buscar o seu coração correndo pelo jeans apertado em minha pele,
Serei seu sonho adolescente essa noite
Deixo você colocar suas mãos no jeans apertado em minha pele,
Serei o seu sonho adolescente)
“- E nós reinaremos absolutos... Para sempre. – Voldemort a beijou mais uma vez, consumando com um beijo aquela promessa, que antes do que ela esperasse, seria cumprida: o mundo bruxo se tornaria o seu reino e de sua rainha.”
Herdeiras do Mal 2 – E começa a guerra bruxa
Capítulo 19 – O Nascer de um Novo Mundo
Mansão Malfoy – Algumas noites depois
- Harry Potter será transferido esta noite. Espero que estejam todos preparados para a confusão. Não temos como saber qual será o verdadeiro Potter, portanto peguem todos. Aliás, obrigado Snape pela informação sobre os sete Potters. – Snape fez um aceno com a cabeça. - Como se um já não fosse irritante o suficiente. – Voldemort rolou os olhos e arrancou risos dos outros.
Uma voz feminina foi ouvida em meio às vozes masculinas ali presente, a última que alguém ali gostaria na verdade de ouvir: Katherine Parkinson. A intromissão em pessoa, para dizer a verdade. A ‘adorável’ Katherine nunca perdia uma chance de se intrometer.
- Milorde, não estou querendo me intrometer, mas... O senhor não se incomoda de ter de repetir isto quando Bellatrix e Melinda chegarem? Quer dizer, por que ultimamente elas estão sempre atrasadas? Não estaria o poder lhes subindo à cabeça?
Voldemort reagiu apenas com um sorriso frio e desviou a cabeça para Parkinson, que pareceu tremer ao sentir os olhos do Lorde sobre ela. Claro, após uma declaração daquelas ela tinha muito o que temer.
- Falando nela, sua Lady não precisa de você, Parkinson? – perguntou Voldemort, fazendo Katherine lembrar de que não estava ali porque ia à missão e sim porque madame Lestrange poderia precisar dela e, como uma boa serva, sempre precisava estar a seu lado.
- Eu n-não sei, milorde...
- Pois deveria saber. Esta é a sua função. Mas sobre a sua insinuação, acha mesmo que minha filha e a mulher que dorme comigo todas as noites não sabem de cor e salteado tudo o que eu estou dizendo aqui agora? – o tom de voz de Voldemort estava agressivo e ela recuou, parecendo encolher. – E elas estão atrasadas porque eu pedi que elas fossem ter certeza de que Thicknesse estava completamente sob a Maldição Imperius, afinal, quem faz uma barreira de feitiços que até mesmo eu acho difícil de transpor, pode escapar de uma Imperius.
- De fato eu precisava de você, Parkinson. – ouviram a voz de Bellatrix vinda da escada, ela estava séria e parecia irritada. Melinda vinha atrás com um tom de riso. – Da próxima vez que eu precisar e não estiver por perto eu juro que perderá sua cabeça, literalmente.
A atenção de todos no rosto de Bellatrix durou apenas alguns segundos, pois todos os olhos desceram um pouco, parando na roupa dela. Não que alguém ali fosse muito interessado em moda, mas era impossível não notar.
Tão acostumados a ver a Lady das Trevas de vestido, os Comensais não puderam evitar perder o ar quando ela apareceu de calça pela primeira vez em uma missão. Uma calça de couro, apertada, marcando todo o corpo dela. Merlin, ela faria todos serem mortos uma hora e não precisava muito para que os próprios Comensais tentassem desviar os olhos pressentindo uma morte repentina.
O motivo? Bom, Voldemort não estava sendo muito bem sucedido em esconder o ciúmes que corroia seu ser naquele momento, talvez porque – como tudo nele – era poderoso demais para que isso fosse possível. Ele estava acostumado com todos olhando para ela, mas a forma como a comiam com os olhos era demais. Apenas um não o fazia, aquele que ele menos imaginaria: Rodolphus. Este parecia impassível.
- Você sabe fazer uma grande entrada, Bellinha. Palmas para você. – ironizou Rodolphus. – Fazer os pobres Comensais ficarem curiosos sobre o que há debaixo dessa roupa apertada num dia de missão é uma péssima idéia, eles podem cair das vassouras.
- Alguma vez passou pela sua mente pervertida que, talvez, eu esteja com esta roupa exatamente porque usaremos vassouras e porque alguém de fato poderia cair delas caso minha saia voasse? Seria mais trágico.
- Na verdade, ambas as situações são trágicas. Porque tentar te imaginar nua é algo que... Bem, eu já estive nessa posição, é enlouquecedor. Deve ser mais agora que você virou fruto proibido pra todos aqui. Sorte minha não ter que sofrer assim. Não que fique melhor depois que a gente descobre como é, na verdade fica pior... Mas...
- Mas eu fui tão filha da puta com você que já está vacinado contra minha cruel beleza?
- Tirou as palavras da minha boca, Best friend. – ele riu.
Aquela conversa não exatamente relaxou Voldemort, por mais que ele quisesse, lembrar que Rodolphus já a tinha tido nos braços o fazia querer degolá-lo. Por Merlin, o que estava acontecendo com ele? Ele só notou que Bellatrix havia terminado de descer as escadas quando esta se colocou à sua frente e o beijou nos lábios.
- Está bem? – obviamente ela notaria a estranheza nele.
- Ótimo. – mentira, e ela sabia. – Acho que não falta mais ninguém e podemos ir. – a voz dele demonstrava sinais de irritação. – Mas antes uma pequena mudança nos planos: Snape, você levará Ceresier com você. Seu antigo parceiro levará nossa convidada, Nicky Tonks, para ver como é um “passeio” Comensal. Bellatrix, sobra Lestrange para você, pois eu irei sozinho.
Bellatrix pareceu mais confusa do que um trouxa ao ver um bruxo usar magia, Snape congelou e ficou pálido e Nicky ficou atônita. Aquela mudança nos planos era, no mínimo, insana. Por que ele iria sozinho? Não fazia sentido algum, mesmo porque o motivo daquilo – levar Nicky – fazia ainda menos sentido.
Voldemort decidira aquilo porque ficar sozinho era a melhor forma de se acalmar, não que ter Bellatrix junto de Rodolphus fosse muito calmante, mas... Junto de qualquer outro seria pior, e havia sido combinado que não haveria nenhuma uma dupla completamente feminina pois caso a luta se tornasse física elas teriam desvantagem. Rodolphus era a opção menos pior.
Gabrielle era a única sem qualquer tipo de objeção àquela mudança de planos. Ela fora impedida de ir com Snape à primeira vista por eles serem amantes e não terem sobrevivido à provas de fogo como Draco e Melinda – que obviamente iriam juntos. – mas parece que Voldemort apostaria neles.
Por um segundo a alegria de Gabrielle se dissipou. Aquela era uma operação de risco e eles poderiam se preocupar entre si e acabar feridos. Ah, merda. Não tinha uma missão pior pra eles testarem o nível de profissionalismo?
Severus estava quinhentas vezes mais preocupado do que ela. Sabia que, além de um de seus planos ter sido arruinado, ele se preocuparia com Gabrielle. Era perigoso demais e, ser dupla dela fazia isso ficar ainda pior. Ela olharia pra trás caso fosse atingido. E isso não era uma boa coisa. Merda. Ele não sabia como isso seria.
- Pegue uma capa, Sev. Estará frio lá em cima, não quero que fique gripado. Não poderíamos nos beijar. – ela brincou, mas estava no fundo preocupada. Não que ninguém fora Snape tenha notado sua real preocupação.
Voldemort agradeceu mentalmente a Gabrielle pelo comentário, pois ele acabara de arranjar uma maneira de evitar qualquer tipo de desconcentração na missão.
- Não riam, a Srta. Ceresier tem um ponto muito bom. – ele pegou uma capa no mancebo e colocou no corpo de Bellatrix. – Digamos que tenho os mesmos motivos da Srta. Ceresier para não te querer doente. – disse em direção à Bellatrix.
Voldemort foi o primeiro a deixar a sala, sendo seguido imediatamente pelos outros. Bellatrix ficou levemente paralisada.
- Ele preocupado com a minha saúde? – ela olhou pra Rodolphus.
- Você nunca fica doente. Essa capa é a materialização de algo que está muito óbvio aqui: o ciúme dele. Só você ainda não notou. – Rodolphus também saiu da casa e foi seguido por uma Bellatrix completamente confusa.
Meia hora depois, eles estavam nos céus voando em vassouras em meio a uma chuva de feitiços. Sete Potters, sete acompanhantes, dezenas de Comensais da Morte. Os Comensais experientes estavam na verdade se divertindo com aquela brincadeira de pega-pega, mas os mais jovens – com exceção de Draco – não estavam muito acostumados ao vôo em vassouras. Se algum trouxa visse aquela chuva de feitiços, certamente pensaria serem fogos de artifício, mas aquilo estava longe de ser uma celebração.
Um encontro no céu fez o mundo parar por alguns segundos: o capuz de Nicky caiu e ela deu de cara com Nymphadora. Nenhuma das duas conseguiu se mexer, apenas se encararam, flutuando. O encontro não durou muito, pois a cabeça de Nymphadora estava prêmio e uma certa parenta não perderia o mesmo.
- Obrigada por segurá-la, sobrinha. – disse Bellatrix passando em alta velocidade ao lado de Nicky. Nymphadora teve sorte de ter um reflexo rápido e fugir, porque parecia que Bellatrix a queria mais do que Voldemort a Harry.
Não q ue Nicky tivesse segurado a irmã de fato, mas era como se fosse aquilo. Era ajudara Bellatrix ao fazer a irmã parar, se Nymphadora morresse, estaria sobre ela a responsabilidade e o mais estranho é que ela não ligava.
A convivência com todos aqueles Comensais a devia estar fazendo bem, ou sempre fora assim de fato. Nymphadora a tratara como uma criminosa, ótimo, porque ela faria jus à fama. Talvez a irmã morresse naquela noite, mas porque ela procurava isso. Como Hilary procurara. E seria justo.
Nicky assistiu à perseguição protagonizada por Bellatrix e Nymphadora, as duas rodopiavam no céu com as vassouras como os raios de luz que saiam de suas varinhas cortando a noite. Eram tão rápidas que Nicky mal conseguia alcançá-las com a visão. Era de tirar o fôlego aquela cena: ela nunca voaria tão rápido numa vassoura, nem muito menos conseguia fazê-lo e lançar feitiços ao mesmo tempo. É, ainda tinha muito a aprender.
A ruiva, no entanto teve que sair de seu transe de observação: Um Harry Potter apareceu em sua frente, ela não sabia se era o verdadeiro ou não, mas não importava. Ela se afastou um pouco com a vassoura e pegou a varinha. Caso fosse Potter, ela teria dificuldade de pegá-lo se ele fugisse, contudo era fato que ela era muito melhor em duelos do que Harry – uma vez que tivera aulas com ele na AD, mas aprendera também com alguém muito melhor do que ele: Melinda.
Após poucos segundos, ela tinha certeza de que aquele não era o verdadeiro Harry; o mesmo voava muito melhor. Aquele não era ruim, mas não era Potter. Definitivamente não. Nicky fugiu por algum tempo e desviou de feitiços, percebendo que voar e atacar era mais complicado do que parecia. Ela passou voando por Snape e Gabrielle.
O casal estava em um local mais afastado e Gabrielle não estava nem um pouco feliz com isso, parecia que eles estavam se escondendo e ela odiava esse sentimento.
- O que diabos estamos fazendo aqui tão afastados? – gritou a loira, visivelmente irritada. – Severus, eu não quero me esconder, eu não estou com medinhos infantis. Não me trate como uma criança!
Snape olhou para o lado, ponderando o que responder, não podia dizer porque estar ao lado dela estragava seus planos, mas, também não se permitia deixá-la pensar que ele estava com medo, mesmo que fosse por ela, era medo. Não que ele não estivesse preocupado, ele estava, mas tê-la a seu lado aumentava seu poder de proteção sobre ela, contudo, fazia tê-lo que atacar de verdade e aqueles estavam longe de serem seus planos.
- O que diabos está acontecendo com você? – Gabrielle indagou. – Até parece que você...
A loira parou, não querendo fazer um falso e precipitado julgamento. Snape era um ótimo Comensal, dos melhores, não boicotaria uma missão sem motivos, mesmo porque ele não tinha motivos para isso. Queria acabar com Potter tanto quanto eles, pelo menos, ela pensava assim.
Eles não tiveram muito tempo de manter aquele projeto de discussão, pois, segundos depois de começarem-na, uma dupla da Ordem passou por eles, um Potter e um idiota qualquer que não importava. Gabrielle, é claro, foi atrás.
Snape notou que, no entanto, eles não foram os únicos Comensais que perceberam a recém chegada dupla. Duas duplas contra uma, bem Voldemort. Ali Snape via uma oportunidade, com tanta confusão de três duplas duelando...
Em meio aos feitiços que voavam para cá e para lá, ele apontou a varinha para um comensal do outro lado da luta. Perfeita mira, perfeito ângulo, poderia dizer que errou por causa da confusão.
- Sectumsempra... – ele podia evitar um massacre assim, poderia... Se o destino deixasse.
Bellatrix e Nymphadora passaram voando logo atrás dele e Tonks esbarrou na vassoura de Gabrielle, que se desequilibrou e voou para cima de Severus. Ela atingiu o braço dele, desviando o feitiço para a orelha de um oponente.
Snape sentiu o mundo parar por alguns segundos: Maldita Bellatrix, mesmo acidentalmente conseguia atrapalhá-lo. Agora ele percebia como sua relação com a versão loira de Bellatrix fazia tentar esse tipo de boicote quase impossível. Voldemort não mais hesitaria em colocá-los juntos em missões se assim fosse necessário. Porque a vadia da Bellatrix tinha que se irritar o Lorde e fazê-lo mudar todo o plano? Parecia proposital.
O companheiro do falso Potter, Lupin, foi atrás dele, que caíra da vassoura. Nenhum dos Comensais se mexeu para ir atrás, porque outros Potters passaram perto e os distraíram. Depois voltariam para pegar aquele. Incompetentes, mas não tinha ninguém ali para dizer isso: Bellatrix estava ocupada com Nymphadora, Melinda com alguém aleatório e Voldemort longe. Snape, bem, não estava interessado.
Rodolphus Lestrange aproximou-se de Bellatrix, que perseguia Nymphadora. Pretendia ajudá-la, mesmo sabendo que ela não aceitaria e o mandaria para o inferno, mas enfim.
- Quer ajuda, Bellinha? – ele berrou, voando rápido ao lado dela.
- Vá se fuder, Rodolphus! Não tente me desconcentrar! – não que ela se de viva no Ministério e esse foi meu maior erro. No que depender de mim, a vagabunda só sai dessa vassoura pra um caixão.
Se realmente dependesse dela, Nymphadora provavelmente teria morrido, mas o destino estava adorando provocar as pessoas naquela noite. Rodolphus, ao contrário de Bellatrix, foi atingido por alguém que ele não reconheceu e que vinha lutando com Nicky. Ao ser atingido, o Comensal da Morte caiu da vassoura e, além de desequilibrar Bellatrix – que teve que se segurar fortemente na vassoura para não cair. – e enlouquecer de ódio, porque ela sabia o que tinha que fazer: deixar Nymphadora ir e salvar Rodolphus, era seu parceiro, sua obrigação salvar o idiota estuporado.
Bellatrix nunca na vida sentiu-se tão irritada com algo que foi obrigada a fazer. O filho da mãe veria uma coisa assim que acordasse. Quem ele pensava que era pra atrapalhá-la.
A morena deu um mergulho com a vassoura e, com a varinha, fez Rodolphus flutuar. Ela não poderia parar para acordá-lo ali, ela seria obrigada a levá-lo de volta à Mansão Malfoy. Ele podia torcer pra demorar a acordar, porque ela o mataria.
Mansão Malfoy
Bellatrix não se incomodou em tentar acordar Rodolphus assim que chegaram à Mansão. Ela o jogou em um canto, irritadíssima, ainda mais com os malditos risos de Lucius Malfoy face àquela ridícula condição da cunhada.
- A Lady das Trevas atrapalhada por um simples Comensal da Morte. O ex-marido ainda! É muito azar, Bella!
- Cala a boca, Lucius! Ou eu juro que te faço engolir sua varinha! Ah, é, você não tem uma pra engolir. Parece que nem seu filho ter matado Dumbledore te limpou com o Lorde, tem feito muita bobagem ultimamente, não acha? – ela arqueou a sobrancelha. – Bom, tem a mesma sorte com o Lorde que Rodolphus terá comigo quando estiver consciente.
Rodolphus estava voltando à consciência e, ao ouvir a declaração de morte, preferiu fingir que continuava inconsciente. É claro que eles ouviram um barulho e Bellatrix não comprou o fingimento. Ela se levantou de seu lugar e foi até ele.
A morena abaixou-se, quase encostando o rosto em Rodolphus – que estava deitado no divã. Ela não pôde ouvir o barulho daqueles que entravam na casa e se aproximavam deles. Todos os Comensais estavam voltando, contudo, não eram os Comensais que importavam: era o líder.
- Acha que pode me enganar se fingindo de morto como um cachorrinho, Rodolphus? – ela perguntou, próxima ao rosto dele, deixando Lord Voldemort com um visão de camarote da cena desnecessária.
O Lorde respirou fundo, sentindo as vestes se apertarem contra o pescoço. Ele podia ter chegado dois minutos depois, podia ir dormir sem ver aquela cena desprezível. Bellatrix tão próxima dele fez seu estomago se revirar e seu sangue ferver. Ele pirragueou.
Bellatrix olhou por cima do ombro e achou que seu sangue tinha congelado em suas veias, aquele definitivamente não era o seu dia. Por que Voldemort tinha que ter chegado bem naquela hora, por Merlin?
Rodolphus Lestrange se levantou, parecendo bastante afetado por ter sido estuporado recentemente. Ele não sabia se preferia continuar desmaiado ou ter que enfrentar os olhares insuportavelmente fatais para ele.
Finalmente na Mansão Slytherin, Bellatrix acompanhou Voldemort até o escritório, a expressão dele se mantinha séria, fria. Ele mal olhara para ela desde que haviam partido atrás de Potter, ou dos sete Potters.
- Seria adorável se você me dissesse por que tem me ignorado nas últimas duas horas, não acha? - soltou Bellatrix, um tanto sem pensar, parada na porta do escritório, fazendo-o girar nos calcanhares e a encarar severo.
Voldemort aproximou-se dela, encarando a mulher de forma que ele a fazia se sentir nua. No pior dos sentidos possíveis, era como se ele pudesse enxergar sua alma e ela sabia: ele podia.
- Na verdade é bastante óbvio: estávamos em uma missão. Fim. – ele se afastou novamente. – Além disso, não falar com você não significa que a estou ignorando, afinal, o que menos fazemos é conversar e na maioria das vezes isso não parece te incomodar. – ele deu um sorrisinho sarcástico. – Pelo contrário.
- Ouch. – ela arqueou a sobrancelha. – Doeria se a comparação fizesse sentido, mas não faz. C’mon, em uma situação nem nos olhamos e na outra temos nossas mãos e outras coisas no corpo do outro, quer dizer... Bem parecido, não?
- Situações diferentes, ambientes diferentes. E não olhar para você parece que era uma habilidade que somente eu, logo eu, tinha na noite de hoje. Talvez Rodolphus tenha caído da vassoura por isso. – atacou Voldemort. – E talvez tenha sido por isso que eu evitei cometer esta burrice que seria olhar para você.
Bellatrix paralisou por um momento: Estaria Rodolphus certo? Aquilo era o que parecia? As notas de ciúme que ela captou na voz dele eram reais? Merlin, ela devia ter bebido algo... Ou ele. Bellatrix não pôde evitar um sorriso presunçoso que se formou no canto de seus lábios. Ela estava começando a ser capaz de provocar ciúmes nele. No próprio Lorde das Trevas, aquele que pode ter quem quiser no mundo. E isso fazia o ego já inflado dela só aumentar.
- Situações diferentes, ambientes diferentes. Lá fora, aqueles pobres idiotas podem apenas olhar e quem sabe imaginar. Aqui dentro, você, no entanto... – Bellatrix tocou o peito dele, subindo e descendo as unhas por cima das vestes – Pode ir muito além do olhar... Do imaginar. – ela mordeu os lábios. – É só querer...
Com metade da sensualidade e do desejo contidos no olhar que ela dirigira a ele, todos os Comensais que a comeram com os olhos naquela noite teriam sido felizes pela vida toda. Ele, contudo, sorriu tão presunçoso quanto ela fizera segundos antes.
- E, sim, eu lhe deixarei saber quando eu quiser. No momento... – Voldemort rapidamente roçou os lábios nos dela e deu alguns passos para trás. – Eu desejo saber é como Potter quebrou a varinha de Lucius e acho que você deveria tentar saber como sua sobrinha ainda está viva.
Bellatrix sentiu como se tivesse tomado um tapa na cara. Ela pareceu engolir seco e andou para fora do escritório, aquela atitude dele era no mínimo estranha, nunca pensou que ele a trataria daquela maneira tão seca, grossa. Talvez Rodolphus estivesse certo, quem sabe ele realmente estava com ciúmes dela.
- Pare, Bellatrix. No que diabos está pensando? – disse a mulher para si mesma, enquanto ia em direção a seu quarto, descansar um pouco. – Tenho que me afastar de Rodolphus, ou ficarei tão idiota quanto ele, por Slytherin. – ela balançou a cabeça e respirou fundo, notando um arranhão em seu braço decorrente da batalha aérea com Tonks.
Bellatrix riu amarga ao lembrar que por alguns milímetros ela não acabou com a mestiça nojenta. Se Rodolphus não tivesse se deixado atingir, sua adorável sobrinha estaria morta e ela sem problemas com Voldemort. Ela não cumprira a missão mais uma vez, o que diabos estava acontecendo com ela? Ela não era assim, ela era a melhor das Comensais da Morte, a Lady das Trevas, então por que errava com tanta freqüência agora? Seria algum tipo de maldição ou apenas o destino se divertindo às custas dela? Fosse qual fosse a resposta, a irritava.
Chegou ao quarto e arrancou a capa, maldita capa, que fora praticamente obrigada a usar. Revirou os olhos frente às lembranças daquela noite horrorosa. Jogou-se com roupa e tudo na cama, querendo descansar, mas sem ânimo para retirar as botas. Nem ligou para o arranhão que há pouco notara. Fisicamente, mentalmente, tudo depois da conversa, ou melhor, discussão educada que tivera com Voldemort – que pendera mais para um fora monumental da parte dele.
Dizem que as mulheres são as complicadas, mas quando estamos falando de Lord Voldemort, nada é superficial ou simples. São camadas e mais camadas para se tentar entender. Na verdade, nem ele se entendia direito.
Assim que a morena deixara o escritório, ele perdera toda a concentração que tentara reunir para fazer tudo o que queria, aquela maldita povoava seus pensamentos como uma doença, uma praga incurável. Flashes daquela noite, dos olhares ao redor dela, de como ela brincava com Rodolphus, da proximidade que ambos haviam dividido quando ele chegara à mansão Malfoy, invadiam seu pensamento como um tornado de informações que o tiravam do sério. Quando diabos iam entender que ela era dele? Era tão difícil assim? Ele precisaria ser mais especifico com os Comensais?
Voldemort não controlou um ímpeto de ódio e socou a mesa abaixo de si, precisava se acalmar, mas os ferimentos que se abriram nos nós de seus dedos não ajudavam muito nisso. Ele não agüentaria ficar ali, saiu a passos largos e subiu as escadas em direção ao quarto. A idéia era se acalmar, mas a visão que teve assim que parou na porta não o ajudou.
Bellatrix, que finalmente conseguira forças para se levantar e trocar de roupa, estava de costas para ele, com os cabelos presos em um nó mal feito e já sem a camiseta que usara. No momento, vestida o sutiã, a calça e as botas. Os olhos de Voldemort percorreram desde a nuca dela à ponta do salto, lembrando porque enlouquecera tanto quando a vira naquela roupa. As curvas acentuadas pelo couro, a perfeita proporção do corpo daquela mulher eram por si só uma loucura.
Ele entrou silenciosamente no quarto, abrindo os botões superiores de sua camisa, como um felino espreitando a indefesa presa – ou não tão indefesa neste caso. Ela não o ouvira, ainda não notara que ele estava ali, mas ele a via e já entrecortava a respiração na ânsia de possuí-la, mostrar a ela quem era seu dono, seu mestre, aquele cujo nome ela gritava em êxtase.
A morena sobressaltou-se quando sentiu os lábios dele forçaram-se fortemente em seu pescoço, seu corpo encaixar-se abruptamente contra o dela quando a abraçou por trás. Os braços dele fecharam-se firmemente com sua cintura, seu corpo adaptando-se ao dele, suas nádegas encostadas exatamente sobre a já presente ereção dele.
- Agora quer...? – ela sussurrou enquanto ele sedento atacava seu pescoço com beijos agressivos e mordidas.
Voldemort apertou as mãos contra a cintura dela e as deslizou até que uma chegasse ao sutiã dela, massageando seus seios por cima do pano ainda. Ela esperava uma resposta verbal, mas aquela fora muito melhor.
- Possuir-te? Ah, minha cara, eu sempre quero. Sabes disso. Por isso me provoca mesmo quando estou ocupado. Bella, tens sido tão má ultimamente... – disse contra o lóbulo da orelha dela, chupando-o ao final da frase. Ele sentiu Bellatrix tremer em seus braços e sorriu para si mesmo. – Essa calça malditamente desconcentrante, por exemplo... – ele segurou o zíper da calça e o abriu de uma vez.
Bellatrix segurou nas mãos dele, impedindo que ele descesse sua calça e inclinou seu corpo até o chão, aumentando o contato entre suas nádegas e o membro dele, obrigando Voldemort a engolir um gemido, para abrir as botas. Mal havia descido do salto quando foi puxada para colar o corpo no dele novamente.
- Quem pensa que é para me provocar tão claramente? – perguntou o Lorde, descendo a calça dela. – Já não acha que o fez suficientemente por hoje? Não percebe que eu estou no comando? – assim que a calça estava bem longe do corpo dela, ele subiu os dedos até os lábios dela, circundando-os até que elas o entreabrisse o suficiente para que ele os enfiasse dentro de sua boca. Dois dedos que ela umedeceu com toda a atenção que sua língua pudesse proporcionar.
Quando os dedos úmidos de Voldemort saíram da boca dela, percorrendo as curvas do belo corpo de Bellatrix desde o colo até a virilha, ela já podia sentir toda a umidade que se fazia presente entre suas pernas e ele ainda iria torturá-la. Tocou o clitóris dela ainda por cima da fina e calcinha e a fez gemer longamente. Movimentou seus dedos sobre o pano, segurando Bellatrix para que ela não se contorcesse. Ela já sucumbia em seus braços, mal respirando satisfatoriamente; deitou a cabeça em seu ombro, ofegando e revirando os olhos, tão molhada que o tecido da calcinha não era suficiente para deixar seus dedos secos.
Bellatrix rebolava contra seus dedos e, ao mesmo, tempo, seu pênis e ele já sentia-se pulsar desconfortavelmente nas calças, mas ainda não era tempo. Ele a deixaria disfrutar por mais tempo. Ela colocou o braço pra trás e agarrou seus cabelos , aproximando seus lábios dos dele, respirando sem ritmo, sedenta pelos lábios do Lorde, ele sabia da necessidade dela, mas não a atenderia naquele momento. Ele deslizou para dentro da calcinha os dedos, tocando o clitóris dela sem nenhum empecilho, ela praticamente gritou em seus braços, ele fingiu que ia penetrá-la com os dedos, mas apenas brincou com eles na entrada, torturando-a.
- Please... – ela quase implorou.
O desejo dele apenas aumentou com o pedido dela, feito olhos nos olhos, carregado da mais pura luxuria. Ele voltou a mergulhar o rosto no pescoço dela, dando mais uma mordida, desta vez forte, ao mesmo tempo em que aumentava os movimentos no clitóris dela. Ela gritou, dor misturada com o mais absoluto prazer. Ele, no entanto, não a deixaria ter um orgasmo, o primeiro da noite, apenas com alguns carinhos, ele queria o conjunto completo. Tirou os dedos da calcinha dela, recebendo um gemido de desapontamento.
- Calma, Bellinha, eu vou cuidar muito bem de você. – passou as costas da mão sobre o rosto dela enquanto a posicionava-se de frente pra cama, ainda de costas pra ele. Empurrou a parte superior do corpo dela até que suas mãos se encostassem ao colchão. Ele apoiou as mãos ao lado das dela e debruçou-se sobre ela.
Fez uma trilha de beijos e carícias pelas costas dela, deixado marcas de sua ferocidade. Tinha total controle da situação e assim manteria aquela transa. Ela implorando por ele, ele, misericordioso, concedendo.
Abriu o zíper e a ouviu gemer. Naquela posição, a bunda dela ficava a sua total visão e disposição e ela, completamente submissa. Espalmou a mão com força na nádega esquerda de Bellatrix e ela gemeu profundamente, não de dor, de prazer. Ele puxou o cabelo dela e inclinou seu corpo para falar em seu ouvido.
- Você adora apanhar como uma vadia, não é, Bella? – ela só gemeu e nada respondeu. – Responde. – ele puxou mais as madeixas negras.
- Sim. - ela virou o rosto e o viu por cima do ombro. Devassa como nunca. - Bate. Mas bate como homem! – mais um tapa na bunda a fez se contorcer.
- Agora você quer que eu entre em você e te faça gritar como uma prostituta... Certo? – ela assentiu. – Pede. Eu quero ouvir. Implora pra eu te enlouquecer.
- Me come. – ela foi mais direta do que ele pensava, mas a umidade entre as pernas dela explicava aquilo. Ela precisava. – Até eu gritar como uma prostituta, ficar sem voz de tanto gritar seu nome.
Voldemort tirou o membro das calças, pulsante em suas mãos e o posicionou na entrada da vagina dela. Sexo vaginal por trás, algo que eles nunca tinham feito e que era muito interessante, ele a penetrou e a sensação daquela novidade foi completamente diferente. Para ambos. O corpo dela indo de encontro à bunda dela, a mão dele livre para brincar com o clitóris dela ao mesmo tempo em que a penetrava, sensações novas demais. Ele a segurou pelo cabelo e inclinou o corpo para lamber-lhe o pescoço mais uma vez antes de começar a se movimentar. Ela estava tão molhada que ele não encontrava resistência. Ele gostava de dominar, mas nada se comparava ao quanto que ela gostava de ser dominada.
Bellatrix rebolou contra o membro dele, pulsante dentro dela, suas paredes internas já se contraiam ao redor dele e ela não duraria muito mais tempo sã. Ele aumentava o ritmo e ela não sabia como se agüentaria em seus braços quando o orgasmo chegasse.
Ele, que a segurava pelo quadril, voltou a apoiar-se na cama como ela, tendo o ouvido da mulher à sua disposição.
- Gosta que eu te coma assim? Te invadindo sem dó nem piedade? – ele estocou mais forte e ela revirou os olhos, fazendo menção de tocar o clitóris, mas ele não deixou e fez isso por ela. A penetrava e masturbava ao mesmo tempo, ele percebia que ela se segurava.
- Goza pra mim, Bella... Grita bastante, vai, grita meu nome o quanto quiser...
- Milorde, eu...Eu...Hum... Não dá... Mais....
- Eu já disse, vem pra mim... - ele brincou com o clitóris dela e ela gritou de prazer, olhou para ele e sorriu.
- Milorde.... – ela gemeu o nome dele. – Milorde.... – gemeu mais alto e agudo a cada segundo, até que gritou o nome dele, ou o titulo, como desejado e teve que ser segurada por ele para não cair na cama. Voldemort relaxou, agora que ela chegara lá primeiro, e deixou-se tomar pela prazer. Ele gemeu forte e gozou dentro dela, soltando-a e caindo os dois com metade do corpo na cama e os joelhos no chão. Eles se arrastaram para a cama, esperando se recuperarem do orgasmo. Ele deitado por cima dela.
Voldemort agarrou o rosto dela, o virou para si e a beijou com intensidade e paixão, também com raiva e possessividade, ciúme escondido, todos os sentimentos misturados que ela causava nele. Bellatrix se agarrou nos cabelos dele, matando a vontade de beijá-lo que mantinha desde a chegada na casa.
- Você me enlouquece. – confessou ele. – Literalmente. – tomou o pescoço dela de beijos novamente. – E é minha, espero que você e todos saibam disso. – ele a virou de frente para si. Bellatrix sorriu, tomando os lábios entre os dentes, não acreditando na confissão dele. – Toda minha, só minha, cada curva, cada fio de cabelo, entendeu?
- Entendo e adoro. Quem mais poderia fazer isso comigo, me deixar nesse estado? – foi a vez dela de mordê-lo. – Só o meu Lorde tem essa capacidade.
Voldemort subitamente rasgou o sutiã dela, única peça remanescente, e deleitou-se nos seios dela, com as mãos, os lábios, ouvindo mais gemidos da parte dela, sentindo mais rebolados, eles estavam apenas começando. Foi a vez dela puxá-lo para um beijo na boca, sedenta por mais do gosto dele.
- Nunca te enlouquecerei como me enlouquece....- sussurrou ela. – Nunca... Sou louca por você, é o único que desejo, o único que já me satisfez completamente... Não sei o que será de mim se perde-lo.
- Não irá. Simples. – ele voltou com as caricias e ouviu um suspiro dela devido ao que acabara de ouvir. Ele a queria tanto quanto ela a ele e seu animo para recomeçar era maior ainda.
Dias depois
- O quão longe estamos de tomar o Ministério, Yaxley? – a pergunta foi protagonizada por Bellatrix, não em uma reunião, mas num jantar na Mansão Malfoy, oferecido por Narcissa a Voldemort. Mesmo com o prestígio de Draco, a loira sabia como agradar aos outros.
Yaxley pousou os talheres na mesa e bebeu um pouco de vinho, um sorriso formando-se no canto de seus lábios. Bellatrix e Voldemort se entreolharam, a mão dela suavemente colocada sobre a dele na mesa.
- Divido a mesma curiosidade de minha mulher, Yaxley, e confesso que a demora começa a me incomodar. – Voldemort, sentado à cabeceira da mesa, olhou Yaxley fixamente, um pouco irritado com a falta de resposta do Comensal.
- Milorde... Milady... – ele olhou de Voldemort para Bellatrix. – Não se preocupem, ainda esta noite, o Ministério da Magia estará em nossas mãos.
Naquele momento a expressão provocativa de Yaxley fez algum sentido. Ele havia preparado uma surpresa para Voldemort, um presente, reservado para aquela noite, algo a ser entregue após o jantar.
- Inclusive, espero que Nagini não esteja por demais satisfeita. – Yaxley deu um risinho.
- Por quê? – perguntou Melinda, colocada ao lado esquerdo de Voldemort. – Nosso animalzinho de estimação também ganhará um lanchinho? – ela arqueou a sobrancelha e colocou mais um pouco do pato na boca.
Risos altos ecoaram na sala, incluindo os de Voldemort, que também voltara a comer, parecendo mais do que satisfeito com as boas notícias.
- Quem sabe, princesa. – Yaxley bebeu mais vinho dos elfos e ergueu a taça. – Ao mais novo ministro da magia, o Lorde das Trevas.
- Ao Lorde das Trevas! – os Comensais bradaram todos juntos, levantando suas taças.
Bellatrix olhou para Voldemort pelo canto do olho, mais satisfeita e encantada do que ele mesmo demonstrava estar. Ele queria um reino, ele o tinha finalmente. Voldemort apertou a mão dela e a trouxe para perto de seus lábios, beijando-lhe o dorso.
- Como se sente sendo a Primeira-Dama, Bella? – brincou Rodolphus, já rindo. – Lady das Trevas, Primeira-Dama, o que mais falta? Rainha?
- Na verdade... – interrompeu Voldemort. – Ela não será a Primeira-Dama, pois eu não serei o Ministro da Magia.
Murmúrios de dúvida e incompreensão percorreram a sala de jantar dos Malfoy e expressões confusas percorreram todas as faces ali presentes: Ele queria o Ministério, mas não se tornaria o Ministro?
- I’m sorry, my lord? Como é?
- Isso mesmo, Yaxley, incumbirei nosso amigo Pio Thicknesse desta tarefa burocrática, ele está sob nosso controle afinal. Não precisarei encarar toda essa chatice de controlar o Ministério. Tenho subordinados para isso. Se Pio foi esperto o bastante para quase causar problemas a mim com aquela maldita barreira de feitiços, pode fazê-los contra os trouxas e sangues-ruins melhor ainda. Não poderia haver melhor Ministro.
Os murmúrios de confusão anteriores tornaram-se murmúrios de compreensão. Fazia sentido, Voldemort pularia a parte chata, por assim dizer.
- De fato, milorde tem coisas mais interessantes com o que se ocupar. – comentou McNair.
- É, de fato ele tem. – concordou Bellatrix, a concordância carregada de duplo sentido.
Ninguém na mesa ousou comentar a frase dela, apenas alguns risinhos escondidos e olhares maliciosos povoaram aquela sala, tudo na mais absoluta discrição. Voldemort estava de bom humor, mas... Ninguém podia prevê-lo.
- À uma nova era que começa esta noite, a era de Lord Voldemort! – foi a vez de Bellatrix levantar a taça. A menção do nome dele pareceu incomodar os Comensais da Morte, mas ela não tinha medo de dizer o nome dele e nem seria punida por fazê-lo. Bellatrix tilintou sua taça na de Voldemort e bebeu, sendo acompanhada pelos outros. – Saúde. – ela bebeu o vinho.
Muitos ali ainda permaneciam curiosos com a menção de Nagini feita por Yaxley. O que ele quisera dizer com aquilo? Somente o tempo poderia dizer e eles esperariam, pois a curiosidade é uma das piores fraquezas do homem.
Após o jantar, eles continuaram na Mansão Malfoy, esperando por notícias vindas do Ministério. Mas, se Yaxley estava ali, quem diabos estava tomando o Ministério?
- Somente uma pergunta, Yaxley, quem está tomando o Ministério neste momento?
- Outros Comensais de menor patente, milorde, estão cuidando de auxiliar nosso amigo Thicknesse. Ele tem permissão para entrar no gabinete do Ministro, portanto, acesso direto a ele. Os outros o auxiliam e tomam outras partes do Ministério...
- Então, mandou Thicknesse matar o Ministro... Bom, muito bom... Faz ainda mais sentido que ele tome o lugar dele, justo. Bom trabalho, Yaxley.
- Madame Malfoy... – um elfo entrou na sala, interrompendo a todos, olhando para o chão. – Tem um convidado aí querendo falar com a senhora. Thicknesse, o senhor Thicknesse.
- Mande-o entrar logo! – Narcissa quase gritou, de tão curiosa que estava para saber o que diabos havia acontecido naquele Ministério.
Thicknesse entrou, parecendo dopado por algo que certamente era a Imperius. Seus olhos estavam um pouco nebulosos e ele parecia um robô.
- Milorde. – ele se curvou. – Trago boas notícias. – Thicknesse trazia uma caixa em sua mão. O presente de Yaxley. – E um presente...
- Aproxime-se, Pio.
O homem se aproximou, segurando a caixa e colocou-a na frente de Voldemort. O Lorde observou a caixa e decidiu abri-la, ver o que havia dentro. Pegou a varinha nas vestes e apontou para a tampa da caixa. Seus seguidores ali presentes amontoaram-se querendo ver o que havia lá dentro, devia ser algo muito bom para tanto mistério. A tampa saiu.
- Por Merlin! – exclamou Bellatrix, sorrindo sádica.
- Espero que lhe agrade, milorde. – disse Yaxley, com o mesmo sorriso de Bellatrix.
Voldemort era o mais sádico deles e seus olhos brilhavam em felicidade. Gostar? Ele adorara aquilo. Os outros ainda não entendiam porque aquela cara do Lorde, até que ele apontou a varinha para a caixa e fez o presente levitar. Era... A cabeça de Rufo Scrimgeour.
Narcissa Malfoy colocou a mão sobre os lábios, como se fosse vomitar e Melinda riu com vontade, enquanto os outros se paralisaram em completo choque, mesmo para eles era um presente um tanto pitoresco.
- Isto é... – indagou Draco, que não sabia se sentia nojo ou choque.
- O símbolo da nossa vitória, Draco, mas sua mãe não precisa se preocupar... Não vou empalhá-la e colocar na sala... Não vale tanto assim... Obrigado pelo presente, Yaxley, Pio, mas... Creio que conheço quem o aproveitará melhor. – disse Voldemort, ainda ensandecido pelo presente, os olhos em chamas de satisfação.
Os lábios do Lorde se curvaram e silvos começaram a sair, silvos entendidos apenas por Melinda, mas mesmo sem entender o que ele dizia, todos sabiam o que ele estava fazendo. Nagini arrastou-se até eles abrindo caminho entre os móveis e os pés dos Comensais.
- Nagini...Espero que esteja com fome...
- Sim, Tom... Estou...
- Ótimo. E já disse para não me chamar assim. Sei que está acostumada, mas me enoja.
- Como preferir... Agora, o que tem aí?
Voldemort movimentou a cabeça de Scrimgeour no ar e colocou-a a alguns metros acima de Nagini. A cobra entendeu o que devia fazer, o que ele queria que ela fizesse.
- Aproveite seu jantar, Nagini.
A cobra ergueu-se em súbito como uma naja e abocanhou a cabeça de Scrimgeour ainda no ar, voltando para o chão com um baque. A forma como ela a engolira enojou ainda mais Narcissa, mas causou diversão nos outros.
- Boa noite, Scrimgeour. – Voldemort pegou o absinto a seu lado e bebeu um pouco, em comemoração.
- Temos ainda mais um presente... – Thicknesse falou. – Um dos traidores Weasley está se casando esta noite, uma festa imensa foi dada e pensamos que...
- Potter estará lá, milorde, por isto, mandamos alguns Comensais irem fazer uma visitinha à festa assim que a noticia sobre a morte do Ministro se espalhar e, se conseguirem encontrá-lo, escoltar o garoto até aqui... Devem estar indo para lá agora.
- Festa? Com traidores e sangues-ruins? O que diabos estamos fazendo aqui e não nos divertindo? – perguntou Bellatrix, parecendo indignada. – Não ouse guardar a diversão apenas para si, Yaxley!
- Bella tem razão. – Voldemort levantou-se da cadeira. – Devemos nos juntar a eles.
- E por isso é uma pena que Gabrielle não esteja aqui... – comentou Melinda. – Ela se divertiria loucamente.
- Ela e Snape já estão se divertindo, princesa, não se preocupe. – riu Yaxley.
- Mas nós ainda não estamos, então devemos nos apressar para não perder o melhor da festa. – completou Voldemort.
Os outros presentes se levantaram e o seguiram até a porta: Eles tinham um casamento para destruir.
A aparição Comensal não pareceu tão repentina e surpreendente como nos planos: alguém os havia avisado. Mesmo assim, o temor, confusão e desespero não deixaram de existir: ao mais ínfimo sinal dos Comensais da Morte, gritos explodiram na tenda onde o casamento ocorria, a noiva, por exemplo, correu para trás do noivo, procurando pela varinha escondida no vestido.
Começou a correria e duas frentes se formaram: Comensais e aqueles tolos o bastante para enfrentá-los – também conhecidos como Ordem da Fênix e Armada de Dumbledore.
- Onde está Potter? Entreguem-no e ninguém será ferido... – tentou Yaxley, sendo que naquele momento Voldemort ainda não tinha sido visto.
Remus Lupin e Nymphadora Tonks colocaram-se à frente do grupo encarando os Comensais firmemente.
- Harry não está aqui e, se estivesse, nunca o entregaríamos. – disse o lobisomem, ganhando gritos de concordância de todos atrás de si.
- Antes teriam que passar por cima de todos nós. – complementou Nymphadora.
Uma voz destacou-se no meio da multidão de Comensais da Morte, cruel, sarcástica, fria como uma lâmina.
- Ah! Pensei que vocês deveriam se divertir hoje, priminha, mas já que insiste... – Melinda apareceu para os membros da Ordem, abrindo caminho por entre os Comensais.
A jovem notou um pequeno passo para trás dos mais jovens convidados do casamento, aqueles que a haviam visto matar a irmã em Hogwarts. Nymphadora, no entanto, não moveu um músculo.
- E o que você pretende fazer, criança? – zombou Nymphadora. – Porque não tenho medo de você!
A expressão de Melinda era a de quem engolira algo muito amargo, tão amargo que ela mal conseguia disfarçar. Nymphadora não tinha ideia do monstro que havia acordado.
- Ah, mas você devia, Nymphie... Sou capaz de muito mais do que apenas virar a sua irmãzinha contra você... É uma pena que outra pessoa já tenha assinado a sua sentença de morte... - Melinda pareceu realmente desapontada.
- Quem? Sua mamãe? Onde está ela afinal? Servindo de prostituta de luxo pro doente do seu pai enquanto você arrisca seu pescocinho de Princesinha das Trevas?
Melinda tirou a varinha das vestes e os ânimos se exaltaram bruscamente: todos os presentes tiraram suas varinhas e apontaram aos inimigos.
- Cuidado com o que diz, sobrinha, Andrômeda poderia ficar chocada! Logo ela que te criou tão bem! – foi a vez de Bellatrix se revelar à Ordem, fingindo-se de chocada. – E eu... Muito irritada. – ela mudou de expressão, claramente com chamas percorrendo os olhos.
Nymphadora teve um leve espasmos de receio: provocar Bellatrix não era uma ideia muito boa – pelo menos não depois da ânsia de mata-la que a tia demonstrara no dia do transporte de Harry.
- Impressionante como estes tolos além de ignorarem nosso poder ainda tentam nos provocar. – uma terceira voz surgiu, causando sorrisos em Bellatrix, em Melinda e nos Comensais. O dono dela causou gritos de terror ao se revelar.
Ninguém acreditava que o próprio Lord Voldemort estava ali, ficar a poucos metros dele era aterrorizantes para muitos que nunca haviam tido tal experiência.
- Contudo, não estão mentindo. Potter não está aqui... Portanto, não teremos de passar por cima de ninguém... Devemos deixa-los continuar a celebração... – houve uma pausa e murmúrios descontentes de Comensais. – Ou não. – a felicidade voltou aos Comensais. – A nossa diversão vem primeiro.
Voldemort pegou rapidamente a varinha e destruiu a lâmpada central da tenda: a festa acabara de começar. Feitiços voaram por todos os lados, Bellatrix foi no rastro de Nymphadora, acertando-a de imediato com um feitiço cortante no braço. Elas formaram a única dupla fixa de duelos da noite. A vontade de acabar com a outra era forte demais para ser ignorada. Os outros, revezavam seus parceiros de luta.
Melinda trombou com a noiva e sorriu cruelmente ao vê-la. Lembrava-se de Fleur dos tempos de Beauxbatons e do torneio tribruxo em Hogwarts anos antes.
- Quanta decadência! Passar de mademoiselle Delacour para Senhor Weasley. Baixou bastante de nível, hein Delacour? – zombou Melinda. – Não tem parâmetros aceitáveis debaixo dessas madeixas loiras? – ela riu.
- Não existem níveis ou parâmetros para o amor, Zabini!
- Black. Enquanto você desceu de nível, eu subi, querida!
- Devo discordar!
- Casada com um Weasley, não esperava outra coisa.
As duas começaram a duelar quase histericamente, jogando sobre a outra uma chuva de feitiços. Fleur tentava passar alguma ideia de ameaça, mas naquele vestido de noiva era impossível.
- Que cara de má, francesinha! Eu não tenho medo de você só porque foi pro Torneio Tribruxo! Nem de nenhum dos outros campeões! Tenho um professor que pode acabar com os quatro. Ah, deixe-me ver: O bruxo mais poderoso que já existiu!
- O bruxo mais poderoso que já existiu foi Albus Dumbledore! – Gui entrou em defesa da esposa.
- Dumbledore está morto! Assassinado por um jovem que mal atingira a maioridade! Enquanto meu pai está destruindo o seu casamento!... Well, do the math: Dumbledore wasn’t that powerfull!
As provocações de Melinda aumentaram o ódio de Gui e Fleur e o casal veio com toda a sua força para cima dela. A jovem não tinha como atingir a ambos com um único feitiço, quer dizer, não teoricamente.
- Estupefaça! – Melinda atingiu Fleur, que caiu por cima da mesa, desmaiada. Gui foi atingido não externa, mas internamente: correu para ver como a esposa estava e foi atingido em seguida.
- Não sou má o bastante para matar os noivinhos em seu casamento... – Melinda disse para si mesma, rindo no final.
Ela localizou Draco, ele duelava com os gêmeos Weasley. Dois contra um? Que feio Weasleys! Nada justo. Ela foi se juntar ao namorado.
- Dois contra um é o nosso modo de fazer as coisas, não o de vocês! – disse em tom de bronca assim que se aproximou do duelo.
- Ui, a doninha precisa da namoradinha?! – Fred Weasley só teve tempo de terminar a frase, antes de ser estuporado por Draco.
- Dois de nós, um de vocês. – disse Draco a George Weasley. – Do jeito que eu gosto. – ele, Melinda e George começaram um novo duelo, mas o traidor do sangue não resistiu por muito mais tempo e foi derrubado.
Voldemort, naquele momento, apenas observava os duelos vendo ao longe alguns tentarem vir contra ele e os barrando ainda no caminho. Poucas pessoas importantes morreriam naquela noite, nenhum dos cabeças da ordem para ser exato. Somente os idiotas desimportantes. Era apenas um aviso aquela invasão. Bom, talvez Nymphadora Tonks morresse. Mas isso não aconteceria.
Ao notar o perigo que a esposa corria, Remus Lupin agarrou Tonks e aparatou com ela dali – em meio a protestos da mulher, que odiava fugir, ainda mais de Bellatrix Lestrange.
A Lady das Trevas gritou de ódio face à fuga da sobrinha. Maldita, maldita vadia. Ela podia correr, podia se esconder, mas estava com os dias contados.
- Covarde! – berrou para o ar, onde antes estivera Tonks.
- Eu sei... – Ela ouviu a voz de Voldemort atrás de si e tremeu um pouco por ter tido ele como platéia em sua ineficiente caça por Tonks. A vadia fugira e a colocara numa pequena situação, uma situação ruim. – Para proteger a mulher o lobisomem a transforma numa fujona. Trágico, ridículo. Aposto que sua sobrinha está se sentindo ultrajada neste momento. Contudo, você deve estar mais do que ultrajada com a fuga dela, presumo eu.
Bellatrix virou-se a ele, engolindo seco todo o ódio que pretendia soltar. Voldemort estava certo, mas não importava o quão ultrajada Tonks pudesse estar, a auror pagaria por suas ações e também pelas do marido. Lupin a desafiara ao tirar Tonks dali, podia amá-la, mas aquela era uma luta particular. Mais uma vez Voldemort estava certo: Sometimes love sucks.
- Ultrajada, enraivecida, louca de ódio e morrendo de sede por sangue. Não por qualquer, é claro, pelo sangue da auror nojenta que a Andrômeda cometeu o erro de trazer ao mundo. A maldita será minha ainda e eu vou acabar com ela pedacinho por pedacinho. – o ódio parecia pintar os lábios de Bellatrix a cada palavra, os olhos continham o mais puro brilho deste mesmo obscuro sentimento.
Os lábios de Voldemort curvaram-se num sorriso de aprovação e ele pegou um copo em cima da mesa, meio quebrado pela luta, e levantou um brinde às palavras da mulher, apenas erguendo o copo uma vez que beber daquele líquido poderia ser perigoso. Voltou o copo à mesa e aproximou-se de Bellatrix.
- Uma pena não poder brindar de verdade a esta inspiradora ameaça, pena maior ainda que sua sobrinha não a tenha ouvido... Ou não, afinal ela poderia se esconder mais e isto não é o que queremos. Só te peço uma coisa, Bella...
- O quê? – ela perguntou, enquanto ele colocava algumas mechas de seus cabelos quase carinhosamente atrás de sua orelha. – Ficarei imensamente feliz em atender seus pedidos, sabe disso... – completou enquanto a mão dele descia até sua nuca, embrenhando-se entre os cabelos daquela região.
- Quando for fazer sua sobrinha em pedaços... Acabar com ela aos poucos... – ela assentiu com os lábios presos entre os dentes, o rosto quase se encostando ao dele. – Convide-me. Eu adorarei presenciar tal espetáculo. – os lábios deles ficaram perigosamente próximos.
Perigosa, fatalmente. Dor, morte, sofrimento, luta, eram afrodisíacos para ambos, por isso eram o Lorde e a Lady das Trevas: o casal mais perfeito que poderia existir. Ao menos para os padrões deles, é claro, pois para os outros eles eram tudo menos perfeitos, ao menos separadamente, pois ninguém poderia negar que numa maneira homicida e psicopata eles eram perfeitos juntos.
Bellatrix encarou-o nos olhos, descendo às vezes o olhar para os lábios assim que notou a outra mão dele agarrando fortemente sua cintura. Agora ela estava presa, dominada por ele e tudo o que ela mais adorava era aquilo.
Um arrepio correu a espinha da Lady das Trevas quando seus lábios foram finalmente tomados por ele. Novamente dizendo, aquele local, a situação, era afrodisíaca demais para ela. Eles poderiam ser atingidos a qualquer momento, ao menos hipoteticamente.
Ela cravou as unhas nos ombros e no pescoço dele, ganhando um gemido de dor e prazer vindo dele. O beijo tornou-se mais intenso, as línguas lutando por espaço e pela maior exploração das bocas, uma briga sem nenhum vencedor. O beijo perfeito: apenas um empate entre ambas as partes pode demonstrar isto. Não apenas as línguas trabalhavam loucamente despudoradas, como também as mãos: percorriam os corpos, arrancando suspiros e gemidos por cada parte mais sensível que passavam, aumentando o tom errado e afrodisíaco daquele beijo. Era errado, sádico, sarcástico e deliciosamente magnífico.
Infelizmente, não foi a falta de ar que parou os dois, foi a necessidade de sobrevivência. Eles não seriam abatidos por ninguém, muito menos pelos Weasley. Ah, não apenas Voldemort mantivera-se atento, contudo sua Legilimência o deixara um passo a frente. Assim que quebrou o beijo jogou Bellatrix para trás de seu corpo e armou um escudo na frente dos dois, a tempo de barrar os feitiços de Molly e Arthur Weasley e depois de mais uns dois ex-aurores que os acompanhavam. Ex, pois em seu Ministério Voldemort não mais os deixaria entrar.
- Terão de fazer melhor, muito melhor para me bater, seus tolos. – zombou Voldemort. – Nem mesmo me tendo distraído conseguem me atingir? Ah, é porque por mais que pareça eu não me distraio seus idiotas. – os feitiços ainda tentavam atravessar a parede invisível.
- Sabe que agora eu estou realmente irritada... – começou Bellatrix, já com a varinha em punho, apoiando-se no ombro de Voldemort. – Vocês nos interromperam, sabia...? – ela passou a unha pelo rosto dele, causando um sorriso malicioso por parte do Lorde. – E nós estávamos nos divertindo tanto... – Bellatrix mordeu o lóbulo da orelha dele, percebendo claramente como ele segurou um gemido de prazer dentro de si, o arrepio, no entanto, não era fácil de esconder.
Molly Weasley pareceu enojada e ultrajada com a atitude de Bellatrix. Eles tinham cadáveres a seus pés, pessoas que haviam se aventurado a chegar perto de Voldemort. Parentes distantes, amigos de amigos, ninguém próximo, mas eram pessoas. Pessoas mortas.
- You are disgusting! – berrou Molly, mais uma vez avançando contra Bellatrix e Voldemort, sem sucesso em atingi-los. – vem ao casamento do meu filho, o destrói e ainda fica se agarrando com o monstro que você chama de amante em meio a cadáveres!
- Cadáveres? – Bellatrix pareceu confusa e olhou para o chão. – Oh, sim... Nossa, quantos traidores do sangue e sangues ruins! Uma pena que eu já não os tivesse visto, do contrário nossa brincadeirinha teria sido muito mais excitante... Sabe, a morte desses nojentos funcionaria com um afrodisíaco ainda maior. Por que não me contou que já abrira sua lista de mortes hoje? – perguntou, direcionando-se a Voldemort.
- Porque eu imaginava que seríamos interrompidos, minha querida, e não queria desapontá-la demais. Digo, deixá-la tão excitada e não poder chegar a satisfazê-la seria um ultraje! – ele entrou na brincadeira de Bellatrix. – Sabe... Esperar até chegar em casa te deixaria frustrada...
Molly Weasley pareceu ainda mais chocada, parecia que ia vomitar em face daquilo tudo que eles haviam dito. Estavam brincando com coisas sérias e a irritando profundamente, além do nojo que causavam nela...
- Vocês não têm respeito nem pelos mortos mesmo e...! – ela, foi, no entanto, interrompida.
- E o que te faz pensar que sairão daqui hoje? A barreirinha que colocou em volta de vocês dois? – provocou Arthur Weasley. – Pensei que fossem mais corajosos do que isso... Ou arrogantes já que subestimar os outros é mais do feitio de vocês...
Bellatrix riu gostosamente, chamando a atenção de muitos na festa, e adquiriu uma expressão incrédula no rosto. Sai de trás de Voldemort e colocou-se ao lado dele. Pousou as mãos na cintura e encarou o pequeno grupo à sua frente.
- Eu estou realmente ouvindo isto? É mesmo do desejo de vocês que retiremos esta barreira? – ela arqueou a sobrancelha. – Enfrentar-nos... Desejam realmente isto? Porque eu não estava planejando matar nenhum de vocês hoje... Tirando Tonks, é claro, mas a covarde fugiu...
- My Darling Bella... Sabes como a coragem confunde-se com a burrice. Mas já que estragamos o casamento do filho deles e precisamos de diversão... Que tal atendermos ao pedido destas pobres criaturas? Querem nos enfrentar? Que tal deixar-mos que o façam? – Voldemort pegou a mão de Bellatrix e beijou-lhe o dorso.
– Depois de sermos interrompidos de maneira tão brusca... Acho que merecemos um pouco de endorfina seja como ela for adquirida. Lutas liberam adrenalina, mas a vitoria libera endorfina e esta especifica será prazerosa demais...
Antes que os Weasley e seus amigos pudessem dizer qualquer coisa sobre como eles realmente os subestimavam, Voldemort destruiu a barreira ao redor de si e os atacou, derrubando o primeiro idiota ex-auror e o jogando do outro lado do salão. Bellatrix concentrou-se em atacar Molly Weasley e o segundo auror, enquanto Arthur ficava para Voldemort. A Sra. Weasley parecia realmente perturbada com o oponente dado a seu marido.
- O que foi traidora? Com medo de ficar viúva? Não se preocupe, não pretendemos matar vocês... Então o máximo que acontecerá é um de vocês sair daqui terrivelmente ferido... Trágico, porém, melhor numa maca do que num caixão, não acha? – provocou Bellatrix, rindo para si.
- Se não querem nos matar, o que fazem aqui? – perguntou o ex-auror.
- Precisávamos passar uma mensagem: Saiam do nosso caminho, vocês perderam. Fim. Aceitem ou, na próxima, morram. – ela sorriu em meio aos feitiços que não a alcançavam e aos que lançava. - Poderíamos mandar uma coruja, mas estávamos entediados em casa...
- Mortalmente entediados. – Voldemort juntou-se a Bellatrix no pequeno duelo, fazendo Molly Weasley olhar imediatamente para o lado. Arthur já estava no chão, desmaiado, certamente estuporado. Ou ela esperava que fosse isso e Bellatrix não estivesse blefando. Bom, ela saberia depois, pois sua distração foi suficiente para que fosse também derrubada por Bellatrix. Sua varinha voara longe e ela sentia bastante dor pela forma como fora jogada no chão pelo feitiço.
Voldemort havia terminado com o auror e se aproximou das duas, encarando a Weasley no chão, notando nos olhos dela o temor escondido por trás da pseudo-expressão de força dela.
- Lembre-se que viemos dar apenas um recado... – ele disse no ouvido de Bellatrix, abraçando-a pela cintura por trás.
Bellatrix encarou Molly, desejando matá-la, mas não podia. Divertir-se um pouquinho era tudo o que lhe era permitido naquele dia... O único membro importante da Ordem que estava autorizada a matar fugira e agora era o que lhe sobrava.
- Crucio. – ela sussurrou seu feitiço favorito e sentiu Voldemort sorrir contra seu pescoço.
Molly se contorceu como louca e gritou, nunca havia sentido tanta dor. Pensou imediatamente em Alice e Frank Longbottom e em tudo o que eles haviam sofrido. Era mais dor do que ela imaginava, era cortante, agoniante e eles suportaram sem abrir a boca, sem pedir por clemência, eram heróis de fato.
- Incrível como esses traidores mesmo em meio à dor tentam apegar-se a seus heróis...- disse Voldemort em alto e bom som antes de concentrar-se em atacar o pescoço de Bellatrix com beijos e mordidas – o que a desconcentrava um pouco, mas não que ela ligasse.
- Deixe-me adivinhar Weasley... Frank e Alice? Pensa em como eles sofreram em minhas mãos? Em como você não está recebendo nem um quinto do que eles receberam? – Bellatrix retirou o feitiço. – -É, perto de vocês eles são de fato dois heróis... E veja como heróis acabam: num hospício. Pro resto da vida... – ela soltou-se de Voldemort e agachou-se ao lado de Molly. – Agora os vilões... Onde acabam? Em suas Mansões e com o Ministério em suas mãos... Rindo dos heróis e heroínas que tentaram se colocar em seu caminho. Entende o recado? Nós temos finais felizes sua tola, não vocês. Espero que percebam isto a tempo... E por “a tempo” quero dizer antes que acabem todos mortos e, saiba, eu adoraria fazer isso. – ela segurou Molly pelo pescoço e colocou sua varinha na cabeça dela. – Mas não hoje. Estupefaça!
Bellatrix se levantou com a ajuda de Voldemort e largou o corpo inconsciente a seus pés. Olhou a seu redor e viu que poucos ainda lutavam, a maioria dos convidados fugira ou fora arrastado dali. Apenas a Ordem, alguns ex-aurores imbecis que queriam capturar Voldemort e os maiores de idade pertencentes à antiga AD permaneceram. Muitos já estavam no chão. Nenhum Comensal pertencia ao grupo dos que estavam caídos no chão. Qualidade versus quantidade... Como era típico naquele tipo de caso, qualidade venceu. E quando todos estavam derrotados o recado havia sido dado: Eles estavam no comando e colocar-se contra o novo regime seria muito perigoso para quem o fizesse e todos a sua volta. Proteger Potter então, pior ainda.
O cenário era desolador, ou seria para pessoas ‘normais’, contudo eles eram Comensais da Morte, seus padrões eram completamente diferentes. Aquele cenário era inspirador, quase poético. Poder era a droga de todos ali, um vício interminável e urgente.
A vitória fora consumada, tudo o que eles precisavam fazer era celebrar a perfeita destruição da celebração alheia. Uma festa acabava, outra começava. Era assim que funcionava a balança daquela guerra.
Mansão Malfoy
A base de todas as missões, mas também a sede das celebrações se tornara a mansão dos Malfoy. Nada mais justo, sede na festa e na luta. Também porque Voldemort não estava com humor suficiente para permitir que lotassem sua nova casa.
Muitas rodadas de uísque de fogo e absinto foram as regaram a pequena comemoração Comensal no salão dos Malfoy. As pessoas já estavam no ponto de falarem muito mais do que deviam. A coragem e estupidez se misturavam facilmente.
- A verdade, Bellatrix, é: você acha que é muito má e tal, que faz muitas coisas ruins e o cacete, mas... – levantou-se McNair, bem mais dotado de nível alcoólico no sangue do que o saudável. – Mas... somos nós que queremos fazer coisas ruins, muito ruins, com você. Não porque você é uma vadia egoísta e metida, o que é uma puta verdade, mas porque você é uma vadia egoísta e metida muito da gostosa, sabia? – ele virou mais uísque e perdeu a cara de dor que Bellatrix fez. – Você e a pirralha da sua filha. Duas vadias egoístas, metidas, mas gostosas pra caralho...
- E que podem chutar o seu traseiro facilmente, McNair, não se esqueça disso. – respondeu Bellatrix, simplesmente entediada, tomando mais do absinto em suas mãos. – E que, ah, estão acompanhadas nesta sala, o que pode acabar mal para você.
- Principalmente no seu caso, né, já que tem o Lorde, o Lestrange e o Malfoy presentes para quebrar a minha cara por falar de forma tão rude sobre a mulher deles. – agora Mcnair soubera provocar, Bellatrix levantou-se e jogou o absinto na cara do Comensal, uma vez que foi segurada para não voar no pescoço dele.
- Bella, ele está bêbado! – argumentou Narcissa. – Está só te provocando e tentando provocar o Lorde, mas ao que parece você foi a atingida. Ignore!
Bellatrix se soltou de Narcissa e voltou a se sentar, enquanto McNair se recompunha do recente banho de absinto. Bellatrix riu amarga e rolou os olhos, ajeitando o vestido ao sentar-se e confortavelmente deitar a cabeça no ombro de Voldemort. Ela levantou os olhos para encontrar os dele.
- Acalme-se, faça como Narcissa disse, ignore McNair. Ele quer pegar no seu ponto fraco e está conseguindo... – sussurrou o Lorde, próximo ao rosto dela.
- Espere até esse covarde falar assim comigo sóbrio, ele sairá daqui em pedaços.
- Disto eu não duvido, minha cara. – as mãos dele apertaram a cintura dela e ele soltou uma risada. – mas como os ânimos estão se aumentando... penso que logo devemos nos retirar.
- E deixar a bomba para Narcissa, entendo... – foi a vez de Bellatrix rir.
- Exatamente o meu ponto. – Voldemort deu um beijo rápido nela e aproveitou o assunto para levantar-se, puxando-a consigo e anunciar que iria se retirar. Estava louco para sair dali e parar de ouvir tanta bobagem.
Melinda e Draco também aproveitaram para dizer que acompanhariam o Lorde e a Lady à Mansão Slytherin onde Draco já avisara que passaria uns dias. Voldemort e Bellatrix, contudo, foram primeiro, pois Narcissa segurou o filho um pouco mais.
Mansão Slytherin
Quase duas horas se passaram até que o jovem casal conseguiu finalmente se livrar de Narcissa Malfoy e ir até a Mansão Slytherin. Narcissa certamente temia pensar no que o filho faria morando numa casa cuja dona era Bellatrix. Mal sabia ela o quão preocupada devia estar.
- Finalmente livres. – disse Melinda, rodando de braços abertos assim que passaram pelas portas da Mansão.
- Ou não... – Draco apontou para o elfo logo atrás dela.
Melinda virou-se contrariada e viu o pequeno ser parado, esperando ordens. Ah, ela tinha esquecido como aquela vida era demais. Não que não tivesse elfos nos Zabini, mas agora sendo a Princesa das Trevas, tendo muito mais elfos e podendo mandar até nas pessoas, tudo tinha um gosto diferente. Ela sorriu, deixando o elfo completamente confuso.
- Leve as malas do Sr. Malfoy para o meu quarto e faça com quem ele tenha absolutamente tudo o que precisa e deseja. Ele será nosso hóspede nos próximos dias e, portanto, senhor de vocês neste período. Fui clara?
- Sim, Srta. Black. – o elfo curvou-se. – Sr. Malfoy será tratado como um de nossos senhores, entendido. – o pequeno ser pegou as malas e se dirigiu escadas acima.
- Para o seu quarto? Um tanto discreto, huh? – Draco arqueou a sobrancelha.
Melinda virou-se para ele, cruzando os braços na frente do corpo e arqueando a sobrancelha como ele mesmo fizera.
- Não se esqueça de onde nós estamos, querido... Discrição não é mais necessária, aqui não existem regras de comportamento, ou de pudor...- Melinda andou lentamente até chegar próxima a ele.
Draco sorriu extremamente malicioso com a aproximação e as palavras dela. Já ouvira coisas do tipo antes, mas era difícil acreditar. Sem regras, Merlin, Voldemort e Bellatrix deviam ser os melhores pais do mundo por um simples motivo: eles não se portavam como tal. Pelo menos não como a sociedade diz que pais devem ser.
- Sem regras? Hum, estou começando a gostar disso. Quer dizer então que podemos nos entregar à loucura, excessos e luxuria sem quaisquer retaliações? – brincou ele, apertando a cintura dela.
- Bebida, drogas, o que achar apropriado para si mesmo, mas a luxuria me atrai mais...
- Ah, a mim também... – Draco a puxou finalmente para um beijo, este já dominado pela atmosfera luxuriosa que os envolvia. Eles buscavam desesperadamente por descobrir mais e mais sobre o outro, decorar cada local do corpo do outro com as mãos ou os lábios.
Draco pegou Melinda no colo e andou até as escadas, subindo-as ainda aos beijos com ela. Era liberdade demais para que ele pudesse acreditar. Era como se estivessem sozinhos, mas não estavam.
No topo das escadas, eles encontraram Voldemort e Bellatrix e Draco congelou onde estava. Liberdade demais mesmo. Ele não sabia onde enfiar-se de vergonha. Voldemort e Bellatrix, no entanto, permaneceram impassíveis. Eles apenas deram um passo para atrás, abrindo passagem para o jovem casal.
- Divirtam-se, cuidarei para que não sejam incomodados por nenhum elfo. – disse Voldemort, como se fosse a coisa mais normal do mundo. E para ele, era.
Draco ainda não conseguia se mexer estava absolutamente congelado em seu lugar. Melinda ria descontroladamente em seu colo e Bellatrix os olhava desacreditada.
- Vamos, Draco, mova-se! Por que está parado como um dois de paus? Não deixe a coitada esperando aí no seu colo, vá logo para o quarto dar um pouco de diversão a vocês dois! – Bellatrix praticamente empurrou Draco para que ele desgrudasse do chão.
Draco estava pálido e chocado quando passou pela porta do quarto de Melinda com ela, ele mal podia acreditar no que acabara de acontecer no corredor. De longe, a situação mais constrangedora de toda a sua vida. Ele andou até a cama de Melinda e caiu sobre ela.
- Essa foi a situação mais absurda da história. – suspirou ele. – Sério. – reforçou ele quando ela começou a rir desesperadamente.
- Ai, uma hora você acostuma. Prometo... – ela emaranhou os dedos no cabelo dele e puxou o rosto do namorado para bem próximo do seu. – E por enquanto, eu prometo que vou te recompensar.
Draco deixou de lado a expressão chocada e desesperada e deixou a malícia tomar conta de suas feições enquanto observava a namorada trancar a porta com magia e silenciar o quarto. Sem quaisquer incômodos, eles estavam perfeitamente isolados do mundo. A antecipação já tomava conta do corpo dele.
- E como você pretende fazer isso? – perguntou ele, próximo ao ouvido dela.
Draco puxou a saia que ela usava, apertando a coxa delas no caminho que fazia com as mãos. Ela mordeu o lábio inferior e arqueou as costas ao toque dele. Merlin, fazia tanto tempo desde que eles... Narcissa não facilitava, por assim dizer.
E havia mais um detalhe que a enlouquecia, ela podia ler todos os pensamentos profanos sobre ela que rondavam a cabeça de Draco e, ah, ela queria que ele fizesse todas aquelas coisas e ainda mais com ela, desesperadamente queria.
Draco sabia que ela estava dentro de sua mente e somente usaria isto em seu favor próprio. Ela queria bisbilhotar? Ótimo, veria coisas inesquecíveis, seus desejos mais ocultos. Brincadeirinha interessante aquela.
O loiro bruscamente passou da orelha ao pescoço descoberto dela, beijando caprichosamente o local, cobrindo toda a extensão, intoxicado pelo cheiro e pelo gosto da pele dela. Ele desejava tudo, absolutamente tudo, que vinha dela, era como uma droga em que ele adorava estar viciado.
Ela então... Estava muito mais do que viciada, seu amor por Draco Malfoy era algo além de explicações, e ela seria capaz de tudo por ele. Draco era seu amor, sua droga favorita, uma necessidade louca e constante, quase uma obsessão. Quase...
Melinda não deixou por menos, ela acariciou o corpo de Draco por dentro da camisa, puxando com força o pano, estourando os botões para ter mais acesso ao peitoral dele. Merlin abençoe quem inventou o quadribol, porque esses jogadores adquirem uma definição corporal invejável. Ela, por sua vez, preferia aproveitar a invejar. Refez com as mãos cada curva dos músculos de Draco, sem perder nenhum pedaço que fosse.
O toque dos dedos dela em sua pele quase fez Draco perder concentração no que fazia, mas ele era mais forte do que a tentação que ela era. Alternou os beijos com fracas mordidas, arrancando o primeiro gemido dela. Um a zero.
Naquele momento, ela não se importava em ter sido a primeira a demonstrar reações. Não se importava mais em deixá-lo saber os efeitos que tinha em seu corpo, não era importante. Aproveitar esses efeitos, isso era mais importante. Se bem que, por orgulho, ela tinha que revidar logo.
A jovem bruxa desceu suas carícias até o cinto dele e apertou suas pernas no quadril dele, brincando com o cinto enquanto seu quadril roçava-se nele, que já dava sinais de excitação. Draco evitava até pensar no que aquela mão boba podia fazer ali, mas quando ela deixou a mão cair mais e acariciou – mesmo por cima da roupa – sua área mais sensível ele não pôde segurar um gemido de antecipação.
Ela estava mais do que satisfeita e levou as mãos mais uma vez para o peitoral dele, ouvindo um gemido de reprovação. Draco parou o que estava fazendo no pescoço dela e a olhou nos olhos.
- Merda, Melinda! Não brinca assim comigo, não tem a mínima graça! Agora é assim, atiça e nega? Você não está sendo uma boa menina... – Draco traçou o caminho desde o queixo dela até o decote. – Isso pode ser ruim pra você....
- Ah, é? Porque eu penso exatamente o contrário... Acho que você adora que eu seja essa menina má...- Melinda esfregou as pernas nas dele e traçou o contorno dos lábios dele com a unha do indicador. – Adora, vai, confessa.
Draco não precisou confessar, ela mal terminara a frase e ele a beijara. Melinda agarrou-se ao corpo dele, não medindo carícias e tentando apoderar-se de todos os cantos do corpo do homem que era dela. O loiro começou a brincar com a barra da blusa dela, subindo e descendo para provocá-la. Melinda partiu o beijo e decidiu acabar com a brincadeira por si mesma. Ela segurou na barra da blusa e a puxou para cima para tirá-la.
Mesmo antes que Melinda tivesse tirado a blusa toda, Draco distribuiu beijos por toda a pele da barriga dela que era aos poucos descoberta. Melinda mal conseguiu tirar a blusa direito por estar desconcentrada pelos beijos dele.
- Apressada você, huh? – provocou Draco, olhando-a enquanto beijava sua pele.
- Você não faz idéia...
Melinda segurou-o pelos cabelos loiros e o puxou para cima, buscando outro beijo. Draco foi, mas devagar, provando com os lábios toda a pele disponível no caminho, barriga, colo, pescoço, até chegar aos lábios dela.
Quando o beijo recomeçou, Melinda conseguia sentir na boca dele o gosto de sua própria pele misturado ao da boca dele. Draco aumentava o gosto dele em sua boca adicionando o gosto da boca ao do corpo. Ele já havia provado todo o corpo dela, ou quase...
Melinda empurrou Draco e o jogou a seu lado na cama, sentando-se em cima dele. Ela terminou de arrancar a camisa dele, jogando em qualquer lugar do quarto. Draco sentou-se, com ela ainda em seu colo, para facilitar seu próprio acesso a ela. Naquela posição a ereção dele parecia ainda mais presente para ela, que soltou uma risada maldosa. Ele tinha medo do que aquilo significava.
A morena concentrou-se no pescoço dele, fazendo como ele fizera mais cedo, conhecendo toda a região com seus lábios e sua língua. Draco arrepiou-se visivelmente quando ela traçou a extensão do pescoço dele com a ponta da língua, enquanto arranhava seus braços com as unhas. Ela movia-se no colo dele, enlouquecendo-o, tudo o que ele queria era possuí-la logo, mas ainda tinha em sua cabeça a idéia de que ainda não tinha provado todo o corpo dela. Por isso ele voltou a derrubá-la na cama, mas desta vez sem deitar por cima dela. Melinda olhou-o confusa, mas conseguiu ver na mente dele os planos do loiro. Oh shit. Antecipação, você é muito maior quando se é um Legilimens.
- Draco... – ela estava ofegante só de pensar.
Ele sorriu maldoso, como ela fizera segundos antes. Agora era a vez dele. Segurou o tornozelo dela e trouxe para perto de sua boca, beijou próximo ao fecho do sapato dela e subiu para a panturrilha dela, traçando seu caminho pelo joelho, a parte interna da coxa, deixando uma trilha de fogo por onde seus lábios passaram. Ele chegou então ao limite da coxa dela com a virilha e os beijos naquele local sensível causaram milhares de arrepios na jovem.
Draco levantou a saia dela e tocou o sexo dela por cima da calcinha, testando-a, brincando com ela. Ela gostava de brincar com ele, hora de dar o troco. Ele podia perceber o quão molhada ela estava por cima do pano ainda, era quase irresistível a vontade de livrá-la logo daquela maldita peça de roupa.
- Você quer, não é...?
Ela respondeu com um aceno de cabeça e ele riu do estado em que a antecipação a deixava. Ser legilimens naquelas horas devia ser uma porcaria. Ele lentamente puxou o pequeno pedaço de pano, tendo a ajuda dela para tirá-lo.
Uma vez livre da roupa íntima dela, Draco voltou a beijar o encontro entre as coxas dela e a virilha. Era divertido provocá-la. Ele tentava fechar a mente naquela hora, guardando para si o direito de surpreendê-la. E foi assim, quando ela menos esperava, Draco levou os lábios ao clitóris dela, fazendo-a quase gritar. Ele deu atenção especial àquele local, fazendo movimentos circulares com a língua e sugando ali, logo ele tomou com a boca todo o sexo dela, lambendo e sugando toda a extensão, de vez em quando voltando a dar atenção especial ao clitóris dela.
Melinda deixara de lado todo o orgulho, ela gemia descontroladamente, agarrando-se aos cabelos de Draco, pedindo por mais, sem esconder o prazer que sentia dele. O loiro, sem aviso, a penetrou com dois dedos, sentindo as contrações internas que ela já tinha. Só mais um pouco e ela teria um orgasmo. E ele queria muito isso. Continuou o que estava fazendo, colocando ainda mais empenho em satisfazê-la. Ela já puxava inconscientemente seus cabelos, tinha o rosto rosado, respirava pesadamente.
- Draco, eu...
- Eu sei, linda... Relaxa...
- Não... Eu quero você... – Melinda aproveitou-se que ele tinha parado o que estava fazendo e o puxou para cima de novo. – Inteiro, em mim... Agora... – naquele tom de ordem, ele não ousaria desobedecer.
Melinda arrancou o cinto e abriu a calça dele com uma rapidez impressionante. Draco a ajudou o máximo que pôde, sem deixar de penetrá-la com os dedos. Melinda arrancou a calça e também a cueca dele de uma só vez e ele chutou as peças para longe da cama.
Draco tirou os dedos e a penetrou com seu membro de uma só vez, gemendo longamente junto com ela. Nem ele tinha percebido o efeito que os gemidos dela causavam nele, o quão sensível ele já estava.
Ele começou a entrar e sair dela, ouvindo um gemido a cada movimento, ela não agüentaria muito tempo, mas ele não queria isso. Adoraria ver a expressão dela de camarote.
- Quer provar como você é deliciosa? – perguntou no ouvido dela.
Aquela pergunta tão sacana e absurda naquele momento fez a bruxa gemer mais uma vez, Draco nunca fora dado a falar sacanagem, mas só aumentava o tesão dela e a deixava mais próxima do orgasmo. Ele não esperou resposta e a beijou, passando para ela seu próprio gosto.
Em meio ao beijo, Draco soltou o sutiã dela, ainda incomodamente presente. Assim que os seios dela estavam acessíveis, Draco afundou o rosto neles, desfrutando de um com a boca enquanto ocupava a mão com o outro.
A Melinda sobrava aproveitar as carícias dele, acariciando as partes dele que lhe estavam acessíveis. Ela sentia que os dois não agüentariam muito, pelos gemidos de Draco ela podia saber. Eles aumentaram o ritmo instintivamente, agradando a ambos.
O loiro voltou a afundar a cabeça no pescoço dela logo quando estava muito próximo do orgasmo, tendo os cabelos e as costas agarrados por ela. Mas ele não podia perder a expressão de prazer dela e, por isso, voltou a olhá-la nos olhos, logo a tempo de presenciar todo o espetáculo. O rosto dela converteu-se numa expressão de completo prazer e seu corpo contraiu-se inteiro no mesmo segundo em que ele gozou, eles haviam chegado lá no mesmo milésimo de segundo, absurdamente juntos. Até mesmo seus gemidos foram ao mesmo tempo.
Draco não mais se sustentou em seus braços e caiu por cima dela, sendo abraçado por Melinda. Ela agarrou-se com força a ele, como se não o fosse soltar mais, ela não queria mais soltá-lo, na verdade.
- Se eu ficar aqui muito tempo, juro que vou acabar morto...- Draco rompeu o silencio que eles haviam criado e tirou uma risada dela.
- Ah, não vai mesmo... Vou garantir que você permaneça bem vivo... – ela brincou de fazer círculos com os dedos nas costas dele. – Mas agora...- Melinda trocou de posição com ele...- É a minha vez de descobrir...- ela fez o caminho com os dedos até a virilha dele.
- Descobrir o quê? – ele riu.
- Que gosto você tem. – ela arqueou a sobrancelha e ele prendeu a respiração.
- Hum... Er... Você não perde tempo mesmo...
- Never. – Melinda segurou o membro dele com a mão e o acariciou desde a base até a glande.
O loiro ainda estava sensível demais, acabara de sair de um orgasmo, e talvez por isso estivesse sendo tão afetado por aquela possibilidade, mas, quando ela finalmente encostou seu membro na boca, ele percebeu que ficaria muito pior.
- Puta que pariu, Melinda. – quando ela o colocou dentro da boca, ele viu que não sabia o que era ser afetado pelo erotismo presente em algo até aquele momento. E que só ficaria pior, alias, melhor, bem melhor. A maldita Melinda tinha que ser caprichosa em tudo o que fazia mesmo.
Ele não conseguia produzir pensamentos sensatos enquanto ela colocava e tirava a boca de seu membro, chupando-o como se fosse seu passatempo favorito. Por que mesmo eles nunca tinham feito aquilo? Ele não sabia mais adoraria repetir.
Ele não saberia mensurar quanto tempo ficaram ali, mas pareceu rápido demais quando ela tirou sua boca dali, quando ele ficara próximo demais de gozar. Foi exatamente a conta, ela tirou a boca, ele gozou.
- Estamos quites... Eu acho... – suspirou Draco.
- Ainda não... – ela deitou em cima dele. – Quer saber o quão delicioso você é? – ela sussurrou a mesma pergunta que ele fizera a ela e o fez rir.
- Se for na sua boca, sempre... – Draco girou na cama e a beijou mais uma vez, tendo o seu gosto presente na boca dela misturado ao da namorada que ainda estava em sua boca.
Foi o primeiro beijo calmo da noite, sem pressa de nada, explorando com suavidade as bocas, as línguas dançando em vez de brigar, era o fim perfeito para um começo de noite. Porque aquela estava longe de acabar.
Mansão Slytherin – Na manhã seguinte
Draco e Melinda notaram o quão tarde haviam acordado assim que abriram os olhos, o sol já estava alto e havia muita movimentação na casa. Eles tinham visitas, obviamente.
Ao descerem as escadas, o casal notou que os sons vinham todos da sala de jantar. Estavam almoçando sem eles? Que ultraje, inacreditável!
- Nossa, é maravilhoso ver os quão importantes nós somos! – ironizou Melinda, ao passar pelas portas da grande sala e ver Voldemort e Bellatrix almoçando acompanhados de Snape e Gabrielle. – Passou pela cabeça de vocês que talvez nós quiséssemos almoçar com vocês?
- Prometi que não os incomodaria, não foi? – perguntou Voldemort, largando o cálice de vinho à sua frente. – Costumo cumprir minhas promessas... – ele se largou na cadeira e a olhou com uma expressão séria, superior. – Imaginei que já tivesse notado este traço de minha personalidade, querida filha.
- De fato, milorde é um homem de palavra. – paparicou Draco, puxando Melinda pela mão até os dois lugares preparados obviamente para eles. – O que Melinda quis dizer é que ela ficaria bastante triste caso Gabrielle fosse embora sem conversar com ela, não é, meu amor?
Melinda sentou-se entre Draco e Gabrielle, já que Snape ocupava seu lugar usual. Ela olhou com uma careta para Snape, à esquerda de Voldemort.
- Sim, foi isso que eu quis dizer. Aliás, Snape, espero que saiba que está no meu lugar... Mamãe, como consegue almoçar olhando de frente pra ele? Quer dizer, vocês se odeiam tanto... Deve estar sendo um incômodo...Ouch! Gabrielle! – Melinda foi interrompida por um chute por debaixo da mesa que tomou de Gabrielle. – Só estou falando a verdade, afinal não é novidade a guerra Lestrange-Snape... Uma guerra de forças atômicas, os dois favoritos do Lorde... Mas te digo Snape, ela tem vários passos de vantagem sobre você... Imagino que saiba.
- Nós não estamos em guerra, Melinda. – esclareceu Snape. – Na verdade, não tenho problema algum com Bellatrix. – Snape dirigiu o olhar à Lady das Trevas. – O que não a impede de ter problemas comigo, é claro.
- Fico feliz que saiba, Snape. Desta forma não preciso ficar me repetindo. E, respondendo à minha filha, almoçar olhando para você não é a sensação mais agradável... Contudo imagino que seja uma ação proposital... – ela dirigiu o olhar a Voldemort. – Para tentar me fazer acostumar com a sua presença.
Voldemort pirrageou, mas os dois não pararam de se encarar. Pelo visto Melinda acordara venenosa e havia aumentado a já existente tensão naquela mesa. Snape não queria briga, mas também não ficaria calado diante das provocações de Bellatrix. Tudo tinha limite.
- Pois eu não diria que é muito agradável almoçar tendo que ouvir seus desaforos, Bellatrix. Você pode ser a Lady das Trevas, mas um pouco de simpatia faria com que menos pessoas quisessem te matar, quero dizer, quantos atentados já sofreu mesmo? Não acho correto, porém também não ignoro o fato de que no relacionamento com todos menos o Lorde você faz de tudo para se tornar... Insuportável.
Bellatrix largou o garfo e riu da intrepidez do comentário dele. Não que Snape costumasse deixar barato, ele não o fazia, mas geralmente demorava mais para se infiltrar tão passionalmente na discussão. Ela umedeceu os lábios e arqueou a sobrancelha, aumento o ódio dele face à expressão zombeteira dela.
- Não seja mentiroso, Sev! Sua namorada pode te dizer como eu sou simpática com ela, não é Gabie? Poxa, até os ajudei a ficarem juntos, seja justo! Meu problema não é com todos menos o Lorde, é só com Comensais da Morte como você... Traidores, mentirosos, covardes, quer que eu continue? Imaginei que não. Obviamente você é o maior deles com essa sua pose de homem forte do Lorde das Trevas, aquele que nunca o trairia, seu mais fiel súdito e blah blah blah. Bom, todos nós já vimos o quão verdadeira sua lealdade pode ser...
- E nós já vimos a imensidão na qual a sua incompetência pode chegar. – revidou Snape. – Posso ter meus escorregões, mas você também não é exemplo de conduta. O Ministério da Magia que o diga...
Snape percebeu que não devia ter dito aquilo no segundo em que terminou de falar. Parecia que Bellatrix ia explodir de tanto ódio, Snape podia sentir de longe o sangue dela fervendo. Bellatrix fechou os olhos como se fosse respirar e se acalmar, dando a impressão – apenas impressão – que reagiria da forma mais civilizada possível. O Comensal esticou o olhar para Voldemort, que parecia concordar que ele havia cutucado uma fera com uma vara muito curta.
- Não ouse falar assim comigo dentro da minha casa! – Bellatrix levantou-se num impulso e jogou o vinho de sua taça na cara de Snape. – Nunca mais!
- Bellatrix! – Voldemort levantou-se e segurou-a pelo braço. – Lembre-se que antes de ser a sua casa, é a minha casa e Snape é meu convidado!
- O que? Vai me obrigar a pedir desculpas a ele agora? Saiba que pode me torturar o quanto quiser que eu não o farei. Prefiro morrer em suas mãos a me desculpar com ele. – Voldemort não entendeu de onde ela tirou aquele tipo de idéia, mas a sentença “morrer em suas mãos” ligada ao assunto ministério e à idéia de tortura o trouxe lembranças que há muito ele quisera esquecer. Merda, Severus, por que trazer à tona aquele assunto?
- Não, eu não te obrigarei a nada. – Voldemort a soltou. – Severus sabe que tocou em uma ferida, sabia do risco quando o fez. E, ademais, é somente vinho. Nada mortífero, não é mesmo, Severus? – perguntou Voldemort, forçando um tom brincalhão. – Apenas um acesso de uma mulher provocada. – Voldemort voltou a sentar-se.
- Sim, milorde. – concordou Snape, terminando de limpar o vinho. - E todos nós sabemos como Bellatrix pode ser facilmente provocada. Creio que ambos nos excedemos nas provocações, mas afinal, não seríamos nós se não nos provocássemos, não é mesmo, Bellatrix?
A bruxa voltou a sentar-se, acalmando-se. Ultimamente estava deixando-se levar demais pelas provocações dos malditos Comensais. Eles a estavam dominando e ela não podia ser tão passional.
- É claro. Se um dia convivermos bem, podem nos internar no St. Mungus. A mim, pelo menos. – ela serviu mais vinho para si mesma e voltou a comer.
Gabrielle Ceresier olhou com a cara fechada para Melinda, que deu de ombros sem entender a bronca da amiga. A loira continuou a encarando até que todos na mesa percebessem o desconforto entre as amigas.
- Melinda! Por que você tinha que provocar, hein? Eles estavam indo tão bem!
- Ah, é? E há quanto tempo vocês estavam aqui mesmo? Deixe-me chutar? Cinco minutos! – Gabrielle não respondeu. – C’mon, Gabie! Eu fui o estopim, mas a cor das toalhas poderia ter sido... Como Snape disse, provocação está no sangue deles! São os dois preferidos do Lorde, é normal que se detestem e queiram um arrancar o posto do outro... Além do mais, essas discussões são divertidíssimas! Você tem que admitir!
A loira ficou sem resposta por alguns segundos até que desistiu de discordar e concordou com Melinda, de fato era um espetáculo à parte, ótimo para animar um almoço até então morto.
- Podem ser divertidas para os expectadores, mas são extremamente incômodas para mim. – pronunciou-se Voldemort. – Pois parecem dois adolescentes competindo pela posição de monitor chefe. A impressão que tenho é que nunca entenderão que são totalmente diferentes e ao mesmo tempo igualmente importantes para mim. Deixo-os a vontade para se odiarem, motivos não os faltam, contudo mantenham-se minimamente civilizados em reuniões como esta. Bella, você é minha mulher, é óbvio que se moramos juntos vai cruzar com Snape. O mesmo vale para Snape no inverso. Agora, por favor, creio que podemos ir ao tópico deste encontro.
- Tópico, milorde? – perguntou Snape, não entendendo de que tópico Voldemort estava falando afinal. – Não entendo.
- Obviamente me agrada almoçar com um amigo, Severus, mas sabe que não faço nada sem motivos... O chamei aqui para alertá-lo de algo de seu interesse.
- Pois não... Sou todo ouvidos. – Snape ignorou o rolar de olhos de Bellatrix.
- Finalmente tomei minha decisão sobre o que farei com Hogwarts... – mesmo falando da forma mais natural possível, Voldemort não pôde evitar o choque causado em todos na mesa.
Para Melinda, Draco e Gabrielle aquele era um assunto pessoal, uma vez que eles mesmo eram ainda alunos, ou tinham idade escolar. Para Snape, bem, ele era professor, obviamente importava. Bellatrix percebia a importância de Hogwarts no cenário bruxo, então aquela decisão podia mudar o rumo de tudo.
- Então.... Meu pai... O que decidiu sobre Hogwarts? – perguntou Melinda, quase paralisada.
- Hogwarts reabrirá. – disse Voldemort, simplesmente. – Não temos motivos para fazer o contrário; a morte de Dumbledore é o exato motivo que me faz abrir a escola, sem ele as crianças não terão de ouvir tantas idiotices, portanto poderão aprender melhor. No entanto, efetuarei mudanças. Como um legítimo descendente de Slytherin, não posso permitir que o sonho de meu ancestral morra. Assim, Hogwarts abrirá, mas somente para os dignos de lá serem ensinados...
- Os sangues-puros... – suspirou Melinda. – Como Slytherin queria...
- Exatamente. Somente aqueles de sangue-puro, filhos de pais bruxos, poderão lá estudar. Não quero ladrõezinhos de magia em minha escola. – terminou Voldemort, com uma expressão de nojo.
- Milorde, isso é magnífico! Um sonho, por assim dizer. Hogwarts livre de sangues-ruins... – Bellatrix deixou-se relaxar na cadeira, maravilhada. – Não teria pensado melhor...
- Tomou uma decisão muito acertada, milorde, fico feliz de saber que terei meu emprego de volta no outono...
- Não, Snape, não terá seu emprego de volta. Aí está outra parte da minha decisão.
Snape quase engasgou e bebeu um pouco para se recompor. Como assim não teria seu emprego de volta? Seria afastado de Hogwarts, por quê? O que tinha feito? Não era possível que a briguinha com Bellatrix tivesse causado aquilo, ela não tinha tanto poder. Mas o sorriso que se apoderara da morena logo murcharia...
- Pelo menos não seu antigo emprego. Snape, a partir de agora o nomeio o novo diretor da Escola da Magia e Bruxaria de Hogwarts. E eu nunca aceitaria um ‘não’ como resposta, meu caro. – Voldemort levantou a taça e estendeu-a na direção de Snape.
- E eu nunca negaria, milorde. – Snape tilintou a taça na de Voldemort e os dois beberam. – Fico extremamente honrado. Mais honrado, impossível.
Bellatrix sentia como se fosse vomitar de tanto ódio. Snape diretor de Hogwarts? Aquilo era demais para ela agüentar, tudo o que ela queria era esganá-lo ali mesmo. Ela respirou fundo, mas só de olhar para Snape sentia o estômago revirar. Para a comida então... Mais impossível.
- De repende... Perdi todo o meu apetite... – disse ela, sombria, sem nem olhar para ninguém, para nenhum lugar que não fosse seu prato. Com licença. – Bellatrix se levantou e se retirou da sala rapidamente, para que não fosse impedida por ninguém.
O clima de tensão imediatamente voltou àquela mesa, uma vez que era óbvio o motivo da perda de apetite dela. Ela havia obedecido e sido civilizada, mas não deixara de demonstrar sua fúria. Mas, para Voldemort, era como se ela tivesse publicamente contestado sua decisão, portanto, sua autoridade.
- Estranhamente contagiosa esta perda de apetite. – ele se levantou. – Desfrutem de seu almoço, Severus, não deixe a Mansão sem me avisar. Com licença.
Voldemort também não deu tempo para que ninguém respondesse, saiu sem rodeios, sem esperar por nada ou ninguém. Ele precisava falar com Bellatrix e seria naquele instante. Quem diabos ela pensava que era? Ele saiu rápido o suficiente para poder ouvir ao longe os passos dela, que ainda estava no andar de baixo.
Voldemort seguiu o barulho dos passos até seu escritório, para onde ela havia se dirigido. Ótimo, pois era um perfeito local para a conversa que eles precisavam ter.
Quando ela tentou fechar a porta, não conseguiu, pois foi barrada pela mão dele. A bruxa tomou um claro susto com o súbito aparecimento dele, ela sabia o que tinha feito e que lhe restaria uma discussão. Ela agira no ímpeto, agora agüentaria as conseqüências.
Bellatrix entrou na sala, dando espaço para que ele o fizesse. Ela não disse uma palavra, só calmamente se dirigiu a uma poltrona e sentou-se confortavelmente.
- Parece que entende minha presença aqui... – Voldemort fechou a porta, com magia. Ele realmente não queria interrupções.
- Magia...? Confesso que não imaginei que o assunto era tão importante...
- Bella, Bella... Quando vai aprender que eu detesto que você me conteste publicamente daquela forma? Imaginei que fosse discordar de minha escolha, mas não na frente de outras pessoas... Pensei que... Já tivéssemos passado esta fase. Mas você repete os mesmos comportamentos diversas vezes e...
- E quando você vai aprender que tudo o que eu faço é por você? Por Merlin, por que uma vez em sua vida não ouve o que eu te digo? Ele não é confiável! Não acho que ele o engane, pois não é possível, mas engana a si mesmo. Ele se convenceu de que nos é fiel, mas não é! No fundo ele ainda guarda...
- Guarda...? O que quer dizer, Bella? Termine!
- Guarda rancor pela morte de Lily Evans Potter! O quê? Acha mesmo que eu não sabia? Descobri há pouco tempo, confesso, logo depois que Gabrielle me perguntou sobre o passado dele. Usando Rabicho, fofoqueiro como é, podemos descobrir tudo. Sei que ele clamou pela vida dela...Ele implorou, você a matou. Ele a amava... Do the math! Por que acha que ele não o procurou? Por que se escondeu? Porque estava feliz de ter ser livrado do assassino da mulher amada! Pobre Gabrielle, nem tive coragem de contar a ela em que nível essa história chegou... – Ela se levantou e o encarou de frente.
- Cale-se, Bellatrix...
- Por quê? Ouvir a verdade dói? Ouvir que seu Comensal favorito é um traidor. Bem, faz sentido que eu o entenda, certo? Afinal sou a única capaz de amar aqui, eu sei como o amor cega e subjuga a mente! Snape pode querer lhe ser fiel, pode estar com Gabrielle, mas... Sempre se lembrará de como não poupou Lily Potter, de como você a matou. Talvez receie por Gabrielle também, não viu como ele não quer nunca que ela vá a missões? Estranho, não acha? – ela parou pra respirar, os olhos marejados com lágrimas de ódio.
Voldemort também estava tomado pelo ódio que as palavras dela, tão cortantes, tão absurdas o atingiam. Ela estava passando dos limites, ela tinha que parar de falar tantos absurdos. Tinha que se segurar. Mas foi ele quem não conseguiu se segurar. Em um segundo, estava controlado, no outro era despertado pelo som de sua mão estalando no rosto dela.
Bellatrix cambaleou e segurou-se na escrivaninha para não cair no chão. Seu rosto ardia e o gosto metálico de sangue invadia sua boca. Era simplesmente inacreditável. Ela não entendia por que ainda se dava ao trabalho de alertá-lo.
- Bella... – ele se aproximou dela e a levantou, mais colocando a força em seus braços do que nela, já que Bellatrix não queria levantar, não por não ter forças físicas, mas emocionais. – Eu... – ele tocou a marca de seus dedos no rosto dela. – Por que você tem que me descontrolar tanto? Fazer-me cometer excessos que eu não quero? – ele a soltou por um instante e foi como se fizesse as perguntas para si mesmo. - Por que perto de você eu nunca tenho controle de mim mesmo? Seja para o bem ou para o mal... – ele virou-se para ela novamente.
Ela sentou-se novamente na poltrona e ele sentiu um embrulho no estomago por vê-la tão destruída como ela estava, um simples ato dele a havia destroçado. Não que ela não tivesse motivos.
- Não sei... Talvez entenda o efeito que a minha presença tem em você no mesmo dia em que eu entender porque ainda insisto em falar sobre Snape, porque ainda insisto em querer proteger alguém que não quer ser protegido, porque eu ainda penso que um dia me ouvirá acima dele. Que se precisasse escolher... Escolheria a mim... – ela riu amarga e ele a olhou incrédulo. – Nós sabemos que não é assim, nunca será. – ela se levantou. – Por que você escolheria a mulher que ficou a seu lado por todos esses anos, a única que nunca o abandonou se pode escolher Severus Snape, certo?
- Sabe muito bem que as coisas não são assim, Bella...
- Bem... Acredite no que quiser, se confia nele deve ter motivos grandes demais para que sua pobre concubina entenda. Como eu posso querer entender de coisas que ultrapassam as quatro paredes de nosso quarto, não é? Ou os campos de batalha, é claro. Já que são minhas duas únicas funções... Servi-lo no campo e na cama... – ela tentou sair da sala, mas foi segurada por ele.
Bellatrix olhou para o chão, evitando o máximo que pôde o contato visual com ele. Ambos estavam perdendo as estribeiras e era melhor se se mantivessem um pouco afastados. Ele, contudo, pensava diferente, queria resolver tudo de uma vez, aquelas discussões eram insuportáveis e, ele receava, iriam aumentar cada vez mais. Voldemort segurou o rosto dela e a obrigou a olhá-lo nos olhos, não teria aquela conversa sozinho.
- Nunca mais diga uma estupidez dessas. Não depois de tantos anos, de tanta coisa. Se eu quisesse uma concubina, eu não teria uma, teria várias e as trocaria com bastante freqüência, faria para mim um arem inteiro, você sabe que eu posso, não é? Se eu quiser... Quantas mulheres não adorariam se tornar concubinas do Lorde das Trevas, principalmente hoje em dia...? – Bellatrix estremeceu de ódio apenas com o pensamento. – Mas pra que ter todas...Se só quero uma? Bella... Por que imagina que és tão pouco para mim? Por que imagina que coloco Severus tão acima de você?
- Olhe meu rosto e descobrirá. – quando ela notou, já tinha falado. Esperou uma reação negativa dele, mas o Lorde somente fechou os olhos e respirou profundamente.
Ele em seguida soltou o rosto e o braço dela, tirando qualquer traço de agressividade que aquela conversa pudesse ter, já havia se excedido demais.
- O que você queria? Que eu te colocasse como diretora de Hogwarts? Você que nunca teve nada a ver com Hogwarts a não ser quando foi aluna? Mesmo eu preciso agir com sentido, Bellatrix. Severus é professor de Hogwarts há anos, as opções comuns eram ele e McGonagall e a segunda opção era realmente a melhor escolha, agora que parei para refletir. – ironizou ele, soltando um riso amargo.
- Ah, como se tivesse precisado refletir para colocar Snape. E não, eu não queria que me colocasse como diretora. No entanto, ambos sabemos que mesmo que eu fosse uma opção, Snape seria a escolha. Porque ele é o seu preferido, porque não é como Melinda falou, eu não estou com vantagem sobre ele. Eu só não entendo esta sua adoração por Snape, todos sabem que ele não merece. Nós todos cometemos erros, é claro, mas ele... Ele te traiu, renegou, ajudou a entregar Comensais... Será que não vê o quanto isto me humilha? Colocar alguém como ele no mesmo patamar ou acima de mim? Com todo o histórico que eu tenho como Comensal? A traição dele tem para você a mesma proporção que a minha falha no Ministério.
- Mas é claro que não! Não diga bobagens, perdoar Snape foi para mim mais difícil do que perdoar qualquer um dos outros, até mesmo Lucius. E olha que Lucius... Comparado a isto te perdoar foi... fácil. – ele tentou falar impassível, mas ela o conhecia demais para aquilo.
- Não, não foi. Não foi porque não era como os outros Comensais, porque eu sou próxima a você de uma forma que nunca nenhum outro será... Porque para todos eu sou a única coisa que te enfraquece, que quebra as suas barreiras e, mesmo que não seja verdade, quer provar o contrário a todos e por isso eu tenho que ser forte, perfeita, ter a mesma praticamente nula quantidade de falhas que você tem. Só que nós dois sabemos que eu não sou você e por mais perfeita que eu tente ser, não sou e isso te enlouquece. Somente a imagem dos Comensais comentando como você me perdoa facilmente te deixa fora de controle, achando que de alguma forma isso ataca sua autoridade, o que não é real, mas sente assim, não é? Que de todos eu sou aquela que mais te desafia e por isso sua balança é diferente quando se trata de mim, por isso tens tanto cuidado ao reconhecer o que eu faço, certo? Porque pode ser interpretado como um premio por serviços prestados entre quatro paredes e não fora delas...
- Você fala como se eu me importasse com o que os meus seguidores falam ou pensam, eu mando neles, Bellatrix. Pouco me importa o que dizem ou pensam de mim... Sou temido por ele, é o suficiente. – ele se apoiou na mesa, fingindo relaxamento, fingindo. Ele sabia que ela estava certa afinal. Se ele fosse realmente justo, não trataria Snape ou nenhum deles melhor do que a ela. E apenas coloca-la como Lady das Trevas não era exatamente a mesma forma de demonstrar isso. Não que acreditasse nela sobre Snape, mas também não era necessário perder a paciência com ela toda vez que tentava alertá-lo de algo que ela acreditava ser perigoso. Se lembrava muito bem de quando ela o alertara para não ir aos Potter e... Isso lhe custara treze anos. Ela estava errada sobre Severus, mas já estivera certa diversas vezes. E, por mais que ele tivesse mudado, não lhe faltavam motivos para desconfiar dele. Ela não podia ler mentes, afinal de contas.
Bellatrix não estava desafiando sua autoridade, estava se preocupando com ele e isto podia ser desnecessário e ilusório, mas era mais do que qualquer um dos outros Comensais fazia. Ele não precisava da preocupação dela, não a requeria, mas ela se preocupava mesmo assim porque... Importava-se com ele. Algo realmente incomum para um homem que sempre esteve acostumado com todos se importando com o que ele fazia ou com a proteção e poder que os concedia e não com ele. Ela não o achava fraco ou algo assim, apenas se importava demais para deixar de falar quando acreditava que ele mesmo se colocava em perigo.
- Ser temido é o suficiente? Tem certeza? – ela o acordou de seus pensamentos, com a voz baixa, reflexiva. – Não, eu creio que não. Não quer ser amado, mas quer ao menos ser respeitado. E isso é muito diferente de temido, sabe disso. Por isso agrada tanto aos Comensais, impõe respeito sobre eles, dá a chance a seus inimigos de se juntarem a você antes de mata-los, tentando mostrar a eles como pode ser generoso. Porque ser temido não é suficiente, é sua última arma. E eu represento uma ameaça a esse respeito, porque quando era sozinho, misterioso demais, era diferente, mas por ter uma mulher a seu lado em algum sentido se põe no mesmo nível dos Comensais, em alguns aspectos se torna parecido com eles. Deseja como eles, tens instintos como eles. Na sua cabeça isso demonstra fraqueza pois não está em todos os âmbitos acima deles, a não ser, é claro por ser aquele que realmente possui a mulher que todos eles desejam e não podem ter. – ela riu de seu próprio comentário, como se suas próprias palavras a incomodassem. – Às vezes... Eu penso que este foi meu maior erro e meu maior acerto... – disse para si mesma, mas ele ouviu.
- O quê? O que quer dizer com isso...?
Bellatrix deu de ombros e sentou na mesa, de qualquer forma ela acabaria falando aquilo uma hora ou outra, não tinha como fugir. Algumas coisas precisam ser ditas.
- Que... – ela cruzou os braços e respirou fundo. – Que quando eu me tornei comensal da morte, eu tentei a todo o custo colocar respeito sobre os outros por ser a única mulher... E que eu mesma destruí o respeito que tinha imposto sobre eles... – ela arqueou a sobrancelha. – Aliás, nós destruímos.
- No momento em que esse nós começou a existir... Entendo... – ele respondeu, tentando segurar a raiva ao entender o que ela estava tentando dizer. – Naquela noite chuvosa em que você aceitou dormir comigo, correto? Quando se tornou a protegida do Lorde das Trevas teoricamente porque frequentava a cama dele.
- Exatamente. Por mais felicidade que tudo isso, que a nossa relação tenha me trazido, por mais que eu não tenha condições de viver sem isso, eu destruí minha carreira de Comensal, convenhamos essa é a verdade. Estava certo, eu não posso ser sua mulher e sua melhor Comensal, posso ser um ou outro. Ou posso ser a sua mulher que gosta de brincar de Comensal da Morte, mas isso é diferente. Não porque eu queira, ou porque eu não saiba separar as coisas. Porque você também não sabe, porque os Comensais também não sabem. Porque ninguém consegue. Porque nem mesmo nós sabemos onde termina o quarto e onde começa o campo de batalha... – ela quase não tinha voz no fim da frase. – Nós, logo nós, devíamos saber... Sempre nos gabamos de ser profissionais e tudo... Mas nesse aspecto... Nem tanto.
Voldemort aproximou-se ela, tentando controlar o turbilhão de ódio que o enchia então. Ele já havia passado dos limites uma vez naquela noite, precisava se acalmar. Realmente precisava, ele era sempre controlado em tudo, seria nisso também.
- E o que quer fazer em relação a isso? – ele apoiou as mãos ao lado do corpo dela na mesa. – Terminar e recuperar sua carreira? Podemos arranjar isso, só me dizer, como eu já disse há quase vinte anos, disse hoje e repetirei: eu não vou te obrigar a nada. Se estiver cansada, diga...
A pergunta dele a pegou de surpresa, ela nunca pretendera passar aquela impressão, mas revivendo suas palavras... De fato passara, e a calma dele a deixava sem ar, porque ela sempre soubera que seria assim que ele iria encarar uma possível separação, calma e seriamente, mas era horrível de presenciar o quão simples era para ele.
- Não... Eu não quis dizer isso, eu não quero isso e mesmo que quisesse... Eu não posso... – ela olhou para o próprio colo. – Nunca poderei, eu me apaixonei, lembra? – ela voltou a olha-lo nos olhos e riu de si mesma. – Sei que não pode corresponder, mas sei que entende o que isso significa... Que eu estou num estágio pior do que um viciado...
- Devo encarar isso como algo ruim, como você se criticando ou o quê...? Porque isso me atinge, sabia? Dá a entender que “nós dois” se tornou um tipo de obrigação para você, como um fardo que você tem que continuar carregando porque se apaixonou e não tem coragem de acabar com isso... É por isso que continua Bella? Para que um dia eu decida acabar e você possa me culpar por tudo o que você vier a sofrer?
- Eu estou me enforcando com minhas próprias palavras, Merlin! – ela mexeu no cabelo. – Novamente, não foi o que eu quis dizer... Eu não posso acabar não porque um dia me apaixonei e por isso preciso continuar, mas porque... Porque a cada dia eu me apaixono mais, porque eu nunca vivi nada assim, porque preciso de você, porque... Não me importa o que eu tenha perdido, eu prefiro estar aqui agora. Porque nenhuma vida que eu podia ter tido seria melhor do que essa e eu só agora percebi isso... Não ligo de ser só sua mulher, de não ter o respeito dos comensais, porque no fundo é só o que eu quero ser...
- Então porque disse tudo isso? Qual o ponto de toda essa discussão? Realmente me confundiu agora...
- Por que... Eu precisava dizer, nós precisávamos ouvir... E parar de fingir que algo impossível é possível... Estava mais do que na hora de eu fazer minha escolha e... O fato é esse, se eu quero ser sua mulher, tenho que aguentar as consequências e ser odiava e difamada pelos comensais é uma... E aceitar que eu nunca poderei interferir nas suas decisões... Ou estarei confirmando as idiotices que eles dizem... Mesmo que elas envolvam Snape. – ela revirou os olhos.
Voldemort segurou o rosto dela e a fez olhar para ele, ele algumas vezes achava esse tipo de reação dela extremamente engraçada, ela parecia uma adolescente mimada e infantil, mas ele no fundo não queria que ela mudasse.
- E você precisa perceber que eu não coloco Snape acima de você... Nunca colocarei.
- Então, talvez, nós dois tenhamos de aprender alguma coisa. No seu caso... A demonstrar as coisas melhor... – ela levantou da mesa e foi até a porta da sala. Lá ela parou e virou para ele. – Eu te amo por nós dois, ou mais do que nós dois pudéssemos suportar, mas as vezes seria bom perceber que eu realmente tenho a importância que você diz que me dá... Só de vez em quando...
Bellatrix sorriu de canto, abriu a porta e saiu da sala. Ele engoliu seco, pego de surpresa por ela. Geralmente aquela era a hora em que a discussão acabava, eles se beijavam e acabavam na cama. Eles bem sabiam como sexo de reconciliação era o melhor, tinham experimentado diversas vezes, mas aquele não seria tão imediatamente.
Era estranha aquela sensação, de se estar errado, completamente errado. Ele queria tanto convencê-la das coisas, porque não apenas mostrava? Como queria que ela soubesse? No fundo, tudo o que ele mostrava era uma confiança extrema em Snape e uma raiva descomunal quando ela se preocupava com ele e queria que ela acreditasse que não preferia o Comensal. Sentido, cadê? Bellatrix estava certa, ela sempre fora fiel, ela fora presa por ele, acreditara na volta dele, tivera uma filha com ele mesmo sempre tendo detestado crianças, fizera tudo o que ele pedira sem pedir nada em troca a não ser o reconhecimento da verdade.
Severus, no entanto, podia ter feito muitas coisas, mas fugira, se escondera, o traíra, ele podia ter perdoado, mas não significava que tinha esquecido, como não esquecera que outros comensais haviam feito o mesmo. Com Snape, no entanto, parecia que ele tinha esquecido. Ela não devia ser a única incomodada com isso, mas no caso dela era pior porque ela não merecia presenciar ele relevar as coisas que Severus fazia só porque conseguia informações para ele, outros tinham feito isso no passado também. Eles eram os dois melhores, mas ela estava um passo à frente sim: ela nunca o traíra. E considerando que ela e Rodolphus eram os únicos ali que podiam dizer isso... Era muito.
- Sempre me julguei tão justo... – disse para si mesmo. – E ela está certa, eu não sou... Argh! – ele socou a mesa, abrindo feridas nos nós dos dedos devido à força. – Merda. – ele precisava fazer alguma coisa e sabia disso.
Gabrielle Ceresier estava sozinha em um dos cantos da Mansão, Melinda estava com Draco e Snape parecia encantado demais com os livros de poções daquela mansão, então ela preferiu deixa-los com suas diversões. A pobre amiga mal tivera oportunidade de ficar com Draco desde que entraram de férias por causa de Narcissa e Snape... Poções eram a paixão dele.
Ela precisava pensar de qualquer forma, era coisa demais acontecendo e aquela noticia de que Snape seria diretor lhe pegara mais de surpresa do que a Bellatrix. Em um segundo, ela estava tranquila; no outro, desesperada. Não tê-lo mais como seu professor a deixara tão tranquila, tão segura... E agora ele era seu diretor.
Isso a horrorizava, não sabia se ficava mais feliz por ele ter sido promovido ou triste pelo risco em que isso lhes colocava. Por Merlin, era difícil demais. Ela não conseguiu controlar as lágrimas que inundaram seu rosto somente de pensar em perdê-lo. Não podia perde-lo, mas também não podia pedir a ele que não aceitasse. Um, o Lorde nunca aceitaria uma recusa; dois, ele a odiaria por isso.Ela estava perdida, não sabia o que fazer.
Snape, no entanto, não estava apaixonado o bastante por livros para não notar o sumiço dela. Gabrielle estava sempre com ele, se ela sumia, ele percebia. E no mesmo instante em que percebeu, foi atrás dela. Pontos para a menina, o conquistara mais do que pensava.
Quando ele a viu, ela estava no fundo de uma das salas, olhando para o jardim de rosas do fundo da casa. Se aproximou com calma, para não assustar a menina.
- Encantada pelas rosas? – perguntou quando ficou atrás dela, abraçando-a.
Gabrielle não se assustou, sentia a presença dele ao longe. Ela apenas tentou se recompor para não assustá-lo ou ter que dar explicações.
- Sim, não sei como a Bella não desmaiou quando as viu. Sério. Quem diria que o Lorde faria algo assim... Eu desmaiaria...
- Bom saber, se um dia eu enfeitiçar um jardim e você desmaiar já sei porque. – os dois riram e ele virou Gabrielle para ele. – Por que você sumiu? Eu...? – Snape parou ao notar o rosto dela manchado. – O que aconteceu com você?
Gabrielle não o encarou de imediato, ela receava demais suas próprias palavras, mas sabia que não conseguiria mentir pra ele. Precisava falar, ou enlouqueceria.
- Severus, eu to com medo.
- Do quê?
- De nós, do que vai acontecer com a gente...
- Por que você está falando isso, Gabrielle? De onde você tirou que algo possa acontecer conosco...?
- Você vai me odiar por isso, mas... Eu tirei isso do seu novo cargo... Não queria que ficássemos juntos quando era professor, imagina agora? Diretor? Sério? Quer dizer... Não queria ser o professor que se relacionava com uma aluna, por que gostaria de ser o diretor que faz isso?
Gabrielle esperava todos os tipos de reações vindas de Snape, menos a que ele teve. Ele simplesmente riu, negando com a cabeça como se ela tivesse dito a coisa mais inacreditável e estúpida do mundo, mas, hey, não era estupida, era realidade.
- Por que você está rindo? Severus Snape, não tem graça nenhuma! Eu não passei por tudo o que eu passei para você rir de mim num assunto tão sério.
- Tudo bem, tudo bem. – ele respirou e parou de rir. – Pronto, parei. Vou me manter sério, promessa. É só que é inacreditável demais... Gabrielle, nós já passamos por esse problema...Há tanto tempo...
- Como assim já passamos? Não passamos, antes...
- Eu nunca tive certeza se seria ou não seu professor, ok? E mesmo assim estou com você, certo? Isso não significa nada para você? Não te diz nada? Eu não ligo, não mais... já engoli minha ética maldita há tempos atrás. É claro que nós não poderemos nos agarrar nos corredores nem você sentar do meu lado na mesa dos professores, mas... Não significa que eu queira te deixar... Só precisaremos ser mais discretos...
- Discretos? Hum, tipo amantes secretos e proibidos... Com você se escondendo no meu armário e eu debaixo da sua cama se alguém bater na porta... Sabe, acho que pode até ser divertido?
- Ah, se pode... – ele concordou.
- Mas saiba que não impedirá os garotos de Hogwarts de dar em cima de mim...
- Acho que eu posso aguentar...
- Pode? Certeza? – ela provocou. – Por quê?
- Porque eu sei que você prefere estar comigo secretamente do que com qualquer um deles abertamente, simples assim.
- E depois a Bellatrix é convencida, huh? Vocês são um par de vasos nesse sentido.
- Não é convencimento, é verdade, você mesma já mostrou isso com toda a sua saga pra me conquistar... Pois agora suporte, srta Ceresier.
Gabrielle não conseguiu se segurar e sorriu abertamente, nunca estivera mais feliz em toda a sua vida. Ele a queria apesar de tudo, jogara tudo de lado para ficar com ela, ela tinha sido mais bem sucedida do que poderia ter pensado alguma vez. Ela realmente o conquistara. Mal sabia ela.
- Verdade, mas me assustou... Eu realmente pensei que já ia me dispensar... – ela fez charme, fazendo uma expressão triste.
- Nunca... Você me faz sentir vivo, Gabrielle, vivo como há anos eu não estive. Me tirou de um buraco em que eu mesmo havia me jogado e eu não quero voltar pra lá nunca mais... Eu realmente gosto de você... Muito...
- Não mais do que eu... – Gabrielle o beijou rapidamente. – E eu não aceitaria que me deixasse...
- Eu sei que não...
Quando os dois iam se beijar, foram interrompidos por palmas vindas da porta da sala. Snape nem precisava se virar para saber de quem eram e ele queria socar o ser humano.
- Essa é a Gabrielle que eu ensinei... – ela se recostou ao portal. – Cada vez melhor...
- Se quer dizer parecida com você, discordo. – alfinetou Snape.
- Não vou discutir com você, Snape, já rendeu bastante por hoje e eu estava falando com ela.
Bellatrix não querer discutir com Snape deixou Gabrielle levemente preocupada, mesmo que a outra não demonstrasse nada ela parecia abalada. Nada de bom acontecera naquele escritório.
- E, ah, se ele estiver mentindo e ficar com idiotices me avise, ainda tenho algumas cartas na manga para te entregar...
- Não se preocupe, eu te chamarei no mesmo segundo! Aliás, não quero que pare de me ajudar nunca! Quer dizer, olha pra você! É só a mulher do dono do mundo, a única mulher que conseguiu conquistar o Lorde na história! E isso foi há vinte anos... – Bellatrix sorriu de canto e deixou de olhar Gabrielle nos olhos...
- Pode deixar, não vou te abandonar nas mãos desse aí... – disse quase sem emoção.
- Bella... O que aconteceu? – Gabrielle mudou bruscamente de assunto. – Eu te conheço, essa não é você!
Bellatrix levantou o rosto e Gabrielle enxergou o resto de vermelhidão existente no rosto dela. Era impossível que as coisas tivessem chegado a um ponto tão extremo naquele escritório. Não podia ser o que ela estava pensando.
- Vejo que as coisas ficaram bem pesadas lá dentro... – Gabrielle se aproximou e tentou tocar o rosto dela, mas foi segurada por Bellatrix.
- Não se preocupe. – pediu, fria. – Seu casal favorito não vai se separar se é isto que está pensando... Pergunte ao seu namorado, nós dois sempre nos resolvemos uma hora ou outra. É de praxe. Daqui a pouco ele me procura, nós nos beijamos, vamos pra cama e esquecemos tudo. Como sempre. – Gabrielle notava algum tipo de tristeza na voz dela. Ela realmente não estava bem.
- Bella...
- Está tudo bem, divirtam-se vocês dois... Aproveitem a mansão e tudo o mais... Você merece muita diversão já que tem que aguentar esse aí. – ela rolou os olhos, mas sem naturalidade nenhuma. – Vou para o meu quarto...
Bellatrix se retirou e Gabrielle olhou aterrorizada para Snape. Ela ficava muito mal por ver Bellatrix naquele estado, a briga tinha sido muito feia pelo jeito. Ela se importava mais com Bellatrix do que com o casal em si e a bruxa não perceber isso a fizera se sentir muito mal.
- Sei que vocês se odeiam, mas... Ela não merece ficar assim, quer dizer, ela só queria proteger o Lorde, só estava preocupada... Pelos motivos errados porque você não é traidor, mas... Mesmo assim! Essa briga não foi normal, não vai se resolver tão facilmente! Ela pode falar que vai, mas no fundo vai demorar para esquecer... Nunca a vi assim...
- Gabrielle, o lorde não gosta que ninguém demonstre preocupação com ele... Acha que a pessoa pensa que ele não pode se cuidar sozinho ou algo do tipo, que não confia no julgamento dele... Sabe como ele é em relação a isso.
- Sim, eu sei, mas... Acho que ela deveria então parar com isso, quer dizer, ele não quer preocupação então que seja! Só me dói vê-la assim...
- Eis o casal mais complicado da história, Gabie... Nunca conhecerá um mais intenso... Infelizmente você não pode resolver isso, só eles. – Snape a abraçou. – Você se importa com ela, então fique fora disso, ok? Isso é com eles. Não é porque ela se meteu no nosso relacionamento que você deve também... Não é a mesma coisa... Eles são complicados demais.
- Ok, pode deixar... Não se preocupe... Não vou me meter...
Snape beijou a testa dela, mas não aliviou a preocupação dela. Bellatrix era o motivo pelo qual eles estavam juntos, ela a considerava uma amiga... Era ruim demais ver aquilo e estar de mãos atadas.
Mansão Malfoy – Algumas horas depois.
Narcissa passara todas as últimas horas fugindo de Lucius, como Draco não estava em casa, ele simplesmente a perseguia. Ela estava morrendo de ódio dele, mas mesmo assim preferia não ficar próxima dele, para o caso de não ser forte o bastante e acabar caindo nos braços dele.
- Cissy, realmente vai ficar fugindo de mim? – ele a encontrou no corredor. – A casa é grande, mas mesmo assim... Não pode brincar de se esconder o dia todo. Não vai adiantar, eu quero conversar com você e eu vou conversar.
- Não, não vai. Eu estou com nojo de você, Lucius, de chegar perto de você e tudo o mais. Não suporto ficar perto de você! – ela tentou sair de perto dele, mas foi segurada. – Solte-me.
- Tem certeza que é isso? Ou tem medo de ouvir o que não quer? Ou será que eu vou dizer exatamente o que você quer ouvir? – Narcissa tentou não sucumbir à expressão triste que ele colocou no rosto. – Narcissa, eu sou um idiota, eu sei...
- Ainda bem...
- E eu machuquei a você e ao Draco, demais, mais do que vocês poderiam suportar e, mais do que a ninguém, machuquei a sua irmã... De uma forma profunda e sádica, irreversível e ela vai me odiar pela vida toda e eu mereço, ok? Ela nunca vai me perdoar e eu precisarei conviver com isso... Mas não posso suportar que vocês não me perdoem! Vocês são a minha família!
- Pensasse nisso antes de fazer a porcaria que fez, Lucius. Acho bom que esteja reconhecendo o canalha que você mesmo é, mas te perdoar? Conviva com isso: eu te perdoarei, no dia seguinte ao que Bellatrix o fizer. Ou seja? Nunca. – Narcissa se soltou, o olhando com desprezo.
Lucius, contudo, estava calmo. Aquele falso arrependimento que estava pregando há alguns dias estava começando a fazer efeito em Narcissa, ele bem sabia. Conhecia a mulher como ninguém, e não era bom ficar em maus lençóis com ela, precisava de sua reputação e, além disso, ter Bellatrix em sua cama era uma possibilidade remota e ele não queria nem de longe de contentar com sua mão. Narcissa não era a irmã, mas... Ele estava com ela por algum motivo.
- Eu realmente espero que não seja verdade o que diz, eu não suportaria... – foi ele quem saiu, a deixando sem reação.
Narcissa ficou vários segundos digerindo tudo o que havia ouvido. Era demais para ela suportar, não sabia mais no que acreditar e no que ignorar. Era confuso demais, mas ela não acreditava nele, nunca mais o faria.
- Seja lá o que o maldito tenha te dito que te deixou com cara de idiota, é mentira, Narcissa. – a loira achou que estivesse alucinando quando ouviu a voz de Bellatrix atrás de si. – Eu o vi saindo daqui com a cara mais deslavada do mundo de arrependido e agora eu te vejo sonhando acordada. Por Merlin, minha irmã!
Narcissa se virou e viu Bellatrix parada no corredor, olhando-a com fogo nos olhos verdes. Era de se esperar algo do tipo, afinal ela era a vítima ali, mesmo que ela não tivesse muita cara de vítima.
- Não se preocupe, Bella. Não sou tão idiota quanto vocês todos pensam... Lucius não me engana mais, eu estava me perguntando de onde ele tirou essas habilidades de atuação. – ela revirou os olhos, tentando convencer a irmã. – Quero dizer, é muita cara de pau.
- Sim... é... – Bellatrix não comprou a explicação, mas deixou passar, não havia muito que pudesse fazer e não queria discussão naquela hora.
- O que você está fazendo aqui? – no segundo em que perguntou, Narcissa sentiu o braço queimar fortemente. Ela quase gritou de dor, enquanto a irmã continuava quieta.
- Agora você sabe... Vamos... Eu vim te procurar, mas provavelmente Lucius achou o Lorde das Trevas antes que eu te levasse lá.
- Claro... Claro.. – Narcissa seguiu a irmã até o salão onde as reuniões eram feitas.
Quando elas chegaram, a reação de Voldemort surpreendeu Narcissa, era como se ele não tivesse visto Bellatrix quando tinham chegado, ele estava visivelmente encantado pela beleza dela como se fosse a primeira vez que via. Ela estava realmente linda, como sempre, mas... Parecia plastificada, gelada demais, não típico dela. E ele deveria ter sido o primeiro a vê-la, tinha algo errado.
- O que aconteceu?
- Nada, Cissy... Eu só vim primeiro... Queria te avisar antes, só isso.
- Sei.
Bellatrix preferiu se aproximar de Voldemort do que ouvir perguntas de Narcissa. Ela sentou-se ao lado dele e ficou quieta, ele não a havia procurado naquela tarde para resolver de vez a briga e ela achara estranho demais que ele tivesse preferido manter o clima ruim.
- Sobre hoje à tarde... – ela decidiu começar, não aguentaria ficar daquele jeito muito mais, era melhor ela engolir o orgulho e tudo isso e acabar ela com a briga. Ele não entenderia mesmo, de que adiantava brigar?
- Shh... – Voldemort colocou o dedo sobre os lábios dela e a impediu de falar. – Não quero falar sobre isso agora, por favor, é melhor quando estivermos sozinhos, em casa, com calma. – ele beijou o dorso da mão dela. – Você está linda demais para que eu queira discutir mais agora... Ou lembrar que você está usando mais maquiagem do que o normal por minha causa... – ele tocou o local onde dera o tapa. Ela fechou os olhos, confusa demais para formar um pensamento lógico.
- Eu nunca te entenderei, certo?
- Provavelmente não, a não ser que eu queira... – ele acariciou o rosto dela... – Ainda dói?
A evidente preocupação dele com ela destruíra qualquer resistência dela em acabar com aquilo. Como dissera a Gabrielle, era tão típico deles, brigar e voltar, bater e assoprar. Talvez por serem tão impulsivos.
- O que acontece se eu disser que sim? – ele não respondeu, somente encarou a madeira da mesa, ainda com a mão sobre o rosto dela. Aquilo fora melhor do que uma resposta.
Bellatrix se levantou da cadeira e andou até a dele, empurrando-a um pouco para longe da mesa. Voldemort a encarou confuso e essa confusão não melhorou nem um pouco quando ela sentou-se em seu colo.
- O que está fazendo? – ele perguntou, enquanto ela acariciava seu rosto.
- Terminando essa briga... Sabe que não suporto ficar brigada... – ela beijou o pescoço dele, fazendo-o abraça-la na tentativa de trazê-la mais para perto, ele simplesmente ignorou o fato de que Comensais estavam chegando.
- Bella...
- Shh... – foi a vez dela de colocar o dedo sobre os lábios dele. – Eu comecei essa porcaria toda, minha vez de terminar.
Bellatrix o beijou e tirou dele qualquer vontade de falar mais, ele a abraçou com força e perdeu seus dedos entre os cabelos dela, segurando-a também pela cabeça para não deixa-la ir de forma alguma. Eles se beijaram com paixão, necessidade, mas no fundo ainda algo incomodava. Ela sair da sala fizera com que ele sentisse o peso daquilo, o fizera pensar. Beijá-la, leva-la para a cama não seria suficiente, não para ele e era por isso que eles estavam ali.
- Você sabe que não é tão simples... Não finja que é para me agradar... Você pode se reconciliar comigo, mas ainda vai remoer isso tudo... – ele disse, com a testa encostada à dela, beijando-a rapidamente no final. – E eu não posso aceitar isso.
- Eu não entendo... O que quer dizer...
- Você entenderá, logo... Quando eu quero algo, quero por completo... – ele beijou a mão dela mais uma vez e ela foi se sentar no lugar dela, confusa, enquanto os outros Comensais chegavam e se acomodavam.
Quando todos estavam acomodados, Voldemort decidiu começar a reunião, acordando Bellatrix de suas confusão e pensamentos ilógicos.
- Boa noite a todos, é fato que meu chamado deve ter sido uma surpresa para todos, mas é necessário esse encontro, contudo não me alongarei demais, preciso apenas informá-los de algumas coisas. Coisas importantes. Então vamos direto ao ponto: Todos sabem que após a morte de Dumbledore a reabertura ou não de Hogwarts foi colocava em séria dúvida. Muitos pais alegaram ter insegurança ao colocar os filhos de volta em um local onde o próprio diretor fora assassinado, o que acirrou os ânimos. No entanto, sabemos que, após nossa dominação do Ministério, esta decisão cabia exclusivamente a mim como chefe de estado. – houve uma pausa e forçados murmurinhos de concordância. Voldemort retomou a fala. – Refleti por um longo tempo sobre o que seria melhor e mais seguro para nossas crianças e cheguei à conclusão de que: Todos vocês poderão assegurar um lugar em Hogwarts para seus filhos novamente este ano.
Uma onda de palmas e urros de alegria inundou a sala, ninguém ali presente desejaria que Hogwarts fechasse, todos queriam que seus filhos terminassem os estudos como deve ser, como eles haviam feito.
- Contudo, nem todos terão a mesma segurança que vocês neste aspecto. – o silencio tomou conta da sala assim como a confusão das cabeças dos Comensais. O que diabos ele queria dizer. – Não é novidade para ninguém meu parentesco com Slytherin, correto? Então nada me resta além de, no mínimo, continuar o sonho dele. Colocar a vontade de meu ancestral em prática. Assim, somente aqueles possuidores de sangue-puro poderão adentrar os portões de Hogwarts a partir deste ano. Não mais deixaremos nossas crianças à mercê de sangues-ruins nojentos importunando-as enquanto elas deviam estudar em paz.
Por um longo momento houve silêncio na sala dos Malfoy, aquele era o tipo de coisa que todos esperaram acontecer por tanto tempo que quando acontecia era chocante demais para ser verdade. Eles sempre pregaram uma “Hogwarts aos de sangue-puro”, mas tê-la na realidade parecia fantasia.
- Milorde, isso é... Magnífico... – pronunciou-se Amico Carrow, ainda paralisado na mesma posição em que estivera antes do anúncio bombástico.
- Ainda bem que se pronunciou, Amico, pois você terá um lugar nesta magnitude... Assim como Alecto... – Alecto Carrow em Hogwarts? Mais um motivo para Bellatrix sentir reviravoltas no estômago. – Sua irmã será nomeada professora de Estudo dos Trouxas, sendo que esta matéria será obviamente reformulada, e você professor de Defesa Contra as Artes das Trevas...
Mais um silencio cortante na sala. DCAT? Mas o professor de DCAT não era Snape? Voldemort estava destituindo Snape de seu cargo? Por quê? Não fazia sentido, Snape era o queridinho, Comensal favorito do Lorde das Trevas, ou ele tinha feito algo muito errado ou Amico algo muito certo. A primeira opção foi a mais aceita pelo grupo de Comensais, cuja curiosidade chegou a níveis astronômicos, eles precisavam descobrir o que diabos Snape tinha feito.
- Milorde... Defesa Contra as Artes das Trevas?
- Sim, Amico, algum problema? Demais para seu estômago ensinar algumas maldições para os pirralhos...?
- De forma alguma milorde, apenas quis dizer que... Este não era o cargo de Snape?
Amico havia chegado exatamente ao ponto que Voldemort esperava, pelo menos um deles tivera a coragem de perguntar o que estava acontecendo ali afinal. Ver todos os tipos de coisas que haviam passado pela cabeça deles fora, no mínimo, divertido. Bellatrix, pelo menos, teria se divertido bastante ao ver as cenas que eles imaginavam de traições absurdas vindas de Snape.
- Sim, este era o cargo de Severus, Amico. Disse bem, era. Também estou remanejando Severus dentro de Hogwarts... A partir deste outono, Severus Snape não será mais professor, mas o diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, assim como eu mesmo já o comuniquei. – Snape fez um aceno com a cabeça, confirmando o que Voldemort dissera e sorriu grato mais uma vez.
Os Comensais então perceberam que Snape não tinha feito nada errado, tinha feito coisas certas demais. Diretor... Ocuparia a cadeira de Dumbledore, alguns deles ali chegaram a pensar que caso a escola abrisse o próprio Voldemort desejaria aquela cadeira. Pelo visto, ele tinha planos de se ocupar com coisas maiores.
Snape começou a agradecer fortemente, seguido pelos Carrow e Bellatrix realmente achou que ia vomitar. Ela não agüentava ver toda aquela suposta lealdade, principalmente vinda de Snape, e ficar quieta. Precisava alfinetar, como Snape dissera horas antes, era da natureza deles.
- Parabéns, Severus. Parece que tens feito muito mais acertos do que todos nós possamos ter conhecimento! – parabenizou Bellatrix, com linhas de sarcasmo por demais obvias na voz. – Parece que tantos anos brincando de bichinho de estimação de Dumbledore lhe renderam algo... A cadeira dele...
- Sim, Bellatrix. Esforcei-me muito para chegar onde eu estou hoje, para merecer tamanha honra do Lorde das Trevas... Dirigir Hogwarts é mais do que eu podia esperar.
- Ah, é mais do que qualquer um de nós poderia esperar. Disto não tenho dúvida, sabe... Quando se tornou Comensal não dei um mês para você sair correndo assustado, parece que provou que estava errada. – o sarcasmo quase escorria pelos lábios dela. – Quer dizer, você teve de agüentar Dumbledore... E aquele velho era insuportável! Olha... Quase prefiro os dementadores e a podridão de Azkaban... A servir Dumbledore em Hogwarts... Urgh... Como você agüentou?
- Nem eu sei, Bellatrix. Talvez da mesma forma como você agüenta só falar usando sarcasmo. Não sabe dizer as coisas literalmente? Desacostumou ou realmente nunca aprendeu? Seria interessante, uma mudança...
- Poderia te dizer muitas coisas entaladas literalmente, adoraria, mas a diversão não seria a mesma e eu sou educada demais para pronunciar tais tipos de palavras que agora vêm à minha mente sobre você. – essa frase causou uma explosão de murmúrios na mesa. Ninguém resistiu a fazer comentários maldosos e dar risinhos. - Mas, enfim, divirta-se em Hogwarts.
Snape não se deu ao trabalho de responder daquela vez, e ela nem mesmo deixara muita brecha para isso. O olhar de Voldemort para os dois também foi decisivo no acalmar dos ânimos, duas discussões em 24 horas... Eles estavam perdendo o senso de civilidade.
- Agora que o show de vocês acabou e todos nós nos divertimos imensamente... – ironizou Voldemort. – Posso dar meu último anúncio. Como todos sabem, Hogwarts sempre foi fiscalizada pelo Ministério e agora nada irá mudar. Não que eu não confie em Severus, confio plenamente, mas eu quero continuar dando aos pais dos alunos o mesmo tipo de segurança que eles antes tinham. A fiscalização acontece pois Severus tem coisas demais para se preocupar dirigindo a escola para conseguir saber de exatamente tudo que ocorre na escola, é por isso que existem os diretores das casas... Mas eu nunca confiarei em pessoas como, por exemplo, Minerva McGonagall ou em alguns alunos... Portanto, é bom que uma autoridade superior, vinda do Ministério, fiscalize, para dar alguma inibição... Afinal, podem tentar enganar Severus, mas sabem que o Ministério pegará qualquer furo.
- Ainda mais se essa fiscalização for feita pelo senhor, milorde. Quem ousaria pensar que esconderia algo de ti...
- Exatamente, Severus, exceto por um detalhe... Eu não serei aquele que fiscalizará Hogwarts...
- Como, milorde? – a pergunta de Snape era a mesma de todos os Comensais da Morte. – Thicknesse fará a fiscalização?
- Tenho coisas demais para resolver para ocupar-me com algo tão específico, Severus, assim como Thicknesse enquanto ele finge que manda em alguma coisa. Por isso precisei escolher alguém em quem confiasse plenamente para isto e que tivesse o tempo necessário para tal tarefa... E que seja temido o bastante para causar intimidação. É por isso que, após longa reflexão, cheguei à conclusão de que não haveria nome melhor para esta tarefa do que o de Bellatrix Black Lestrange. – a bomba da noite estava jogada, os murmurinhos começaram instantaneamente. Bellatrix supervisionando Snape! Era a noticia mais bombástica em meses.
Bellatrix, que estava quase morta de tédio, praticamente pulou da cadeira, tentando respirar com calma por causa do susto. Ela fiscalizaria Snape? Merlin.
- Eu, milorde? – perguntou, confusa.
- Sim, vê algum problema? Digo, terá que ir a Hogwarts no máximo a cada dois ou três meses se as coisas ficarem complicadas por lá, mas isto não é um problema, é?
- Não, nunca... Não é problema nenhum, somente me pegou de surpresa, não esperava uma escolha dessas...
- Nessas horas eu realmente me pergunto de onde vêm os boatos de que você é insuportavelmente convencida... Do jeito que fala parece que pensa que não a considero capaz disso...
- Não é isso, eu só...
- Pensou que eu levaria em conta seus problemas pessoais com Snape, ah, é claro. Bom, penso que ambos terão de lidar com isso e serem profissionais. Acredito no profissionalismo de vocês, então não tenho problemas com isso. – Voldemort falava como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. – Algum problema de sua parte, Severus?
Severus ainda parecia meio chocado, nem ele esperaria Bellatrix o supervisionando... Quer dizer, eles se odiavam, acabariam se matando. Ele pensava assim e se considerava tão profissional, pelo jeito teriam de aprender a não se matarem.
- De forma alguma... Faz sentido, após o senhor, ela é a pessoa mais temida do mundo bruxo... Mais do que todos nós juntos... É uma ótima escolha, sem dúvida, e, por outro lado, quando ela reportar minha ótima direção não haverá dúvidas de que eu estou fazendo meu trabalho magistralmente. – Snape olhou para Bellatrix, sorrindo zombeteiro. – Afinal, se até ela estiver admitindo...
- Saiba que terá de se esforçar demais para me impressionar, Snape. Provavelmente mais do que teria que fazer para impressionar o próprio Lorde. – devolveu Bellatrix.
- Vejo que teremos uma parceria bastante frutífera. Com ele querendo impressioná-la e ela relutando em ser impressionada, Hogwarts tem muito a ganhar, de fato. – disse Voldemort, parecendo extremamente satisfeito com as reações dos dois.
Snape e Bellatrix se encararam sérios com a menção de ‘parceria’, eles não seriam ‘parceiros’, Bellatrix vigiaria Snape e ele tentaria derruba-la do cavalo também conhecido como vontade de mostrar algum deslize dele.
- Bom, creio que – se ninguém tiver nada para relatar ou algo assim – podemos encerrar. Como o prometido... Uma reunião rápida, apesar de... Tumultuada. Os deixarei livres agora para aproveitarem o resto de suas noites... Estão dispensados. – Voldemort se levantou e em seguida praticamente todos os Comensais da Morte, com exceção à Snape e Bellatrix, que permaneceram sentados. – Vocês também podem ir se desejarem...
Bellatrix se levantou, ainda meio anestesiada pelos acontecimentos recentes e pensou em algo neutro para dizer que não fosse sair alguma bobagem ou algo sem sentido. Era demais para ela mesma acreditar, agora que a ficha havia realmente caído. Snape de certa forma estava subordinado a ela, quer dizer, todos estavam, ela era a Lady das Trevas, mas Snape mais diretamente. Sonhos se tornam realidade sim, ela era a prova.
- Vou pegar minha capa. – foi tudo o que ela conseguiu racionalmente ao levantar. Tinha tantas coisas que ela queria dizer a Voldemort, mas não ali. De qualquer forma, ela não resistiria a uma saideira. – Er... Boa Noite, Snape. – disse ela, arqueando a sobrancelha. – Espero ter que te fazer muitas visitinhas em Hogwarts este ano... – e lá tinha se ido a racionalidade que ela queria manter.
- E eu espero não te ver até o próximo verão. – devolveu ele, vendo-a sair.
- Este é o espírito. Sei que vocês não vão me decepcionar... – Voldemort deu um tapinha no ombro de Snape e saiu no encalço de Bellatrix.
Snape levantou-se e também foi atrás de Gabrielle, ele provaria pra Bellatrix que ela estava errada e a faria engolir o orgulho e relatar seus sucessos a Voldemort. Aquela batalha era dele.
Voldemort encontrou Bellatrix quando ela se despedia de Narcissa na sala ao lado. Ela estava abraçada à irmã, fortemente, como se tentando passar algum tipo de mensagem de apoio e força.
E ela realmente estava, a morena não havia esquecido o ocorrido no corredor, precisava ajudar Narcissa o máximo que fosse, não queria a irmã caindo nos braços de Lucius novamente, não queria que ela sofresse tudo de novo.
- Não importa o que ele diga, Cissy... Não se esqueça do cretino que ele é, por Merlin, não traga mais sofrimento para você mesma. Você não merece, merece melhor... – disse ela, no ouvido da irmã enquanto a abraçava.
- Fique despreocupada... Eu sei... eu sei... – Narcissa soltou-se do abraço, olhando a irmã confiante.
Bellatrix sussurrou um “eu espero” e se afastou de Narcissa, parando na frente de Lucius. Ela o encarou com desprezo, não tinha a mínima vontade de despedir-se dele, mas ele colocava-se em seu caminho de qualquer maneira.
- Boa noite, Malfoy.
- Boa noite, milady... – Lucius fez uma reverencia exagerada e rapidamente pegou a mão dela e a beijou no dorso.
A reação de Bellatrix foi tão imediata que Lucius não notou como a mão dela, antes sob seus lábios, fora parar em seu pescoço e nem muito menos sabia de onde ela tirava tanta força para sufocá-lo.
- Ouse me tocar sem meu consentimento mais uma vez em sua vida, Malfoy e eu juro por tudo o que for que eu te mato com todos os requintes de crueldade já inventados... – ela soltou Lucius com força, fazendo-o cambalear para trás, segurando o próprio pescoço e tossindo. Ela se recompôs e foi pegar a capa, como dissera antes que faria.
- Milorde... – sussurrou Lucius.
- Você a ouviu, Lucius. Toque-a sem o consentimento dela e eu não vou somente presenciar todos os requintes de crueldade que ela decidir adotar. Todos nós estamos cansados de saber dos motivos que a deixam coberta de razão. Será que eu fui claro o bastante para te mostrar que antes de um problema com ela terá um comigo?
- Sim, milorde... – respondeu Lucius.
- Ótimo, boa noite. Obrigada por sua hospitalidade, Narcissa! Não prenda Draco e Melinda demais ou pensarei que tens medo de deixar seu filho em minha casa. – Voldemort beijou a mão dela.
- Não se preocupe, eles logo se juntarão a vocês. Apenas jantarão conosco. – respondeu Narcissa, sorrindo.
- Então está bem. Até depois. – Voldemort foi juntar-se a Bellatrix, mas ela estava paralisada com a capa na mão, como se tivesse ouvido ou visto algo extremamente descomunal e incrível.
A expressão no rosto dela era de descrença total e ao mesmo tempo de um encantamento sem tamanho. Ela olhava o tecido da capa sorrindo como se fosse algo magnifico.
- Será que podemos ir? – ele perguntou, atrás dela, tirando a capa das mãos dela e ela de seu transe.
Enquanto ele colocava a capa sobre seus ombros, ela pensava se realmente havia ouvido o que pensava te ouvido. “Antes de um problema com ela, terá um comigo”, Merlin, aquela noite estava inacreditável demais.
- Às vezes... – Voldemort, que estava se trocando, naquele instante usando apenas as calças, teve a atenção chamada por Bellatrix, ou melhor, pela voz dela. Havia mais ou menos meia hora que eles tinham chegado dos Malfoy, ela fora direto para o banho e ele servira um drink a si mesmo para esperá-la. – Um banho pode ser bem revelador, sabia? – ela estava encostada ao dossel da cama, vestindo a camisola com o robe por cima. Estranhamente estava com as sandálias de salto e as jóias que usara naquela noite e estava maquiada.
- Com frequência vocês mulheres me surpreendem, mesmo que eu possa ler suas mentes o que... Eu estranhamente não consigo fazer agora. – ele largou o drink na penteadeira dela e aproximou-se dela. – Por quê?
- Pode se quiser, se tentar com real vontade. E não está com vontade, porque quer que eu te diga o que de tão revelador meu banho teve...Certo?
Nenhum dos dois se moveu, apenas os olhos o fizeram, principalmente os dele, que paravam por vezes no corpo dela, tentando ver além do vestido o corpo que ele conhecia tão bem e do qual nunca enjoava.
- Talvez...
- Eu estava pensando... Por que fez aquilo hoje, digo, me colocar supervisionando Snape e, depois, porque ameaçou Malfoy? – ela brincava com a corda do robe enquanto fazia as perguntas.
- Isto não é revelação nenhuma, são perguntas...
- E existe algo mais revelador do que perguntas?
- Touché.
- Ainda não respondeu...
- Eu precisava de alguém para fazer isso.. Você era boa o bastante e reclama de não ser colocada em funções... Uni o útil ao agradável, matemática simples. – respondeu ele, tomando mais do drink, mas ela obviamente não acreditou. Aí estava o segredo: ela já tinha tido as revelações, só precisava ouvi-las dele.
Bellatrix andou até ele, parando a pouquíssimos centímetros. Ela pegou o drink da mão dele e bebericou um pouco enquanto era observada por ele e negava com a cabeça.
- Acha que depois de vinte anos consegue mentir pra mim? – ela arqueou a sobrancelha, adquirindo um ar arrogante. – Não pode, sabe disso. Não minta para mim...
- O que você quer ouvir então? – ele perguntou, segurando-a pela nuca, os dedos presos nos cabelos dela. Aproximou os lábios dos dela, quase roçando-os antes de perguntar novamente. – O que quer que eu diga?
Bellatrix soltou o copo e acariciou o peito exposto dele, agarrando-se aos ombros de Voldemort fortemente, diminuindo a distancia entre eles. Ela o beijou rapidamente e se afastou, repetindo isso algumas vezes.
- Eu já disse, a verdade... Nada mais do que a verdade... – foi a vez dela de levar a mão à nuca dele, onde tomou o cuidado de arranhar suavemente, captando o ínfimo momento em que ele fechou os olhos sob seu toque. – É tão difícil assim dizê-la?
Voldemort puxou o cabelo dela com cuidado, tombando a cabeça dela para o lado. Com o pescoço dela exposto, desceu os lábios, determinado a tomar conta daquela região, marcar como sua. Ele beijou o pescoço de Bellatrix com calma, mas com sensualidade o bastante para fazê-la agarrar-se em seus ombros. Cada toque de sua língua no caminho desde o ombro dela até o fim do pescoço lhe rendeu um gemido delicioso de ouvir.
- Ah, a verdade. Minha Bella, eis algo caro... Que deve ser conquistado... Com empenho... – Voldemort sussurrou contra a orelha dela.
- Então devo... Convencê-lo a me dizer...
- Exatamente... – ele voltou a olhá-la nos olhos.
Bellatrix riu para si mesma e o puxou pelo cinto até a beirada da cama, ele fez menção de toma-la pela cintura, mas ela não deixou, jogando-o em cima da cama. Ele caiu semi deitado, observando-a em pé à sua frente...
- Se eu tenho que convencê-lo a me dizer a verdade, o farei...- Bellatrix colocou a mão sobre o laço da fita que prendia o robe, abrindo-o lentamente, enquanto era observada por ele.
Cada ínfimo movimento dela era pego pelos olhos atentos dele, ela se movia com elegância e charme, mas com uma sensualidade enlouquecedora e ela ainda estava vestida.
O robe caiu atrás dela como em câmera lenta aos olhos dele, esbarrando suavemente em todo o corpo dela. Ele sabia que ela só estava começando e não deixaria de incentivá-la.
- Sabe que terá que fazer melhor do que isso para arrancar a verdade de mim, não sabe? – ele colocou-se completamente sentado à beira da cama, mais próximo dela.
Ela sorriu e respondeu com um aceno de cabeça, aproximou-se mais da cama e colocou uma das pernas ao lado do corpo dele, abrindo uma fenda que deixou toda a sua perna exposta e bem ao alcance dele.
- Melhor...? – perguntou ela, prendendo o lábio inferior entre os dentes.
- Muito melhor... – ele respondeu num sussurro, acariciando a coxa exposta dela. Ele tocava aquela parte do corpo dela como se fosse preciosa, algo novo para ele e era exatamente este encantamento sem validade que os mantinha juntos.
O toque gelado dos dedos dele enviou uma trilha de fogo pelo corpo dela, que começava no fim dos dedos dele, passava por todos os seus nervos e ia até sua espinha, arrepiando-a por completo.
Ele ia fazer melhor, ele sempre fazia, ela sabia. Quando os lábios dele tocaram a pele da perna dela, Bellatrix viu que estava certa novamente. Os lábios dele se intercalavam com a língua e com os dentes, prejudicando seriamente a respiração dela. Subitamente ele tirou a boca da pele dela e a olhou.
- Muito melhor mesmo, mas... Ainda não é suficiente... – mais uma provocação... Ah aquilo estava ficando mais do que interessante.- Sei que pode fazer melhor... – ele enfiou a mão além da fenda, chegando ao encontro da coxa com a virilha de Bellatrix. Ela fechou os olhos para aproveitar os toques dele ali por um segundo antes de abri-los novamente.
- Eu sei que sim... – ela voltou a se afastar dele e fez menção de tocar a alça da camisola, mas ele se levantou e a impediu.
- Existem certas coisas das quais eu preciso participar... – ele colocou a mão sobre a dela na alça da camisola e juntos foram puxando-a para baixo. Ele cobriu de beijos o caminho que a alça dela fazia e colocou sua mão nas costas dela, para abrir os botões que ali estavam.
Quando a camisola estava solta em seu corpo, Bellatrix voltou a empurra-lo para a cama, ainda segurando o pano sobre si. Fez com aquela peça como fizera antes com o robe, tirou-a de forma torturantemente lenta, para que ele pudesse acompanhar cada centímetro de pele que era descoberta. E ele acompanhou, seus olhos foram seguindo o pano com fascínio. A camisola finalmente caiu no chão e ele ainda sentado abraçou-a pela cintura, mas foi segurado.
- Ainda me deve algo... Se lembra? – perguntou ela...
Voldemort mesmo assim puxou-a para cima da cama, fazendo-a cair por cima dele. Ela não tinha peça nenhuma de roupa debaixo da camisola, então tê-la nua em cima de seu corpo não ajudava em nada o incômodo entre suas pernas.
- Lembro, mas não acha que só falarei quando estiver bastante relaxado? – ele arqueou a sobrancelha, tentando tocá-la, mas sendo impedido por ela.
- Vamos ver o que eu posso fazer por você... – ela sentou em cima dele e, por um momento, ele achou que ela estivesse brincando com ele, afinal tê-la nua sentada em seu quadril só piorava sua situação.
- Bella...
- Shhh...
Bellatrix abriu o cinto dele de forma rápida e indolor, assim como a calça. Não iria tortura-lo, não mesmo, ela queria cuidar dele, não fazê-lo sofrer. Ela tinha motivos suficientes para aquilo. Ele a ajudou a retirar sua calça, a bruxa então o libertou também da roupa íntima no segundo seguinte.
Ele não teve muito tempo para pensar no que ela ia fazer, quando algum pensamento quis se formar toda a possibilidade de que isso se realizasse esvaiu-se na quentura da boca dela envolvendo seu pênis já tão afetado pelas brincadeiras deles. Ela não tinha resistência alguma em percorrer todo o pênis dele com a boca, tão úmida, seus lábios tão macios, ela tão desinibida.
Voldemort não resistiu a segurar os cabelos dela, não para ditar um ritmo, mas para sentir mais de perto o dela. Ele na verdade, mais acariciava o cabelo dela do que o segurava. Ela aumentou o ritmo, acariciando seus testículos enquanto sua boca cuidadosa tomava conta do resto. Ele desceu as carícias dos cabelos para o rosto dela, enquanto não conseguia conter os gemidos que a boca dela arrancava da sua. Ele não iria aguentar muito mais tempo e não queria que fosse daquele jeito, ele a queria, precisava dela.
- Bella... – ele a chamou, fazendo-a entender o aviso de pare com o olhar.
A bruxa engatinhou pela cama, deitando-se por completo em cima dele. Voldemort rapidamente trocou de posição com ela, colocando-a debaixo de si, tendo ele completo acesso ao corpo dela. A beijou da mesma forma que havia feito na sala dos Malfoy horas antes, mas desta vez sem o gosto amargo no fundo, aquela coisa que parecia faltar. Era como se não houvesse amanhã, mas fazia-os desejar que realmente não houvesse, nada a ser resolvido, nada a ser terminado, uma perfeita harmonia. Os beijos dele desceram vorazes pelo corpo dela, aquele que ele cobiçara pelos últimos minutos e mal pudera tocar.
Ela agarrou-se a ele como se ele pudesse deixa-la a qualquer segundo e, mesmo que ela soubesse que isso não aconteceria, ela não podia evitar. Após brigas era sempre assim, eles queriam ter o outro como se fossem perdê-lo e, talvez por isso, se ligavam de tal forma que tornavam a noite inesquecível, dando a boa fama que o sexo de reconciliação tem.
Os toques iam exatamente aos locais certos, os beijos também, os corpos pediam pelo do outro como um tipo de droga maravilhosa, cara e rara.
Eles tinham pressa, sim, mas não por isso deixavam de aproveitar cada milésimo de segundo ali passado. Quando Voldemort finalmente acabou com a tortura de ambos e a penetrou foi como se eles realmente tivessem se tornado um, o encaixe perfeito, a sincronia perfeita.
- A verdade... – disse ele, enquanto se movia dentro dela, contra o pescoço de Bellatrix, próximo ao ouvido. – É que você estava certa...
- Sobre? – perguntou ela, com a voz fraca, puxando-o para mais um beijo.
- Sobre como eu sou terrível em demonstrar aquilo que eu quero te fazer acreditar... – eles trocaram outro beijo, misturado com toques e gemidos de ambos os lados. Falar naquela hora era quase impossível para eles, pois mal lhes era possível respirar. – Sobre como eu sem perceber acabava dando a impressão de colocar outros acima de você... Quando isto nunca foi verdade...
Bellatrix não conseguia acreditar nas palavras que ouvia, nunca em sua vida esperaria ouvi-lo dizer aquilo, admitir aquilo, demonstrar alguma coisa. Ela já havia há muito desistido.
- Então foi por isso que...?
- Que eu te coloquei na supervisão de Hogwarts, sim... Está supervisionando o único a quem sempre alegou ser colocada abaixo... – ele deu uma pausa nas palavras, mas se já tinha começado, iria terminar por mais difícil que fosse naquela situação. – Para te mostrar como essa superioridade que você alega nunca existiu...
Voldemort foi impedido por mais um beijo dela e não conseguiu falar mais nada por alguns momentos, o orgasmo de ambos se aproximava e tornava sua tarefa mais difícil.
- Pela primeira vez fiz algo exclusivamente para te agradar...
Aquela foi a gota d’água para ela, não queria mais que ele falasse, era suficiente, estava difícil demais para ele. Eles tinha mais em que se concentrar. Ela o calou com mais um beijo e ele entendeu o que ela queria, queria que eles se concentrassem naqueles momentos finais antes do orgasmo. Ele já se segurava para fazê-la chegar junto e falar estava fora de cogitação...
Os gemidos de Bellatrix, saindo sem controle dos lábios dela mesmo entre os beijos, o tiravam do controle, causar aquilo tudo nela era sensual demais, erótico demais para o autocontrole dele. O poder que ele tinha sobre ela o excitava de forma absurda e não era diferente a reciproca.
Quando o orgasmo dela chegou, ele relaxou e deixou-se ir junto com ela, formando um uníssono do ultimo e mais longo gemido que eles deram. As unhas e os saltos da sandália dela foram cravados na pele dele no mesmo instante em que ele apertou o corpo dela com força e mordeu o pescoço dela com o mínimo de força possível.
Bellatrix voltou a seu raciocínio perfeito com beijos dele no local que ele antes mordera, eram calmos e cuidadosos. Ela logo entendeu o porque, eles foram próximos da cicatriz dela. A deixada por Lucius...
- Espero que fique uma marca... – ela sussurrou. – Uma cicatriz nova cobrindo essa aí...
- Sinto-lhe dizer que eu tive o cuidado de não deixar uma marca..- ele se jogou na cama e sentiu-a aninhar-se em seu peito. – Vou lembrar-me da próxima vez que você quer uma nova... – ela riu enquanto ele mexia no cabelo dela. – Alias, falta te dizer porque me irritei com Malfoy...
- E por quê?
- Porque ele ousa querer te tocar sem que você queira. Eu não suporto quando outros homens querem te tocar com a sua permissão...
- Porque eu sou sua e de mais ninguém... – afirmou ela, fazendo um caminho com os dedos no peito dele.
- Sim... Mas ele vai além disso... Não se contenta com um não como os outros... É claro que hoje foi um toque supostamente inocente...
- Mas vindo dele nada é inocente... – completou ela.
- Exatamente, mas... Ele está avisado... E não é assunto para ficarmos conversando agora...existem assuntos mais agradáveis...- ele voltou a mexer nos cabelos dela.
- Como a importância que eu tenho para você... ? – ela olhou para ele, levemente convencida.
- Isso e como tudo o que eu disse nessa cama é segredo... – Voldemort cortou-a, mas ela já esperava. Não sairia gritando por aí que ele havia dado a ela a chance de supervisionar Snape somente para agradá-la.
- Entendi... Não queremos idiotas cochichando sobre como eu te enfraqueço, vai que um dia você acredita deles... – ela disse, encarando o peito dele com uma expressão triste.
Voldemort levantou o rosto dela e obrigou-a a olhá-lo nos olhos mais uma vez, notando que ela ainda mantinha-se com a expressão triste e preocupada. Falsa expressão, ele sabia, mas estava ali.
- Sabe que isto não é uma possibilidade... E além do mais, você é a Lady deles, não tem nada que falar de você sem desejarem represálias e... você é muito boa nisso, vingança e afins. – Voldemort fez menção de beijá-la, mas ela desviou.
- Correção: não sou a Lady deles, sou a sua lady. Bem diferente.
Voldemort não respondeu nada, mas a beijou como desejara. Um beijo tão ávido quanto os anteriores, sedento de mais da outra boca, do outro corpo. Quando eles pararam, se olharam nos olhos mais uma vez, tentando decifrar os pensamentos do outros, sem ajuda de Legilimencia, claro.
- Diga o que quiser... – ele disse, ao notar que ela segurava algo. – Estamos ouvindo verdades hoje, huh?
- I love you. – ela sussurrou de uma vez, ele pedira, afinal..
- I know.– ele sorriu para ela e acariciou seu rosto. – Pode dizer quando quiser porque, mesmo que você pense o contrário, não me incomoda...Na verdade, fiz a mulher que nunca desejou se apaixonar amar com uma intensidade que beira à loucura sendo que eu mesmo sempre quis manter distancia do amor... Fui bem sucedido até no que quis evitar fazer... Ponto para mim, eu diria...
- Ponto para nós. – as palavras delas foram as últimas antes que eles dividissem mais alguns beijos antes de finalmente entregarem-se ao sono que vinha lhes envolver. Ponto para eles, realmente, pois era a partir dali que eles precisariam estar mais unidos do que nunca para desfrutarem do mundo inteiro, que passara a ser deles.
_______________________________________________________________________________________________________________________________
N/A: HEY GALERA BONITA! *----------------------*
Tudo bem com vocês? *corre das pedradas, avadas, facadas, todos os adas fatais do mundo*
Ok, ok, eu sei, tipo... 4 meses? ARE YOU FUCKING KIDDING ME? U.u’ É, sei. My fault. Quer dizer, não my pq eu não controlo escola, nem FUVEST nem porra nenhuma, mas né koOKSAAKO tipo, eu prometi pra vcs que não ia demorar muito e pff. Sentiram o drama, né, mas é que realmente eu não consegui escrever em meio a: feira de ciências, feira cultural, provas finais, FUVEST 1ª fase, FUVEST 2ª fase... SIM, GENTE EU PASSEI PRA 2ª FASE! *----------* Lindo, né, vcs me perdoam, né? *-* Sei que siiiiiim! Mesmo pq eu cheguei com mais um dos meus caps de 60 pags pra pedir desculpinha! Eu teria postado logo depois do natal se meu irmão não tivesse tipo... Esquecido meu pendrive em MG no natal. (y) daí tive que reescrever 15 pags D: 15! Juro! ¬¬ Mas... acabou que eu me empolguei e escrevi mais – o cap original acabava na nc D/M . Falando em NCS! 3 nesse cap, é um recorde, eu acho KOKOASKOAKO tipo O_O to vendo True Blood demais, fala sério, perversão –QQQQQQQ
Bom, estamos no 7º livro OFICIALMENTE! *-* Finally tio voldinho dominando o mundo, mwahahahahahahhaaha!
Gente, 7º livro! E o 7º filme? Viram, gostaram, odiaram? CONTEM-ME! *_*
Ai, muita coisa pra falar numa N/A só KOKOASAKO! Espero que vocês tenham gostado do capítulo e o próximo.... Já estou com várias coisas na cabeça e logo começo a escrever! Espero que não me matem e que aproveitem o novo mundo bruxo que nasceu nesse cap! *-*
Sobre a imagem: GENTE, PASMEM, EU QUE FIZ! *-* Quero agradecer a Gabie por me alertar sobre os actions – ajudaram DEMAIS! *-* Valeu. Mas ah, to tão feliz! Sobre as photoplayers... A loirinha é a Sara Paxton, nova da Gabie e a que ficará até o fim pq era exatamente como eu imaginava a Gaby – eu coloquei a Hilary Duff pq uma amiga me falou pra colocar até achar uma que parecesse mais. RISOS! E a ruiva é a Deborah Ann Woll, nova PP da Nicky! Linda ela, né gente? *-* Eu nunca tinha achado uma PP que fosse A Nicky que eu imaginava, mas ela é a perfeição! *-* Ela até lembra a Alexis! – lembrando que Nicky e Mel são primas – Além de ter o jeito de “Sou perfeita, fresca e rica” dos Black. KOASOKASKO Tradução da frase caso alguém tenha perdido o significado: “Jovem não significa inofensivo. Duvida disso? Você provavelmente não os conhece.”
Sobre a música: Dois motivos para ter usado essa musica: 1 – ela é totalmente Snape/Gabie! FALA SÉRIO KAOSKOASOK e como teve uma afirmação da continuidade deles, precisei, né! *-* 2 – Eu ouvia ela quando escrevi a NC D/M, então... xD Pq eles são MUITO o Teenage Dream do outro, fala sério *-*
Ok, chega de N/A LOUCA! KAOSKOASKOSOKSOKOK Por favor, comentem e AH, favorzinho? Vamos aumentar o numero de leitores da HdM? *-* Bora indicar loucamente pros amigos? *-* Sei que tem leitor que faz isso, mas...quem não faz... vamo encher o saco alheio –NNN Não que eu não ame vocês, eu amo MUITO, mas tem tanta gente lendo “A Putinha de Hogwarts” que a gente precisa indicar coisa melhor pra esse povo ler e shippers mais fodões dumal –Q
Ok, parei mesmo!
Vou-me indo, meus amores!
Beeeijos! ;*
Mel Black
26/01/2011
PS: FELIZ 2011 atrasado! *-*
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!