Regresso a Londres




Harry Potter acordou sobressaltado. Tinha tido um pesadelo horrível. Ele estava casado com Hermione. Estavam os dois em casa e, de repente, Hermione começou a arder e morreu. Ali, à frente dele. Estava todo suado e com lágrimas nos olhos. Hermione tinha morrido. A Sua Hermione tinha morrido. “Foi só um pesadelo”, pensou ele. Quantas vezes já não teve estes sonhos… via Hermione a morrer nas mãos de Voldemort. Via Hermione grávida, a perder o bebe por culpa dele, morrendo logo em seguida. Era quase todas as noites. Os fantasmas do passado ainda perseguiam Harry Potter. E iam continuar a perseguir… Tentou acalmar-se. Olhou para o relógio da sua mesinha de cabeceira e viu que ainda eram 7h 30min da manhã. Faltava mais de uma hora para sair de casa. Virou-se para o outro lado da cama e viu-a. A sua namorada. Uma bela rapariga ruiva, que ainda dormia tranquilamente. Sim, a namorada de Harry Potter era, sem mais nem menos, Ginny Weasley. Depois da partida de Hermione, Harry ficara inseguro e carente. Ginny tinha-o apoiado sempre. Tinha sido a única pessoa a preocupar-se verdadeiramente com ele e a ajudá-lo a superar. Além disso, Ginny sempre amara Harry. Desde a primeira vez que se viram, no primeiro ano, na estação de comboios. Harry gostava muito dela. Muito mesmo. Não a amava como a Hermione, mas isso nunca aconteceria. Nem com Ginny nem com mulher nenhuma. Hermione era insubstituível. Intocável. Inalcançável. Hermione era a perfeição. Mas ele tinha de seguir a sua vida para a frente, o melhor que podia. Assim, após a partida de Hermione, Harry dedicou-se única e exclusivamente à missão de derrotar Lord Voldemort. E, depois de muito esforço e de algumas perdas, ele conseguiu cumprir a missão que lhe tinha sido entregue desde o dia em que Voldemort matou os seus pais. Desde o dia em que Voldemort o tentou matar. No dia em que Voldemort destruíra quase por completo a sua felicidade. Após ter derrotado aquele que foi considerado o pior feiticeiro das trevas de todos os tempos, Harry atingiu o auge da sua fama. Era mundialmente famoso. Para onde quer que fosse, toda a gente sabia o seu nome. Ele só queria que Hermione, onde quer que ela estivesse, soubesse o que ele tinha feito. Que ele o tinha feito por ela. Queria que ela estivesse orgulhosa dele.
Concluído o curso na escola prática de aurores, Harry viu a sua carreira profissional subir a pique! Quando deu por si, tinha 24 anos e era chefe do departamento de aurores do ministério da magia de Inglaterra. Chefe do departamento de aurores. Inglaterra. Oh meu deus, tinha-se esquecido completamente que dia era hoje! Hoje era o dia em que chegavam os americanos para a reunião dos departamentos! Era hoje a festa de boas vindas! Como é que se tinha esquecido?! Tinha tanta coisa para tratar até eles chegarem! E tudo em menos de 12 horas!
Sentiu alguém mexer-se na cama e viu que Ginny já tinha acordado e o estava a fitar. Detestava quando ela o olhava assim, cheia de paixão e amor. Detestava por um motivo muito simples. Detestava porque ele sabia que não podia retribuir aquele olhar.
- Bom-dia. – Disse ele
- Bom-dia, amor! – Disse ela, pondo-se em cima dele e beijando-o.
- Er… Ginny, eu preciso ir. É hoje a festa com os americanos e tem de estar tudo perfeito. – Disse ele, apressado, desenvencilhando-se dela e dirigindo-se para a casa de banho.
- Mas Harry, ainda é cedissímo! – Disse ela. Vendo que não obtinha resposta, continuou – Volta para a cama, Harry! – Mas ele já tinha entrado no duche.
Esta era a vida de Harry Potter. Tinha uma namorada linda e que o amava de verdade, mas a sua cabeça e o seu coração estavam demasiado ocupados com recordações do passado.
Flashback
Harry tinha acabado de entrar pelo retrato da Dama Gorda quando viu Hermione vir a correr na direcção dele, muito sorridente.
- Parabéns! Já sei que ganharam o jogo! – Disse ela, dando-lhe um beijo suave e abraçando-o de seguida.
- Obrigada, amor. Eu nem sei como consegui apanhar a snitch. Senti muito a tua falta no jogo. Tenho pena de não teres podido ir… – disse ele, fazendo beicinho.
- Eu também tenho pena, Harry. Mas estava toda a gente a ver o jogo, e alguém tinha de fazer o trabalho de monitor. – Ele ia começar a refilar, mas ela interrompeu-o. Não gostava nada que ela fosse sempre a mais sacrificada pelos seus deveres de monitora. – Além disso, eu estava a pensar em compensar-te… - terminou ela, com um sorriso malicioso.
- Ai é, e como? Tu já me compensas todos os dias, Hermione.
- Depois vês. – Logo de seguida chegou toda a gente. Naquela noite ia haver festa na torre dos Gryffindor de certeza absoluta! Harry, como sempre, era o centro das atenções. Afinal, havia sido ele que tinha feito com que ganhassem o jogo contra os Slytherin.
- Bom trabalho, Harry! – Disse-lhe Dean Thomas
- Grande coça que deste ao Malfoy, Harry! – Disse, por sua vez, Seamus Finningan
Harry não disse nada. Para falar a verdade, não estava muito interessado nas conversas sobre o jogo, ou mesmo na festa. Queria estar com Hermione. Procurou-a por toda a sala comum, que estava cheia de gente, e foi encontrá-la sentada numa poltrona, a ler um livro, enquanto que Ginny estava sentada numa outra poltrona ao lado da de Hermione, entusiasmada a contar-lhe qualquer coisa. Caminhou até lá, juntando-se a elas.
- Hermione, como é que consegues ler um livro no meio desta confusão toda? – Perguntou ele, sorrindo-lhe. Hermione, porém, não lhe respondeu. – Hermione? – Ela continuava intacta, lendo no livro, parecendo nem reparar na presença dele. Nem de Ginny. Vendo que não obtinha resposta, resolveu chegar-se mais perto dela e abanou-a. Só aí é que ela pareceu notar a presença dos dois.
- Olá! – Disse ela, calmamente, parecendo tirar alguma coisa por entre os cabelos lanzudos.
- Olá? – Disse ele, fatigado – Eu e a Ginny estamos a falar contigo há horas e não nos respondes! – Disse ele, cruzando os braços, e rindo-se de seguida, perante a expressão dela.
- Desculpem. É que, com esta confusão toda, só consigo ler descansada se tiver tampões nos ouvidos! – Disse ela, mostrando dois pequeninos pedaços de algodão, que tinha nas mãos.
- Hermione! – Exclamaram Harry e Ginny ao mesmo tempo.
- Oh… – disse ela, fazendo biquinho.
- Ficas linda quando fazes biquinho, sabias? – Disse Harry, sentando-se na borda da poltrona de Hermione. Esta corou, deixando-o com um sorriso ainda maior. Ele adorava ver as sensações que provocava nela. Achava-a ainda mais bonita quando ela corava quando ele lhe fazia um elogio; quando ela sorria mal ele olhava para ela… Ela pôs-se de joelhos na poltrona e beijou-o. Tal gesto deixou-o extremamente surpreendido. Quando o beijo terminou, ele viu que ela se rir imenso.
- Que foi? Porque te estás a rir dessa maneira? – Perguntou ele, curioso.
- Ficas lindo quando ficas surpreendido, sabias?
- Que engraçadinha que nos estamos! – Disse ele, começando a fazer-lhe cócegas. Ficaram um bom tempo naquilo. Faziam cócegas um ao outro, beijavam-se, voltavam à sessão de cócegas… Nem deram conta quando Ginny Weasley se foi embora, deixando-os “mais à vontade”.
- Devias poupar essa energia toda para mais logo, Harry!
- Ai sim? Porquê, não me digas que queres ir jogar Quidditch, Hermione! Ai não, eu acabei de voltar de lá, não me apetece…
- Não sejas parvo, Harry. É mais que óbvio que eu não quero ir jogar Quidditch!
- Então? – Perguntou ele, confuso
- Não sejas chato, Harry! Depois vês! – Disse ela, sorrindo-lhe e deitando-lhe a língua de fora.
- Eu não sou chato, sou apenas curioso.
Fim do flashback
Harry sorriu, ao pensar no que Hermione tinha estado a pensar para aquela noite. Sorriu também ao pensar que ele próprio era muito ingénuo naquela altura.
A água fria escorria-lhe pelo corpo, provocando-lhe arrepios. Enquanto tomava banho, as recordações vinham-lhe à cabeça. Flashes de alguns momentos do passado passavam pela sua mente. Era incrível como, passados 6 anos, ainda se lembrava de cada pormenor, por muito insignificante que ele fosse. Gostava de se lembrar. As memórias eram a única coisa que ela lhe tinha deixado quando se foi embora. E ele ia guardá-las até puder…
Flashback
Harry estava a ser conduzido por Hermione, só não sabia para onde. Ela teimava em não lhe dizer.
- Hermione, com este mistério todo, ainda penso que marcaste algum encontro com Voldemort. – Disse ele, numa tentativa de descobrir para onde estava a ser levado.
- Como é que adivinhaste? – Disse ela, fingindo-se espantada.
Continuaram a vaguear pelos corredores de Hogwarts, por baixo do manto da invisibilidade de Harry. Chegaram ao quinto andar, a uma porta já muito conhecida de Harry. Nessa altura “fez-se luz” na cabeça de Harry. Tinha acabado de perceber o que Hermione estava a preparar. Não pode deixar de se sentir surpreendido e nervoso. Mas contente ao mesmo tempo.
- Hermione… - murmurou ele, ao ouvido dela.
- Shhhhh – disse-lhe ela
A porta abriu-se e Harry pôde ver um quarto enorme, extremamente bem decorado, com uma enorme cama de casal no centro. Era em tons de azul e cinzento. Estava tudo escuro, tirando a luz de algumas velas que pendiam suspensas no ar.
Tiraram o manto da invisibilidade e Hermione sentou-se na cama. Harry caminhou até ela, sentando-se também. Hermione levantou-se e dirigiu-se ao aparador que havia no fundo do quarto. Encheu duas taças de champanhe e voltou para a cama, entregando uma a Harry.
- Toma. – Disse ela. Ele aceitou e deu um gole.
- Hermione… – começou ele, mas ela interrompeu-o de novo.
- Não digas nada, Harry. Apenas deixa as coisas acontecerem… - disse ela, tirando a taça da mão de Harry e aproximando-se dele, beijando-o. Ele ficou surpreendido, porém, não deixou de corresponder ao beijo com a mesma intensidade que ela o fazia. Os beijos intensificaram-se, e cada vez se tornavam mais longos. Só paravam de se beijar para respirarem. Hermione, que estava sentada no colo de Harry, tirou-lhe a camisa, deixando à mostra o tronco nu e bem definido dele. Ele tirou também a camisola dela. Depois deitou-a na cama, ficando por cima dela. Continuaram a beijar-se. Harry fazia o que podia e o que não podia para não parecer nervoso à frente dela, mas não tinha a certeza se estava a ser bem sucedido. Quando deram por si, já todas as suas roupas estavam espalhadas no chão e eles estavam prestes a fazer amor, pela primeira vez. Num momento de lucidez, Harry parou de beijá-la.
- Hermione, tens a certeza de que queres fazer isto? – Perguntou ele, com a voz fraca.
- Tenho. Tenho a certeza absoluta que te amo mais que tudo nesta vida e que te quero para sempre.
Dito isto, ele beijou-a como nunca a tinha beijado antes. Tocou-a como nunca a tinha tocado antes. Teve-a como nunca a tinha tido antes. Amou-a como nunca tinha amado antes.
Se Harry alguma vez tinha pensado que era feliz, enganou-se totalmente. Estar ali com Hermione era a melhor coisa que lhe tinha acontecido. Partilhar aquela experiência nova com ela…
Quando tudo acabou, Hermione aninhou-se nos braços de Harry e este sorriu-lhe. Depois disse:
- Amo-te, Hermione.
- Eu também te amo, Harry. Para sempre.
Depois adormeceram, nos braços um do outro. Dormiram juntos, aquela noite que iria ficar para sempre na memória de ambos.
Fim do flashback

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Aeroporto de Heathrow, Londres
- Hermione! Lilly! Brian! – Disse uma senhora, muito sorridente. Tinha os seus 40 e muitos anos. Era magra e tinha o cabelo castanho encaracolado. Tinha também uns olhos castanhos cor de amêndoa, muito idênticos aos da sua filha.
- Mãe! – Disse Hermione, abraçando-se à mulher.
- Avó! – Disse uma menina com os seus 6 anos. Era alta, tinha o cabelo castanho claro e encaracolado, até às costas. Ao abraçar a avó, os seus grandes olhos verdes brilharam. – Tinha tantas saudades tuas! Pela mãe nunca vínhamos a Londres! O tio Brian é que a conseguiu convencer! – A senhora riu-se e cumprimentou Brian.
- Lilian! Já falámos sobre isto muitas vezes! – Disse Hermione. Ela não gostava que Lilly falasse assim. Não queria que a sua filha criasse ligações em Inglaterra. E muito menos que, num infeliz incidente, encontrasse o pai. Mesmo que achasse impossível. Mesmo assim, Hermione sempre gostara de jogar pelo seguro.
- Pronto. Desculpa, mãe. – Disse a menina, dando a mão a Brian, como sinal de birra.
- És mesmo igualzinha ao teu pai… - murmurou Hermione, para ela própria, ao mesmo tempo que a sua mãe dizia:
-És mesmo igualzinha à tua mãe! – Jane Granger sorriu delicadamente para a filha. Por mais que Hermione não falasse no passado e nas razões que a levaram a ir-se embora, Jane sabia que a sua filha sofria muito por isso.
Foram para casa dos Granger, no centro de Londres. Depois de arrumarem as coisas, Hermione foi pôr Lilly a descansar. Ela estava muito cansada da viajem. Brian tinha saído com Mr. Granger. Enfim, Hermione e Mrs. Granger estavam praticamente sozinhas. Era a altura ideal para uma conversa entre mãe e filha. Pelo menos era o que pensava Jane Granger.
- Então querida, conta-me como vão as coisas em Nova Iorque! Há tanto tempo que não nos vinhas visitar… - começou Mrs. Granger, enquanto ela e Hermione tomavam chá.
- Vão bem. A Lilly entrou este ano para a escola. É a melhor aluna do ano dela! – Disse Hermione, com um brilho nos olhos, típico de quando falava de Lilly. Devido a tudo o que tinha acontecido no passado, Hermione era muito ligada à filha. Era o que ela tinha de mais importante e precioso na vida. Alias, Lilian era a sua vida.
- A nossa Lilly está cada vez mais crescida! Até parece que foi ontem que me ligaram a dizer que tinhas entrado em trabalho de parto. Ainda tinhas duvidas que ela ia ser a melhor aluna? A mais inteligente? Não fosse ela filha de quem é!
- Pois… - disse Hermione, ao lembrar-se do pai de Lilly.
- Hermione, querida, eu sei que tu não gostas de falar nisto, mas…
- Mãe, por favor, eu não quero falar no passado. Devias respeitar-me. – Disse Hermione, começando a ficar nervosa. Detestava falar no pai de Lilly, mas mesmo assim, sempre que vinha cá, a sua mãe insistia em puxar o assunto. Mesmo sabendo que estava a magoar a filha.
- Hermione, tu mudas sempre de assunto! Não desabafas com ninguém! Hermione, porque não queres falar comigo? Tu sabes que eu irei sempre ajudar-te!
- Mãe… eu…
- Deixa-me falar, Hermione. Quando tu apareceste cá em casa, sem saber o que fazer, eu aparei-te, como sempre fiz e sempre vou fazer, até ter forças para tal. Quando me disseste que estavas grávida, eu apoiei-te. Quando o Harry e o Ron vinham cá à tua procura, eu ajudei-te, dizendo-lhes que não estavas, mesmo quando eles sabiam que não era verdade. Quando quiseste ir embora, para Nova Iorque, eu respeitei-te, mesmo sabendo que ia sofrer muito em não te ter ao pé de mim. Eu sei que não gostas de falar nisto, meu amor, mas eu acho que a Lilly tem o direito de saber quem é o pai… - Hermione começou a chorar, perante as palavras da mãe. Ela, no fundo, sabia que era verdade o que a sua mãe estava a dizer. Mas ela tinha os seus motivos para não falar. Tinha os seus motivos para ficar magoada. Tinha os seus motivos para se ter ido embora. Tinha os seus motivos para não contar a Lilly quem era o seu pai.
- Mãe… ela não ia entender… ela não me ia perdoar por lhe ter mentido… por ter dito que o pai dela morreu… por ter feito o que fiz… nem ela nem ele…
- Oh meu anjo, anda cá… - disse, abraçando a filha. – Se tu achas melhor não contar, então eu respeitar-te-ei. – Hermione deu um meio sorriso. – Mas espero que um dia me contes as razões que te levam a fazer isto.
Flashback
Hermione estava sentada na numa cadeira num corredor em Saint Mungus. Estava ali sentada ha horas... Estava sozinha. Os que não estavam feridos, tinham ido para casa, descansar. Olhou para o lado e viu Ron e Ginny dirigirem-se para o pé dela. Quando chegaram, Hermione abraçou Ron e começou a chorar, no ombro dele. Quando se conseguiu acalmar disse, entre soluços:
- A culpa é toda minha, Ron... Toda! Se eu não... se não fosse por mim, a esta hora ele estava aqui comigo. Provavelmente nem estaríamos aqui e...
- Hermione... a culpa não foi tua. Tu não poderias adivinhar que Voldemort ia mandar atacar o nosso acampamento.
- Eu sei. Mas poderia ter evitado que o Harry se tivesse magoado.
- Hermione...
- Não Ron, se eu e ele não namorássemos nada disto tinha acontecido. Ele não se tinha magoado para me proteger. Ele...
- O que está feito está feito... se tivesses mais cuidado Hermione, não punhas em risco tudo o que te rodeia. Não punhas toda a gente infeliz. Não destruías toda a gente. Não destruías a vida do Harry...
- Ginny, pára com isso! – Disse-lhe Ron, irritado.
- O que queres dizer com isso, Ginny? - Perguntou Hermione, visivelmente surpreendida com a atitude da amiga
- "O que queres dizer com isso?" - disse ela, numa imitação da voz de Hermione - O que eu quero dizer é que tu, mesmo sabendo que eu gostava do Harry, começaste a namorar com ele! Sem quereres saber daquilo que eu sentia! Que tu, mesmo sabendo que o meu irmão era apaixonado por ti há anos, começaste a namorar com o Harry. Que tu, mesmo sabendo que irias por a vida do Harry em risco, começaste a namorar com ele. Que tu...
- Que querias que eu fizesse, Ginny? Que ignorasse o que sinto pelo Harry?
- Pelos menos eu e o Ron não sofríamos, não achas? Se fosses realmente nossa amiga, tinhas ignorado o que sentias.
- Desculpa? Se fosse vossa amiga? Então o que achas que eu senti quando tu e o Harry começaram a namorar, o ano passado? Achas que me senti feliz? Achas? Como é que achas que eu me sentia quando tu me vinhas pedir conselhos? Diz-me Ginny, quem é que era a amiga?
- Ginny, é melhor te ires embora. hum... depois voltas, quando estiveres mais calma... – Disse pacientemente Ron.
- Não! Quem devia ir embora era ela! Ela é que...
- Miss Granger? - Chamou a curandeira que tinha acabado de sair do quarto de Harry
-Sim? - Respondeu ela, ansiosa – O Harry já acordou? Como é que ele está? Posso vê-lo?
- Mr. Potter ainda não acordou, Miss Granger. Mas se desejar vê-lo, pode entrar. - Disse a curandeira, sorrindo para Hermione.
-Eu vou, então. - Disse ela, ansiosa. - Até já – disse para Ron e Ginny.
Entrou no quarto de Harry. Apenas ele estava lá. Era tão difícil vê-lo assim, deitado numa cama de hospital, sem poder ouvi-la ou vê-la. Sem saber que ela estava ali, a sofrer por vê-lo daquela maneira. E saber que ele estava assim por culpa dela dificultava as coisas...
- Harry – sussurrou ela, ao ouvido dele – eu sei que não me podes ouvir, Harry, mas... – sentiu uma lágrima escorrer-lhe pelo rosto. Seguida dela, vieram muitas outras - Desculpa Harry.. A culpa é toda minha... Se não fosse eu tu nunca te tinhas posto à minha frente para o feitiço não me atingir… Eu quase te matei, Harry... – Hermione sentiu a mão dele apertar a dela, com força. Deu um sorriso torto e disse – Desculpa meu amor... Mas eu tenho que fazer isto. Eu não te posso magoar mais. Não te posso perder. És precioso demais para isso. - Deu-lhe um beijo na testa – Adeus, meu amor - disse, encostando os seus lábios ao dele e enxugando mais uma lágrima. Depois saiu do quarto, decidida a cumprir o que estava a pensar. Não ia perdê-lo. Não ia deixar que isso acontecesse. Nem que para isso tivesse que se afastar dele. O tempo que fosse necessário. Para sempre.
Fim do flashback
- Um dia… Eu prometo…

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