Onde tudo começou...



Estava sem saída. Voldemort o encurralara. E agora? Será que quase 17 anos lutando contra ele foram simplesmente para adiar a sua morte que viria mais cedo ou mais tarde pelas mãos do próprio?

- Não imagina o prazer que é vê-lo aí, Harry Potter. O menino que sobreviveu... Tsc-tsc... Quantas mentiras e bobagens foram ditas sobre você, Harry. Gostaria de ver o que seus admiradores diriam agora.

Voldemort soltou uma gargalhada fria e sombria que não pareceu entrar apenas pelos ouvidos de Harry, mas penetrar por cada póro de sua pele.

- Vai ser uma morte rápida, Harry, você não vai sofrer. Lord Voldemort sabe ser misericordioso às vezes... Quero vê-lo morrer o mais depressa possível. Já chega dessa brincadeira toda. Quero saborear a sua partida desse mundo sem ter a chance de despedir-se dos amigos. Mas não fique triste, Harry, não fique triste... Se tiver sorte vai encontrar os imundos dos seus pais em algum lugar...

Voldemort ergueu a varinha e apontou para a cicatriz de Harry.

- Foi aqui... – murmurou, mirando-a atentamente. – Aqui que o meu feitiço o atingiu pela última vez... Vamos tentar de novo?

"Da cicatriz, Voldemort deslizou o olhar até os olhos de Harry, que o encarou, aquelas pupilas vermelhas dlatando-se de prazer.

- Diga adeus ao mundo, Harry Potter.

Harry fechou os olhos. Na pequena fração de segundos que teve de tempo, imagens e lembranças brotaram em sua mente...


"- O Harry não, por favor, o Harry não!"

"- Ah, vão tomar banho vocês dois. Harry, você é um bruxo."

"- Seu pai teria ficado orgulhoso. Era um excelente jogador de quadribol."

"- Ao Sr. Harry Potter, pela frieza e excepcional coragem, concedo a Grifinória sessenta pontos."

"- ... rasgar... romper... matar..."

"- O senhor não fará mal a Harry Potter!"

"- Eles não morreram num acidente de carro!"

"- Achei que você viria ajudar o seu amigo. Seu pai teria feito o mesmo por mim. Foi muita coragem não correr a procura de um professor. Fico agradecido... Vai tornar as coisas muito mais fáceis."

“Agora desamarre-o Rabicho, e devolva a sua varinha.”

"- Não há nada que você possa fazer, Harry... nada... ele se foi."

"- Vem cá, Harry...
- Não.
- Você não pode ficar aí, Harry, agora vem...
- Não."

"- Mas você estava muito ocupado salvando o mundo bruxo. Bem, não posso dizer que esteja surpresa. Eu sabia que isso aconteceria um dia. Eu sabia que você não seria feliz se não estivesse caçando o Voldemort. Vai ver é por isso que eu gosto tanto de você."


Lembrou-se dos momentos tão felizes que passara naquele ano... Uns felizes, outros estranhos... Ammy, que surpresa tivera com aquela garota... As brigas com os comensais... A descoberta de RAB. A noite que passara com Gina... Ah! Aquela, sem dúvida, foi a melhor noite de sua vida! Lembrou-se, com um aperto no coração, da hora em que ela o chamou para um canto, e murmurou:

- Você vai ter que me prometer que vai voltar vivo, Harry.

Harry a havia encarado, as feições enrijecidas pelo sorriso que a garota tinha nos lábios em um momento como aquele.

- Gina, isso é sério! Eu vou atrás de Voldemort! Não brinque com isso, não sei o que pode acontecer lá.
- Eu sei, Harry. Só estou dizendo... Você não vai poder nos abandonar agora.
- Eu nunca abandonaria vocês, Gina. Você, Rony e Mione são as pessoas mais importantes para mim!

Gina havia aberto um sorriso ainda maior.

- Não estou falando de Rony e Mione, Harry.

Naquele momento, Harry não havia, definitivamente, compreendido nada.

- Bom, então... De quem você estava falando quando usou a palavra nós?

Então, Gina havia se aproximado, e cochichado em seu ouvido a notícia mais inesperada e mais feliz que ele poderia receber.

- Estava me referindo ao nosso bebê, Harry.

De olhos arregalados e sem ter compreendido muito bem, Harry encarou-a.

- Você não... não está dizendo... grávida?

Sorrindo, Gina havia afirmado com a cabeça, e os dois se envolveram num abraço emocionado, comemorando a tão bela e tão fortalecedora notícia que acabava de obter.

Com os olhos expulsando as lágrimas tão fartas de alegria, Harry havia prometido a si mesmo que viveria por sua família... Família... Quantas e quantas vezes ele não desejou uma, e agora teria... Finalmente ele realizaria o seu sonho de ter uma família...

Mas agora ele estava, sem varinha, encurralado; vendo-se ameaçado por aquele que foi o responsável por tanto sofrimento na vida dele e de tantas pessoas.

Contudo... não. Harry não sentiria ódio. Não morreria da mesma forma que viveu, odiando alguém. As Horcruxes já estavam destruídas, alguém viria depois dele para fazer o que ele não teve coragem de fazer. Do que valeria tanto ódio, tantas lembranças amargas se ele estaria deixando esse mundo? Não deixaria completamente. Uma parte dele ainda ficaria aqui, com Gina, com seu filho...

As palavras frias de Voldemort cortaram os seus ouvidos no momento em que ele pensava em Gina e em seu filho.

- Avada Kedavra!

Um jorro de luz verde iluminou o local, enquanto Harry sentia algo batendo em sua cicatriz com tal pressão, que ele foi jogado para trás.

Não perdeu a consciência, a pesar de tonto. Ficou imaginando... Então era isso a morte? A pessoa nem se tocava que estava morta? Parecia a continuação da vida. Era indolor, como Voldemort havia falado que poderia ser, há três anos atrás.

E agora? Sera que era só levantar-se, abrir os olhos e mirar o seu corpo no chão? Será que seus pais viriam buscá-lo?

Alguns estralos seguidos por uma onda de grande barulho cortaram o silêncio de seus ouvidos, e ele pensou...

“O que será? Será que são espíritos que vieram me buscar? E esse barulho todo? Será que cheguei ao céu, ou ao inferno?
- Incrível mesmo... Ei! Olhem lá! Harry Potter?
- Harry…
- Meu Merlim! Ele não está...?
- Harry!

Harry se mexeu inquieto, não era a voz de sua mãe, nem de seu pai, tampouco Sírius ou Dumbledore.

- Não! Ele não pode... Harry!
- Saía daí, Arthur. Não há dúvida, o feitiço atingiu os dois.
- Não, ele não... Harry, por favor...

Outros estralos… O que estava acontecendo?

- Arthur, sua filha...
- Papai? O que está havendo?
- Gina, não. Volte! É melhor...
- Porque? Quem está aí com você? Não é... não é...

Gina? O que Gina estaria fazendo ali? Será que os mortos podiam ouvir o que estava acontecendo onde estava seu corpo? Ele pensou... Em alguns filmes que assitiu via o espírito desgrudar de seus corpos enquanto observava os vivos. Será que ele também podia fazer isso? Que outra explicação teria?

- Mione, Rony, levem Gina daqui!
- Vamos, Gina...
- Não! Eu... por favor papai, ele não está....?
- Gina, vá!
- Não! A voz de Gina ecoou pelo local. De repente, todos fizeram silêncio enquanto escutavam, emocionados, o choro da garota e seus protestos desesperados. Vários pares de olhos marejaram.

Harry não aguentou ouvir aquele choro. Em pensar... que ele nunca mais poderia ouvir aquela voz... Fazendo um esforço não humano, Harry abriu os olhos, foi então que notou... ainda estava no seu corpo.

Viu Gina chorando, não aceitava o consolo de Hermione que também chorava e foi abraçar-se a Rony. O sr. Weasley estava agachado ao seu lado, de costas, com a palma da mão cobrindo o rosto.

Não conseguia se mexer, seu corpo, se ainda tinha um, estava dormente, talvez pela força com que fora empurrado. Tentou falar...

- Gina...

Ninguém ouviu. Num tom de súplica, quase desesperado, Harry repetiu. Tinham que ouví-lo. Por favor, que o ouvissem!
- Gina...

Ainda assim, ninguém o ouviu. A terrível suspeita voltara a fazer-se real, ninguém podia ouví-lo, ninguém podia vê-lo, ninguém...

Inesperadamente, Gina ergueu o corpo e seus olhos foram parar diretamente nos de Harry. Ela parou de chorar, e se levantou, correndo em direção a Harry...

- Gina, o quê...? – exclamou Hermione, soltando-se do braço de Rony e encarando Gina.

Todos tiveram a mesma reação, por isso ninguém pôde impedi-la. Quando viram, ela já tinha se jogado em cima do garoto, as longas medeixas ruivas tapando o rosto dele.

Não... Harry não tinha morrido, Gina pôde vê-lo e ele pôde senti-la! Este sentimento lhe deu forças e seu corpo pareceu despertar daquele torpor.

Para surpresa de todas que assisitam a cena, uma mão deslizou-se até o rosto de Gina, e essa mão vinha do braço, que vinha do corpo, daquele que eles pensavam estar morto.

Vários murmúrios ecoaram na madrugada fria e silenciosa.

- Harry! Você está vivo! – exclamou Gina, beijando-lhe os lábios.

- Incrível, não é? – ele disse sorrindo.

- Nossa, mas como...? Como você o matou? – perguntou Gina, enquanto a ajudava a se sentar.

- Eu? Matar quem?

As pessoas presentes o encaravam e ele não entendeu.

- Voldemort – disse Gina, os olhos úmidos faiscando.
- Mas eu não...

Harry procurou com os olhos, e encontrou. Um pouco à frente, estava lá, o corpo sem vida de Lord Voldemort.

- Ele está... morto? – perguntou.

- Sim – respondeu o Sr. Weasley. – Como foi que aconteceu, Harry? Você não se lembra?

Harry pensou antes de responder.

- É estranho... Era para eu ter morrido. Ele que jogou o feitiço...
- Isso nós vamos ver agora, garoto – disse Rufo Scringeor, o ministro da magia. – Dê-nos a sua varinha, vamos verificar qual foi o último feitiço.

Harry entregou a varinha. O ministro a recolheu e foi para perto de Voldemort.

Hermione e Rony se aproximaram, sorrindo.

- E então... se safou de mais uma, não foi?

Harry sorriu.

- O que posso fazer?
- O que aconteceu dessa vez?

Harry pensou, tentando organizar seus pensamentos. No fundo, ele sempre soube, mas nunca assumiu que sabia. Agora as palavras de Dumbledore e da profecia faziam sentido.

- Voldemort estava apontando a varinha para a minha cicatriz... – disse, forçando a memória. – Foi onde o feitiço atingiu da outra vez, e foi onde ele escolheu dessa. Não sei como explicar... Mas a profecia dizia “aquele com o poder que o Lord das trevas desconhece”. Esse poder, de acordo com Dumbledore, era o amor. Foi por isso que ele não conseguiu me matar pela primeira vez, por causa do amor que minha mãe tinha tido por mim, ao morrer para me salvar. Esse amor ficou marcado... Nos olhos.
- Olhos?
- Sim. A única coisa em que eu puxei a minha mãe: Os olhos. Esse amor, essa proteção, nunca sairam de dentro de mim. E hoje, quando eu pensava que ía morrer, só conseguia pensar...
Ele olhou para Gina que sorriu, e ele colocou a mão sobre seu ventre. Já dava para sentir um pequeno relevinho na antes tão esbelta barriga de Gina.

- Só conseguia pensar em vocês. Acho que foi esse o momento em que a proteção de minha mãe se revelou, e Voldemort, sem saber, escolheu justamente aquele momento para lançar o Avada Kedavra. Novamente, a minha cicatriz formou uma armadura, e o feitiço ricochiteou (?) contra ele.
- Mas da outra vez, ele não morreu – comentou o Sr. Weasley.

Foi Rony quem respondeu.

- Não. Antes ele tinha horcruxes, por isso não podia morrer. Mas Dumbledore havia descoberto isso, e antes de... bem, antes de partir, ele contou tudo a Harry. E foi o que nós andamos fazendo durante todo esse ano, desde que saímos de casa: procurando as horcruxe e as destruindo. Então, hoje, Voldemort estava completamente mortal.

Ninguém se surpreendeu ao ouvirem o rapaz pronunciar o nome de Voldemort tão calmamente e sem receios.
- Incrível – murmurou alguém ao lado de Harry. Rufo Scrimgeour voltara com a varinha de Harry e ninguém parecia ter se dado conta antes. – Essa é uma história mesmo incrível! Tome, garoto, já confirmamos, o feitiço veio da varinha dele, isso se encaixa com a sua história. Agora, se me dão lincença, vou aparatar até o “profeta” e chamá-los para fotografar... Ah! Isso vai ser o máximo! Você, Potter, vai ganhar a Ordem de Merlim, 1ª classe! Todos vão poder comemorar o fim de você-sabe-quem! Finalmente!

Ele desaparou.

- Me ajudem, quero ver o corpo.

O Sr. Weasley e Rony ajudaram Harry a se levantar. Estava todo dolorido.

- Tem certeza de que quer ver isso?
- Tenho.

Andando com dificuldade, Harry foi até o lugar onde jazia o corpo de Voldemort. Sim, definitivamente ele estava morto: Os olhos vermelhos sem brilho, abertos, o rosto pálido demonstrando surpresa... morto.

- Não posso nem acreditar – murmurou o Sr. Weasley. – Vocês têm noção do que isso significa?
- Que vamos viver felizes para sempre? – perguntou Rony.

Harry fechou os olhos, lamentando.

- Ah! Quem dera isso fosse verdade. Nós derrotamos o cabeça de tudo, o líder, mas não pegamos todos os seus seguidores. Ainda tem alguns deles soltos por aí, um dia, um virá, e se fará líder, então tudo recomeçará.
- É – concordou Gina. – E não sabemos se até lá existirá uma nova profecia e um novo garoto com uma cicatriz na testa... Opa! E por falar em cicatriz, cadê a sua, Harry?

Automaticamente, Harry elevou as mãos a testa. Era verdade, não havia mais nada lá.

- Deve ter desaparecido após o feitiço – falou o sr. Weasley.
- Bom... isso não é ruim, é? – perguntou Hermione, abraçando Rony e se virando para ir embora, gesto que todos imitaram. – Quero dizer, o Harry nunca gostou dela.
- É, sempre achou constrangedor as pessoas o encarando por causa dela – afirmou Rony.

Harry não respondeu imediatamente.

- Em pensar – disse por fim, enlaçando a cintura de Gina enquanto andavam. – Que eu nunca gostei de tê-la chamando a atenção em minha testa, e graças a ela que permaneci vivo.

- Ah, veja pelo lado bom, Harry. – Gina o animou. – Vamos ter uma bela história para contar para o nosso filho. E acho que todos sabem como vai terminar, não sabem? – acrescentou ela para os presentes.

Todos riram.

- E tudo terminou onde começou – responderam todos juntos, enquanto trovoadas de rojões e fogos de artifício ecoavam e brilhavam ao longe. – em uma simples e insignificante cicatriz...







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Desculpem a demora, finalmente meu Pc!!! OBa!!!

Estou terminando a fic!!! Se gostaram, deixem um recadinhoo... XD

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