Um novo casal



N/A: Agradecendo aos comentários... Mais um mistério revelado...


- Não aguento mais! - ela murmurou baixinho.

- Vai embora! - disse ele, a assustando.

Ela se virou e o viu de olhos abertos, deitado na cama com os braços atrás da cabeça.

- Me desculpa - pediu envergonhada, se aproximando. - eu achei que estava dormindo.

- Até o sono eu já perdi, mas estou mais do que acostumado. Se está insatisfeita vai embora.

- Não estou insatisfeita. Você sabe que apesar dessa situação eu...

- Você?

- Eu... estou bem aqui ao seu lado...

Corou com o olhar que ele lhe lançou.

- Não precisa ter dó de mim, priminha. Estou orfão, sem amigos, sem casa, correndo risco de vida, mas ainda sei cuidar de mim. Pode ir embora.

- Você não se importaria? Não sentiria minha falta?

Ele não respondeu.

- Heim? - insistiu ela. Qualquer um notaria o brilho esperançoso de seus olhos. Menos ele...

- Não me importaria - respondeu ele, virando o rosto para o outro lado e fechando os olhos.

Ammy não se conformou.

- Sentiria minha falta?

Mas ele permaneceu imóvel.

- Olhe para mim quando falar com você, Draco!

Pegou em seu rosto e o virou, forçando-o a encará-la.

Draco abriu os olhos, surpreso. Mas Ammy ganhara outra preocupação.

- Draco, você... você está quente... Não. Não está quente, esta pelando!

- Ammy, o quê...?

Ela se curvara sobre o garoto, medindo sua temperatura com a própria face, enquanto ele tentava afastá-la, mas sem encostar nela.

- Draco, você está com muita febre! E está tremendo também! Está com frio?

- Um pouco, Ammy, mas... quer parar de me tocar quem nem uma maluca?


Ela se afastou, como se tivesse levado um choque, e o encarou.

Malfoy também segurou o olhar, mas o desviou depois de poucos segundos, inevitavelmente se encolhendo pelo frio que já não conseguia mais desfarçar.

Ammy se levantou e pegou o cobertor esburacado que usava para se cobrir, tomando o máximo de cuidado para não tocar o rapaz, estirou o cobertor sobre ele.

- O que está fazendo, Ammy?

- Você não pode se congelar - respondeu ela, humildemente. - Vou ver se consigo preparar alguma coisa para você tomar...

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Já fazia umas duas horas que Draco adormecera, mas Ammy continuava ali, sentada ao seu lado, velando por seu sono. Um sono que parecia inquieto. Draco tremia e suava, as vezes rolando pela cama e se enroscando nos únicos dois cobertores que havia naqeula "casa", e que ela jogara em cima dele. Fizera também uma compressa de água fria, tentando inultimente baixar a febre...

Ele delirava e murmurava palavras sem sentido, enquanto com sua cabeça recostada no encosto da cadeira, Ammy liberava um pouco de sua agonia nas silenciosas lágrimas que escorriam de seus olhos.

Que vida era essa? Que vida escolhera para si? Porque teve que vir para esse país? Porque abandonara sua vida de "trouxa" com sua banda nos EUA, que era o que gostava de fazer, para se meter nessa enrascada?


- Ammy... - Ela se virou depressa, e pegou os olhos de Draco semi-abertos, a encarando.

Correu até ele e se sentou na cama ao seu lado, tentando esconder as lágrimas e sorrir, enquanto ajeitava os cobertores sobre ele.

- Ammy...

- Tudo bem. Descanse.

- Ammy... Sua pergunta... sim...

Não parecia um delírio, mas uma luta de sua incosciência com a sanidade.

- "Sim"? O quê? Que pergunta?

- Sim, eu... eu sentiria sua f-f... sua f-falta...

Finalmente a incosciência pareceu ganhar, e ele voltou a murmurar palavras incompreencíveis.

Ammy meio que se deitou na cama, e acolheu o tronco de Draco em seu colo, sabendo que quando ele acordasse não se lembraria do que havia dito, mas ainda sim, sentindo-se um pouco mais feliz.

♥______________♥


Harry dormia, depois da longa noite que tivera.

Não lhe fizera bem. As imagens que viu nas lembranças de Snape assombraram todo o seu sono, e o fazia ter pesadelos. Até que ele acordou e resolveu não mais dormir, com medo do que mais poderia sonhar.

E a idéia de que com todo o rolo da noite passada acabara de fazer com que eles esquecessem de perguntar sobre o barco, o invadiu.

Mais uma coisa para atrasar seus planos...

Suspirando, Harry acendeu uma luz e pegou um livro para ler, enquanto o sol mal ameaçava nascer.

Mal chegara na segunda página quando uma coruja bateu na vidraça da janela, e ele o deixou de lado para abrir a carta que chegara.

Não estava entendendo nada ao decorrer da carta, e quando soube de quem era então, sua falta de compreenção piorou ainda mais.

Estava escrito em letras borradas num pergaminho velho:

Potter;

Não sei mais o que fazer, e preciso da sua ajuda.

Um dia você me disse que estaria disposto a me ajudar, a me esconder. E hoje eu preciso disso.

Não posso mais ficar onde estou, aqui é o fim do mundo. Não tenho condições de permanecer nesse lugar.

Mas tem um problema nisso tudo. Estou com alguém, e se essa pessoa descobrir que estou pedindo sua ajuda, ela me mata! Esse era um dos motivos pelo qual não aceitei seu convite logo de cara, mas agora, desde manhãzinha ele adoeceu e eu não sei mas o que fazer! Por isso estou pedindo sua ajuda...

Só tem um grande problema... Você teria que me dar a sua palavra de que não faria nada com ele, e de que o protegeria, pois sei que tem muitas pessoas do seu lado que gostariam de o ver preso, ou até mesmo morto.

Será que você poderia me mandar uma resposta por essa mesma coruja?

Lamento ter te procurado, mas é a única pessoa que pode me ajudar. Por favor...

Espero sua respota...

Ammy.


Harry dobrou a carta e acordou Rony.

- hum... - resmungou ele.

- Acorda, Rony! Quero te mostrar uma coisa!

Resmungando algo que lembrava como: Amanhã, ou "que chatice", Rony se levantou, esfregando os olhos.

- O que foi?

- Veja isso.

Ele jogou a carta nas mãos do amigo, que ainda tonto de sono, a desdobrou.

Seus olhos se apertavam cada vez mais conforme ele ia terminando a leitura. Por fim, desviou os olhos da carta e encarou o amigo, definitivamente acordado.

- Uau... - foi o que disse.

- Precisamos ajudá-la - disse Harry. - Ela parece desesperada.

- Tá, mais... Quem será essa pessoa? Quero dizer, e se for um comensal perigoso e muito procurado? Nós não podemos nos arriscar.

- Não sei... Até porque se Ammy está com ele é porque ele também está fugindo. De Voldemort. E se ele está fugindo pode ser que seja por desistência aos comensais da morte ou algo assim.

- Será que ela pediria nossa ajuda se fosse alguém assim tão perigoso? Não sei se podemos confiar na Ammy outra vez, Harry.

- Bom, ela nos entregou um comensal da morte. Quanto a isso, não há dúvida de que podemos confiar nela.

- É, ela nos entregou um comensal, mas não antes de querer nos separar. Eu não esqueci o que ela nos fez, Harry, principalmente o que fez a Hermione, e sei que ela também não.

- Eu sei Rony, mas... E se realmente ela está precisando de nossa ajuda? Eu sei que a atitude dela quando nos conheceu não foi legal, mas depois ela se arriscou para nos ajudar. Teve que fugir para não ser pega, porque logo os comensais desconfiariam dela. E se estão atrás dela, é por nossa culpa. Ganhou isso por tentar nos ajudar.

- Bom, cara, você saberá o que fazer. Vamos nos arrumar, descer e esperar que Mione acorde. Aí nos vemos a opinião dela, ok?

- ok...

♥________________♥

Os garotos se demoraram um pouco para descer, e quando o fizeram, Harry quase deu meia volta para o quarto novamente.

Na sala, conversando o mais civilizadamente possível, estavam Snape e Lupim.

Os dois viraram o rosto ao ouvirem som na escada e quatro pares de olhos se encararam.

- Oi, garotos - disse Lupim percebendo o jeito com que Snape e Harry se encaravam. - Acordaram mais cedo hoje? Venham, sentem-se conosco...

- Não obrigada, professor. Nós só vamos mesmo esperar Hermione acordar.

- Eu já estou acordada.

Os garotos se viraram. Hermione saía da cozinha com uma torrada na mão, e não parecia nada sonolenta.

- A quanto tempo? - perguntou Rony.

- Faz um bom tempo.

Ela se sentou na sala ao lado dos "professores", e parecia bem feliz. Harry se aproximou e estendeu a carta para Hermione, sem se importar com a presença dos dois homens.

- Acabou de chegar. Leia e me diga o que acha.

Estranhando, Hermione pegou a carta e começou a lê-la.

Quando terminou, estava de queixo caído.

- E então? - perguntou Rony, se sentando ao lado da garota.

- Você acha que devemos ajudá-la? - perguntou Harry, percebendo pelo cantos dos olhos que os outros presentes os olhavam fixamente.

- Bom... Ela parece sincera e... desesperada...

- Exatamente - exclamou Harry, quando Rony abriu a boca para dizer algo. Pela sua expressão, nada muito agradável.

- Mas... - continuou Hermione. - Quem será essa pessoa? E se for um comensal ou algo assim?

- Foi o que eu pensei - disse Rony. - Quero dizer, se darmos nossa palavra de que a ajudaremos, não poderemos fazer nada com essa tal pessoa. E se for um comensal ou alguém que merece ser preso e tal?

- Mas não podemos nos esquecer - continuou Harry, - de que se tudo estiver acontecendo mesmo assim, essa pessoa está doente. Encontrei Ammy no cabeça de Javali aquele dia, e ela não tinha dinheiro nem para comprar o que comer. Como ela deve estar com essa pessoa doente? Acho que seu desespero é verdadeiro.


- Não estou duvidando que o desespero dela é verdadeiro, Harry - disse Hermione. - Só não estou confiando muito nessa pessoa que está com ela. Se dermos nossa palavra de que apenas os ajudaremos, não poderemos fazer nada com relação a essa pessoa que está com ela. Que sem dúvida alguma será um comensal da morte.

- Eh... garotos?

Era Lupim, que até então obervava e prestava atenção em cada palavra do que os três amigos diziam.

- Ah... desculpe, professor. Estamos atrapalhando?

- Não, Hermione, não foi isso. Mas eu estive prestando atenção na conversa de vocês e pelo visto, estão precisando de ajuda. Será que há como eu ajudá-los?

Hermione olhou para Harry. Afinal, porque não?

- Hum.. - Harry olhou para Snape. Tudo aquilo era estranho.

- Harry? - perguntou Lupim.

- Hum... Claro professor. Acho que pode nos ajudar sim.

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Narrado por Harry

Nos sentamos perto deles e começamos a relatar nossa aventura com Ammy. Contamos tudo o que ela estava fazendo quando a conhecemos, sobre a poção polissuco, a descoberta excepcional de Rony, a revelação de algumas coisas sobre Ammy, a amizade dela com Not e o fato de que eu a deixei ir depois de ter nos revelado sobre o paradeiro dele, e tudo o mais.

- Você a dispensou depois da prisão de Nott, Harry? - Lupim me perguntou.

Será que ele iria me dar uma bronca dizendo que não devia ter feito isso, ou coisa parecida? Bom, não adiantava negar. Fiz o que achei que era certo.

- Foi. Ela ficou conosco até recebermos a carta do sr. Weasley confirmando a prisão de Not. Foi a condição que dei a ela. Nos entregava Not, e nós daríamos sua liberdade.

Snape escutava tudo atentamente, de sobrancelhas
franzidas, enquanto Lupim coçava a cabeça e analizava a situação.

- Creio que ela ñ entregaria aquele homem por apenas vingança, mas por questão de dignidade. Também acho que ela ñ se arriscaria assim, entregando um comensal. Ela não quis sua ajuda? Mesmo?

- Não - Harry respondeu. - Eu disse a ela que a esconderíamos se precisasse, mas ela disse que já tinha onde ficar e com quem queria ficar.

- Com quem? Então, provavelmente essa pessoa seria a mesma a quem ela se refere na carta?

- Acho que sim, profº, mas não faço a mínima idéia de quem seja.

- Se me permitem participar dessa produtiva conversa - falou Snape, naquele mesmo tom suave e perigoso de sempre. - Eu imagino de quem se trata essa pessoa.

Lupim e Hermione ergueram as sobrancelhas; Rony girou os olhos e Harry cruzou os braços.

- Então, você poderia repartir sua teoria conosco, não poderia, Severo?

Snape ignorou o homem.

- No círculo íntimo dos comensais ouvíamos muito falar dessa garota que havia recebido ordens para colaborar em um dos planos do Lorde, apesar de nenhuma das teorias mirabolantes que inventavam serem verdadeiras. Depois dessa prisão repentina de Nott, que havia sido encarregado de cuidar dessa garota, todos passaram a desconfiar dela, mas, o que é óbvio, ela já tinha desaparecido.

"Outro ponto que causava grande polêmica entre todos foi a hipótese de que ela seria a fiel do segredo de Draco Malfoy".

- O quê?

- Ammy? A fiel do segredo de Malfoy? - repetiu Hermione. O queixo de Rony caiu e Lupim curvou o corpo para a frente.

- Porque Draco a escolheria? Achamos que ele havia escolhido alguém mais próximo. Até mesmo vc, Snape.

Este crispou os lábios.

- Eu poderia até ter me arriscado, Lupim, mas Draco ñ quis. Essa garota... Era o meio mais fácil e menos provável, já que vivia como trouxa na maior parte do tempo.

- Mas porquê Draco a escolheria?

- Eles são primos. Dawson é um filha bastarda de Belatriz com um bruxo dos EUA. Foi criada e educada por uma família de lá.


- Ammy é filha de Belatriz? - repetiu Harry, perplexo.

Hermione bateu na testa.

- Devíamos ter advinhado! - exclamou ela.

- Porque? - perguntaram todos menos Snape.

- Quando fui atrás dela naquele dia, a ouvi dizendo sobre sua mãe com Nott. Algo como "Sua mãe recebeu ordens do Lorde e você tem que cumprir", esse tipo de coisa.

- Bom, eu me lembro disso - justificou Rony - Mas não tinha como advinharmos quem seria a mãe dela, poderia ser qualquer comensal.

- Qualquer comensal, não. - corrigiu a bruxa. - Mas uma comensal que fosse próxima a Voldemort para receber uma ordem dessa, pessoalmente, como Nott havia dito. Quem mais próximo do que a própria Belatriz?

- Bom, isso agora não importa - se intrometeu Lupim. - Vocês que conheceram ela, acham que ela está dizendo a verdade?

- Sim - respondeu Harry.

- Não - respondeu Rony ao mesmo tempo.

- Hermione? - perguntou Lupim, se virando para a garota.

- Acho que ela está sendo sincera. Só não sei... essa tal pessoa...

- Se for mesmo Draco - retomou Lupim. - Não teremos problema, afinal, já o estávamos procurando mesmo, e com a intenção de ajudá-lo.

- Mas... - começou Harry. - E se... quero dizer, se ela for mesmo filha de... de Belatriz Lestrange, não há chances de...

- Não, com certeza não. - falou Lupim. - Ela não te mandaria a carta se fosse Belatriz.

- E se for um plano? - insistiu Rony. - E se o que ela quer for nos atrair até onde está?

- Você já mandou a resposta, Harry? - perguntou Lupim, dando uma nova olhada na carta.

- Ainda não.

- Então mande, se ela nos disser onde está nós vamos com vocês. É claro, se permitirem.

- Tudo bem - Harry repondeu depressa.

Ele pegou um pedaço de pergaminho em uma das gavetas e uma pena.

Escreveu:

Ammy;

Recebemos sua carta e queremos ajudá-la.

Onde você está?

Quem está com você?

Mande-nos a resposta o mais rápido possível.

Harry.


- Aqui pede para enviar pela mesma coruja - comentou Lupim quando Harry descansou a pena. - Onde está essa ave? Você já a despensou?

Harry parou para pensar.

- Acho que ela foi embora, e eu não tenho o endereço de Ammy.

Uma batidinha vinda de algum lugar chamou a atenção de todos.

- Vejam - Rony apontou para uma janelinha de vidro (que vista de fora não passava de um buraco tapado com madeira) onde a mesma coruja batia o bico insistente.

- Seria essa a coruja? - perguntou Lupim sorrindo.

Harry amarrou a carta na perninha da coruja e esta levantou vôo.

♥_______________♥

Ammy não sabia se tinha feito a coisa certa enviando aquela carta para Harry Potter. O que ela sabia, era apenas que Draco não estava bem, e sozinha, ela não sabia o que fazer.

Precisava de ajuda, e nesse desespero, acabara por pedir ajuda ao pior inimigo de seu primo: Harry Potter. Quando ele descobrisse...

Mas ela não tentou advinhar qual seria a reação de Draco, e desviou sua atenção para a coruja que acabara de chegar, pelo visto com uma resposta.

♥______________♥

- Porque parece tão feliz, Hermione? - perguntou Rony.

Harry também parecia meio incomodado. Gina voltara para Hogwarts, não tinham arrumado um barco e nada estava dando muito certo para eles. Para que tanta felicidade?

- Uma boa notícia.

- Eh? - fez Harry irônico, servindo seu prato de sopa. Me diga qual então, porque ultimamente...

- Arrumei um barco para nós - disse ela.

Harry engasgou com a sopa quente.

- Jura? - exclamou.

- Só tem um problema...

- De quem é o barco?

- Então, esse é o problema...

- É meu, Weasley - disse uma voz vinda da porta.

Harry se queimou com a sopa novamente.

- Seu?! - exclamou Rony, sem esconder seu choque.

- Meu - disse Snape no mesmo tom.

- Bom, é... eu estava falando com o Lupim sobre o barco e ele falou que Snape tinha um com.. muitas vantagens bruxas e tal...

- E ele vai nos emprestar? - perguntou Harry, debochando.

- Irei, Potter, mas o meu barco não vai a lugar algum sem o seu dono.

- O que! Não está dizendo que quer que o levemos junto, não é?

Snape crispou os lábios.

- Andar a passeio de barco na sua compania não é exatamente o que eu chamaria de "agradável", Potter, mas não vou deixar o meu barco na mão de três jovens que acabaram de completar a maioridade. Não, lembrando do que aconteceu na última vez que um meio de transporte trouxa enfeitiçado foi parar nas suas mãos e nas do sr. Weasley.

- Aquilo foi um acidente - disse Harry entre dentes, morrendo de raiva.

- Um acidente irresponsável e catastrófico. Mas sem dúvida, um acidente.

Houve uma pausa em que Snape suspirou, até o ar que ele respirava parecia veneno para os outros.

"Contudo... Não o estou obrigando a aceitar, se pode conseguir outra coisa melhor, ficarei muitíssimo feliz. É só dizer.

Harry não respondeu. Droga! O barco tinha que ser logo dele? Levá-lo junto? Isso seria um pesadelo!!

Mas... o que ele iria fazer? Afinal não tinham arrumado um barco em lugar algum. E precisavam...

- Vamos, Harry. Não teremos outra solução mesmo - pediu Hermione.

Ele olhou para Rony, que deu de ombros, ao mesmo tempo que confirmava o que Hemrione dizia e falasse algo como: "Infelizmente teremos que aguentar esse pesadelo."

- Tudo bem, não tenho outra solução mesmo - disse ele encarando Snape, ao que esse abriu um sorriso desdenhoso. - Mas por favor, não terá necessidade de ter que vê-lo a todo o momento, terá?

- Pode ter a certeza de que manterei distância, Potter. Já disse que sua presença para mim é tão agradável quanto a minha para você.

- Harry, querido?

Era a senhora Weasley. Os garotos se viraram para ela enquanto Snape saía.

- Chegou uma carta pra você...

Os garotos abriram o envelope. Dentro, um endereço, seguido por uma curta mensagem.

"Se eu disser e você não mais querer vir?
Estou desesperada, venha logo...

Ammy."


Os três mostraram a carta para Lupim, que levou o pedido da garota a sério.

- Acho melhor irmos agora mesmo - disse. - Coloquem um casaco e venham. Se ela estiver falando a verdade uma pessoa pode estar muito doente.

Eles concordaram, e em menos de cinco minutos já estavam prontos.

- Vamos? - perguntou Lupim, a soleira da porta. - Severo, não sabemos o que aconteceu, então se puder deixar os igredientes no jeito para o caso de ser algo grave...

- Terei grande prazer em providenciar tudo, Lupim - respondeu o outro, num tom de voz que dizia exatamente o contrário.

- Obrigado. Vamos então, garotos.

Eles deram uma última olhada no endereço e desaparataram assim que saíram da casa.

Foram parar em um lugar aparentemente abandonado, onde havia inúmeras casinhas aos pedaços, outras destruídas...

- É aqui mesmo? - perguntou Hermione, quando um arrepio subiu por sua espinha ao mirar o estranho cenário.

- Sim, estamos no lugar certo - confirmou Lupim, apontando para uma das casinhas no outro lado da rua. - Aquela é a que mais se encaixa na descrissão da garota. Estão com as varinhas preparadas, caso seja uma armadilha?

Todos ergueram as varinhas.

- Ok, vamos.

♥_________________♥

Ammy sentara-se ao lado de Draco, acariciando seus cabelos enquanto ele dormia. Já juntara as "muitas coisas" que ele tinham naquela casa, e esperava inquieta.

Até que uma batida na porta a assustou.

Ela foi até a porta e colou o ouvido na madeira fria.

- Ammy? - alguém chamou, e ela reconheceu a voz de Harry.

- Quem está aí com você? - ela perguntou antes de abrir a porta.

- Rony, Hermione, e ... Remo Lupim. É um amigo nosso.

- Amigo?

- - Já foi professor de Defesa contra as artes das Trevas em Hogwarts. Ele está do nosso lado. Abra, Ammy!

A garota murmurou um feitiço e destrancou a porta.

A primeira visão de Harry o deixou um pouco confuso. ammy não estava igual. Os cabelos sempre brilhantes e impecavelmente lisos estavam sujos e embaraçados, as roupas também sujas e um pouco rasgadas. Tinha o rosto um pouco úmido e os olhos vermelhos. Sem dúvida estivera chorando.

Qualquer dúvida que Rony, Lupim, Hermione ou até mesmo Harry, tinham sobre a verdade, desapareceram.

Eles abaixaram a varinha e entraram rapidamente, fechando a porta logo em seguida. Lupim e Rony olharam em volta e viram a cama de Malfoy, indo até lá.

Mas Harry não conseguiu desviar os olhos de Ammy, ela parecia tão infeliz, em tão grande sofrimento, desolada, que ele não conseguiu odiá-la pela fato de ser filha da assassina de seu padrinho. Seus sentimentos era outros: compreensão, pena, e até mesmo carinho.

- Obrigada... por terem vindo... - Ammy agradeceu. Hermione sorriu, mas Harry, tomado por um impulso, ao ver seus olhos cheios de lágrimas, a abraçou.

Ela começou a chorar baixinho no seu ombro, como se quisesse há tempos, desabafar todo o sofrimento com alguém.

- Harry, venha até aqui. - Era a voz de Rony.

Ele soltou-se de Ammy, e como ela ainda chorava, Hermione tomou o seu lugar.

Ele foi até a cama onde estavam Rony e Lupim e viu o que não imagina ver tão cedo.

Draco Malfoy, magro, sujo, com roupas rasgadas igual a Ammy, e aparentemente, muito doente.

- O que ele tem? - perguntou baixinho, como se o barulho pudesse ainda mais piorar o seu estado.

- Não sei, mas acho bom levá-los depressa.

Lupim se aproximou de Draco.

- Tem alguma coisa pra levar?

Ammy que se acabara de se afastar de Hermione respondeu que sim, mostrando as coisas no canto do quarto, que Hermione e Rony foram buscar.

- Otímo. Harry, você pode auxiliar Ammy na aparatação? Não sei se ela está em condições...

- Tudo bem.

Lupim pegou Draco no colo, e todos desaparataram.

Quando eles chegaram na sede, Snape atendeu Draco com uma prontidão que não teria tido com outra pessoa.

Depois de alguns exames rápidos foi constatado que ele estava com uma doença trouxa conhecida como "pneomunia", e foi só tomar algumas poções em horários alternados que a febre já baixara, e ele parou de delirar.

Ammy também foi atendida por com prioridade (talvez não por vontade de Snape, mas por insistência de Lupim), tomou algumas poções, uma boa sopa da senhora Weasley e depois de um bomm banho fui ficar ao lado de Draco.

- Ele está bem? - perguntou ela anciosa, trombando com Snape na escada.

- Está descansando, senhorita, se exaltou agora pouco e precisa tentar dormir, se pudesse não incomodá-lo...

- Obrigada.

Ignorando as palavras do bruxo, Ammy correu escada a cima, em direção ao quarto onde estava Draco, deixando Snape com uma cara extremamente desagradável.

♥__________♥

Ao chegar no quarto do garoto o viu acordado, e um sorriso brotou na sua face, sendo logo desmachado com o olhar que ele lhe lançou.

- Draco? - chamou, incerta.

- Vai embora - respondeu ele.

- Mas... porquê?

- Eu não acredito que você fez isso, Ammy! Poderia ter me prejudicado seriamente. Vai embora!

- Draco, não seja assim...

- Não fale comigo, Ammy. Você traiu minha confiança, me entregou aos meus inimigos.

- Mas fiz o que era necessário!

- Isso não é deculpa! Você não cumpriu com sua palavra. Como quer que eu acredite em você?

- Draco, você estava doente, morreria se não tivesse feito nada!

- E como você sabia se me revelando aos meus inimigos não garantiria a minha morte também?

Lágrimas começaram a cair fartas dos olhos de Ammy. Aquilo era muita injustiça.

Mas quando Draco Malfoy era justo?

- Eu não tinha outra solução, não tinha a quem recorrer!

- Me deixasse morrer! - exclamou Draco, num tom que fez mais lágrimas explodirem dos olhos da garota. - Eu não perderia nada morrendo! Nem faria falta para ninguém! Mas pelo menos morreria com meu orgulho intacto!

Ammy explodiu.

- ESSE SEU ORGULHO IDIOTA! É SÓ NELE QUE VOCÊ SABE PENSAR! É SÓ NESSA SUA HONRA DE UM MALFOY IDIOTA! SERÁ QUE VOCÊ NÃO PERCEBE QUE NADA MAIS TE PRENDE A ESSA SUA ARROGÂNCIA E PREPOTÊNCIA?

Malfoy estava, ao mesmo tempo que surpreso, lívido de raiva.

- O que está querendo dizer? - gritou, não tão alto quanto Ammy graças a frieza e o auto-controle que foi ensinado a ter. - Nada mais me prende a isso porque? Por que agora eu não tenho mais meus pais de quem puxei a arrogância e prepotência? Você acha que eu só vivia ao lado deles por causa da imagem e da fama que os Malfoy tinham no mundo?


- Eu não disse isso, Draco, eu...

- Não! - gritou ele, com uma expressão tão terrível quanto o tom de suas palavras. - Você foi clara! Você é como todos! Eu sou um objeto frio e arrogante que sequer tem sentimento pela própria família! Você acha que estou feliz, não é? Feliz com a morte deles, mesmo que tenham morrido, o importante para mim é só que eu sobrevivi, não é o que você acha?

- Draco, eu não...

- JÁ CHEGA! - Ele parecia fora de si, e Ammy se assustou, calando a própria boca com a mão e abafando um soluço. - SAIA DAQUI, AMMY! Eu ainda não entendi o porque você não me deixou morrer! Seria menos uma criatura arrogante e prepotente no mundo! Saia daqui, Ammy! SAIA!

- É claro que eu não ia te deixar morrer, Draco! O que você não vê é que eu...

Draco a olhou com ódio, e ela deu um passo para trás, logo se afastando mais, ainda o encarando.

Malfoy virou a cabeça para o lado oposto, o máximo que pôde. Escutou o barulho do trinco se abrindo, mas não o escutou se fechando.

- Você sabe porque eu não te deixei morrer. - Ele ouviu a voz dela, vina da porta.

- Você sabe - repetiu ela com a voz trêmula. - Sempre soube. Amo você desde que tinha 12 anos, Draco, e não é um amor de prima.

Surpreso, chocado, confuso, e sem se controlar, Draco virou a cabeça para a porta, mas só pôde vê-la se fechando.

Mais uma vez estava só...

Mais uma vez, por sua culpa...


É isso... Atualização mais rápida dessa vez... Espero que tenha bastante comentário... Comentem sobre o que acharam, ou pelo menos digam um "li sua fic, gostei"

Não custaaaaaaaaa... Se estiverem com preguiça de digitar é só copiar e colar... please?

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