O casamento parte II



02/09/2007




Cap - 5

- Sara! - A voz de Sírius não foi mais que um sussurro. Fleur olhava para o homem que havia acabado de sair da lareira sem entender nada, já a garota olhava Sírius e seus olhos se esbugalharam a menção do nome dele, obviamente ela fazia alguma idéia do que estava acontecendo. Harry olhava aos presentes sem saber o que pensar resolveu quebrar um pouco o clima estranho que estava se formando.

- Oi Fleur! Você está linda! - Disse Harry saindo de trás do padrinho. A francesa estava vestindo um longo vestido branco com detalhes em ouro nas barras e no decote, usava um belo colar de ouro branco cravejado de brilhantes e uma tiara também de ouro branco, ricamente trabalhada. Quando ouviu o cumprimento de Harry ela o olhou sem entender, levou alguns segundos para reconhecer o rapaz a sua frente.

- Arry? - Perguntou Fleur incrédula. O homem que ela via estava muito diferente do rapaz franzino que ela virá na estação de trem alguns meses atrás. O rapaz estava mais alto e forte, os cabelos mais compridos, agora lhe caiam pelos ombros, e não mais usava óculos, deixando os olhos verdes com um brilho ainda mais vivo. - Enton este deve ser...

- Sírius Black, meu padrinho. - A mulher que antes fitava Sírius moveu seus olhos para Harry agora e o mirou de cima a baixo.

- Harry?

O garoto se virou tão rápido que seu pescoço estalou. Gina, que havia acabado de entrar na sala, o olhava embasbacada, ele estava muito diferente, "ainda mais gato" pensou a ruiva. O garoto também teve que se segurar para não ficar de boca aberta, ela estava linda, "ela já é linda, mas agora está ainda mais", um sorriso de felicidade estampava em sua face, esqueceu de todo o resto, só tinha olhos para a sua ruivinha.

- Gina, meu amor, eu estava te procurando. - Disse um rapaz alto e de cabelos loiros bem cortados, passando direto por Harry em direção a Gina, e beijando a ruiva na boca.

O sorriso de Harry sumiu na hora, e a sua cara só piorou quando ele viu que a ruiva não fez menção de afastar o rapaz. Se forçando a manter o controle ele assumiu uma expressão neutra e encarou o casal.

- Filipe! - Exclamou a ruiva sem graça com a atitude do namorado, as palavras de Hermione martelando em sua cabeça.

- Me desculpe meu amor, é que eu estava morrendo de saudades. - E se virando para ver quem era o rapaz que falava com a sua namorada ele se apresentou. - Desculpe interromper a conversa de vocês, é que eu estava morrendo de saudades da minha namorada, sabe como é né, meu nome é Filipe De Lacour, sou primo da Fleur.

- Harry Potter. Amigo da família. - Respondeu em tom seco fazendo o rapaz arregalar os olhos e buscar a cicatriz na testa. O tom frio e a expressão que ocupava o rosto que antes exibia um belo sorriso foram como um banho de água fria para Gina, talvez as palavras de Hermione não estivessem tão erradas a final.

- Gina, desculpe se eu estiver abusando, mas há alguém que eu gostaria de apresentar ao Harry, e eu gostaria muito de fazer isso em particular. - Disse Sírius pondo a mão sobre o ombro do afilhado, não se sentia pronto para o que pretendia fazer, mas não podia deixar o garoto naquela situação, além do mais sabia que a "novidade" o alegraria.

- SÍRIUS! - Exclamou a garota que ainda não tinha percebido a presença deste. - É claro, o quarto do Percy está vazio, vocês podem conversar lá. - A ruiva respondeu rápido, apesar da surpresa em encontrar Sírius não se sentia a vontade para continuar perto de Harry muito mais tempo. Guiou não só Harry e Sírius como também duas das convidadas de Fleur, uma delas sendo a mulher chamada por Sírius, e a outra uma garota que ela vinha puxando pela mão. Assim que chegaram ao quarto os quatro entraram, deixando Gina, a quem Sírius havia agradecido, e Filipe, que não havia largado do braço da namorada, do lado de fora.






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- Harry! Eu quero lhe apresentar Sara McKinnon, sua madrinha.

Harry olhava de Sírius para Sara sem entender nada. Nunca tinham lhe falado em uma madrinha antes, de tal modo que pensou que se tivesse tido uma, ela provavelmente estava morta, por que nunca tinham lhe falado dela? Sara olhava para Harry com os olhos rasos de água, era evidente a emoção que ela sentia naquele momento.

- Por que eu nunca soube que tinha uma madrinha? - Perguntou Harry, olhando para Sara.

- Sara e eu estávamos noivos na época em que seus pais morreram, - Sírius começou a responder. -, como havia muitas pessoas querendo se vingar do que eu "fiz" aos seus pais e muitos comensais que queriam descontar em alguém a frustração que sentiam pela perda do mestre, Dumbledore achou melhor esconde-la, onde pudesse viver uma vida sem o peso dos meus atos.

- Mas você não fez nada meu querido! - Disse Sara passando a mão na face de Sírius, este fechou os olhos e cobriu a mão dela com a sua. Toda indiferença que tentara demonstrar até ali se esvaindo. - Eu tentei te ver tantas vezes, mas nunca me deixaram, nem o professor Dumbledore queria me deixar te ver. - Depois do que aconteceu aos Longbotton eu fiquei tão assustada que decidi sair da Inglaterra, eu tinha medo que machucassem a nossa filha.

- Filha? - Perguntou Sírius espantado, seus olhos se desviaram instantaneamente para a garota que acompanhava Sara, prestando atenção nela pela primeira vez, não havia como negar os traços físicos da sua família, os olhos azuis profundos e os belos cabelos negros. Os olhos dela estavam cheios de lágrimas e ela tinha um sorriso enorme no rosto. - Filha! - Disse Sírius com um sorriso bobo no rosto, dando um passo em direção a garota, que corre em direção a ele e se atira num forte abraço no pai, ambos chorando de felicidade. - Eu tenho uma filha!

- Papai! - Conseguiu falar a garota entre soluços.

- O nome dela é Marlene, como minha irmã. - Disse Sara, com lágrimas de felicidade escorrendo pelo rosto por poder finalmente ver pai e filha abraçados. - E é tão marota quanto você, já bateu o recorde de detenções em Beauxbeutons, definitivamente ela puxou ao pai.

- Minha pequena marotinha! - Disse Sírius, ainda chorando de felicidade, se afastando apenas o suficiente para poder ver melhor a filha. - Como eu queria ter te visto crescer minha filha, eu sinto tanto por não estar por perto esses anos todos!

- Não foi sua culpa pai! - Apesar de estar chorando a garota exibia um enorme sorriso, que aumentou ainda mais ao pronunciar "pai".

- Eu devia ter tentado falar com você Sírius, devia ter te contado, você não merecia ter ficado sem saber.

- Não! Você fez a coisa certa, protegeu a nossa marotinha das minhas burradas.

- Você não teve culpa de nada Sírius. - Disse Harry ao ver pelo que Sírius estava se culpando. Se manifestando pela primeira vez desde que entrara naquele quarto. - Os únicos culpados são Rabicho e Voldemort. Você não fez nada além de confiar nos amigos, e isso é algo que jamais poderá ser considerado um erro. - Disse Harry olhando diretamente nos olhos de Sírius, que o olhava com orgulho, "ele realmente cresceu".

- Você é a cara do Tiago, mas fala como a Lily. - Disse Sara com um sorriso saudoso ao lembrar-se dos velhos amigos. Harry também não pode deixar de sorrir, era a primeira vez que era comparado a sua mãe em algo que não fossem os olhos.






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Quando Rony e Hermione entraram na sala da Toca encontraram Fleur olhando, ainda espantada para a escada, e várias convidadas olhando para o mesmo lugar, mas com os rostos corados e com sorrisinhos bobos no rosto. Não foi preciso mais que isto para saber que Harry e Sírius tinham ido por ali. Já no topo da escada deram de cara com Gina e Filipe, que vinham em direção a eles abraçados. O garoto deixou o queixo cair quando reconheceu Rony, o rapaz estava muito maior e impressionante do que antes. Gina abaixou a cabeça envergonhada quando seu olhar cruzou com o de Hermione, não foi preciso mais nada para que a morena soubesse que Harry havia visto os dois juntos.

- Gina, para onde o Harry foi?

- Ele e o Sírius estão no antigo quarto do Percy. - Respondeu a ruiva maquinalmente, ainda sem encarar a cunhada e passando rapidamente por ela e pelo irmão, puxando o namorado pela mão.

- Parece que a merda ta feita. - Disse Rony já a caminho do quarto do irmão, quando a irmã já estava suficientemente afastada.

- Só nos resta ver como o Harry está. - Concluiu tristemente Hermione.

Os dois se dirigiram até o velho quarto de Percy, onde esperavam encontrar Harry sendo consolado por Sírius. Nem se deram ao trabalho de bater na porta antes de abri-la. E qual não foi a surpresa deles ao abrir a porta e encontrar Harry conversando com Sírius, uma mulher e uma garota um pouco mais nova que eles.

- Rony! Hermione! Por Merlin, como vocês dois cresceram! - Exclamou Sírius, que por estar de frente para a porta foi o primeiro a ver os dois entrarem.

- Sírius! - Exclamaram os dois indo abraçar ao velho maroto.

- Parece que vocês receberam a minha mensagem. - Comentou Harry quando os amigos e o padrinho se separaram, indo cumprimentar os dois.

- Se você tivesse esperado um pouco mais para vir nós teríamos encontrado vocês na sala. - Disse Rony.

- Isso não importa agora, eu quero apresentar duas pessoas para vocês, - Disse Sírius antes que Harry falasse alguma coisa, claramente ansioso para fazê-lo. - Essa é Sara McKinnon, minha noiva, - Disse despertando um sorriso em Sara e expressões de surpresa em Rony e Mione. - e minha filha, Marlene. - Dessa vez foi a garota que abriu um grande sorriso, e o jovem casal ficou ainda mais surpreso, ninguém jamais havia lhes falado que Sírius havia se casado ou tido uma filha.

- E como vocês três devem ter muito para conversar, nós três vamos dar uma volta. - Disse Harry saindo, e puxando os dois amigos antes que alguém pudesse protestar. Os três saíram do quarto e fecharam a porta, ainda no corredor Harry se virou para os amigos, toda a dor que sentia expressa nos olhos, e perguntou. - Será que vocês não podiam ter me mandado uma mensagem pra me avisar? - Os dois não precisaram ouvir mais nada para saber do que o amigo estava falando. - Eles já estavam juntos quando Ártemis veio te buscar Rony?

- Não! - Disse o ruivo rapidamente, mas o olhar penetrante que Harry lhe dirigia indicava que o moreno sabia que havia mais a ser ouvido. - Eles não estavam juntos, mas esse pentelho já tava por aqui dando em cima da Gina, eu só não falei nada por que eu achei que não ia dar em nada, que ela ia dispensar ele e pronto.

- "Nós" pensávamos assim Harry. - Começou Hermione ao ver que o namorado ia assumir a culpa sozinho. - Nós não achávamos que algo assim pudesse acontecer.

- Parece que estavam errados não é? Eu preciso ficar um pouco sozinho agora. - Disse o rapaz antes de se afastar.






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A presença do famoso Harry Potter na Toca se espalhou como rastilho de pólvora. Num instante a grande maioria dos convidados estava à procura do "Eleito", fosse com a desculpa esfarrapada que fosse. Todos queriam passar algum tempo em tão ilustre companhia. Foi preciso muita insistência de Rony e Hermione para que os membros da Ordem, especialmente a Senhora Wesley, não saíssem à procura de Harry pela festa.

Uma das cenas mais emocionantes daquela manhã foi o reencontro de Sírius com Remo, o lobisomem não conseguia conter as lágrimas de felicidade ao ver o amigo vivo, sua felicidade só aumentou ao saber sobre Sara e Marlene. O mesmo se pode dizer de Sírius ao saber que Remo e Tonks estavam juntos. Logo os cinco se acomodaram numa mesa onde passaram um bom tempo conversando, relembrando os "tempos dos marotos", vez ou outra sendo visitados por alguém que vinha lhes cumprimentar. Logo Marlene percebeu que ia acabar segurando vela para os dois casais e resolveu dar uma volta pela festa. Conhecia muitos dos convidados de Fleur da escola, se dava bem com a maioria, embora infelizmente um dos que não se enquadrava "na maioria" parecia ter um enorme prazer em lhe provocar. E ela teve o desprazer de encontrá-lo ao sair do banheiro, num dos poucos lugares aparentemente vazios da Toca.

- Ora! Ora! Mas se não é a bastardinha! - Rupert San's Cour, um detestável francês, três anos mais velho que Marlene, namorado de uma das muitas primas da noiva, e alguém que a garota esperava nunca mais encontrar depois que ele terminara a escola.

- Com tanta gente nessa festa por que é que você tem que vir perturbar justamente a minha paciência? Vai pentelhar a tua namoradinha e me deixa em paz. - Disse a garota virando as costas ao rapaz e indo embora. A muito não se deixava intimidar por aquele riquinho mimado.

- Aonde você pensa que vai bastardinha? - Disse o rapaz a prendendo pelo braço, furioso por ter sido ignorado e desrespeitado daquela forma. - Quando é que você vai aprender que gente como você deve se curvar a gente como eu? Hein Sua sangue-ruiAAAAAHHH...

Num instante o francês metido estava apertando o braço de Marlene, imprensando-a contra a parede e a insultando, no outro ele emitia um grito de dor, a mão que segurava Marlene estava aberta enquanto Harry Potter apertava o pulso do rapaz e afastava o braço dele, e ele, da garota, o som de ossos sendo esmagados subindo junto com as exclamações de dor.

- Você realmente devia aprender a manter a boca fechada, o na próxima vez que você tratar alguém da minha família desse jeito eu mesmo arranco a sua língua. - A voz de Harry saiu tão fria e dura que o rapaz esqueceu-se da dor por um momento, o líquido quente que escorria pelas suas calças o despertou para a humilhação que estava sofrendo. Naquele momento Marlene se lembrou de tudo que já tinha ouvido falar do afilhado de seus pais, fosse pelos mesmos ou por meio de jornais e revistas. Os desafios no Tri bruxo, o fato dele ter duelado com você-sabe-quem com apenas quatorze anos e sobrevivido, os confrontos dele com comensais da morte e tantas outras coisas, o rapaz simpático que ela conhecera a pouco a fizera se esquecer completamente de que ele provavelmente era um bruxo poderoso.

- Quem você pensa que é para tratar assim um San's Cour? - Questionou o francês tentando manter ao menos um pouco de dignidade.

- Harry Potter. - A expressão que se formou no rosto do francês ao ouvir esse nome fez Marlene pensar que ele devia ter se lembrado das mesmas coisas que ela.

- Eu não sabia que ela era uma Potter. - Disse o rapaz num fio de voz.

- E não é. - Disse Harry para surpresa do garoto. - Ela é uma Black. - Agora é que ele estava surpreso de vez. - Filha de Sírius Black, que vai acabar com a sua raça, com a minha ajuda é claro, se souber que você anda importunando a filhinha dele. - O garoto estava branco como papel e ficou mais ainda, saiu correndo dali sem se importar com o estado em que estava, deixando para trás uma poça de urina no chão. Passados alguns segundos a mente de Marlene finalmente processou cena e ela caiu na gargalhada, sendo acompanhada por Harry.






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Harry e Marlene saíram da Toca gargalhando, assim que haviam parado de rir da cena do francês patético Harry perguntou a garota de onde ela conhecia o garoto, o que ela fez, aproveitando para contar as suas várias “vinganças” contra ele, bem ao estilo dos marotos, ela definitivamente tinha puxado ao Sírius.

- Você precisa contar essas histórias pro Sírius. Ele vai morrer de rir e depois te dar várias dicas. - Disse Harry quando finalmente conseguiu controlar o riso.

- Jura? - Perguntou Marlene meio descrente. - A minha mãe me falou que ele era pior que eu no colégio, mas agora ele é adulto, adultos não gostam que nós, “crianças, sejamos tão irresponsáveis.

- O Sírius é uma criança grande, e agora que ele conheceu você eu tenho certeza que ele vai estar mais maroto do que nunca

Harry e Marlene chegaram a pista de dança improvisada, logo Harry avistou Rony e Hermione dançando com muita desenvoltura, Harry se surpreendeu a notar que Rony estava dançando muito bem. "Por que é que isso eles não me ensinaram?" se perguntou o menino que sobreviveu ao se lembrar que ele ainda não sabia dançar. Marlene adorava aquela música, e fazia muito tempo que não tinha a oportunidade de dançar, se virou para Harry para convidá-lo para dançar, mas antes que pudesse abrir a boca para falar ela já havia sido praticamente jogada para trás por um grupo de garotas que cercava Harry e pareciam disputar a atenção dele tentando convidá-lo para dançar, numa variedade de sotaques tão grande que tornavam a coisa toda ainda mais incompreensível. Marlene se permitiu rir um pouco da cara de pânico feita por Harry ante aquele ataque, mas logo foi em socorro do amigo, afinal de contas ele a tinha ajudado com o idiota, ela bem que podia ajuda-lo com as tietes.

- Eu não sei se as senhoritas educadinhas perceberam, - Começou Marlene fazendo a voz se sobressair as das outras garotas. - mas ele está COMIGO, e vai dançar COMIGO, por isso podem ir emboscar o acompanhante de outra. - E logo puxou Harry do meio do grupo de garotas embasbacadas e o levou para o meio da pista de dança, este tinha que fazer uso de toda a sua força de vontade para não cair na gargalhada.

- Eu fico te devendo essa, só espero que você não se arrependa desse sacrifício, por que hoje você vai passar a vergonha de dançar com o pior dançarino da festa. - Disse Harry ainda entre risos.

- Você não tem cara de que dança tão mal. - Disse Marlene fazendo pouco caso. - Além domais, depois do susto que você deu no San’s Cour, isso era o mínimo que eu podia fazer pelo meu irmãozinho. - Disse a garota com um sorriso no rosto e os olhos brilhando.

- Irmãozinho? - Perguntou Harry, apesar do ar de troça na voz ele tinha um brilho a mais nos olhos.

- Ah, você sabe! - Começou a garota, agora bem constrangida. - Eu sempre quis um irmão, principalmente um mais velho para espantar os caras chatos, e como você é afilhado dos meus pais...

- Eu gostei! - Disse Harry, surpreendendo a garota, que levantou o rosto e o encarou com um sorriso maior ainda no rosto. - Eu sempre quis ter um irmão ou uma irmã, se você não se importar com os riscos que o cargo impõe, tá aprovada.

- É muito gentil da sua parte aceitar essa humilde Black como sua irmãzinha frágil e indefesa( nessa parte Harry gargalhou, chamando a atenção de algumas pessoas em volta deles), meu caro senhor Potter. E a propósito, você não dança tão mal. - Só nesse momento Harry se deu conta de que estivera dançando desde o início da conversa. O sorriso que tinha morreu ao ver a alguns metros dele uma certa ruiva dançando coladinha com outro rapaz. Outro rapaz que agora era o namorado dela. - Qual o lance com a ruiva? - Perguntou Marlene, que ao ver a mudança no semblante de Harry acompanhou o olhar deste e se lembrando do comportamento dele quando chegou na Toca.

- Por que é que você acha que tem alguma coisa? - A cara de “tá me chamando de idiota?” que Marlene fez foi o suficiente para Harry ver que estava dando muita bandeira. - Tá tão na cara assim? - Perguntou derrotado.

- Só faltou anunciar no Profeta Diário que vocês dois tão com algum problema. Sério, o que aconteceu entre vocês?

- A gente estava namorando...

- E ELA TÁ COM OUTRO? Quem essa ruiva pensa que é? Eu vou lá dizer umas ...

- Eu terminei com ela. - Disse Harry fazendo com que Marlene o olhasse de um jeito que fez ele se perguntar se era tão óbvio assim que ele ainda gostava de Gina.

- Por que?

- Por que ser minha namorada tornaria ela um alvo para os comensais da morte e para Voldemort. Por isso eu terminei com ela.

- E ela aceitou?

- Não, mas isso não importa mais, ela já partiu para outra, e é melhor assim.

- Como é que você pode desistir tão fácil?

- Lhe garanto que não é nada fácil, mas é o melhor a se fazer, ela vai ficar melhor com alguém que não tem um alvo pendurado no peito, além do mais, se ela sentisse algo verdadeiro por mim não estaria com outro. Eu nem mesmo consigo pensar na idéia de olhar para outra mulher, se ela sentisse o mesmo que eu não estaria namorando outro cara.

- As vezes as mulheres se vingam fazendo coisas que as machucam muito mais que o motivo da vingança. Mais passional do que racional, mas as vezes as coisas são assim.

- De qualquer modo isso não é algo que eu pretenda esquecer. Se ela consegue desfilar por ai com outro e ficar se agarrando com ele por aí apenas por orgulho ferido, então eu não sou capaz de acreditar nos sentimentos dela.

Marlene concordava com Harry, mas a tristeza nas palavras dele era tanta que ela se sentia na obrigação de encorajá-lo. Dava para sentir o quanto ele gostava da ruiva, estava pensando no que falar quando uma voz alta e grava ecoou pelos terrenos da Toca convidando todos a se sentar para que tivesse início a troca dos votos. Harry foi com Marlene até a mesa em que estavam Sírius, Sara, Remo e Tonks, originalmente o rapaz tinha um lugar na mesa onde estavam sentados os irmãos de Gui, Rony e Hermione estavam lá, mas resolveu ir para a outra mesa ao pensar que talvez Gina fosse se sentar ali.

- É bem diferente de um casamento trouxa. - Comentou Harry ao se sentar na mesa, nunca tinha ido a uma cerimônia de casamento(os Durleys jamais o levariam), mas sabia como eram realizadas no mundo dos trouxas.

- Por que? Como são os casamentos dos trouxas? - Perguntou Marlene curiosa. No entanto foi Sara quem respondeu.

- Nos casamentos trouxas os noivos chegam na hora dos votos e a festa é só depois dessa parte da cerimônia, geralmente em outro local.

- Você já foi num? - Perguntou Sírius curioso com o conhecimento da noiva sobre hábitos trouxas.

- Não, a Lily me contou quando a gente tava organizando o casamento dela.

Todos pararam de conversar quando os pais dos noivos subiram num palanque montado no centro da área onde estavam distribuídas as mesas e começaram a falar, enaltecendo o amor e as qualidades dos filhos e por fim expressando seus desejos de felicidades para aqueles jovens que em breve estariam casados. Assim que eles terminaram os noivos subiram no palanque, apesar das cicatrizes, o rosto de Gui transbordava felicidade, Fleur estava igualmente radiante, ambos formando um casal belíssimo. Um senhor, que Sírius falou ser um representante do ministério, subiu com eles. Os dois fizeram seus votos, suas juras de amor eterno, fidelidade e felicidade, então o representante do ministério fez um gesto com a varinha e um fio dourado uniu as mãos dos noivos, que ele agora declarava como marido e mulher, Guilherme e Fleur Weaslley. Palmas ecoaram por todos os lados, saudando os recém casados.






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- Então quer dizer que você vai para Hogwarts esse ano? - Perguntou Rony quando Marlene comentou que havia se transferido para Hogwarts. Os noivos já haviam saído para a lua-de-mel e agora a festa prosseguia, os amigos de Harry fazendo o possível para distraí-lo do assunto “Gina“, algo pelo que Harry agradecia imensamente. O único incidente negativo, se é que se pode chamar assim, eram os olhares pouco amistosos que os Gêmeos Weaslley mandavam sem cerimônia,ora para Harry e Marlene, ora para Gina e seu namorado.

- Graças a Merlin! Eu sempre quis estudar lá, mas como a mamãe dava aulas em Beauxbatons ficava meio difícil ir para outro lugar.

- E ela dava aulas de quê? - Perguntou Hermione.

- Transfiguração, ela disse que vai tentar a vaga em Hogwarts agora, só está esperando a confirmação da diretora, por isso que ela me deixou ir para lá.

- Tomara que ela consiga. - Comentou Harry com um sorriso no rosto, teria mais tempo para conhecer a madrinha se ela estivesse em Hogwarts.

De uma outra mesa, um pouco afastada da qual os quatro jovens conversavam, uma ruiva observava tristemente os sorrisos dados pelo ex-namorado, os modos gentis que ele tinha para com aquela garota que ele tinha acabado de conhecer, e que agora conversava animadamente com ele Rony e Hermione, e pensar que a tão pouco tempo esse lugar era dela.

- Um galeão pelos seus pensamentos. - A voz de Filipe chamou a atenção da ruiva, o rapaz trazia os dois copos de cerveja amanteigada que fora buscar.

- Não estava pensando em nada que valha tanto. - Respondeu a ruiva com um sorriso, se ele podia esquece-la tão rápido por que ela também não poderia fazê-lo.

E assim seguiu o resto da festa, com Gina e Harry se evitando, cada um sendo auxiliado pelos seus “companheiros”, conscientemente ou não. A noite já havia caído a um bom tempo quando os últimos convidados haviam partido, restando na Toca apenas os Weaslleys, alguns membros da Ordem, Harry, Hermione, Sara e Marlene, estas últimas iriam com Sírius para a casa, haviam sido convidadas por Harry a ficar na casa dele, tendo o convite sido reforçado por Sírius. Neste momento a Ordem estava reunida na cozinha da Toca, estando Gina e Marlene na sala, cada uma numa poltrona, ambas a se encarar com fúria, uma por ciúme, a outra por revolta.

- Muito bem Potter, não vamos perder tempo com rodeios, você sabe muito bem o que queremos saber, - Começou Olho-tonto Moody. - Onde diabos você e Dumbledore foram quando saíram da escola.

- Eu já disse uma vez e tornarei a repetir, - O tom adotado por Harry era frio e cortante, e espantou muitos dos que se encontravam naquela sala. - Quando o professor Dumbledore me passou suas instruções, ele foi bem claro quando especificou que eu só poderia contá-las a Rony e Hermione, e que em hipótese alguma eu poderia partilha-las com mais alguém.

- Dumbledore está morto...

- E em nenhum momento ele disse que suas ordens deveriam ser ignoradas caso ele morresse. Se fosse algo da alçada da Ordem, ele os teria informado, no entanto ele sabia que certas informações devem ser restritas ao mínimo de pessoas possíveis. Por isso mesmo eu não pretendo aumentar de forma alguma o número de pessoas que já sabem do que se trata.

- Você não fala nada Sírius? - Perguntou Sara, ainda perplexa por saber que seu afilhado pretendia sair numa missão que quase matara o grande Alvo Dumbledore, tendo ainda uma legião de comensais da morte no seu encalço. - Por Merlin, ele é só um garoto. - Terminou ela obtendo a pronta concordância da senhora weaslley.

- Um garoto que já fez mais do que muitos bruxos adultos são capazes de sonhar, e que hoje pode fazer coisas que eu nem imagina possível, eu passei anos estudando o véu do qual o Harry me tirou, ele está lá há séculos sem que ninguém tenha conseguido descobrir mais do que o fato de que as pessoas deveriam ser afastadas dele, e o Harry simplesmente entrou lá e me trouxe de volta. Qualquer um que já tenha trabalhado com aquele véu vai dizer que isso é impossível, mas foi feito na noite passada por um bruxo de dezessete anos, um bruxo que com doze anos matou um basislisco adulto, que com treze espantou centenas de Dementadores com um patrono corpóreo, com quatorze duelou com o bruxo das trevas mais poderoso dos últimos tempos e fez sabe-se lá que outras coisas tão impressionantes ou mais, eu não sei qual foi a missão que Dumbledore lhe confiou Harry, mas sei que ele não poderia ter escolhido pessoa melhor.

Depois da defesa de Sírius ninguém mais parecia ter algo a dizer contra os argumentos dele. A senhora Weaslley segurava as lágrimas a custo, pois ela mesma admitia que não podia impedir suas crianças de se arriscarem, Sara olhava de Sírius para Harry com os olhos arregalados, muitas perguntas na mente. Harry no entanto havia corado como um garotinho, não esperava ser elogiado dessa maneira, nem mesmo pelo padrinho.

- Há mais algum tópico a ser discutido? - Perguntou Hermione, dando um fim no mutismo que tomava o ambiente.

- Creio que não srta. Granger, acho que podemos dar por encerrada esta reunião. - Disse Minerva McGonnagal. - Mas gostaria de reiterar que vocês três podem contar com o auxílio da Ordem da Fênix sempre que necessário.

Uma a uma as pessoas foram saindo, até que só restassem Lupin, Tonks, Sírius, Sara, Marlene, Harry, Hermione e os Weaslleys.

- Senhor Weaslley, Senhora Weaslley, antes de ir eu gostaria de pedir uma coisa a vocês. - Disse Harry ao se aproximar dos dois.

- Claro meu jovem, do que se trata. - Disse Artur, Molly parecia chorosa demais para responder.

- Eu gostaria que vocês viessem morar comigo. - Os dois, assim como boa parte do restante dos Weaslleys se espantou com a proposta. - Rony e Hermione me contaram o que aconteceu aqui ontem, a Toca não tem defesas mágicas fortes o bastante para evitar que algo assim aconteça de novo, por isso que gostaria que vocês viessem par a minha casa, além do fidelius ela tem várias outras proteções que a tornam absolutamente segura.

- É verdade Artur, - Interrompeu Sírius a fim de ajudar o afilhado, ele também queria os weaslleys em segurança. - Acho que nem mesmo Hogwarts se defende tão bem.

- Nós aceitamos Harry. - Respondeu Molly sem pensar duas vezes, o que causou espanto geral, menos no Senhor Weaslley, ele , assim como a esposa, sabia que não podiam permitir que outro de seus filhos sofresse o que Gina havia sofrido na noite anterior, ou sofresse coisa pior, além do que assim poderiam se manter por perto de Rony e suas “outras crianças”. - Quando podemos ir?

- Que tal agora? - Perguntou Harry radiante. O único mais feliz que ele era Rony, que exultava com a idéia de passar mais algum tempo com a família. - Quanto antes melhor. - O casal Weaslley se encarou por um instante antes que a senhora Weaslley voltasse a falar.

- Muito bem, crianças subam e arrumem logo as suas coisas, Hermione será que você poderia ajudar Gina por favor, não vamos lhe fazer esperar muito Harry.

- Não precisa se preocupar com isso Senhora Weaslley.

Cerca de meia-hora depois estavam todos prontos para ir. Hermione enviou a bagagem na frente enquanto Rony entregava a cada um uma moeda transformada em chave de portal para leva-los até a mansão Potter, Tonks e Lupin, assim com Sara e Marlene também iriam, estas duas para permanecer lá, e os outros dois para conhecer o lugar, embora Harry os tenha convidado para dormir lá.

- Bem, a mansão Potter fica no Bosque dos Bravos em Godric’s Hollow. - Assim que ele terminou de falar as chaves de portal se ativaram, levando todos dali. Harry, Rony e Hermione executaram um feitiço de ocultamento sobre a casa antes de aparatarem.

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