Primeiro dia de Aula



Harry dirigiu-se com Hermione para as masmorras, lugar onde decorreriam as aulas de Snape.

O frio e o escuro ali eram mais intensos do que no resto do castelo e seria já sufientemente sinistro sem os animais embriagados flutuando em frascos de vidro ao longo das paredes. Tal visão deixou Harry revoltado de tal modo que reflectia em como se poderia tratar animais como objectos insignificantes de decoração. Ao vê-lo preparar-se para reclamar, Hermione impediu-o:

_Não adianta protestar.

_Você concorda com isso? – o rosto do moreno transmitia certa indignação.

_Não. E é melhor irmos entrando, não vamos querer ver Snape retirando pontos a Grifinória por culpa nossa. E acredite que qualquer coisa é motivo para levantar uma discussão com eles. – Hermione fala lançando um olhar discreto a turma sonserina que entrava na sala trocando olhares e risinhos entre si.

Atendendo ao pedido dela, Harry resolveu esquecer aquela visão, por mais que o revoltasse. Entraram e instalaram-se ao lado do pessoal da Griffinoria.

Harry admirou-se com o ambiente da sala. As cortinas das janelas estavam corridas tornando o local mais soturno e a iluminação era feita por velas, toda aquela escuridão já o estava incomodando. Nas paredes, havia quadros, nos quais as figuras pareciam sofrer e exibiam ferimentos medonhos ou partes de corpos estranhamente contorcidas. Harry engoliu em seco pensando em como se podia estudar em uma sala com quadros sombrios e hediondos.

Pouco tempo depois, Snape entrou com a sua expressão cerrada, encaminhando-se com a sua capa preta esvoaçante até atrás da sua secretária e ficando de frente para a turma. Pegou o livro repousado em cima da mesa e dirigiu um olhar por toda a classe acabando por pousá-lo durante breves segundos em Harry.

_Ora… ora…Vejam quem está nos dando o prazer da sua agradável companhia. - redarguiu com toda a calma impondo a sua personalidade na sala. _Harry Potter... Decidiu trocar a floresta por algo mais civilizado? Espero que esteja gostando do conforto da humilde Hogwarts.

Draco Malfoy e os amigos tentaram abafar a galhofa com a mão à frente. Harry sentiu-se instigado a responder.

_Estou a gostar sim. Apesar de não ter propriamente trocado... – Harry responde tentando manter a calma.

_Hum… Imagino que nos queira relatar um pouco das suas aventuras, mas não acho que alguém aqui nesta sala esteja interessado em tal coisa. E acho que já lhe dedicamos um bom tempo lhe dando as boas vindas. Vamos começar a aula e exijo a vossa inteira atenção. – Snape fala quase num murmúrio, mas era possível captar cada palavra.

Harry remexeu-se na cadeira. Os vazios e penetrantes olhos pretos fixaram-no mais uma vez e então Snape começou a fazer uma breve síntese da matéria desse semestre. Tal como a professora McGonagall, Snape tinha o dom de conseguir manter a classe toda calada, sem o menor esforço.

Ao lado de Harry, Hermione parecia ansiosa para começar, apesar de muitas vezes ser visível nela expressões de desagrado com o que Snape ia referindo.

A esquerda de si, Rony parecia entediado por ouvir os conceitos e o modo como Snape definia a sua matéria, do modo como falava dela, o que sempre deixava os alunos surpreendidos. E Harry percebeu o porquê, nesse momento, era evidente uma certa nota de carícia amorosa na voz do professor.

Harry resolveu que o melhor seria prestar atenção no que Snape dizia desprezando assim olhares de Draco Malfoy e de mais dois alunos que se encontravam sentados ao lado dele, no outro canto da sala.

**
A meio das aulas, Snape organizou-os em equipes de dois para prepararem a poção do morto-vivo. Andava em redor da sala com o seu ar majestoso e capa ondeando, lançando críticas a quase todos com excepção de Malfoy, com quem demonstrava uma certa simpatia.

_Harry, eu vou ao armário buscar o resto dos ingredientes, enquanto isso vai adicionando raiz de Asfódelo em pó na infusão. - Hermione falou apontando pra o componente que estava numa mesa ao lado, antes de se afastar.

Silenciosamente, Snape apareceu ao lado de Harry para vigiar o estado em que estava indo a poção. O moreno continuou medindo e adicionando o ingrediente que Hermione indicara. Sorriu discretamente, de alguma forma tinha de agradecer a Failon por sempre aparecer quando menos se esperava.

_Hum... vejo que está se saindo bem Potter. Pode dizer-me qual é a utilidade da poção que está realizando? - Snape perguntou subitamente.

_Bom, pelo que o senhor afirmou é a poção soporífera de...

_Qual o nome dela? - Snape interrompeu.

Harry olhou para Hermione, que acabara de chegar.

_É a poção do morto-vivo. – responde tentando passar confiança no que estava dizendo.

_Ainda não me falou da utilidade dela. Qual é?

_Eu não falei porque o senhor me interrompeu.

_Respeito, seu insolente. De que modo o nome está relacionada com a sua funcionalidade? Quais os nomes dos ingredientes que a senhorita Granger acabou de trazer?

_Respondendo a primeira pergunta. É uma poção muito poderosa, faz com que a pessoa que a ingere adormeça por algumas horas. À segunda, a pessoa que a toma fica tão sonolenta que se assemelha a um morto vivo e não consegue fazer nada. - Harry fala tentando se lembrar de tudo o que ouvira Snape falar antes de passarem a aula prática.

_E a terceira pergunta?

_Não sei, professor. - Harry apenas respondeu, não querendo ver algum agrado por parte do professor caso desviasse o olhar para as instruções que estavam no quadro.

_Isso é óbvio. Bem, a poção não faz apenas os que a ingerem dormirem durante ‘algumas horas’ como referiu e sim por muitas horas. _Snape começou em tom de discurso. -E o máximo que essa pessoa pode fazer é falar durante o sono e pensar que tudo que se passa no sonho é realidade. E os ingredientes que a Senhorita Granger trouxe são raízes de valeriana e vagagem de soporífera. – o professor disparou, porém pareceu pouco satisfeito. – Na poção da Paz, no fim da sua elaboração, como poderemos ter a certeza de que ela foi bem preparada? – Snape perguntou não controlando o sorriso de escárnio que apareceu rasgado nos lábios finos.

Harry pasmou-se e olhou de Rony, que estava ali ao lado fazendo a poção com Neville, para Hermione que adicionava outro componente e mexia o caldeirão. Harry sentiu o olhar de toda a classe sobre si. Como raio Snape queria que ele soubesse isso? Nunca na vida ouvira falar de tal poção e tão pouco sabia da sua existência.

_Eu não sei. - Harry disse.

_Como? Creio não ter escutado bem.

_Eu disse que não sei, professor.

_Eu já devia ter imaginado.

_Professor Snape, Harry chegou há dois dias atrás e como... -Hermione partiu em defesa dele recebendo um olhar frio e seco de Snape em troca.

_E ao chegar em Hogwarts e tendo consciência de que não sabe nada, no mínimo deveria fazer questão de ter aberto o livro antes da primeira aula. Para a sua informação, só sabemos se a poção da Paz foi correctamente bem preparada quando ela soltar uma fumaça cinza-prateada no fim. Vejo que não está no mesmo nível de conhecimento que seus colegas, pelo menos na minha matéria. A propósito, espero que lhe tenha agradado a nossa ‘galeria’ de lá fora, nas paredes. – Snape falou e afastou-se com expressão de desdém, porém satisfeito com o efeito que suas palavras acabaram de causar.

O professor continuou o seu passeio por entre os alunos. O nariz empinado e sempre implicando com alguém por não ter adicionado algo no minuto exacto ou por não estar agitando permanentemente a poção e por outras razões ínfimas. E quem o estava ouvindo naquele momento era um garoto de cabelos pretos que parecia estar com medo da reacção de Snape devido a cor das raízes que estava usando. Terminando a repreensão, dirigiu-se novamente para o lado onde estavam os sonserinos e iniciando um discurso para chamar atenção para o modo exemplar como Malfoy estava agindo na preparação da sua poção, porém teve de parar a meio, pois nuvens de fumo encheu a sala, a poção de Ron e Neville borbulhava para fora do caldeirão.

A turma seguiu os movimentos de Snape com as vestes negras enfunadas atrás de si até aos dois em largos passos observando-os de perto e tentando compreender o que havia sucedido.

_ Seus incompetentes! – blasfemou Snape limpando o líquido pegajoso, que estava escorrendo do topo do caldeirão, com a varinha. – De certeza que não pesaram a quantidade de Asfódelo em pó necessário acabando por colocá-lo a mais na infusão, essa é a razão pela qual a poção ficou espessa. E quanto a si, senhor Longbottom, há cinco anos que estou tentando perceber se é ou não um aborto, uma negação para a comunidade bruxa. _comentou entre dentes. -Weasley? – vociferou Snape de repente, sobressaltando a todos, principalmente o ruivo.

_Q-que...que foi professor? - Rony gaguejou.

_Pode me dizer onde o senhor e o Longbottom erraram para que a vossa poção esteja adquirindo a cor incorrecta? – sibilou o professor.

_N-não sei, professor. – Rony estava suando frio só de ouvir a voz de Snape.

_Pois, eu sei! Os senhores adicionaram vagagem de soporífera demais, quando eu adverti que duas colheres rasas seriam o suficiente. O que significa...

_ ‘Que essa porcaria não serve absolutamente para nada...’-Harry olhou admirado ao ouvir o que Hermione acabara de segredar. - É o que ele vai dizer a seguir. – ela disse baixo mostrando-se entendedora das tão conhecidas palavras de Snape.

_ ...que essa porcaria não serve absolutamente para nada. -Snape concluiu.

_Mas... -Neville tentou se justificar.

_Sem mas, nem meio mas, Sr. Longbottom. Os senhores voltam a esta sala, somente quando souberem preparar uma poção de forma decente. E quero que leiam os capítulos de um a cinco de Contravenenos Asiáticos e que me tragam três pergaminhos frente e verso dizendo o que entenderam. Na próxima aula, quero ver esse trabalho na minha secretária. Estão dispensados. – o professor terminou.

Rony sussurrou algo imperceptível e junto com Neville arrumaram seus materiais e abandonaram a sala.

_Ah, menos cinco pontos para a Griffinoria. – Snape disse suavemente, antes da porta se fechar atrás de Rony e Neville.

Snape deu meia volta e prosseguiu contornando a sala e analisando a realização das poções. Ao deslocar-se para ver a cor da poção de um outro grupo, Snape tropeçou repentinamente, sem razão aparente, quase caindo dentro do caldeirão que estava a frente, mas acabando por conseguir se equilibrar para trás e ficar estendido no chão, o que teve como consequências risos abafados, tanto de grifinórios como de sonserinos. Harry limitou-se a olhar e sorrir marotamente.

Snape levantou-se rapidamente e olhou para os alunos detendo-se em uma fracção de segundos mais em Harry do que em qualquer outro aluno. O olhar gélido que lançou foi o suficiente para fazer a turma ficar em silêncio completo.

_Quem foi? - perguntou pausadamente aos grifinórios com a voz mais fria que conseguiu. Não obteve resposta o que o deixou mais irritado. – Muito bem. Eu farei uma participação a professora McGonagall, talvez para ela vocês digam a verdade.

_E quem diz que fomos nós? -Dino perguntou.

_Se não quiser que retire pontos da Grifinória, aconselho-o a ter cuidado com o que diz senhor Thomas. Não me custa nada repetir o que fiz com os seus colegas que saíram daqui. – ao terminar de dizer isso, os olhos de Snape voaram para Harry.

_Tem algo a delegar, Senhor Potter? -Snape perguntou com uma voz intimidadora.

_É isso o que deseja?

_Como ousa me enfrentar desta maneira, moleque? –o professor já perdia a calma quando Hermione interveio.

_Não foi ele, a varinha está na mochila como pode verificar. – Hermione disse.

_Vejo que não teve tempo para estudar nesses dois dias e contudo conseguiu arranjar uma tutora. –a raiva deu lugar ao sarcásmo, antes que se voltasse para Hermione. _Alguém pediu a sua opinião senhorita Granger? - Snape perguntou secamente virando-se para Hermione.

_Não, mas...

_Então esteja calada. Dez pontos a menos para a Griffinoria. Tenho a certeza que os seus colegas agradecerão. Podem sair, a aula terminou. - Snape bradou.

_Eh, muito obrigado, Hermione. Logo na primeira aula, menos dez pontos. – Parvati retruquiu.

_É gratificante saber que passar o dia todo com o rosto enfiado nos livros não produziu efeito suficiente para saber que não devia interromper Snape. – Simas apoiou.

_Vocês não ouviram? A aula acabou. Não têm mais nada que fazer? - Harry reclamou e aos poucos foram se afastando.

_Senhor Potter, acho que ainda não lhe informei, mas de modo algum lhe dou liberdade para gritar dentro da minha sala. - Snape falou antes de se encaminhar para a porta.

_Já te avisei de que não podia fazer esse tipo de magia aqui dentro. E se Snape se apercebesse?

_Eh, você tem razão, mas ele me tira do sério. Parece que ele tem algo pessoal contra mim. Bem... desculpa.

_Não faz mal. Vamos embora? Quero que me fale mais acerca das tão conhecidas palavras de Snape. - Harry disse em tom divertido.

_Claro. -ela anuiu.

Os dois seguiram o corredor das masmorras para o primeiro andar. Harry, entretido, não continha risos com o que Hermione contava.

_É o que eu digo se acostume com aquele jeito arrogante dele, é a única solução.

_Como alguém pode se acostumar a isso.

_Eu me acostumei, aliais, todos os alunos tiveram obrigatoriamente de se costumar ao Snape, as suas críticas, aos seus métodos de ensino.

_Acho que nunca me habituarei.

_Viu o jeito como ele falava de Poções? -ela questionou.

_Vi, falava com carinho até, ele realmente gosta do que ensina. ‘Como vocês sabem a minha matéria é a ciência subtil e a arte da criação de poções. É óbvio que como ignorantes que são, de certeza que ainda não percebem a totalidade da beleza de um caldeirão a ferver suavemente em fogo lento, com as suas emanações difusas, do poder delicado dos líquidos...’ – Harry imitou o tom suave de Snape arrancando gargalhadas de Hermione.

_Acredita que ele nos retiraria pontos se nos visse rindo agora?

_Só por estar rindo? - Harry perguntou perplexo.

_Sim. ‘Senhorita Granger e senhor Potter, posso saber qual o motivo de tanto contentamento? Dez pontos a menos a Grifinória por isso.’ – Hermione imitou o modo austero do professor.

_Ele tem sempre esse humor?

_Infelizmente sim.

Os dois continuaram caminhando, pouco mais a frente encontrava-se alguns grifinórios. Hermione decidiu ignorar os olhares e continuar. A meio do corredor, Hermione desequilibrou e caiu devido ao peso da mala que carregava e que acabara de arrebentar. Harry apressou-se a ajudá-la levantar-se. Penas, livros, pergaminhos, vários frascos de tintas estavam partidos entre outros materiais espalhados pelo chão do corredor.

_Não precisa se incomodar. – Hermione disse de modo frio, vendo Harry curvar-se para apanhar o material.

_Ora, não é incômodo nenhum.

_ Não deveria tentar ler mais livros do que pode carregar! – Hermione ouviu alguém atrás dela exclamar. Era Rony.

Harry observou perplexo o ruivo rir com seus companheiros de dormitório, até as meninas de seu ano e casa riam e debochavam. Quando voltou a olhar para Hermione, ela já havia reparado tudo com magia e seguia a passos apressados pelo corredor.

_ Porque estão sendo tão idiotas? -Harry disse, pois tivera quase a certeza que fora algum deles que tinha feito a mochila se romper e Hermione cair.

_Harry, isto não é contigo. –o ruivo disse pacientemente. –Essa garota é uma chata que adora pegar no nosso pé e nos impedir de nos divertir! Fora o prazer que tem de esfregar todo seu absurdo conhecimento em nossa cara.

_Pare de dizer tolices! Hermione é uma garota incrível e é minha amiga, então se quer manter minha amizade é melhor nunca mais a molestar novamente, senão ganhará um inimigo! –Harry fala seriamente antes de seguir para a próxima aula sem dar atenção ao que os “amigos” diziam.


**
A próxima aula era esperada com ansiedade pelos alunos, que aguardavam a porta da sala de aula, que estranhamento ainda não estava aberta. Harry chegara sozinho a aula, ainda estava chateado com Rony e os amigos pela brincadeira de mau gosto feita contra Hermione, além de não entender o porquê de ela tê-lo tratado tão mal quando tentou ajudá-la. A porta se abriu tirando Harry de seus pensamentos, entrou com os demais alunos e deparou-se com uma sala diferente das que vira antes. Não havia cadeiras ou mesas, apenas algumas almofadas postas perto da entrada, deixando um grande círculo à frente.

-Bem vindos, caros alunos. Deixem suas mochilas ao lado e sentem-se com suas varinhas, que hoje a aula será prática. –Sirius fala com um sorriso de canto, que mostrava que ele tinha muitos planos para aquela aula.

Assim que todos entraram e se acomodaram, deixando as mochilas perto das paredes, Sirius pareceu percorrer os rostos ansiosos como se avaliasse a expectativa de cada um e depois lançou um feitiço no quadro negro que o fez girar e depois exibir os nomes da Grifinória e da Sonserina.

-Vamos fazer um pequeno torneio hoje. Alunos da Grifinória contra alunos da Sonserina! – o anúncio causou uma explosão de comentários excitados e um olhar de pura rivalidade entre os membros das duas casas. –Elaborei uma lista com os duelos, escolhendo os pares por suas notas e minha observação pessoal. A casa do aluno que ganhará o duelo receberá cinco pontos e ao final a casa que tiver mais vencedores ganhará cinqüenta pontos. –novas exclamações e algumas provocações surgiram entre os alunos, cada um achando que seria fácil para sua casa. –O primeiro duelo será entre Neville Longbottom e Gregório Goyle.

Um silêncio súbito tomou a sala e depois a Sonserina explodiu em risos, enquanto os grifinórios olhavam Neville em expectativa. Goyle se levantou confiante e recebendo apoio de todos os companheiros, já Neville se levantou hesitante e só parou para ouvir algo que Hermione lhe sussurrara rapidamente. Os dois pararam frente a frente no centro do círculo, Sirius entre eles.

-Só poderão usar magia, o duelo acaba quando um dos dois pegar a varinha do outro, imobilizar o oponente ou um dos dois se render. –Sirius fala olhando os atentamente e depois se afasta, indo se sentar em sua mesa. –Comecem.

Neville e Goyle se entreolharam tensos e logo depois Goyle deu um passo a frente e lançou o feitiço furunculus , enquanto Neville usara o petrificus totalus . Os feitiços se cruzaram e atingiram seus alvos, terminando com um Neville cheio de furúnculos no rosto e Goyle caindo no chão totalmente petrificado. Não foi necessário declarar o vencedor, os grifinórios já gritavam o nome de Neville e iam cumprimentá-lo sem se importar com seu rosto, enquanto os sonserinos resmungavam e alegavam ter sido golpe de sorte, afinal Goyle não havia começado a sério. No quadro havia uma vitória para a Grifinória e os pontos já haviam sido creditados.

As lutas seguintes foram bem mais duras e por vezes Sirius teve que usar algum feitiço para reparar danos a um ou outro duelista, que esperariam até o fim da aula para irem à enfermaria. Rony havia perdido para Pansy Parkinson e Hermione acabara de ganhar com grande facilidade de Zabini, o qual para desgosto dos sonserinos foi humilhado pela grifinória, que mal se mexeu durante o duelo.

-Bom, depois desta brilhante exibição da Srta. Granger, o placar está empatado e a decisão caberá a Harry Potter e Draco Malfoy. –Sirius fez o anúncio e destinou um discreto sorriso ao afilhado antes de se sentar em sua mesa.

Harry ficou um pouco nervoso, pois ficara claro que o melhor aluno da outra casa fora deixado para ele, o que dizia que seu padrinho esperava muito dele. Ao passar por Hermione pensou no quão bem ela fora e se sentiu ainda mais pressionado a fazer um bom duelo, apesar de não conhecer a maioria dos feitiços usados naquela aula.

-Vamos ver se o menino-que-sobreviveu é tão bom quanto dizem ou se é tudo conversa. –Draco fala de modo confiante e o encarando de modo desafiador.

Harry não respondeu, a ansiedade desapareceu e deu lugar a uma grande vontade de fazer o desafiante engolir suas palavras, detestava ser provocado e subestimado. Empunhou sua varinha e apontou para o loiro de olhos acinzentados, que fez o mesmo.

-Expelliarmos. –bradou sem esperar muito e Harry apenas desviou com o corpo, usando de uma agilidade muito maior do que a normal para alguém de quinze anos. - Reducto -desta vez o feitiço procurou atingir a área para que Harry não fugisse, mas este saltou para trás e tocou os pés na parede por segundos, apenas o suficiente para pegar impulso para frente.

Harry aproveitou seu movimento rápido e surpreendente para lançar um feitiço não-verbal, que apesar de parecer ter saído da varinha, saiu de sua mão. Draco conseguiu com ótimo reflexo se defender com o protego , enquanto Harry passava por si.
Um grito chamou a atenção de todos. Uma garota estava completamente amarrada por “cipós vivos”, havia sido atingida pelo feitiço que Draco desviara com o feitiço escudo. Assim que Draco se virou tentando novamente achar Harry, que deveria ter parado atrás de si, não o encontrou e girou a cabeça pros lados tentando achar o oponente, em um gesto parecido com o de todos os demais.

-Feitiço de desilusão Potter? –Draco fala com a atenção redobrada, estaria pronto para contra-atacar assim que visse um feixe de luz ou indício de movimento.

No entanto um “raio” roxo atingiu a cabeça de Draco e todos olharam para cima, vendo Harry dar dois passos para frente e depois se deixar cair do teto, pousando em pé a frente de onde o corpo de Draco estava caído.

-Venci? –Harry pergunta a Sirius, que cutuca Draco com o pé, verificando se o sonserino estava inconsciente.

-Vitória da Grifinória! –Sirius anuncia e os alunos de vermelho e dourado se levantam aos saltos comemorando e soltando provocações para os sonserinos.

Rony foi o primeiro a chegar a Harry, que logo foi cercado pelos outros, que o parabenizavam e comentavam sobre o fato dele ter andado no teto. Sirius vendo a euforia dos grifinórios encerrou a aula e pediu que os feridos fossem para a enfermaria, também retirou o feitiço dos cipós da aluna sonserina, antes de levar um Draco inconsciente para a enfermaria.

Harry, durante o jantar, observou Hermione terminar de comer e assim que a viu se levantar, pediu licença aos amigos e a seguiu, alcançando-a no meio de um lance de escadas, após se certificar que não havia ninguém os observando.

-Oi, será que podemos conversar? –Harry pediu assim que a alcançou.

-Vem comigo. –fala guiando-o pelos corredores daquele andar, até chegar a um banheiro, onde entrou o puxando pela mão.

-Não é um banheiro feminino? –pergunta olhando ao redor um pouco sem-jeito.

-É o banheiro da Murta-que-Geme, ela é um fantasma que “assombra” este banheiro, então ninguém vem aqui. –fala observando para ver se encontrava a fantasma. –Demos sorte, ela não está. Pode falar que ninguém vai nos ouvir.

-Você deve ter observado meu duelo com Malfoy, não? –pergunta um pouco incerto, vendo-a afirmar.

-Sim, você foi muito bem, principalmente com aquilo de andar no teto, pegou a todos de surpresa. –o elogia, mas Harry percebe que ela conteve uma crítica ao seu “exibicionismo”.

-Eu só fiz aquilo para disfarçar, porque eu não sabia executar nenhum feitiço com a varinha e eu não ia poder disfarçar sempre. –confessa mostrando a ela o seu problema.

-Entendo, podemos nos encontrar mais tarde, depois das onze geralmente estão todos dormindo. Também podemos aproveitar os fins de semana. –ela fala gentilmente e ele sorri aliviado.

-Obrigado, eu me senti perdido vendo vocês duelarem, não reconheci quase nenhum feitiço. –Harry fala sem jeito, chegando a corar levemente.

-Sem problemas, você me ensina seus feitiços e a fazer feitiços não-verbais e eu te ensino a usar a varinha. –propõe o acordo e oferece a mão a ele, que aceita.

-Só aviso que sou um professor exigente, Srta. Granger. –fala tentando imitar o tom de Snape, fazendo-a rir. Novamente aquele sorriso fez Harry se sentir mais aquecido, mas rapidamente foi tirado de seus pensamentos ao ouvir um grito feminino.

-Como ousam vir namorar no meu banheiro? Vou avisar agora ao zelador! –Murta fala em tom enfezado, não gostando de saber que durante sua ausência haviam entrado em seu território.

-Não estamos namorando, apenas combinando umas aulas de reforço e já estávamos de saída. –Hermione retruca mal humorada puxando Harry pela mão, mas ouvindo um coro de “Hermione está namorando” da Murta.

Harry acordara cedo e fora fazer seus exercícios físicos matinais, não se surpreendendo ao não encontrar Sirius, como havia combinado. Correu e treinou seus golpes de luta corpo-a-corpo, resolvendo deixar esgrima para mais tarde no dormitório. Após o nascer do Sol, Harry resolvera nadar um pouco e acabara perdendo a hora brincando com a Lula Gigante, se não se apressasse perderia o café da manhã. Saiu correndo do lago e se secou magicamente, entrando no salão principal a procura dos amigos.

Hermione, que estava lendo o profeta diário, ouviu comentários entusiasmados das meninas a seu lado e um silêncio estranho no salão, então buscou com os olhos o motivo. Entrando no salão principal, a caminho da mesa da Grifinória, estava Harry vestindo apenas uma bermuda negra e exibindo uma forma física surpreendente. Imediatamente a monitora se levantou e andou a passos rápidos na direção do rapaz, pegando-o pela mão, antes que este se sentasse e o levando para fora do salão principal.

-O que foi? Porque me tirou de lá desse jeito? –Harry perguntou intrigado, olhando a expressão confusa do rosto dela.

-Porque está vestido assim? –pergunta em tom prático, mas Harry percebeu que ela parecia nervosa com algo.

-Eu estava nadando no lago, acabei perdendo a hora, quase perco o café da manhã. –fala meio sem jeito, levando uma das mãos ao cabelo ainda molhado e bagunçando-o ainda mais.

-Sinto por ter perdido a hora, mas não pode andar pelo castelo assim, sem camisa. Aliás, já deveria estar de uniforme, então apenas suba e vá se arrumar. Eu vou pegar algo para você comer e levo para a sala comunal daqui a pouco. Tudo bem? –Hermione explica de modo paciente e se mostrando compreensiva, lembrando-o Elanor.

-Sim, obrigado e desculpe pela confusão. –fala já se preparando para seguir para a torre da Grifinória.

-Sem problemas, só tome mais cuidado com a hora. –Harry apenas sorrir antes de subir a escada rapidamente, saltando de dois em dois degraus.





Jerry Maguire xD (Magus) : Failon é um guerreiro, dos conselheiros, ele é aquele quem cuida da proteção e da parte militar de Almaren. Por isso, ele é muito protecionista, ele não gosta de ver outros seres se intrometendo e tendo tanto acesso a sua cultura, a seu povo, ele tem uma visão muito militar. Como alguém que já viveu muito, ele viu alguns Istari não só fazerem algum mal aos elfos, como também, sem querer, já envolveram os elfos em guerras que destruíram povos inteiros de sua raça.
Tirando isto, creio que não há mais nada, nenhum motivo pessoal do tipo um mago roubou a elfa que eu amava rsrsrsrs ( ele não é bem o Snape da JK rsrsrsrs).

N/A: Bom, esse cap foi para mostrar Harry durante as aulas, para mostrar a ele como era a rotina dos alunos. Ele também conheceu e acabou com Malfoy, e agora demos uma pequena introdução ao cap anterior onde mostraremos o modo como a escola o vê. Voldemort começa a aparecer também.

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