Departamento de Mistérios



O tempo passou lentamente. As frias e abundantes chuvas de Inverno foram-se tornando raro, até que em meados de Maio deram lugar a um ambiente ameno caracteristicamente primaveril. Enquanto a Lua se refugiava cansada, os primeiros e tímidos raios de sol surgiam preguiçosamente clareando as diversas ruelas do Beco Diagonal. Uma brisa repentina inundou o clima com cheiros quentes, vagarosa e languidamente.


Entretanto pouco ou nada se ouvia falar dos comensais nos últimos meses o que por um bom tempo deixou a população em completo estado de alerta e apreensão de que algo pior estivesse para suceder. Algo de nível incalculável.


E para atenuar a tensão, nenhum jornal voltou a referir o último ataque e tão pouco o número dos mortos foram divulgados. Sendo assim, nas primeiras páginas podia-se ler novamente assuntos relacionados com Quadribol, os últimos acontecimentos e eventos, as personalidades que as frequentavam e diversos outros assuntos que não mencionava ou fazia qualquer tipo de alusão a Voldemort, aos comensais ou ainda o ataque que acontecera.


E baseando-se de que se os jornais tinham como destaques assuntos tão banais, era porque o clima estava bem, algo que agradava a maior parte da comunidade bruxa. E também a imagem de tranquilidade e despreocupação que Fudge demonstrava, participando em muitos inaugurações, importantes jantares sociais ao lado de outras figuras importantes discutindo sobre as mais recentes medidas implementadas em Azkaban, ou sectores do estado como nas finanças, nos tribunais, na educação, sobre a qual fez um longo discurso generosamente aplaudido...


E era esse tão esperado discurso metódico de Fudge que dominava de uma forma absurda todas as conversas entre as pessoas e todas as capas de todos os seminários, jornais, da semana, cada um fazendo-se acompanhar de títulos ostentosos e chamativos, e de uma foto considerável do ministro acenando.


Segundo a imprensa, a presença de Cornelius Fudge e aquele discurso tão ‘admirável’ foram uma lufada de ar fresco. Relatando todos os acontecimentos pormenorizadamente.


Fudge realizara gestos tão leves como se tivesse a desenhar ténues e nobres linhas na tela de um quadro enquanto discursava.


E na fragilidade dos seus pensamentos, o ministro colocara em causa o quão bom seria ver a comunidade bruxa reunido e a viver em paz como anos atrás.


Ao lado dele, um reconhecido juiz cofiava os bigodes e abanava constantemente a cabeça em sinal de total aprovação. Os conselheiros e secretariados do Ministério, apertados nos seus laços ao pescoço resplandeciam de orgulho e suor.


As vozes comovidas e impressionadas comentavam baixinho uns para os outros. Muitas senhoras, mergulhadas nos seus opulentos vestidos excentricamente coloridos retiravam, sentidas, lenços de suas malas.


O discurso de Fudge atingira o ponto alto quando associou todos estes temas a Filosofia e a necessidade de mais humanidade em cada indivíduo.


 Uma frenética emoção invadiu todos os presentes... Vozes sufocadas de satisfação e sentimentalismo, murmuravam ‘Muito Bem! Isto sim é de valor. É impressionante. É sublime.


Com a mão apoiada no peito e olhos brilhantes Fudge dera uma última palavra em que mencionava a palavra: liberdade.


Descendo do palco e passando entre as mesas recebia fortes aplausos que agradecia num movimento de cabeça ou acenando.


No dia seguinte, muitas vezes podia-se encontrá-lo nas ruas e enquanto passava retribuía os cumprimentos que recebia dos cidadãos... toda aquela aparência não deixava margem para dúvidas de que tudo estava sendo bem encaminhado. Tanto a calmaria da imprensa que concentrava, persuadia e definia todo o quotidiano do mais simples bruxo, como também a própria imagem que passava permitia a Fudge não ter uma cambada de revoltosos paranóicos à porta do Ministério querendo manifestar a sua opinião ou reclamar por segurança.


Melhor assim, que o ambiente se mantivesse monótono, amolecido, porém ainda de clima rico e se voltasse a estar entranhado no mesmo véu apócrifo de aparências em que esteve adormecido durante anos.


E enquanto todos estes faits divers decorriam assolando de modo grandiosa a comunidade bruxa, que estava mais mergulhada no discurso comovente de Fudge fugindo assim a qualquer coisa que lembrasse uma realidade menos divertida que aquela, em Hogwarts essa calmaria exterior permitia mais treinos e melhoramento de novos feitiços para assim melhores desempenhos. Melhoria esses que Harry já antevia e o deixava bastante satisfeito.


 Enquanto caminhava pelo longo corredor de Hogwarts que conduzia ao escritório de Sirius, Harry passou por um grupo de alunos de Gryffindor, onde Fred e George Weasley ocupavam o centro do mesmo agitando delirantemente no ar um exemplar de Profeta Diário.


 


_Cornelius Fudge e os seus jantares indispensáveis na primeira página, Harry. – George rugiu sarcasticamente.


 


_Indispensáveis? Só? Soberbos, imponentes, majestosos! E o discurso? Muito Bem! Isto sim é de valor. É impressionante. É sublime.- leu Fred numa voz disfarça de entusiasmo e ironia– O que te parece Harry?


 


_Mete nojo. - Harry respondeu sorrindo e apressou os passos deixando para trás o barulho causado pelo grupo. Queria ainda falar com Sirius antes da prova de História da Magia. Assim que chegou próximo a porta de madeira escura e antes que tivesse tempo de bater ouviu de lá dentro duas vozes que conversavam apressadamente em tom de segredo.


Harry pôde ver pela frincha deixada pela porta entreaberta alguém próximo a lareira que identificou como sendo o padrinho.


 


_...no Ministério. É urgente. - a voz veio de um rosto formado por labaredas que bailavam vigorosamente avermelhando o escritório e o rosto de Sirius, no qual Harry reconheceu a preocupação e a urgência a que se referia a voz vinda da lareira.


 


_Eu vou para lá, agora. – Sirius limitou-se a dizer não ocultando uma certa inquietação e quando o outro desapareceu saiu imediatamente do escritório por uma porta pequena que até então Harry notou pela primeira vez.


*


 


Harry olhou para a folha de prova de História de Magia. Já tinha passado mais de quarenta e cinco minutos desde que a prova tivera início. Molhou a pena em tinta e releu a pergunta que vinha a seguir: Quais foram os maiores contributos da Magia Moderna para a sociedade? Explicite os seus principais autores e de que modo conseguiram a execução das Leis da Magi...


Sentiu uma pequena pontada de dor na testa que desapareceu tão repentinamente quanto veio. Ignorou a dor e concentrou-se na pergunta. Pensou sobre ela e quando ia começar...


Outra dor brotou tão espontaneamente como a primeira, mas desta vez foi mais forte obrigando-o a largar a pena e a levar a mão a cicatriz que massajou com movimentos leves...


Então fisgadas de uma dor mais intensa vieram seguidamente percorrendo-lhe todas as células do corpo... causando-lhe calafrios e fazendo-o sentir-se pouco cómodo dentro das vestes que usava.


  Sentiu a respiração ofegante... A cabeça fervilhava e pulsava por dentro... pulsando e latejando... latejando e pulsando... como se fosse quebrar ou estilhaçar em pequenos fragmentos...  


Levou uma mão a gravata alargando-a e tratou de manter a respiração mais compassada e serena.


Outro fluxo de padecimento...desceu como uma descarga eléctrica fazendo-o sentir frio apesar de ter a certeza que estava transpirando. Comprimiu com força as pálpebras e cerrou os dentes...


Abaixou a cabeça e apoiou-a às mãos. Sentiu-se desconfortável na cadeira onde estava sentado...


Um turbilhão efervescente de imagens assolou-lhe a mente. Se lhe perguntassem, Harry não conseguiria precisar uma só direcção, vinham de todas as partes possíveis e imaginárias... Todas de uma vez, numa única linha recta e objectiva, sem clemência injectando-o e afectando-o em todas as partes do corpo que ainda sentia. Alcançando-o e embrenhando-se cada vez mais fundo da sua cabeça.


Sirius atravessando uma porta no escuro...tudo idêntico... difuso...uniforme... Ministério? Pelo que ouvira da conversa no escritório dele, era para onde estava se preparando para dirigir.


Não se distinguia o tecto do resto... as paredes não paravam em lado nenhum... altíssimas prateleiras onde estavam depositados...algo... pequenos globos empoeirados...?


Sirius acercando-se do véu... Comensais...Uma gargalhada estridente e longamente gélida abarrotaram os corpúsculos suspensas no ar abafando qualquer outro tipo de som...


A imagem de Sirius erguendo a varinha germinou languidamente... Os olhos do adversário brilhando... tamanha era a excitação de ter a presa diante de si... e também ergueu a sua varinha, firme e confiante... Voldemort? Voldemort. Os finos lábios pronunciaram algo... O quê? O que seria? Em vão... nada...


Um feixe de luz atravessou a sala... rasgando o escuro e abrilhantou a sala enquanto percorria um trajecto definido numa ânsia insaciável e sôfrega de deixar o corpo magro estendido no chão... entregue a morte...


Cópias e mais cópias desta última imagem avassalavam-no, com vontade e consciência de direito...querendo cavar tão fundo do seu interior e perpetuar-se lá...


 


 


Quando voltou a sentir o ar vindo dos pulmões a respiração saiu tão acelerado e apertado como se tivesse corrido quilómetros durante dias e noites.


Passou a mão pela testa não sentindo mais qualquer vestígio de dor, sentiu-se aliviado. Mas logo então se lembrou do perigo a que Sirius estava se sujeitando. Era preciso fazer algo, o mais rápido possível, caso contrário...caso contrário...


Olhou para o relógio pendurado na parede...uma, duas vezes de seguida. A imagem de Sirius não lhe saía de cabeça. Os ponteiros mal se moviam, parecendo estar enfeitiçados para esse tal efeito... Por dentro, sentia uma ansiedade incontrolável de se levantar e atravessar a porta sem dar qualquer explicação.


 Olhou para o lado, Hermione estava debruçada sobre a folha de prova, melhor, folhas, uma vez que mergulhava incessantemente a pena no frasco de tinta à sua frente embebedando a ponta que depois corria pela a quarta folha.


Virou e do outro lado, Rony que perguntava se estava tudo bem, ao que ele acenou afirmativamente com a cabeça. De seguida o ruivo abafou uma risada com uma mão e disparou os olhos apontando para Hermione e sussurrando algo como ‘Testamentos’ e revirou os olhos pelo tamanho das respostas.


Harry reuniu forças, tentou controlar a inquietação e concentrou-se no pouco que ainda faltava completar da prova. Logo, logo estaria saindo. E logo, logo estaria salvando Sirius.


 


*


 


Harry se lembrava bem do caminho até a sala circular e chegou até lá sem qualquer problema. Tudo era preto, incluindo a porta e o teto; portas idênticas, sem maçanetas e pretas estavam postas em intervalos iguais na parede negra, intercaladas por velas cujo fogo era azul; suas luzes frias e brilhantes eram refletidas no chão, fazendo parecer que havia água negra no piso.


 


- Alguém feche a porta - murmurou Harry.


 


Ele se arrependeu por dar essa ordem no momento em que Neville a obedeceu. Sem o longo feixe de luz que vinha do corredor atrás deles o lugar ficou tão escuro que por um momento as únicas coisas visíveis eram as pontas das velas nas paredes e seus fantasmagóricos reflexos no chão.


 


No seu sonho, Harry sempre andava propositadamente pela sala para porta exatamente oposta à da entrada e entrava nela. Mas havia uma dezena de portas ali. No momento em que começou a pensar e ir em direção à porta oposta a ele, tentando decidir ainda qual era a certa, houve um ronco estranho e as velas começaram a se mover. A parede circular estava se movendo. Hermione agarrou o braço de Harry, como se estivesse com medo de o chão se mover também, mas este não se moveu. Por alguns segundos as velas deixavam linhas de néon, enquanto a parede se movia; então, quase tão de repente quanto havia começado, o ronco parou e tudo voltou a ficar parado.


 


Os olhos de Harry tinham linhas azuis, era tudo que podia ver.


 


- Que foi isso? - pergunto Rony, com medo.


 


- Acho que é pra gente não saber por qual porta entramos - disse Gina numa voz apressada.


 


Harry percebeu de cara que ela estava certa: tão cedo não ia identificar por qual porta entraram, era como procurar uma agulha naquele chão negro. A porta pela qual precisavam entrar poderia ser qualquer uma daquelas.


 


- Como vamos sair? - perguntou Neville estranhamente.


 


- Bem, isso não importa agora - disse Harry forçadamente, piscando o máximo para tentar apagar as linhas azuis de sua visão, segurando sua varinha com mais força que nunca. - Não vamos sair até acharmos Sirius...


 


- Também não vá sair chamando por ele! - disse Hermione urgentemente, mas Harry nunca havia precisado menos de um conselho dela; seu instinto era para se manter o mais quieto possível.


 


- Para onde vamos então Harry? - perguntou Rony.


 


- Eu não... - Harry começou. Engoliu seco. - Nos meus sonhos eu passo pela porta no fim do corredor, logo depois que saio do elevador e entro numa sala. Essa aqui. E então eu entro por outra porta e a outra sala é meio... Reluzente. Devíamos tentar algumas portas - disse apressado. - Vamos!


 


Ele marchou direto para a porta que estava à sua frente, os outros o seguiram bem de perto, encostou sua mão em sua superfície gelada e brilhante, levantou a varinha pronto para atacar no momento em que ela se abrisse e empurrou. Abriu facilmente.


 


Depois da escuridão da primeira sala as lâmpadas iluminando as correntes douradas penduradas do teto davam a impressão de que essa sala era muito mais iluminada, mas não havia nenhuma luz reluzente, como Harry havia visto em seus sonhos. O lugar estava bem vazio, exceto por algumas mesas e, bem no meio, um enorme tanque de vidro repleto de um líquido verde escuro, grande o suficiente para todos nadarem nele; um número de objetos branco-perolados estavam flutuando dentro dele.


 


- O que são aquelas coisas?! - suspirou Rony.


 


- Não sei - disse Harry.


 


- São peixes? - respirou Gina.


 


- Aquavirius Maggots! - disse Luna excitadamente. - Papai disse que o Ministério estava criando...


 


- Não - disse Hermione. Soou estranha. Andou em direção ao tanque e olhou melhor, de lado. - São cérebros.


 


- Cérebros?!


 


- É... Mas o que estariam fazendo aqui?


 


Harry se juntou a ela. Com certeza não havia dúvidas agora que podia vê-los melhor. Lampejando assustadoramente, afundavam e subiam no líquido verde, parecendo couves-flores viscosas.


 


- Vamos sair daqui - disse Harry. - Não é essa, temos que tentar outra porta.


 


- Há mais portas aqui também - disse Rony, apontando para a parede a volta deles. O estômago de Harry afundou; qual era o tamanho daquele lugar?!


 


- No meu sonho eu saio da sala escura para a reluzente, então acho melhor tentarmos de novo de lá.


 


Então se apressaram, de volta para a escura sala circular, as formas fantasmagóricas dos cérebros estavam agora nadando em frente aos olhos de Harry, ao invés das linhas azuis das velas.


 


- Esperem! - disse Hermione bruscamente, quando Luna ia fechar a porta da sala dos cérebros. - Flagrate!


 


Ela gritou com sua varinha no ar e um "X" flamejante apareceu na porta. A porta mal havia se fechado quando houve um grande ronco e, de novo, a parede começou a se mover rápido, mas agora havia um borrão vermelho-dourado entre as luzes azuis e, quando tudo ficou quieto de novo, o "X" flamejante ainda queimava, mostrando a porta pela qual já haviam passado.


 


- Bem pensado - disse Harry. - Ok, vamos tentar essa...


 


De novo, caminhou diretamente para a porta à sua frente e a empurrou, sua varinha ainda em punho. Novamente era a sala errada e mais outras três tentativas foram feitas até finalmente chegarem a certa.


 


Ele sabia de cara por suas lindas e dançantes luzes cor de diamante. Quando os olhos de Harry se acostumaram com a luz forte viu relógios brilhando em cada superfície, grandes e pequenos, entre estantes ou em cima das mesas que enchiam a sala, fazendo com que vários "tic-tacs" enchesse o lugar, como milhares de pezinhos marchando. A fonte da luz forte era uma jarra de cristal comprida, no final da sala.


 


- POR AQUI!


 


O coração de Harry estava pulando freneticamente agora que sabia que estavam no lugar certo; saiu andando por entre as mesas, avante, como havia feito no seu sonho, em direção à fonte da luz, a jarra de cristal tão alta quanto ele estava em cima de uma mesa e parecia estar cheia de um vento crescente e brilhante.


 


- Ah, olhe! - disse Gina enquanto chegavam mais próximos, apontando bem para o coração do recipiente.


 


Mergulhando na corrente brilhante do recipiente havia um pequeno ovinho. Conforme subia pelo recipiente o ovo abria e um pintinho saia dele, subia até o topo da jarra, mas na medida em que afundava de novo o corpo do pássaro ia regredindo e quando chegava ao fundo já havia se transformado num ovinho novamente.


 


- Continuem andando! - disse Harry bruscamente, porque Gina mostrou sinais de querer parar e ficar olhando a transformação do ovo em pássaro. - É aqui - disse Harry de novo e seu coração estava batendo tão forte agora que achou melhor interromper o discurso. - Por aqui...


 


Ele olhou para todos; todos tinham suas varinhas em punho e pareciam, de repente, sérios e ansiosos. Olhou para a porta e a empurrou. Abriu.


 


Lá estavam eles, havia encontrado o lugar: alto como uma igreja e cheio de nada mais que prateleiras altas cobertas por poeira e pequenas orbes de vidro. Brilhavam fracamente, iluminadas pela luz de velas posta entre as prateleiras. Como aquelas na sala circular, suas chamas eram azuis. A sala era muito fria.


 


Harry andou devagar e fitou um beco escuro entre duas fileiras de prateleiras. Não ouviu nada nem viu o menor sinal de movimento.


 


- Disse que era no "beco" noventa e sete - sussurrou Hermione.


 


- É - respirou Harry, olhando para o final do "beco" mais próximo. Abaixo das velas havia uma figura prateada com os números cinqüenta e três.


 


- Acho que temos que ir para a direita - sussurrou Hermione, espiando o próximo "beco". - É... Aquele é o cinqüenta e quatro...


 


- Mantenham suas varinhas prontas - disse Harry suavemente.


 


Seguiram em frente, lançando olhares por cima dos ombros a todo o tempo enquanto passavam pelos longos corredores de prateleiras, em direção a, cada vez mais, crescente escuridão. Pequenas etiquetas douradas haviam sido postas entre os orbes nas prateleiras; algumas tinham um estranho brilho enquanto outras eram escuras e negras.


 


Passaram pelo "beco" oitenta e quatro... Oitenta e cinco... Harry estava apreensivo para qualquer sinal de movimento, mas Sirius deveria estar amordaçado ou até mesmo inconsciente... Ou, disse uma voz estranha na sua cabeça, ela pode estar morto...


 


"Eu teria sentido", disse para si mesmo, seu coração agora pressionado contra seu pomo de Adão, "eu saberia...".


 


- Noventa e sete! - sussurrou Hermione.


 


Ele ficaram ali, agrupados, olhando para o final do "beco". Não havia ninguém lá.


 


- Ele está bem no final - disse Harry, cuja boca havia se tornado seca de repente. - Não dá pra ver daqui.


 


E então ele os levou para o "beco" entre as altas prateleiras com as bolas de vidro, algumas brilharam suavemente enquanto passaram.


 


- Ele devia estar por aqui - sussurrou Harry, convencido, a cada passo, que veria a qualquer momento a forma de Sirius, amordaçado, no chão escuro. - Por aqui... Perto...


 


- Harry? - disse Hermione tentativamente, mas ele não queria responder. Sua boca estava muito seca.


 


- Algum... Lugar... Por... Aqui... - disse ele.


 


- Eu... Eu acho que o Sirius não está aqui.


 


Ninguém falou nada. Harry sabia que era uma armadilha, mas ainda tinha esperanças de não o ser, o faria parecer menos idiota. Como alguém com tanta habilidade mental poderia ter sido tão facilmente ludibriado. Sentia grande raiva de si mesmo, porém ainda precisava fazer algo, tornar a viagem menos inútil.


 


- Harry? - chamou Rony.


 


- Quê?


 


- Você viu isso? - disse Rony. Harry balançou a cabeça e foi até Rony, não querendo olhar para mis ninguém. - Tem... Tem seu nome aqui - disse Rony.


 


Harry se aproximou mais. Rony estava apontando para umas dos pequenos orbes, que brilhava com uma luz estranha, mesmo estando um tanto empoeirada e parecendo não ser tocada há muitos anos.


 


- Meu nome... - ecoou Harry, imaginando o que encontraria.


 


Andou na direção dele. Sem ser tão alto quanto Rony teve que esticar o pescoço para ler a etiqueta dourada fixada na prateleira, bem abaixo do orbe empoeirado. Numa letra muito comprida e fina estava escrita a data de uns dezesseis anos atrás, uma data anterior ao seu nascimento, e logo abaixo:


 


S.T.P para A.P.W.B.D.


 


Lord das Trevas


 


e (?) Harry Potter


 


Harry ficou olhando aquilo.


 


- O que é isso? - perguntou Rony, soando nervoso. – O que seu nome ta fazendo aí? -Ele olhou para as outras etiquetas coladas na prateleira. - Eu não estou aqui - disse ele soando perplexo. - Nenhum de nós está aqui.


 


- Harry, acho que você não deveria tocar isso - disse Hermione bruscamente, quando ele esticou a mão para tocar o orbe.


 


-Eu sei o que é isso. Voldemort o quer, mas não pode vir pegar, então me trouxe para que eu pegasse. –O orbe pequeno cabia na palma de sua mão, era quente como se a luz interior o aquecesse.


 


E então, logo atrás deles, uma voz arrastada soou:


 


- Ótima dedução, Potter. Agora se vire, devagar, e dê isso para mim.


 


Escuras figuras surgiam bloqueando seus caminhos, olhos brilhavam através das fendas de seus capuzes, tinha uma dúzia de luzes saindo da ponta das varinhas diretamente para seus corações; Gina ofegou horrorizada.


 


- Para mim, Potter - repetiu lentamente a voz do comensal, enquanto estendia sua mão com a palma para cima.


 


-Acha que sou estúpido? Estamos em desvantagem de dois para um, eu ainda tenho pessoas sem experiência prática de combate ao meu lado. Minha única vantagem é está profecia, a qual vocês certamente não desejam quebrar, não é? –Tendo sua visão adaptada a escuridão, Harry pôde ver que o rosto do comensal a frente denunciara surpresa. Uma análise mais detalhada revelara ainda a semelhança com Draco Malfoy.


 


-Então o bebê Potter está dando uma de espertinho! Por acaso tem a pretensão de nos intimidar? –Uma mulher, a única do grupo, diz em voz estridente e forçadamente infantil. Era um meio de zombar dele, ato que o deixava furioso.


 


-Deixem-nos sair, no átrio entregamos a profecia. –Hermione fala de trás de Harry, sua mão livre segurando seu braço, a outra empunhava firmemente a varinha.


 


-Cale-se sangue-ruim! Não tem o direito de falar conosco. –Outro comensal fala com asco, cuspindo no chão diante de tal insolência.


 


-Ofenda minha namorada outra vez e nunca mais falará nada! –Harry o ameaça com uma voz grave e um olhar assassino. Os comensais riem, murmúrios ofegantes pareciam zombar do fato dela ser sua namorada. - Dêem a as mãos e se preparem para correr. –Harry murmura para trás, os amigos confirmavam que haviam compreendido.




-Já chega de absurdos, nos dêem a profecia e prometemos uma morte rápida e indolor. –Aquele que parecia com Draco voltava a falar, parecia ser o líder.




-Façamos o seguinte. Eu dou a profecia e vocês nos deixam ir. –Harry propõe forçando-se a se manter calmo. Seus olhos percorriam todo o lugar rapidamente.




-Tudo bem, não nos faltará chance de pegá-lo depois. –O comensal concorda de modo prático, a mulher parecia não ter gostado do acordo.




-Ok, então formem uma fila se encostando a esta estante. Assim teremos espaço para passar após entregar a profecia. –Harry apontava a estante a sua direita, a profecia segura de modo firme em sua mão.




Os comensais chiaram, mas obedeceram formando uma fila atrás do líder. No instante que ele estendera a mão esperando o orbe, aqueles que estavam na estante direita explodiram e a estante da esquerda tombava. Harry sentia Hermione o segurando e a puxa para frente, protegendo-a dos cacos de vidro com as vestes.




Os comensais urraram com fúria, feitiços surgiram de trás dos jovens e Harry ficou um pouco para trás indicando que seguissem a frente. As estantes atrás caíram sobre os comensais. Hermione ajudara a bloquear um feitiço que quase o atingira, Neville, em atitude ousada lançara um feitiço de ataque.




-A frente, não parem! –Harry instrui e segue logo atrás de Hermione. Assim que ele saía de um corredor as estantes caíam, derrubando os orbes.




A cada orbe quebrado, uma espécie de fantasma se materializava e começa a recitar a profecia que continha. Toda esta confusão de formas e frases causava grande confusão, os comensais lançavam feitiços a esmo, alguns batiam nas estantes a frente ou ao lado dos seis jovens, até que um causara uma explosão, o fogo produziu fumaça instantaneamente e obscureceu toda a pouca luz do lugar, por sorte estavam perto das portas e logo entraram em uma sala.




-Estamos perto da saída! -Neville fala contente, apesar de respirar ofegante.




-Os outros não estão conosco. –Hermione tinha acabado de trancar a porta, não havia sinal dos outros atrás deles.




-Silêncio. –Harry pede e fecha os olhos se concentrando. Ao contrário dos outros, Harry tinha a respiração normal, não estava cansado, porém passou a respirar ainda mais lentamente, sua consciência buscando as dos três amigos perdidos. –Eles estão em outra sala, vamos nos encontrar na sala circular.




Ao mesmo tempo em que Harry falava, podiam ouvir o líder dos comensais dividindo os outros em duplas e os enviando por caminhos diferentes, logo estariam naquela sala. Harry fez sinal para que os amigos fossem e, depois de passar pela porta, a transfigura e então fecha.




-Tirei as dobradiças, vão ter que explodir a porta. –Harry avisa e os outros sorriem, enquanto se dedicavam a respirar para recuperar o fôlego. –Eles estão lá. –Apontava para uma porta com um X, imediatamente seus amigos o seguiram.




A sala era maior que a outra, fracamente iluminada e retangular, sua entrada era "afundada", formando algo como uma arena de uns vinte pés de profundidade. Estavam na parte mais alta do que pareciam ser assentos de pedra por todo canto, que desciam, como num teatro. Havia uma plataforma no centro da arena, onde havia uma passagem em arco, parecia tão velha, rachada e desmoronando que Harry ficou impressionado em ver que a coisa ainda estava de pé. Sem apoio nenhum, a passagem em arco estava coberta por uma cortina ou véu negro, o qual, num lugar onde não havia sinal de qualquer brisa, estava balançando levemente, como se alguém tivesse acabado de tocá-lo.




Gina e Luna apareceram pela porta, carregando um Rony desorientado. Neville acenou como se indicasse o caminho, Hermione trocara um olhar comigo e ambos fomos até eles. Antes que chegássemos, dois comensais passaram pela porta e as seguraram, deixando Rony cair e rolar para o degrau de baixo.




-Quieto, Potter. Nos passe a profecia e nós as soltamos. –Um dos comensais fala em tom calmo, porém ameaçador.




-Eles não soltarão! –Luna avisa parecendo julgar a segurança do orbe mais importante.




-Fique quieta. –O comensal ordena puxando os cabelos loiros e a fazendo gritar de dor. –Vamos matá-las, Potter! –Havia um tom quase satisfeito naquela afirmação que o deixou enojado, o sangue fervendo.




-Ok, vou fazer o que querem. Hermione, guarde a varinha e venha comigo. Pegará as meninas enquanto entrego a profecia. –Harry instrui já guardando sua varinha, lançando um olhar cúmplice a Neville.




-Isso mesmo, Potter, seja um rapaz obediente e tudo acabará bem. –A falsidade era clara, mas isto pouco importava.




Os comensais tinham suas varinhas apontadas para Harry e Hermione, logo mais quatro comensais entraram, mas ficaram em silêncio, vendo que tudo já estava sob controle. Harry esperava que Neville tivesse presença de espírito ou que os recém-chegados fossem facilmente impressionáveis.




Hermione lhe lança um olhar indagador, recebendo de volta um sorriso de canto e duas piscadas rápidas. Mentalmente, Harry conta até dois, então ao invés de pisar com cautela, bate o pé no chão fazendo o solo abaixo dos comensais afundar, ao mesmo tempo Hermione movia as mãos para cima erguendo as rochas e formando uma parede entre as garotas e os comensais.




Harry ouve feitiços atrás de si, mas ignora, deixando para Hermione e Neville cuidarem deles. Assim que chega a Rony o pega nos braços e salta para baixo, fazendo o primeiro degrau se abrir e coloca o amigo dentro do abrigo, vendo que ele parecia estar voltando a consciência.




-Harry! –O chamado de Hermione é acompanhado de um grito. Ao se virar, nota que Neville gritava de dor, Gina estava caída e choramingava, Luna tinha um corte no rosto e Hermione segurava um escudo protegendo as três. Dois comensais se debatiam tentando apagar o fogo, outros dois comensais sangravam, mas não pareciam muito feridos, a mulher torturava Neville e os demais atacavam Hermione.




Pondo a profecia no bolso da calça, Harry usa a mão livre para lançar um feitiço na mulher, que é bloqueado pelo homem atrás dela. Em um rápido movimento ele contra-ataca e Harry se esquiva, depois usando o movimento para dar um rápido giro e fazer um movimento forte com as mãos juntas e fechadas. Uma corrente de vento violenta joga os dois comensais para trás, contra a parede.




De repente sente o orbe sair de seu bolso, obrigando-o a rapidamente girar e se jogar para segurá-lo com a mão. Para amortecer a queda tenta fazer o rolamento para frente, mas tendo que proteger a profecia, acaba deslocando o ombro.




-Entregue a profecia! –Os dois comensais que haviam segurado suas amigas, estavam a sua frente, sentia que Hermione estava em situação pior.




Neste momento as portas se abriram e diversos bruxos entraram, um raio vermelho viera de algum lugar as suas costas e atingira o comensal que o ameaçava. O outro rapidamente se movera e se defendera de um feitiço, ouvia várias vozes conhecidas e sabia que a ajuda chegara.




-Harry, você está bem? –A voz de Sirius surge e Harry gira para ver o padrinho, ele duelava com um comensal com habilidade e não podia olhar para si.




-Estou. Apenas lute. –Harry coloca o ombro no lugar, suprimindo o grito de dor, depois vai até Hermione, que tentava examinar o ferimento de Luna. –Você está bem?




-Sim. Luna teve uma concussão, não sei ao certo o que fazer. –Hermione parecia preocupada, então Harry a afasta cuidadosamente e toca a testa de Luna, procurando o ponto mais profundo do ferimento.




- Protego -Harry ouve a voz de Rony e vê que um comensal tentara atingi-lo pelas costas, mas o amigo o protegera.




-Ela ficará bem, é só um corte superficial. –Gina e Hermione suspiram aliviadas. –Hermione, vá com elas até Neville, a saída fica na porta atrás dele. Vou buscar Rony.




Neste momento uma figura imponente apareceu da sala a frente de Harry, as meninas se voltaram para ver o que chamava a atenção de Harry. Dumbledore estava de pé e parecia furioso e ameaçador com as luzes fantasmagóricas atrás de si. Os comensais o viram e um gritou para os outros agruparem.




-Vão até a saída! –Harry fala a elas, que rapidamente saem, Luna apoiada nas duas. No entanto, ao olhar para frente, Harry vê o amigo tentar impedir a fuga de alguém, que lança um feitiço nele, fazendo-o gritar de dor e cair no chão. –Rony!




Harry corre até o amigo, vendo que havia escorrendo por vários cortes que se abriam, escorrendo pelos degraus. Lupin corria em sua direção, olhava Rony e parecia agitar a varinha, devia saber como cuidar do assunto. Confiando em Lupin, Harry começa a correr atrás da comensal fujona, passando pela porta que ela usara, vendo um tanque quebrado e um líquido viscoso e fluorescente espalhado no chão, cérebros estavam jogados por todo o lado.




Ouviu a comensal bater uma porta e avançou tão rápido que antes que ela pudesse fechar a próxima, que levaria aos corredores, ele já estava na sala circular, lançando um feitiço para destruir a porta antes que esta fechasse e fizesse a sala rodar. Contudo, ao chegar ao corredor, o elevador já estava subindo ruidosamente, então teve que esperar o outro chegar.




-Maldição! Ela já deve estar no átrio! –Harry urra irritado, entrando no elevador e esperando-o subir até o átrio, onde certamente a mulher já estava. –Se soubesse voar, já estaria na cola dela. –Resmunga irritado, lamentando que Failon nunca o houvesse ensinado a voar.




Quando saiu ela já estava do outro lado, perto da saída. Contudo, o barulho das portas do elevador abrindo chamou a atenção da comensal, que se vira e lança um feitiço em sua direção, mas Harry rebate com outro feitiço, o choque fez um acertar a parede e o outro as estátuas da fonte dourada.




-Me entregue a profecia, agora! –A comensal exige e Harry sorri em desafio, segurando firmemente o orbe em sua mão.




-Você tenta matar meu amigo e acha que eu lhe daria isto aqui? A única coisa que farei, é acabar com você. –Harry fala de modo confiante, num movimento rápido sacando a varinha e lançando o feitiço estuporante mais forte de que se lembrava.




-Vai precisar de muito mais que isso para me fazer qualquer arranhão. –Belatriz zomba, defendendo o feitiço com facilidade.




Logo depois, ela lança outro, este era verde e tinha uma cor fantasmagórica, o brilho de seus olhos revelava sua intenção. Harry só precisou de um segundo para dar dois passos rápidos e saltar, passando por cima do feixe colorido e lançando um feitiço na direção da comensal, que tenta defender, mas o feitiço era élfico e ultrapassa o escudo apenas perdendo um pouco de força, mas ainda sendo forte o suficiente para atirar a comensal contra a parede logo atrás de si e prende-la com grossas correntes, as quais se fixaram na parede.




Harry caminhou triunfante até a comensal desarmada e presa, mas de alguma forma as correntes são cortadas e a comensal cai, machucada pelo aperto das correntes. Um vulto negro surgia entre Harry e a comensal, o capuz estava abaixado, revelando a cabeça sem cabelos e com expressões ofídicas, os olhos vermelhos.




-Me dê a profecia, Potter. –A ordem mostrava que o sujeito não toleraria qualquer desobediência.




-Você é Voldemort, não é? –Pergunta tendo certeza de que era, mas querendo confirmar.




-Seu insolente! Como ousa pronunciar meu nome? –Voldemort estava furioso, parecia apertar mais firme que o necessário a varinha em sua mão.




-Nome? Pelo o que eu saiba, isto é um apelido que deu a si mesmo, seu real nome é Tom Riddle, filho de um trouxa de mesmo nome. –Voldemort rosnou furioso, começara a brandir a varinha, mas se refreara a tempo de evitar um feitiço.




-Não vou responder a esta acusação absurda e ridícula. –Sua voz estava no tom de antes, quando pedira a profecia. –Agora, me passe esta profecia ou terei que ser persuasivo . –A ameaça ficara nítida, os olhos vermelhos eram frios e cruéis, mas não se intimidaria, iria cumprir seu destino.




-Eu vim ao mundo dos homens para vingar meus pais e vou fazê-lo. –Harry fala em tom de desafio, seus olhos firmes nos de Voldemort, que só não riu por que entravam Hermione, Gina, Dumbledore e Sirius no átrio.




-É o fim da linha, Tom, não faça nada. –Dumbledore fala em seu tom calmo, mas Harry logo intervém, antes que Voldemort fugisse.




-Tenho um acordo a propor. –Voldemort o olha surpreso, sentia que os outros atrás também o faziam. –Não quero que ninguém aqui se machuque e este também não é o lugar adequado para nossa luta. –Harry assume que aquela luta era dele como um aviso a quem estava atrás de si. –Então proponho uma troca. Daqui a exatamente um ano, nós nos encontraremos no jardim de Hogwarts, perto do lago da Lula Gigante, então teremos nosso duelo. Até lá, nem você e nem seus comensais poderão matar ou fazer mal a qualquer trouxa, bruxo ou criatura mágica. Em troca lhe darei a profecia. –Dumbledore tenta protestar, mas Harry faz um gesto para trás, indicando que não se envolvesse. Voldemort parecia interessado.




-A profecia em troca de um ano de paz para que possa treinar? Acha mesmo que conseguirá se aproximar de mim e apenas um ano? –Voldemort quase ria com aquilo, mas parecia inclinado a aceitar a profecia.




-Se continuar a rir, quebro o orbe. –Harry fala seriamente e Voldemort imediatamente pára. –Ótimo. Agora me diga se fará ou não o juramento inquebrável?




Voldemort se surpreendera com o artifício, Harry via que ele olhava para todos os lugares e parara na profecia por segundos. Era fugir e perder a profecia ou aceitar o período de paz.




-Certo. Farei o juramento em troca da profecia. –Voldemort acata a decisão e vê Dumbledore se aproximar dos dois.




-Serei a testemunha. –Dumbledore fala já colocando sua varinha apostos entre os Harry e Voldemort.




-Você, que se denomina Voldemort, jura que nem você ou qualquer comensal, matará ou fará qualquer mal a trouxas, bruxos ou criaturas mágicas, durante o período de um ano, mesmo que em defesa própria? –Harry pergunta sem deixar qualquer brecha.




-Juro em meu nome e dos meus servos, contanto que ele também faça o juramento. –Voldemort fala e uma labareda sai da ponta da varinha, envolvendo seu pulso e o de Harry.




-Juro que entregarei a profecia se cumprir sua promessa. –Harry fala e o juramento inquebrável é formalizado.




-O juramento está feito e se for quebrado por você e seus comensais, causará a morte de todos. –Dumbledore fala olhando de Voldemort para a mulher, já de pé logo atrás do mestre.




-Eu sei. Agora, Potter, me dê a profecia. –Voldemort exige estendendo a mão.




-Eu disse que lhe daria a profecia se cumprisse sua promessa, de modo que só poderei entregá-la ao fim de um ano. –Voldemort o olha com um misto de raiva e frustração. –Sabe muito bem que não posso considerar sua parte do acordo cumprida antes que o prazo limite termine. Mas não se preocupe, daqui exatamente um ano, neste mesmo horário e dia, estarei com a profecia perto do lago e deixarei que saiba se conteúdo antes de matá-lo.




Voldemort urra furioso, tanto ele quanto a comensal erguendo suas varinhas. Ele para Harry, ela para Dumbledore. Harry não precisava olhar para trás para saber que todos atrás de si mantinham suas varinhas firmes.




-O que está havendo... –Harry olha para trás e vê que um homem os olhava boquiaberto, atrás dele havia outros que também pareciam estar vendo seus pesadelos tornarem-se realidade.




Um estalo anunciava que Voldemort e a comensal aproveitavam para fugir, sem a profecia. Todos pareciam aliviados, menos o tal homem que parecia lívido de fúria, fazendo birra com um filhote faminto.




-Acalme-se, Cornélio. Voldemort está mais preso do que imagina. –Dumbledore assegura de modo calmo e o homem, que deveria ser o Ministro da Magia, parece se acalmar também. –Sirius, vá com os aurores até onde estão os comensais presos. Harry, Hermione, Gina, usem está chave de portal para voltar a escola e vão direto a enfermaria. –Dumbledore faz um gesto e faz o relógio de Harry flutuar a frente dos jovens. - Portus .




-Mas e o Rony, o Neville e a Luna? –Harry pergunta e em sua mente surge a imagem de Rony caído em uma poça crescente de sangue.




-Já foram para o St. Mungus, onde serão tratados. –Dumbledore fala de modo tranqüilizador e faz sinal para que Harry pegue o relógio.




Não foi preciso dizer nada para que Hermione e Gina se aproximassem, a morena abraçando o namorado antes dos três tocarem o relógio e serem sugados. Era um puxão no umbigo desagradável, seguido por giros e uma sensação de estar sendo jogado de um lado a outro no vazio. Quando abriu os olhos, Harry se viu na enfermaria, madame Pomfrey vindo correndo na direção dos três, que estavam caídos no chão.




**************************************************




N/A: Oi, aqui é a Lílian, eu queria pedir desculpas em meu nome e de bia pelo atraso, mas é que nós estávamos enroladas com a faculdade, principalmente ela.




N/A²: Bastante ação neste capítulo, que “rompe” com a sequência de livros, modificando o final de HP5, temos um Harry esperto que passou a perna em Voldemort e Sirius vivo. No próximo capítulo muitas mudanças e o início de uma nova fase, onde nossos heróis irão a visitar os elfos.




Comentem dizendo o que acharam do plano do Harry e do que esperam ver daqui para a frente! Obrigada!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.