PAZ



N:A: Oi gente.

Hoje é meu aniversário, e resolvi me dar um presente e dividí-lo com vocês. A postagem do último cap e de um pequeno epílogo para esta FIC.

Nào foi proposital a postagem hoje, juro. Apenas uma grata coincidência. Muitos vão achar o capítulo simples demais. Mas esta era mesma a intenção. Terminar com simplicidade. Espero que gostem.


Capítulo 15 – Paz


I see trees of green, and roses too
I see them bloom for me and you
and I think to myself, what a wonderful world

Eu vejo as árvores verdes, rosas vermelhas também
Eu as vejo florescer para nós dois
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso



Dois dias após o término da batalha, Harry ainda estava descansando. Passara um bom tempo na ala hospitalar, mas agora já se encontrava em seu quarto. No lado externo, o trabalho ainda era árduo. Todos tentavam reconstruir o mais rápido possível o que havia sido destruido, e a ajuda dos Guardiões era importantíssima nisto, pois a magia facilitava muito o trabalho.

Naquela mesma tarde, seria celebrado o funeral do Sr Chang. A cerimônia teria a pompa destinada aos nobres, e ocorreria em local de honra. Cho mal era vista desde o final da batalha, assim como Anaryon, que ficava sempre a seu lado.


Molly entrou no quarto, trazendo uma poção revigorante. Com ela, Lady Arwen. Harry cochilava, enquanto Gina estava sentada numa poltrona próxima. Rony e Mione também se encontravam ali, aguardando informações sobre o estado do amigo. Assim que Molly se encaminhou para a cama do moreno, Gina saltou da poltrona, se juntando a ela enquanto os outros se aproximavam também, pelo outro lado da cama. Arwen ficou aos pés, observando a todos.



- Harry, querido. Acorde. – Chamou gentilmente a senhora.


Ele abriu preguiçosamente os olhos, pegou os óculos que lhe eram entregues por Gina e se recostou nos travesseiros, tomando uma das mãos de sua amada entre as suas.



- Você precisa beber esta poção, querido. – Disse Molly, estendendo um cálice espumando para ele, que sem reclamar sorveu todo seu conteúdo. Então ela continuou – Está melhor?
- Sim, senhora Weasley. Bem melhor. – Respondeu ele, sorrindo.
- Ótimo! E que bom que voltou a me chamar assim. Senti até arrepios quando você me chamou de “Molly!”.
- Peço desculpas. Acho que estava meio nervoso aquele dia.
- Eu entendo, Harry. Não é para menos, não é mesmo?


I see skies of blue and clouds of white
the bright blessed day, the dark sacred night
and I think to myself, what a wonderful world

Eu vejo os céus azuis e as nuvens brancas
O brilho do dia abençoado, a sagrada noite escura
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso



Este concordou novamente, e virou-se para os outros.


- Como estão as coisas? E Cho?
- Bom, aos poucos as coisas vão voltando ao normal. Todos estão ajudando na reconstrução e logo tudo estará como antes. – Respondeu Gina – Mas Cho está realmente abalada. Depois de tudo pelo que passou, ainda perder o pai daquele jeito... Mas anaryon está com ela, tentando consolá-la, acho que ficará bem.
- E você? – Retomou ele, encarando os olhos cor de mel – Está realmente bem?
- Estou sim, Malfoy não me feriu. Agora estou ótima. – Respondeu ela, sorrindo.
- Porém ainda carrega um peso no coração, e é chegado o momento de se livrar dele. – Disse Arwen, surpreendendo a todos.

Harry imediatamente franziu a testa, lembrando-se de como Gina estava apreensiva nos últimos tempos e que ele já havia percebido isso. Se Arwen tocara no assunto, o problema era sério.


- Gina, o que está acontecendo? Do que Arwen está falando? – Perguntou ele com firmeza, deixando claro que não adiaria mais aquela conversa.



Gina abaixou a cabeça por alguns instantes. Ela já sabia, em seu íntimo, que não poderia adiar muito mais aquela conversa, mas não esperava ser pressioinada daquela forma por Arwen. Mas agora não tinha mais como evitar. Respirou fundo, olhou para sua mãe e depois para Harry.


- Harry... Eu sinto muito. Não queria que acontecesse, ainda não consigo entender como pôde acontecer... – Gaguejou a ruiva, ficando ainda mais vermelha de vergonha, o que não passou despercebido às outras mulheres presentes, que imediatamente compreenderam a situação. E enquanto Mione sorria, feliz da vida, Molly arregalava os olhos, incrédula.
- Gina, do que é que você está falando? O que foi que aconteceu? Alguém fez algo para você? Com você? Quem foi? Me diz... – Disparou Harry.
- Ninguém fez... Quer dizer alguém fez... Na verdade foi você... – Ela tentou explicar, mas ao perceber que estava confundindo ainda mais a situação, resolveu soltar de uma vez – Harry, eu estou grávida!



O silêncio tomou conta do quarto. Então, Molly começou a soluçar baixinho. Gina ouvia sua mãe, mas não sabia se o choro era de alegria ou decepção, e não podia desviar os olhos para ela antes de saber a reação de Harry. Este a olhava, com os olhos arregalados. Então piscou, e sussurrou.


- Você quer dizer que eu vou ser pai?
- Harry... Não quero te pressionar, não foi intencional. Não quero te obrigar a nada, se não... – Mas Gina não conseguiu terminar a frase, pois Harry a puxou com urgência para si, beijando-a apaixonadamente.

the colors of the rainbow, so pretty in the sky
are also on the faces of people going by
I see friends shaking hands, saying, "how do you do?"
they're really saying, "I love you"

As cores do arco-íris, tão bonitas nos céus
E estão também nos rostos das pessoas que passam
Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: "como você vai?"




Imediatamente o soluço de Molly se transformou em um choro, em alto e bom som. Quando finalmente Harry soltou Gina, tinha os olhos embaçados e falou com dificuldade.


- Você chegou a achar que eu não gostaria da notícia? Gina, o que eu mais quero nesta vida é formar uma família com você. Não posso dizer que tenha tido família. A única que conheço é a de vocês, mas quero a minha própria. Como pôde pensar que eu não gostaria? Como pôde me esconder isso por tanto tempo?
- Eu tive medo. – Respondeu ela – Medo de que você não me quisesse mais, medo de que se contasse e acontecesse algo com a gente, você ficaria novamente sozinho. E tive medo do que lhe aconteceria então. Foi medo de tanta coisa, que nem sei mais, Harry.
- Numa coisa você tem razão. – Anuiu ele, sombriamente – Se acontecesse alguma coisa a você, estando ou não grávida, eu enlouqueceria. Se eu soubesse que está grávida então, nem quero pensar no que poderia fazer. Você não devia ter se exposto tanto lutando, como fez. Não podia ter colocado a vida de nosso filho em risco desta forma.



Gina soluçou, emocionada, pois enquanto Harry falava “Nosso filho”, acariciava seu ventre. Ela pegou sua mão e a apertou com um pouco mais de força sobre o local, dizendo.


- Não podíamos correr o risco de te perder. Precisamos de você, Harry. Nenhum dos dois poderia viver sem você.


yes, I think to myself, what a wonderful world
Sim, eu penso comigo... que mundo maravilhoso



Um novo beijo emocionado entre o casal, enquanto ao fundo, Molly chorava e balbuciava coisas inintelegíveis. M ione secava, disfarçadamente, lágrimas que teimavam a riscar sua face, e Rony mantinha um semblante contrariado. Mas o momento foi interrompido por Arwen, que pigarreando chamou a atenção sobre si. Quando todos olharam para ela, esta estava sorrindo brandamente, e disse.


- Creio que usou o termo incorreto, Ginevra. – E ao perceber que esta nada entendera, continuou – O termo certo seria “Nenhum dos TRÊS poderia viver sem você!”.




Foi a vez de Gina ficar muda. Arregalou os olhos, depois abriu um largo sorriso, acompanhada por Harry, e perguntou.


- São dois? Tem certeza?
- Os Elfos possuem uma forte ligação com esta terra, podemos sentir a vida em comunhão com a natureza, e com certeza sinto duas vidas pulsando em seu ventre.
- Meus queridos! – Gritou, sem mais conseguir se conter Molly, pulando no pescoço do casal, que ainda parecia estar assimilando a notícia – Depois de tanta coisa ruim acontecer, que notícia boa. Minha filhinha vai ter bebês. Dois bebês. Ah, quando eu contar ao Arthur.
- Bom, agora que acabou toda essa confusão, não podemos ter essas crianças assim, deste jeito. – Disse Harry, chocando a todos, que tiveram os sorrisos nos rostos sumindo lentamente – Srta Ginevra Molly Weasley, aceita se casar comigo?
- Isso! – Não se conteve Mione, dando um soco no ar.
- Claro que aceito, meu amor. – Gina o abraçou novamente, não se contendo de felicidade.
- É muita alegria para uma mãe. – Molly voltava a chorar, emocionada – Duas notícias maravilhosas assim, uma seguida da outra.
- Parabéns! – Cumprimentou Mione, abraçando os dois – Vocês merecem isso, depois de tudo pelo que passaram.
- Obrigado, Mione. – Agradeceu Harry, virando-se então para o amigo, que permanecia calado – E você, Rony. Não vai falar nada?
- Eu? Vou, Harry. Ah, se vou. – Começou o ruivo, que pareia inchar enquanto falava – Cara, como é que você apronta uma dessas comigo? Eu confiei em você. Pensei que ia respeitar minha irmã, e ao invés disso, você a engravida! Mas que droga, Harry.
- Rony! – Exasperou-se Hermione – Você acha mesmo que eles têm culpa de algo? Essas coisas acontecem, oras.
- Mas não deveria ter acontecido, não antes deles se casarem, Mione. Como irmão mais velho... – Retomou Rony, mas foi interrompido por Arwen.
- Perdoe-me Ronald, mas não creio que esteja em posição de criticar ninguém sobre este assunto. – Disse ela, mas de maneira muito amável.
- Como não, Lady Arwen? Gina é minha irmã. Eu era responsável por ela nesta viagem. – Retrucou Rony.


Gina ia entrar na conversa, mas recebeu um sinal de Arwen para aguardar, e com a mesma tranquilidade respondeu.


- Ronald, não acho sensato você criticar Harry e Ginevra, uma vez que passa por situação similar.




Rony escancarou a boca, depois olhou para Mione, que ficara estática, rígida, de olhos esbugalhados e olhando incrédula para Arwen. Harry e Gina começaram a gargalhar e Molly sentou-se, com falta de ar, pois temia desmaiar.


- Como... Como assim? Quando? – Perguntou Mione, pálida .
- Você sabe perfeitamente como e quando, Hermione. – Respondeu Arwen, aumentando ainda mais o sorriso.
- Não. Não pode ser. – Balbuciou Rony, captando a indireta – Nós nos cuidamos, tomamos todo o cuidado. Usamos o feitiço de proteção...
- Nós também. – Anunciaram em uníssono, Harry e Gina.
- Uma das maiores e mais poderosas magias desta terra, é a magia da vida. A natureza sempre encontra um meio de se sobrepor, por isso os feitiços lançados por vocês para impedir a concepção não funcionaram. A magia deve interagir com a natureza para atingir os resultados esperados, e neste caso isso não foi possível.
- Quer dizer... Quer dizer que eu também estou grávida? – Balbuciou Mione, sentando-se na beirada da cama de Harry, com um sorriso bobo no rosto.
- E eu vou ser pai? – Rony sentou-se a seu lado, ainda de boca escancarada.



Harry não perdeu a oportunidade. Chutou o amigo, ainda rindo, e perguntou.


- O que você estava dizendo mesmo, Rony?
- Eu? – Rony despertou do transe em que estava, mais pelo chute do que pelas palavras do amigo – Errrr... Que dia vocês vão se casar mesmo? O que acham de companhia?
- Companhia? Rony, o que você está dizendo? Nem falou comigo e já está marcando o casamento?
- Mione, já pedi você em casamento várias vezes. Você sempre protelou. Agora não aceito não como resposta, vamos nos casar o mais rápido possível. Ou quer que nosso filho acabe nascendo antes do casamento? – Disse Rony, virando-se em seguida para Arwen e perguntando – É só um, não é?
- Sim Ronald. – Informou Arwen, educadamente.
- Eu acho uma ótima idéia. – Intrometeu-se Gina, antes que Mione falasse mais alguma coisa – Podemos nos casar todos juntos. O que acham?
- Por mim tudo bem. Vai ser ótimo. – Concordou Harry, e para não perder a oportunidade... – E parabéns, Rony. E para voc6e também, Mione.
- Obrigado! – Agradeceu o ruivo, sem jeito – E então Mione, o que acha? Vamos nos casar no mesmo dia que Harry e Gina?
- Não sei... Vocês realmente não se importam? Não querem exclusividade na data, uma festa só de vocês? – Perguntou Hermione, mordendo o lábio como sinal de expectativa.
- Será um motivo a mais de alegria para nós, Mione. – Assegurou Harry – Só precisamos decidir quando será. Quero que seja o mais rápido possível, assim que voltarmos para casa.
- Por que não se casam aqui mesmo? Depois de tanta dor e tristeza, o povo merece um motivo para festejar. E que motivo melhor do que o casamento das pessoas responsáveis pela vitória? – Perguntou Arwen.
- Eu acho perfeito. – Anunciou Gina, de pronto, em nome de todos.
- Só lhes peço alguns dias, para podermos honrar adequadamente os mortos. Inclusive o pai de Cho Chang. – Continuou Arwen.
- Claro. – Consentiu Mione – Mas quem celebraria a cerimônia?
- Se vocês concordarem em se unirem numa cerimônia élfica, eu posso celebrar. – Explicou Lady Arwen.
- Então está decidido. Mas a data não pode coincidir com a lua cheia, tem gente que precisa estar presente neste dia e é meio sensível à lua cheia.
- Por Mérlin. Minhas crianças vão se casar. Preciso contar ao Arthur, onde será que ele está? – Molly levantou e saiu do quarto, desesperada.



No final da tarde, como era esperado, houve o funeral do sr. Chang. Foi realmente comovente, com a urna sendo carregada por cavaleiros, totalmente paramentados com suas armaduras, brilhando sob a luz do entardecer. Cho estava abraçada à mãe, e já parecia mais conformada. A seu lado, Anaryon e a família real.


No dia seguinte, partiram dois grupos de Guardiões. Um, comandado por Dino, escoltava os prisioneiros para Azkaban, onde permaneceriam presos. Harry havia tido muito trabalho, e só com a ajuda e os argumentos de Hermione, conseguira convencer Anaryon que esta era a melhor decisão. Este queria executar todos os prisioneiros, em torno de trinta, sumariamente.

O outro, sob o comando de Neville e Luna, ficou responsável em levar os mortos. Haviam perdido dezoito Guardiões na batalha, quase todos novatos. Assim que cruzaram o portal, o obelisco em Hogwarts brilhou e acrescentou os nomes a sua lista. Tal fato não passou despercebido. Um aluno viu o evento e avisou seu monitor, e pouco tempo depois, a diretora ali se encontrava, lendo os nomes. Caberia a ela dar a notícia às famílias.


Como combinado, alguns dias após os ritos, os casamentos foram anunciados para dali a um mês. E surtiram o efeito desejado, pois todos pareceram se animar com a notícia. Desde que ali chegou, o quarteto despertou a admiração e respeito de praticamente todos. Até a família Chang, ainda em luto, animou-se bastante, a ponto de Cho se prontificar a ajudar as amigas na organização.

Conforme o dia foi se aproximando, o castelo e a cidade foi ficando mais e mais bonito e feliz. Nem todos os Guardiões puderam ficar, mas os que ficaram, quando faltava uma semana para o casamento, começaram a ajudar a trazer os convidados. As famílias Hobbits, dos Anões e Elfos. Também começaram a chegar os convidados do outro lado do portal, entre eles mestre Caine. Apesar de avisado, quando Harry viu seu antigo mestre, não conseguiu evitar um rompante de revolta. Mestre Caine estava praticamente irreconhecível, havia definhado muito e mal conseguia se mexer. Chegava amparado por Neville e Radhi. Imediatamente, Arwen se aproximou, tocando a testa do homem levemente e dizendo, em seguida.

- Seu mestre foi acometido de um grande mal, que corroe seu corpo e espírito.
- Já tentamos de tudo, mas nada conseguiu reverter o que Chú fez a ele. – Disse Parvatti, logo atrás.
- Deixem-me examiná-lo. – Disse Mione, adiantando-se. Passados alguns minutos, deu seu parecer – Ele foi atacado com um feitiço muito forte. Li algo a respeito vários anos atrás, mas nunca tinha visto. Posso tentar tratá-lo, mas acho que já está em estado muito adiantado, talvez não haja mais cura.
- Trate do corpo, Hermione. Eu trato de seu espírito. Juntas, traremos o mago de volta. – Disse Arwen.




Pelos dias subsequentes as duas, com dedicação ferrenha, trataram de mestre Caine. Enquanto isso, os convidados continuavam chegando. Entre eles, o Ministro da Magia e a diretora de Hogwarts, além dos pais de Hermione.


Finalmente chegou o dia. Minas Tirith parecia não ter sofrido uma guerra há tão pouco tempo. Nas altas torres, bandeiras coloridas tremulavam ao vento. Os cavaleiros de Rohan, montados em seus corcéis, trafegavam pelas vielas. Os soldados de Gondor, marchavam com suas belas e polidas armaduras. No grande pátio, em frente às portas do castelo, sob a copa da grande árvore branca, havia sido montado o local da cerimônia. Por toda a sua volta, o chão estava forrado de folhas e flores, num gigantesco tapete. Os convidados aguardavam os noivos, anciosos.


Quando Harry e Rony saíram pelas portas do castelo, milhares de cabeças se viraram para eles e acompanharam sua caminhada até a sombra da grande e frondosa árvore, passando por um corredor formado por soldados, que cruzaram suas lanças, desfraldando os brasões de todos os povos ali presentes. Na primeira fila, as famílias dos noivos. Remo e Tonks representavama a família de Harry, e o maroto não escondia a emoção de estar representando o amigo no casamento de seu filho. Numa cadeira, ainda debilitado mas consciente do que acontecia, sorria mestre Caine.

Para surpresa de alguns, os dois trajavam roupas simples. Túnicas brancas, retas e sem adornos, que chegavam aos pés. Sobre as cabeças, coroas de flores. Os amigos postaram-se, um de cada lado, ao final do corredor e esperaram. Poucos minutos depois, ouviu-se o som de clarins e as portas do castelo foram novamente abertas.


Ao mesmo tempo que as jovens saíam pelas portas, de braços dados a seus pais, Elfos espalhados por toda a cidade começaram a entoar cantigas milenares, numa voz clara e vibrante, que parecia enfeitiçar os presentes. À frente das duas, Éolyn jogava pétalas de flores pelo caminho. Logo atrás da princesa Lucy, trazendo as alianças, não tentava disfarçar o largo sorriso. No corredor, ao invés de soldados, agora haviam Elfas, com ramos sobre suas cabeças, fazendo coro aos cantores. Assim como Harry e Rony, ambas trajavam apenas túnicas brancas, simples e sem adornos e a mesma coroa de flores sobre a cabeça. Ao final do corredor, os pais entregaram suas filhas aos noivos e retiraram-se, emocionados, para junto de suas famílias. Os noivos beijaram a mão de suas noivas delicadamente, postaram-se a seu lado e viraram-se, ficando de costas para os presentes. De algum lugar detrás da árvore surgiu Lady Arwen. Assim como os noivos, trajava uma túnica branca, transparente e em sua cabeça, a coroa dourada que a identificava como soberana do povo Élfico. Ela sorriu e tomou a palavra.


- Hoje estamos aqui presentes, sob a sombra da árvore que representa a persistência dos povos da Terra Média, para celebrar a união destas pessoas. Elas se vestem de maneira igual, pois no amor assim é que deve ser. Sem distinção, sem um querer sobrepujar o outro. São duas partes iguais de um todo, que se completam e se ajudam. Simples e puro. Para os Elfos, a busca pela harmonia e compreensão da natureza, a simbioze com o meio em que vivemos, somado ao amor pelo seu igual, é o ideal maior, a razão pela qual vivemos. Muitos de nós passamos séculos a procurar por isto. Às vezes nem a encontramos, outras vezes, este momento passa tão rápido que quando percebemos, os anos se passaram e a vida daquele que amamos chegou ao fim, e nunca voltaremos a encontrar algo semelhante. Por isso, agradeçam a seus deuses, por terem encontrado o amor e a felicidade tão cedo em vossas vidas. Aproveitem. Cultivem este amor a cada dia e disseminem isto para o mundo e todos aqueles que os cercam. Sejam felizes, pois vocês sofreram e lutaram muito para que este dia chegasse, e merecem mais do que ninguém.



Arwen continuou abençoando a união dos casais. Logo a seguir, houve uma grande festa, que durou três dias. Ao final, chegava a hora de partir. Os Guardiões ajudaram a transportar os Hobbits de volta para o Condado, mas nem os Anões nem os Elfos aceitaram o oferecimento. Preferiram aguardar a partida destes e depois seguir caminho de maneira mais convencional. O portal foi aberto, e aos poucos os bruxos deixavam a Terra Média.


- Tem certeza de que é a decisão acertada? – Perguntou Radhi.
- Sim, tenho. – Respondeu Harry – Tenho certeza de que os Elfos cuidarão muito bem de mestre Caine. E quando ele estiver totalmente curado, certamente vai adorar passar os últimos anos de sua vida entre eles. De qualquer forma, se ele quiser voltar, poderá fazê-lo facilmente.


Radhi não contestou mais, atravessando o portal de volta para casa, ao lado de sua esposa. Em outro local, duas crianças também se despediam.


- Tchau! – Disse Lucy – Você até que é legal, para um menino.
- Adeus, Lady Lucy. – Respondeu Éomer, numa meia reverência – Foi um prazer conhecê-la. Será que voltaremos a nos encontrar algum dia?
- Não sei. Acho que sim. Devemos voltar aqui em breve, não é mesmo?
- Assim espero. – E o jovem príncipe beijou a mão da menina, que sem entender bem por que, sentiu seu rosto corar.



Duas amigas se despediam...


- Você tem certeza? – Perguntou Gina, abraçando-a.
- Tenho sim, amiga. – Respondeu Cho – Não temos muito o que fazer lá, entende? Sem meu pai, não temos muito o que nos prenda. Com a procuração que minha mãe deu a Harry, ele vai poder resolver os negócios da família. Minha mãe também não quer voltar, prefere ficar aqui.
- E quanto a Anaryon? – Pertguntou a ruiva.
- Não sei ao certo. Ele parece gostar realmente de mim, e eu gosto dele. Vou investir na relação, vamos ver onde vai dar. – Disse a outra, ruborizando.
- Eu sei muito bem onde vai dar. – Riu Gina – Em casamento e num monte de principezinhos correndo pelo castelo.
- Talvez... Vamos dar tempo ao tempo. – Respondeu a outra.



Rony também tinha sua cota de despedida.


- Bom, então boa sorte. – Disse ele para o casal – Espero que dê tudo certo.
- Ficamos gratos, Ronald. – Respondeu Éolyn, de mãos dadas com Senar – Queria lhe pedir desculpas mais uma vez por tudo que fiz. Foi infantilidade minha.
- Tudo bem, eu entendo. O importante é que você encontrou um cara legal. Tenho certeza de que serão muito felizes juntos.
- Seremos, mago. Tenha certeza de que seremos. Foi uma honra conhecê-lo e poder lutar a seu lado. – Disse Senar, apertando a mão de Rony.
- O prazer foi meu, Senar. – Respondeu Rony.



Harry cumprimentava Anaryon


- Tens mesmo que partir, Mago? – Perguntou o soberano.
- Sim. Não podemos ficar mais tempo. Há muito o que fazer em nossa terra. – Respondeu o moreno.
- Então saiba que sempre serão muito bem vindos neste reino.
- Obrigado, Anaryon. Acho que nos veremos em breve. Em sua coroação ou em seu casamento... – Disse Harry, emendando a seguir – Tenho certeza de que será um grande rei
- Assim espero, Harry. E se for, parte do mérito é seu. Aprendi muito com você, meu amigo.
- Também aprendi com você e a Terra Média. Sinto como se fizessse parte daqui agora.
- E faz. – Interrompeu-os Arwen, aproximando-se – Não se esqueça que seus filhos também são filhos desta terra. Vocês estão ligados a ela para sempre, Harry Potter.



O grupo se aproximou do portal, mas antes de passar Rony pareceu se lembrar de algo.



- Hei Harry! Já estava me esquecendo...
- Que foi? – Perguntou o amigo, parando e olhando para ele.
- Lembrei daquela estória de Arwen falar com a gente, assim que chegamos.
- Ah. Isso? – Riu Harry.
- É. Vamos lá, o que foi que ela te disse? Eu já contei o que ela me disse. E ficou óbvio que ela falou com a Mione sobre a gente e com a Gina sobre a gravidez... Mas e com você? O que foi que ela te disse?
- Bom, ela disse que não seria fácil. Que passaríamos por muita coisa, mas que eu confiasse no amor, de Gina e dos amigos. Se conseguissemos nos manter unidos, venceríamos. E então, receberíamos o prêmio.
- Prêmio? Que prêmio, Harry? – Perguntou Mione, curiosa.
- A tão esperada e merecida paz, Hermione. Só isso. Paz.



E Harry atravessou o portal, de mãos dadas com Gina e Lucy, voltando para casa, para poder, finalmente, viver em paz.



Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.