Dando o troco
Capítulo XXIV
Dando o troco
Procurou as irmãs por todo castelo sem qualquer sucesso. Aquelas meninas tinham o dom de desaparecer quando mais se precisava delas.
Abriu a porta do quarto de Lynx com força, era o último lugar que procuraria. Felizmente, suas irmãs estavam lá, todas elas.
- Vocês... Não vão... Acreditar... - ela falou ao mesmo tempo em que respirava profundamente, tentando recuperar o fôlego pela corrida.
Persephone olhou para a sobrinha surpresa e curiosa, tal como as irmãs Black.
-O que foi, Betelguese? Ficou chocada ao saber que seu irmão dormiu com rameiras?
Ela balançou a mão em negativa enquanto tomava fôlego.
-Não... Que rameiras?
-As que eles dormiram ontem. - respondeu Lynx seca.
Ela olhou para Vega.
-Mas não havia mulheres naquela taberna... Da onde vocês tiraram isso?
Vega deu de ombros.
-O Cygnus confirmou para a Sté hoje cedo. - falou a caçula - Provavelmente foram para algum bordel quando saímos de lá.
-Impossível...
-E por que seria impossível?
-Porque não há bordeis no vilarejo, esqueceram? O mais próximo é a quilômetros de distancia e...
-Eles são bruxos, Betel... Podem saber aparatar... – resmungou Stella - Pelo menos o Cygnus sabe, e eu tenho certeza que o tal Lancaster também.
-Mas o príncipe com certeza ainda não, Sté... E ainda tinha o trouxa com eles, não é?
-Dane-se! Eles foram... O Cygnus confirmou.
-Era sobre isso que eu queria falar quando chegue, tia. Acabei de ouvir uma conversa entre o nosso maninho e os rapazes e... Bom, não pude entender ao certo, mas ao que parece eles estão irritados por que o Cygnus falou alguma mentira sobre eles.
Vega levantou a sobrancelha, Persephone arfou descrente.
-Devem estar irritados por que o Cygnus nos contou o que fizeram, isso sim... - resmungou Stella.
-Eu não sei, não me pareceu isso, Sté. Eu realmente escutei alguma coisa sobre "mentira"...
-Acha que... Eles estão inventando que dormiram com rameiras? - perguntou a caçula com um certo brilho no olhar - Por que fariam isso?
Betel deu os ombros.
-Não faço idéia do porquê, mas tenho certeza que inventaram sim, ou melhor, Cygnus inventou, porque o príncipe não estava nada contente com a história.
Stella corou involuntariamente. Será que era verdade? Será que Eric não havia passado a noite com rameiras e tudo não passava de uma brincadeira de mau gosto do irmão? Ela balançou a cabeça de um lado para o outro, recusando-se a acreditar. E não era a única.
-Ora, Betel, não seja tola. O que Cygnus ganharia inventando essa história? – Persephone perguntou, ainda descrente. Betel revirou os olhos, pensando como a tola ali estava sendo sua tia.
-Você não quer é acreditar. De qualquer forma, já decretou Cygnus culpado, não? E agora não querer admitir que ele pode ter inventado essa mentira só para...
- Você não vê que ele é culpado de todas as formas?Se dormiu com as tais rameiras, me traiu, se não, mentiu, não só pra mim, mas para todas vocês também. E você acha que isso aconteceu, Betel? Acha que seu irmão disse mentiras a Stella só por um capricho?
-Não, acho apenas que ele quis te irritar depois de você ter irritado ele... E confirmar o que você disse é uma boa maneira.
-Isso é criancice... - chiou Lynx.
-E desde quando o Cygnus é adulto?
O grupo de mulheres permaneceu em silencio, pensando nas palavras de Betel.
-Bom... Eu não posso dizer ao certo que foi isso, por que não ouvi a conversa todas. Mas é bastante óbvio ao meu ver que Cygnus tenha mentido só para irritar a tia. - sentou-se no sofá - Mas acreditem no que acharem melhor acreditar...
Lynce e Stella se entreolharam. Persephone soltou um suspiro irritado.
Já Vega se levantou e dirigiu-se até a porta.
-Hei, aonde você vai?
-Vou tirar essa história a limpo, tia.
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Jack nunca imaginou que um dia poderia ser tão cansativo sem estar no meio de uma batalha. Devia considerar o fato de estar entre os Black, o que de certa forma era uma constante batalha pela sobrevivência, mas mesmo assim, não achava que pudesse passar por um dia tão tumultuado como aquele.
Talvez fosse obra da ressaca ainda, talvez a mentira que Cygnus inventara, ou talvez a idéia de torná-la real, mais tarde. Ou mesmo a exaustiva aula de animagia que seu “pai” não tivera a audácia de aparecer para ajudar. Pelo que entendera, os Potter tiveram que (finalmente) retornar a sua propriedade. Não podia dizer que estava feliz, gostava de estar perto de Lyra e conhecê-la melhor, apesar de tudo.
De qualquer forma, o cansaço o fez ter vontade de dar um mergulho após a aula de animagia. Convidara os outros, mas nenhum deles pareceu disposto, por isso foi sozinho.
Tirou a blusa e mergulhou apenas de calça, nadou até a pequena cachoeira, sentou nas pedras e deixou que a água forte lhe massageasse as costas.
Não soube dizer quanto tempo ficou assim, apenas que aquela massagem natural lhe fez relaxar como pretendia e isso bastava.
Depois que se sentiu revigorado, saiu da água e deitou-se na grama, ainda sem blusa, no intuito de deixar o sol secar sua pele e roupas.
Fechou os olhos e suspirou.
Quando o avistou, Vega surpreendeu-se com a imagem, não esperava encontrá-lo daquele jeito, dormindo, ainda molhado e, ela engoliu em seco, sem blusa.
Mas então um sorriso malicioso formou-se em seus lábios conforme ela pensava aquilo tornava as coisas somente mais fáceis.
Caminhou na direção de Jack tentando fazer o mínimo de barulho possível e depois deitou na relva verde ao lado dele.
-Sonhando comigo, Lancaster? - ela sussurrou.
Jack imediatamente abriu os olhos, surpreso por dar de cara com o rosto sorridente de Vega.
Ao ver a surpresa dele, o sorriso dela aumentou ainda mais, e ele começou a acreditar que ela ficava linda de qualquer forma. Ficava linda irritada, linda raivosa e linda quando estava sorrindo.
-Sonhando com você, pequena? Não sei, isso me parece mais um pesadelo.
-Tem razão, sonhar comigo e não poder me tocar na realidade deve ser um pesadelo, mesmo.
Ele voltou a fechar os olhos e sorriu de lado, tentando não demonstrar o quanto à frase o afetara.
-Se continuar a me provocar desse jeito, vou ser obrigado a te mostrar como se toca alguém, pequena.
Ela virou-se de lado, apoiando a cabeça em uma das mãos, para encará-lo melhor.
-Imagino que tenha tocado muito bem a garota com quem dormiu ontem.
Ah! Ela já ficara sabendo. Devia se lembrar de agradecer a Cygnus por ser um correio tão eficiente.
-Bom, - disse ainda de olhos fechados – Ela não reclamou.
-Elas são pagas para não reclamar.
Ele sorriu novamente.
-É verdade. Isso é a melhor parte... – disse, esperando que o assunto morresse e que ela acabasse por ir embora.
Ele ouviu um suspiro longo dela, mas se manteve imóvel. Só voltou a abri os olhos, surpreso, quando sentiu uma pequena pressão em seu peito.
Vega havia deitado a cabeça sobre ele, e esticado o corpo, de barriga para cima, de forma que os dois formavam uma cruz, visto do alto.
Não entendeu. Mas havia algo lhe dizendo para não reclamar ou agir com surpresa ao fato. Engoliu seco e voltou a fechar os olhos.
Permaneceram quietos durante mais alguns minutos, até que ele a sentiu se remexer sobre seu peito, abriu os olhos mais uma vez e a observou, Vega tinha adormecido.
Ela era ainda mais bonita daquela forma que de todas as outras que ele já havia se dado ao trabalho de observar. Estava decidido, ela ficava simplesmente linda dormindo. Parecia um anjo, pensou sorrindo, já que sabia que ela estava muito longe disso.
Não resistiu a chance de acariciar-lhe os cabelos, que agora desciam soltos pela pele nua do seu próprio peito.
O que não daria para poder ver aquela imagem todos os dias.
Suspirou.
-Ai, pequena... O que eu faço com você? – murmurou para si mesmo.
-Você podia assumir que me deseja de uma vez... – era a voz dela que soava com graça, ele a encarou, mas Vega ainda mantinha os olhos fechados, como se fingisse que dormia.
Mas o sorriso debochado denunciava que ela ouvira (e sentira) cada movimento dele.
Sendo assim, Jack não se esforçou em parar de acariciar os cabelos negros. Aguardou pacientemente ela abrir os olhos enquanto a encarava.
-E você devia parar de atentar um homem, pequena. Já lhe disse que isso é perigoso.
Ela riu, e se acomodou mais ainda sobre o peito dele.
-Não tenho medo de você.
Ele arfou.
-Pois deveria... Eu tenho.
Continuou a acariciar-lhe os cabelos, enquanto ela se preocupava com algumas pintas no seu braço, que agora a envolvia.
-Se eu te perguntar uma coisa, você me diz a verdade?
Ele deu de ombros.
-O que seria a pergunta?
-Vocês não dormiram com mulher nenhuma ontem, dormiram?
Ele sorriu por dentro.
-Isso te incomoda?
-Não... Na verdade não... Mas incomodou as meninas. – deu de ombros.
-Então diga a elas que não há com o que ficarem incomodadas. Não houve nada ontem.
-Foi o que pensei.
-Mas... Bom, acho melhor elas tentarem esclarecer as coisas com os rapazes, antes do fim do jantar.
-Por que?
Jack deu de ombros.
-Seu irmão resolveu sair de novo... E não vamos para o mesmo lugar de ontem.
Ela reprimiu um bufar, havia entendido muito bem o que Jack queria dizer, afinal, ela conhecia Cygnus. Se ele havia mentido sobre aquilo, faria de tudo para que a mentira se tornasse real o mais breve possível.
Dito isso Vega deveria se levantar e ir embora, afinal, já havia conseguido a informação que desejava. Mas não o fez, o peito de Lancaster era terrivelmente confortável, mais até que a sua cama macia. Acabou ficando ali, sem se importar com a noite que começava a cair sobre eles.
-Pequena... – murmurou ele, quando se deu conta da escuridão – Acho que está na hora de irmos, daqui a pouco vão servir o jantar.
-É verdade. – ela falou, levantando a cabeça, apoiando o próprio tronco nos braços – Eu posso mesmo dizer às meninas que o Cygnus mentiu?
Ele fez que sim.
-Principalmente a sua irmã Stella, se possível. O Eric não sabe o que fazer depois da discussão que tiveram hoje.
-Tentarei convencê-la que não houve nada. Assim como tentarei convencer a Lynce... Já a titia, eu acho meio impossível. – sorriu, e pela primeira vez ela lhe sorriu um sorriso sincero, ele voltou a ter dúvida sobre de que forma ela ficava mais bonita – Obrigada pela tarde, foi... Agradável...
-Deve ter sido por que nós quase não falamos. – ele disse, arrancando um riso doce dela.
-Tem razão. – ela abaixou a cabeça, tocou de leve os lábios dele com os seus, dando-lhe um selinho inocente – Já vou.
Levantou, limpou o vestido e se pôs a seguir em direção ao castelo, deixando um Jack atordoado ainda deitado no chão.
Aquele definitivamente tinha sido o dia mais esquisito que passara na casa dos Black até então, mas já não podia dizer que se lembraria dele apenas como estressante e cansativo.
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Ela se arrumou cuidadosamente para o jantar, escolheu um vestido verde simples, porém belo e que se ajustava perfeitamente ao seu corpo. Sabia que toda a arrumação era para Cygnus, ora, para quem mais poderia ser?
De uma forma perversa, ela queria que ele soubesse o que havia perdido para sempre, não ligava se ele realmente havia dormindo com rameiras ou não, ela não voltaria atrás, não se ajoelharia aos seus pés pedindo perdão. Se alguém deveria fazer isso era unicamente Cygnus.
-Boa noite, mana. – ela falou feliz, beijando a irmã no rosto e ocupando seu lugar ao lado dela na mesa.
Se Hera surpreendeu-se com a súbita felicidade da irmã, não deu sinais e muito menos se mostrou incomodada com o fato. Foi seu cunhado quem fez a pergunta que estava nos lábios de Cygnus e suas irmãs.
-A que devemos tanta felicidade, Persephone?- ele perguntou rindo.
-Nada de especial, Sirius. Eu só... – ela fez uma pausa, cravando seus olhos em Cygnus e sorrindo. – Eu me decidi quanto à proposta de casamento de meu primo.
-E então, vai aceitá-la? – seu cunhado perguntou, não escondendo a curiosidade e a surpresa.
A surpresa, enfim, que estava presente nos rostos de todos os presentes, exceto no de sua irmã. Hera parecia finalmente orgulhosa dela, que faria um bom casamento, ao contrário do que parecia ser o destino de suas filhas.
Cygnus, sentado do outro lado de sua mãe e na frente de Persephone, logicamente não parecia orgulhoso nem surpreso. Não, Cygnus parecia perplexo, isso sim e não movia um músculo. A taça na qual ele estava tomando vinho havia parado antes de tocar sua boca e seus olhos mostravam toda a fúria contida, Persephone chegou a pensar que ele se levantaria e a puxaria pelos cabelos dali, mas ele continuava imóvel.
O príncipe Eric e seus cavaleiros, cada um sentando, surpreendentemente, na frente de suas damas, também estavam surpresos, ou melhor, chocados. Eles não sabiam nem que Persephone tinha primos, quanto mais recebia propostas de casamento destes. E, nem se quer imaginavam que a garota possuísse um gênio tão forte para ser capaz de se casar somente para vingar-se de Cygnus.
As garotas Black eram as menos surpresas. Conheciam a tia e sabiam como ela devolvia na mesma moeda todas as ações de Cygnus. Estavam esperando que ela simplesmente convocasse outro pretendente dos muitos que tinha, mas nunca pensariam que ela planejaria se casar.
-E então, Persephone? - Sirius repetiu e ela saiu do transe em que se encontrava.
-Vou aceitá-la, sim. Francesco é um homem maravilhoso e temos tantas coisas em comum, creio que seremos bastante felizes. – Ela respondeu, seu tom de tornando-se quase falso enquanto ela frisava a palavra “homem” olhando para Cygnus, indicando que perto do noivo ele era apenas um menino... ou melhor, um moleque - Hera, irmã, quero que você providencie tudo o mais rápido possível. Não vejo a hora de voltar à Itália.
A outra apenas assentiu, sorrindo.
-Você está tomando a decisão certa, querida. – virou-se para o marido – É uma pena que sua irmã e a família tenha ido embora justo hoje, querido. Poderíamos fazer uma celebração.
-Ora, façamos sem eles mesmo, Hera. – disse o homem sorridente.
-E desde quando casamentos são para serem comemorados, pai? – era a voz de Cygnus que finalmente voltava do transe que a noticia lhe causara e encarava Persephone com um olhar que chegaria a cortá-la se fosse uma faca – Ainda mais quando a noiva em questão vai passar a assinar um nome tão ridículo como Guatemo.
-Eu acho bastante charmoso. – respondeu a ex-amante.
-Persephone Guatemo... Sim, muito charmoso... – disse, com o tom de voz tão debochado que chegou a arrancar risinhos de alguns presentes.
Vega revirou os olhos para Jack e murmurou um: “Vai começar a troca de elogios...”
Ela não havia tido tempo de conversar com nenhuma das irmãs, muito menos com a tia, ele tinha certeza. Por isso torceu para que a idéia de se vingar daquela forma só tivesse passado pela cabeça da tia deles, já que Cygnus certamente merecia... Se não...
-Que tal marcarmos uma grande celebração para quando o nosso futuro tio chegar? – disse Stella, levantando a taça de vinho e levando-a até a boca – Será uma ocasião perfeita para eu aceitar o pedido do meu pretendente, mãe.
-Felix Lestrange, minha filha? – a mãe perguntou, tão orgulhosa que estava, era alegria demais para apenas um jantar.
Eles ouviram um barulho de copo quebrando, todos se viraram para observar Betelguese que havia acabado de derrubar a sua taça de vinho no chão.
-Desculpem-me. Eu não sei onde ando com a cabeça ultimamente. – a moça murmurou, enquanto pegava a varinha para limpar o chão.
-Besteira, minha querida, e deixe isso para os elfos limparem. Você provavelmente está tão feliz quanto o resto de nós e deixou a taça cair de surpresa. – Sua mãe respondeu, pela primeira vez seus sentidos tão afiados não notaram o embaraço da filha, que estava quase rubra de vergonha. – É tão bom ver nossas crianças se casando.
-Mamãe, você não acha que precisa primeiro perguntar ao senhor Lestrange se ele ainda quer casar com Stella antes de comemorar? – Vega perguntou, dando às mãos a irmã por debaixo da mesa e tentando mostrar algum apoio. Não costumava fazer isso mas, afinal, ela era a única ali que sabia sobre o romance de Betelguese.
-Oras, Vega, você acha que Lestrange conseguiria dizer “não” a nossa Stella? Ninguém consegue dizer não a uma Black, querida. – seu pai perguntou rindo e fazendo os presentes na mesa também rirem, enquanto Stella olhava intrigada para Vega que lhe lançara um olhar tipo “Sua idiota, não sabe que Betel está apaixonada por ele?”.
Jack olhava toda a cena pensativo, a preocupação de Vega quando Stella anunciou o casamento foi suficiente para entender tudo o que se passava já que o desapontamento nos olhos de Betelguese a traia tanto quando o nos olhos de Eric.
Stella tentava processar as informações que seu cérebro recebia rapidamente. Gostara de ver o olhar que Eric adquirira depois que soubera que ela pretendia se casar, mas e Betel? Por que ela estava parecendo tão desconsolada? E por que Vega a fuzilava com o olhar?
"Acalme-se e analise toda a situação com calma, Sté."
Stella sabia que Betel estava apaixonada por alguém. E que eles provavelmente se encontravam quando ela saia para cavalgar, o que também explicava o aparente fascínio que a irmã adquirira por cavalos.
Ela não sabia por quem Betel se apaixonara, mas tinha certeza de que... Ceús! E se tivesse sido pelo Lestrange?
Uma série de imagens passaram a rodar pela cabeça da garota enquanto ela se lembrava de fatos... Como nas festas ela sempre desaparecia e minutos depois ele também saía e... O barulho de vidro caindo foi ouvido pela segunda vez naquele jantar.
-Stella, francamente! - sua mãe falou lançando-lhe um olhar meio raivoso - Primeiro a Beteguelse e agora você? O que deu em vocês para quebrarem as taças de vinho?
-Desculpe, mamãe. É que vocês estão fazendo uma confusão enorme... Eu... Eu não estava falando do Lestrange.
Ela viu Betel soltar um suspiro aliviado e o olhar de Vega apenas confirmou suas suspeitais. Ela agira certo. Eric também pareceu sorrir esperançoso, mas a garota estava determinada a apagar esse sorriso da cara dele.
-Como assim? Felix é um excelente partido, Stella e... - Hera parecia que ia cuspir fogo a qualquer momento tamanho a sua raiva.
-Eu lhe disse que iria me casar com meu pretendente, mamãe, mas não lhe falei que ele era o Lestrange.
-E quem seria? - a matriarca Black perguntou um pouco mais calma.
Sté sorriu antes de falar como se lembrasse de algo muito bom.
-Matt.
Seu pai franziu a testa.
-Matthew Lupin?
Ela balançou a cabeça afirmando.
-Querida, eu me lembro como você eram amigos quando crianças, estavam sempre juntos. Mas ele viajou já faz um bom tempo e nós não sabemos quando ele retornará...
-Amanhã. Matt me avisou que voltará amanhã. - O sorriso de Stella era visível - E que assim que chegar virá pedir a minha mão para o senhor, papai.
-Oras, mas isso é excelente! - Hera exclamou feliz - A família Lupin é uma família muito tradicional e não poderia haver um casamento melhor. Acho que terei que enviar uma carta para Alexander e Andrômeda informando-os que teremos dois casamentos maravilhosos.
-Tem certeza de que é isso que você quer, Sté? - Sirius lhe perguntou com uma sobrancelha levantada como se soubesse.
Stella poderia jurar que viu o olhar que o pai lançara a Eric antes de lhe perguntar isso, mas deveria ser só impressão. Ele não tinha como saber. Tinha?
-Certeza absoluta, papai.
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