A solução



Com todas as precauções que Gina tomou, as aulas transcorreram tranqüilamente e depois do almoço (em que “o trio” não apareceu) ela voltou a se preocupar com a “Questão das Poções”, apelido que ela própria dera ao seu probleminha acadêmico.

Precisava decidir o que faria, quem procuraria, afinal, o histórico dos últimos dias já tinha mostrado que Hermione não estava mesmo disponível. Seria impossível encontrar alguém tão bom quanto ela, e disposto a ajudar... Mas Gina não estava pronta pra admitir que ia de dar mal. Tinha herdado a persistência (chame de cabeça dura se quiser) da família Weasley.

“Mione é a melhor, mas deve haver um segundo melhor, ora bolas!”

Quem poderia ser tão bom em poções quanto Mione? Gina repassou mentalmente seus colegas de classe, mas não queria pedir ajuda a nenhum deles, além disso, ninguém ali era tão bom assim (e nem tão solicito). Certamente um dos alunos da Corvinal, sempre tão estudiosos! Mas como poderia descobrir?

Gina teve um estalo, e ralhou consigo mesma por não ter pensando nisso antes.

***

Desceu correndo as escadas que levavam as masmorras, tão depressa que, quando parou em frente à porta fechada da sala de Poções, estava ofegante. Deu um tempo para recuperar o fôlego, tomou coragem e bateu uma só vez na porta. A pesada porta de madeira se abriu lentamente.

- Professor? – perguntou hesitante. Gina detestava aquelas masmorras e já começava a se arrepender de ter vindo.

- Entre Weasley.

Snape estava sentando em sua mesa, rodeado de caldeirões e de varias ervas, que Gina nunca havia visto nas aulas de Herbologia. E mais três livros grossos e antigos, com varias paginas marcadas. Gina achou que tinha interrompido algo importante.

- Desculpe incomodar, prof...

- O que você quer senhorita Weasley? – encarou-a friamente – Não deveria estar estudando? Pelo que eu tenho notado a senhorita não é das melhores alunas.

- Sim, hã...É justamente por isso que eu estou aqui! Eu gostaria de perguntar uma coisa para o senhor...

O professor deixou o livro e a colher de madeira que segurava em cima da mesa e esperou que a garota começasse a falar.

- É que...é que eu queria saber qual é seu melhor aluno. Sabe, o melhor em Poções... – estava se sentindo ridícula, e o olhar inexpressivo de Snape não a fazia se sentir muito à vontade.

Snape ergueu as sobrancelhas, parecendo muito desconfiado. Gina engoliu seco.

- Para que a senhorita quer saber?

- É que eu preciso de ajuda...Eu não consigo estudar sozinha... – a cada palavra se sentia mais boba. Era vergonhoso estar na sala de Snape, dizendo que não sabia nada da matéria dele. Nunca achou que o orgulho fosse tão difícil de engolir.

- Interessante! Um grifinório pedindo ajuda é uma coisa que não se vê todo dia... – sua boca se contorceu numa coisa que lembrava um sorriso. Irônico, é claro.

“Certamente eu não gostaria de ter que pedir...”. Gina não teve coragem de falar.

- Acho é do conhecimento de todos, até do seu, que a senhorita Granger tem um bom desempenho, a despeito da sua indisciplina. – parecia muito contrariado em ter que dizer que Mione era a melhor aluna.

- É que a Mione não pode, ela...Tem estado muito ocupada...O senhor podia me dizer outro aluno que fosse bom como ela, ou quase...

Gina estava constrangida e confusa. Snape sabia realmente como deixar as pessoas desconfortáveis. Tudo que ela queria era que o professor dissesse logo quem ela deveria procurar, para que ela pudesse ire embora.

- Entendo... – apertou os olhos como se quisesse observa-la melhor.

- E então o senhor pode me ajudar? Eu realmente prec...

Interrompida novamente. Parece que não deixar que ela terminasse as frases era uma espécie de tradição em Hogwarts.

- Malfoy

- Quem?! – Gina tinha certeza de ter ouvido errado. Era impossível que seus ouvidos tivessem escutado o nome “Malfoy”. Ah! Claro que tinha se enganado! O professor ia dizer o nome correto. Seria um Corvinal, claro que seria! Ora, que tolice achar que ele tinha dito “Malfoy”

- Draco Malfoy, da Sonserina, um ano mais adiantado que você. É meu melhor aluno – fez uma pausa breve, como se fosse doloroso o que ia dizer. – depois da senhorita Granger...

Ela sentiu como se tivesse recebido um soco no estomago. Se antes estava com medo de repetir o ano, agora tinha absoluta certeza de que isso aconteceria.

“Pedir ajuda a Mafoy!” reclamou interiormente “Que senso de humor bizarro tem esse professor...”

- O senhor tem certeza?? – ela perguntou em tom de quem implora

- Esta dizendo que não conheço meus alunos, Weasley? – a voz soou irritadiça.

- Não! Eu não quis dizer isso, é que... – ela recuou.

- Eu já respondi a sua pergunta?

- Já, mas é que...

- Então boa tarde, Weasley!

Estava sendo praticamente expulsa da sala, era melhor sair logo antes que ele resolvesse lhe dar uma detenção.

- Bo-boa tarde... – e saiu depressa da sala.

***

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