Capítulo 3



Hermione corria por um corredor escuro, sombrio. Corria muito rápido, mas aquele túnel escuro parecia não ter fim. Sentiu algo sólido se chocar contra si, e uma luz surgiu, iluminando o local. Harry que havia se batido contra ela, e a olhava estranhamente, como se tivesse a visto pela primeira vez. Mas não era o Potter moderno. Era só o Harry... Seu amigo, que daria tudo para protegê-la. Hermione se levantou, cambaleando um pouco, e piscando. Harry sorria, e ajeitava os óculos remendados, que escorregavam pela ponta de seu nariz teimosamente. Hermione tentou sorrir, mas só conseguia ficar séria, queria sorrir para ele, queria mostrar para ele que estava feliz em vê-lo ali, mas não conseguia sorrir... Então Harry mudou. Ficou o Harry atual, adulto. Então uma lágrima saiu dos olhos de Hermione, e o antigo sorriso alegre que estava nos lábios de Harry, se transformou num sorriso irônico, e ele se virou, dando lugar à uma grande escuridão.
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Hermione sentou-se rapidamente na cama, olhando ao seu redor. Tivera um sonho muito confuso. Fazia muitos anos que sonhara com algo, a não ser com uma grande escuridão. Olhou para o lençol e o viu encharcado e grudado a si. Esquecera de ligar o ventilador. Ela tirou o lençol de si, trêmula, e levantou-se, apoiando-se na escrivaninha. Tomou um banho de água gelada, para tirar a sensação de sonolência que estava e escovou os dentes, partindo para a sala. Não prestou muita atenção no que estava ao seu redor, já que seu estômago deu um sonoro ronco. Ela abriu a geladeira, pegou uma laranja e uma faca e se virou. Só faltou se cortar com a faca, ao constatar que Harry não estava sentado sozinho no sofá.
- Bom dia, Hermione.- Disse ele, sorrindo. Hermione ficou estática, sem saber o que fazer. Por fim, decidiu puxar uma cadeira e se sentar na mesa, ainda olhando para a cena à sua frente. O olho azul-vivo, cabelo preto e liso preso num rabo de cavalo, uma mulher extremamente bonita e curvilínea estava sentada ao lado de Harry. Hermione tentou não olhar para AQUELA mulher, mas seus olhos não desgrudavam da mesma. Parecendo perceber, a mulher sorriu, mostrando os dentes brancos e alinhados.
- Olá.- Disse ela, estendendo a mão.- Meu nome é Helena, muito prazer.- Disse, e Hermione não fazia a mínima questão de cumprimentá-la, mas como sua educação falou mais alto, ela se levantou e apertou a mão de Helena, sem dizer nada, sentando-se novamente. Hermione começou a pensar no significado do nome Helena. Fazia parte da história Grega, Helena era a mais bela mulher do mundo. Hermione também sabia que seu nome era de origem grega também, parecia que Hermione fora filha de Helena, não sabia ao certo. " Mas porquê eu estou pensando nisso? " Perguntou-se ela, fazendo uma careta. Começou a cortar a laranja, com a maior força que tinha, imaginando que aquela laranja era a cara de Harry, e dividiu-a em quatro partes, sorrindo satisfeita. Se ouviu um barulho de celular tocando.
- Alô?- Perguntou Helena, pondo o celular sob o ouvido.- Ah, tudo bem. Ok. Tchau.- E assim ela desligou, olhando para Harry.- Eu só passei para dar um alô. Já vou..- Disse ela, dando um beijo rápido em Harry, e Hermione respirou fundo, pensando que a horas atrás ela que tinha beijado aquela boca imunda.
E assim Harry abriu a porta para ela e a mesma saiu. Ele se virou e se sentou de frente para Mione.
- Eu não quero mais essas intrusas de manhã. De noite, faça o que você quiser com essas mulheres, mas de manhã já e demais!- Reclamou ela, o olhando com raiva.
- Admita, Hermione. Você ficou com ciúme. Só porque Helena é mil vezes mais bonita que você!
- Ai, Harry. Como você mente mal!- Zombou Hermione, depositando a faca no prato.
- Nunca falei tão sério em minha vida.- Disse Harry, sarcástico, depositando os cotovelos na mesa.
- Bem, existe gosto para tudo nesse mundo.- Concluiu ela, fingindo suspirar pesadamente. Aí ela se levantou, e Harry a acompanhou com o olhar.- Mas eu tenho absoluta certeza que sua opinião não é tão diferente assim, não é?- Perguntou ela, sorrindo sensualmente, sentando na pontinha da cadeira em que Harry estava sentado. [N.A: Na pontinha, não no colo dele, ok?? Ô mente poluída essa de vocês!]
- Ah, é?- Perguntou ele, devolvendo o sorriso.- Então prove para mim.- Disse ele, e quando ele ia segurar na cintura de Hermione, esta se levantou.
- Eu não preciso de provas.- Disse, e voltou à se sentar na cadeira que estava à frente de Harry. Este passou as mãos pelo cabelo, e Hermione não pôde ver sua expressão.
- Me diga, Hermione: O que te entereça em cuidar de um monte de doentes, sendo que você poderia ser uma auror?- Perguntou Harry, tirando os cotovelos da mesa, e cruzando os braços.
- Simples. Se eu fosse auror eu teria que te aturar.- Respondeu ela, simples.
- Hum... Se eu entendi, você não quer me aturar. Porquê? É um sacrifício tão grande assim que você não pode nem ficar muito tempo comigo sem me agarrar?- Perguntou ele, sorrindo, sarcástico. Hermione não aguentou e começou a rir, olhando para ele.
- Deixe de ser convencido, garoto.- Disse ela, ainda rindo.
- Você está subestimando à si própria. Pois não respondeu a minha pergunta.- Disse ele, e Hermione parou de rir, bufando.
- É claro que não são esses os motivos! Eu escolhi trabalhar no Saint. Mungus porque é lá que precisam de ajuda! Os aurores quase não trabalham, só ficam esperando comensais da morte bater na porta da casa. Pelo menos depois da morte de Voldemort é assim. E você sabe que eu não nasci para ficar de mão abanando!
- Uau, quer dizer então que você me acha um vagabundo?- Perguntou ele, começando a rir.- Tudo bem, como você mesma disse, existe gosto para tudo nesse mundo.
- É.- Respondeu ela, olhando para o teto.
- Mas me diga uma coisa: Aquele seu chefe...- Começou Harry, e Hermione bufou impaciente.
- Pronto, começou.- Disse ela, e Harry sorriu.
- Vamos, Hermione. Todos sabemos que aquele seu chefe é louco por você.- Disse ele, erguendo as sobrancelhas.
- Mesmo se fosse, eu não vejo ele mais além de um contato profissional. Afinal, porque eu estou contando minha vida para você?- perguntou ela, fechando a cara. Então se levantou.- Vou ir ao hotel onde Rony está hospedado.
- Não seria mais facil vocês irem para um mot...
- Não... Continue... Essa... frase!- Ameaçou ela, o dedo em riste. Harry sorriu, porém não continuou a frase.
- Eu vou com você, não tem nada para fazer.- Disse ele, se levantando e suspirando. Hermione olhou para ele venenosamente. Mas uma idéia luminosa surgiu na sua cabeça.
- Tudo bem. Mas terá que esperar eu me arrumar.- Disse, e nem deu tempo de Harry perguntar o porquê.
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Minutos depois Hermione apareceu com o vestido que comprara na loja, e uma sandália preta que amarrava em cima.
- Isso tudo é porque eu vou?- Perguntou ele, passando a mão pelos cabelos.
- Talvez.- Riu ela, e depois colocou a mão no queixo, pensativa.- Não, não é não. Mas, de qualquer forma, você vai me ver, isso não é o bastante?- Perguntou ela, sorrindo. Harry pensou no quanto ela estava parecida consigo, o mesmo sorriso, as mesmas respostas irônicas. Harry assentiu com a cabeça.
- As mulheres sempre dizem não quando querem dizer sim.- Disse ele, abrindo a porta.- Vamos?
E assim eles sairam.

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