Hogsmead
CAPÍTULO UM – Hogsmead
- Bela! Está atrasada! – disse uma garota batendo o pé no assoalho freneticamente. Ela estava impaciente, seus braços cruzados lhe davam um ar autoritário. Os cabelos ruivos lhe batiam nas costas e era a única coisa que a diferenciava da irmã, Bela.
- Desculpe, eu demorei um pouco para achar o Louis... – disse a menina apontando para o gato que estava em seu colo. Bela tinha os cabelos loiros, iguais aos do pai, seus olhos eram de um azul profundo, idênticos aos da irmã gêmea, Julie. – É a sua vez de ficar com ele, Julie.
- Eu sei. – respondeu a outra mal-humorada. – Ainda não entendi porque temos que dividir o bicho, eu nem gosto dele!
- Nem eu! – Bela retrucou sorridente. As duas se olharem cúmplices e gargalharam logo depois.
- Bem, então podemos dar cabo no animal! – sugeriu Julie. Bela esbugalhou os olhos e segurou as orelhas do gato imediatamente, as tampando.
- Não fale isso perto dele, Julie! Não gostamos dele, de fato, mas ele é um ser vivo, e além do mais, não merece perder uma de suas sete vidas! – Bela exclamou indignada com a irmã.
Julie levantou uma sobrancelha incrédula.
– Ora, por favor, você não acredita, realmente, que um gato tenha sete vidas, não é? Ainda mais o Louis, que está mais pra uma bola de pêlos sem cérebro! – a menina apontou para o gato que olhava debilmente para algum canto da parede do castelo.
- Bem... – Bela começou a se justificar desconcertada.
- OK, já entendi. – disse Julie a encarando. Ela suspirou cansada. – Decidimos isso mais tarde, agora vamos para Hogsmead antes que Filch se enfeze e não receba mais nossas autorizações para o passeio. Bem, - ela ponderou – na verdade eu duvido que isto realmente aconteça, porque o coitado está quase em decomposição de tão velho. Não sei se ainda tem capacidade de fazer alguma coisa...
Bela riu e concordou com a irmã, enganchando seu braço no de Julie, andando em direção à saída de Hogwarts.
- Você pegou o dinheiro, Ju? - disse Bela, enquanto apressavam o passo. As duas já se encontravam na estrada que dava acesso ao vilarejo.
- Não. Você pegou? – perguntou Julie parando de andar repentinamente. Bela engoliu a saliva de uma vez.
- Er... Era pra você pegar! – disse, enquanto parava e revistava os bolsos.
- Tenho certeza que não! Eu jamais me esqueceria Bela! Você sabe...
- Aqui não está... - resmungou. - Acho que papai não se importará de trazê-lo! – disse sorrindo satisfatoriamente.
- Vêm cá, - ela olhou para a irmã que ajeitava os bolsos do casaco. – Que raios você tinha na cabeça para deixar o dinheiro no quarto?
- O que? Estava muito ocupada... Fufi andou queimando minhas cortinas... – disse incerta. – Não que eu gostasse delas... Mas... Er... Certo... – disse voltando a andar.
- Bom, - disse Julie – vamos ter que achar algum lugar que tenha uma lareira ligada à rede de pó de flú, Bela. Nós temos que comprar os vestidos para o baile hoje, sem falta! – disse pegando o braço da irmã enquanto andavam. – E você tem que dar um jeito no seu mini-dragão Fufi, ouviu? Não quero nem imaginar o que vai acontecer com a sua cabeça se McGonnagall descobrir! – alertou Julie.
Embora fosse difícil de acreditar, ela e a irmã eram de casas diferentes. Bela era da Grifinória, havia puxado a mãe quanto a isso. E Julie fazia parte da Sonserina, orgulhando a família de seu pai. As duas, embora houvesse a diferença entre as casas, não se desgrudavam desde pequenas, e não seria agora, aos 15 anos, que se separariam.
- Lareira? Então você que vai meter sua cara lá dentro... Eu não pretendo me sujar de cinzas... E além do mais, não seria mais fácil usar uma coruja? – disse, sendo arrastada. – E... Bem, quanto ao assunto do Fufi, McGonnagall não vai descobrir se você não contar! Entendeu? Senão eu conto pra mamãe quem quebrou aquele vaso de flores dela... Que ela procura até hoje o culpado... Apesar de Harry jurar de pés juntos que não teve nada a ver com aquilo... – disse dando um sorriso travesso. De repente Bela puxou Julie, fazendo-as virarem em uma esquina. – Podíamos pedir a coruja de alguém emprestada... – disse, fabulando.
- Ah claro, realmente seria mais fácil usar uma coruja. Podemos sentar naquele banquinho perto da Zonko's e ficar esperando até amanhã de manhã o papai trazer o dinheiro, não lhe parece uma boa idéia? - ironizou Julie virando a esquina com a irmã.
- Ah... É, você talvez tenha razão. Bom, o que você pretende invadir? – indagou. Julie a fuzilou com o olhar e Bela prosseguiu – Será que na Casa dos Gritos não tem?
– Se você ousar contar para a mamãe quem quebrou o vaso de flores, eu irei negar até a morte, simples. - disse dando de ombros e ignorando totalmente a última fala da irmã.
Bela arregalou os olhos.
- Simples nada! Você sabe que eu tenho a prova do crime muito bem guardada... – disse sorrindo maliciosamente, tendo o sorriso alargado ao avistar um garoto. - Veja só, quem esta ali na frente! – sussurrou. Julie corou bruscamente. Bela tinha conhecimento que a irmã era apaixonada pelo menino, e isso em algumas situações, chegava a ser bastante divertido para a loira. – HEY, ERICK! OLÁ! - Bela gritou, acenando energicamente. Julie agarrou o braço da irmã com toda a força que tinha no momento, ou seja, pouca. Bela ignorou o gesto desesperado de Julie e abanou mais uma vez para o garoto, fazendo-o enrubescer e acenar de volta, logo sendo surpreendido por uma coreana.
- Pelas barbas de Merlim, você tem algum problema? – disse Julie púrpura de raiva. A garota encurralou a irmã na parede quando os dois já não estavam mais a vista. – Tem idéia do escândalo que fez? Você quase me fez enfartar, Bela! – acusou apontando o dedo para a irmã, que a olhava divertida – Não ouse rir Bela Weasley Malfoy! – suspirou pesadamente colocando a mão na testa.
- Eu não fiz escândalo algum! Vamos falar com o Eri... HEY, HAGRID! – gritou, vendo o gigante passar e desvencilhar-se da irmã. – Preciso trocar uma palavrinha com ele. – disse a Julie. A menina bufou e se escorou na parede, observando as unhas minuciosamente. Bela correu atrás de Hagrid.
- Hoho... Menina... – disse ele colocando a mão no bolso e esticando um pacote para ela.
- Não deixou ninguém ver, não é? – interrogou ao gigante, que estava mais para Papai Noel disfarçado, olhando para os lados e enfiando o pacote dentro do sobretudo. Pareciam dois traficantes, cuidando para que ninguém visse.
- Eu estou arriscando meu emprego, acha que deixaria alguém ver? - respondeu carrancudo. – Espero que esteja cuidando bem dele... – disse, num suspiro. Bela apenas assentiu divertida.
- Até, Hagrid! – disse, dando as costas e voltando para o lado da irmã.
- Foi pegar a comida do seu passarinho com ele, não é? – indagou Julie se referindo ao mini-dragão de Bela, a fim de irritar a irmã por ter feito aquele escarcéu.
Bela lhe olhou feio e sussurrou.
– Isso... Mas... Podemos falar com o Erick agora? – disse, esticando o pescoço. – Ué, sumiu!
- Ainda bem! A presença daquela coreana míope me dá náuseas! – Disse Julie fazendo uma careta.
- Ainda bem, nada! Só queria deixar claro que eu jogo Quadribol melhor do que ela e que esse ano a Taça das Casas é nossa! – disse sorrindo.
Julie lhe lançou um olhar furtivo.
– Ledo engano, querida irmã, a disputa pela Taça das Casas vai ficar entre nós, e vocês... – disse Julie orgulhosa de sua casa. Ela era apanhadora da Sonserina e a irmã era artilheira da Grifinória. – Além do mais, pra que iríamos falar com ele? Pra você fazer outro escândalo e deixar explicito que eu o amo? – disse chateada. – É melhor não...
Bela parou de repente.
- Será que aquele chapéu ficaria bem em mim? – indagou, refletindo. – O que? Não, não... – disse parando de olhar o chapéu e se voltando para a irmã. – Queria saber como está à mãe dele... Parece que ela estava doente... E porque você esta me olhando assim?
- Porque a mãe dele morreu há cinco anos, meu bem. – disse Julie com a sobrancelha levantada. – Invente outra desculpa pra me empurrar em cima do Erick, e pare de olhar esse chapéu ridículo! Além do mais, você não está se esquecendo de um pequeno e misero detalhe?
- Ah é, ela morreu... – disse, olhando outra vitrine. – Bom... Que detalhe? - disse, distraída, olhando algumas pessoas à frente.
Julie parou bruscamente, se postou na frente da irmã com calma e a segurou pelos ombros.
– Bela, nós temos que CHAMAR O PAPAI PORQUE VOCÊ ESQUECEU O DINHEIRO DO VESTIDO! – gritou exaltada. Bela a olhou espantada e Julie a soltou. – E então, vamos?
N/A - Agradecemos as pessoas que comentaram aqui na fic, obrigada (:
Esperamos que gostem do primeiro capítulo, beijãão e até a próxima :*
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