Olá, Nosso Nome é Encrenca

- Olá Chang. – disse Bela com um falso sorriso.

- Olá Malfoy. – respondeu seca. – Acho que esse vestido combina comigo! Vocês não acham, meninas? – indagou às amigas.

- Quem sabe se você pintasse seu cabelo... – resmungou Bela.

- O que você disse, Malfoy? – perguntou cinicamente.

- Se minha irmã pintasse o cabelo, ficaria bem nela... – disse, olhando Julie e depois se aproximando. – Deixe-a escolher esse vestido, ficará ridícula... Vai por mim. – sussurrou, apenas para que Julie escutasse, depois rindo.

Julie cruzou os braços e jogou seus longos cabelos ruivos para trás. – Este vestido realmente combina com você, Chang! – exclamou irônica, apontando para o vestido verde que a coreana segurava. – Ah, aproveite e compre alguns abacates para incrementá-lo, ficará uma graça. – recomendou Julie falsamente. Bela cutucou a irmã.

- Malfoy, você não sabe com quem está se metendo! – a coreana disse jogando o vestido no chão com raiva.

Julie a olhou horrorizada. – O que? Você não gosta de abacates?

- Julie! Venha cá! – Bela disse, enquanto puxava a irmã para o outro lado da loja. – Eu realmente não quero ser presa e não quero que o papai apareça por aqui de novo. Comporte-se, por favor. – disse, apresentando uma cara brava, enquanto pegava vários vestidos. – Vamos provar esses, deixe essa azeda para lá. Onde já se viu, abacates são deliciosos! – concluiu inconformada.

Julie suspirou. – Ela quem começou! Você viu... – resmungou encarando friamente a coreana, que recolhia o vestido do chão, e se encaminhava para o provador. – Está bem, vamos então. – concordou seguindo a irmã até algumas repartições, divididas por cortinas.

- Existem outras maneiras de você mostrar que é melhor do que ela. – respondeu, resignada. Cada uma entrou em um, Bela pendurou os vestidos que estava na mão e começou a provar.

- Você não acha que a azarando até a décima geração não seria a maneira mais eficiente? – indagou Julie para a irmã, entrando no provador.

- Ah, por favor, Julie. Se controle! – disse, enquanto vestia um vestido rosa. – ECA, que horror! – resmungou, tirando-o. – Quando é o próximo jogo de quadribol, Sonserina versus Corvinal, mesmo? – perguntou, vestindo outro.

- Quinta feira, um dia antes do baile. – informou. Como num passe de mágica, o rosto de Julie se iluminou. A menina sorriu marotamente. – Acho que entendi o recado, Bela. – disse, colocando um vestido preto que ia até seus pés. Bela sorriu confusa, não havia dado recado algum. Isso acontecia a elas freqüentemente. Não sabiam como e nem porque, mas era como se adivinhassem o pensamento uma da outra. Era como se pudesse ouvir uma a outra sussurrando em sua mente, como uma parte de si, e de fato, eram. – Oh Deus! – Julie o tirou imediatamente enquanto divagava. – Eu vou derrubá-la da vassoura!

A irmã sorriu marotamente. – Menina esperta. – elogiou, enquanto se olhava, de frente, de trás, de lado, até sentou no chão. – Amei esse vestido! Roxo! Perfeito para a ocasião. Mamãe vai me matar... – disse rindo, ainda se olhando no espelho. Gina com certeza odiaria aquele vestido.
Quanto pequenas, as gêmeas costumavam usar roupas idênticas, tornando-se impossível distingui-las se não fosse pela cor de seus cabelos. E desde que entraram em Hogwarts e passaram, obrigatoriamente, a vestir-se de acordo com suas respectivas casas, o coração de Bela e Julie passou a apertar-se.

Julie riu. – Deixe-me ver! – ela saiu de seu provador e abriu a cortina do da irmã repentinamente – É, bom... está realmente bom! – disse examinando o vestido no corpo de Bela, que era exatamente igual ao seu. – Você poderia provar as roupas por mim.

- Julie! – repreendeu Bela. – Deixe-me ver o seu! - disse, enquanto a examinava – Oh meu Deus, cocê pretende ir com esse vestido?! –indagou incerta.

- Oh não, não! – disse balançando a cabeça negativamente. Observou o vestido que usava, era de um amarelo fosforescente. – Nem pensar. – concluiu. – Acho que vou provar mais alguns, não gostei de nenhum até agora... – disse por fim, entrando em seu provador novamente.

- Ufa, eu quase enfartei... – respondeu, entrando no provador e tirando o vestido, vestindo-se depois e saindo, indo falar com uma das vendedoras.

- BELA! – gritou Julie logo após que a irmã havia saído. – Volte aqui e venha ver, creio que achei o meu vestido! – disse a menina animada. Bela deixou o vestido em cima do balcão para a vendedora embrulhar e saiu correndo para o provador de Julie, abrindo a cortina. – Você gostou? – perguntou sorridente dando um giro. Usava um vestido vermelho vivo, combinando com seus cabelos. O tecido era leve e confortável, o que para Julie era o mais importante.

- Ju! Bem... – disse dando uma boa olhada. – É, realmente, você me surpreendeu! Agora você só precisa usar uma sandália dourada. – disse interrogativa. – Ficara uma perfeita grifinória! – terminou rindo e correndo, ponderando se Julie realmente a mataria por aquele comentário.

Julie bufou. Por um momento pensou seriamente em desistir do vestido e sair à busca de um verde-oliva, porém desistiu da idéia ao lembrar-se de que não combinaria com seus cabelos ruivos. Tirou o vestido e colocou sua roupa, ela estava decidida a não comprar uma sandália dourada, nem sob tortura. Encaminhou-se ao balcão onde Bela a aguardava e entregou o vestido a uma vendedora. Ela ficaria com ele.

- Vamos à loja de sapatos agora... – sugeriu Julie enquanto as duas saiam da loja com a sacola de roupas. A menina deu uma boa olhada ao redor, a procura de Catherine Chang.

- Julie, não provoque... Eu não quero ser presa! – disse, procurando uma loja de sapatos.

- Qual é?! Eu não fiz nada! – defendeu-se. – ainda... – Julie sorriu marota enquanto as duas caminhavam por Hogsmead.

- Hum, só se você me deixar te ajudar... – disse, fazendo cara de anjo e puxando Julie para dentro de uma loja.

- Como? – indagou Julie erguendo uma sobrancelha.

- Não sei... – disse pensativa. – Eu poderia tacar umas bombas de bosta na cabeça dela... – disse colocando as mãos no queixo e arregalando os olhos. – QUE BOTA LINDA! E combina com meu vestido! – gritou, pegando a bota e retirando os próprios sapatos, provando o outro calçado.

- Sem essa! – cortou Julie. – Ela não merece que gastemos nossas escassas bombas de bosta com ela! – ela disse observando a irmã calçar uma bota. – Essa bota parece enferrujada! – comentou.

- Deixa de ser brega! - resmungou, ao olhar-se com a bota. - Realmente... Não combina... – Olhou para uma outra, da mesma cor do vestido e pegou para provar.

- Eu disse. Sempre estou certa. – disse Julie, jogando os cabelos para trás e olhando alguns sapatos nas prateleiras. Avistou uma sandália dourada e torceu o nariz instintivamente. Olhou para uma sandália preta e a pegou para provar.

- Esse coturno é maravilhoso! – disse, estonteante. – Quem sabe se você pendurar algumas guirlandas douradas no seu vestido, pode dizer que é da Grifinória. – cantarolou, enquanto ia para o caixa.

- Nem que Voldmort ressuscitasse vestido de Papai Noel eu usaria alguma coisa da Grifinória, querida irmã. – disse Julie lançando um olhar Sonserino para Bela. – Vou ficar com esta daqui. – comunicou se dirigindo ao caixa logo atrás da irmã.

Bela limitou-se a dar de ombros e pagar as botas. – Quero ir ao Três Vassouras. – informou, olhando para as unhas e depois pegando o pacote.

- Eu também queria... – disse Julie saindo da loja – se nós não tivéssemos que voltar pra Hogwarts daqui há... – ela consultou seu relógio de pulso. – Três minutos.

- Tudo porque você esqueceu o dinheiro! – resmungou, olhando para os lados a procura de alguém, deixando Julie curiosa.

- Ora! Não ponha a sua irresponsabilidade nas minhas costas, Bela! – disse bufando e olhando para os lados, curiosa. – Vem, vamos! – Julie a pegou pelo braço e a duas saíram andando em direção ao Castelo.

- Minha? MINHA! EU ESTAVA CUIDANDO DO FU... DO FURUNCULO DO LOUIS! – terminou, ao ver que McGonnagall passava por elas, empalidecendo. – Dispenso comentários sobre isso. – disse Bela ainda pálida.

- Eu nem pretendia falar coisa alguma, de qualquer forma... – esclareceu Julie. –Nós temos ronda a fazer, não se esqueça... E bem, talvez podemos... – ela olhou ao redor desconfiada. – Dar uma passadinha no Três Vassouras. – Julie sorriu marota para a irmã.

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