Pagando Impostos - Parte I
desabafo do autor:
->pena que nao tem recursos de edição de texto<-
espero que gostem^^
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Fatos Correlatos - Capítulo 1 – Pagando Impostos
O mundo, mudanças...
O vento soprava naquele deserto, tudo praticamente vazio, a vida se esquivava e se escondia, alguns diziam que até o ar era venenoso. Um clima frio, tenebroso. Um bando de seres negros alados sobrevoou o céu rapidamente. Lá embaixo, pessoas se apressaram a correr para debaixo das pedras para não serem vistas. As águias soltaram um guincho e partiram.
O mundo, colapso...
Uma miséria assolando Londres, poucos carros rodando pelas ruas e avenidas, poucos que sobreviveram, lojas fechadas, o metrô parado...ameaças terroristas talvez, saques, pobreza...certamente devia ser isso...
O mundo, rompimento...
A sala principal do Ministério da Magia estava vazia a não ser por Fudge que estava falando sozinho e desconsolado em uma cadeira em um ponto perto da recepção, um ar triste parecia paralisar a cena, as quatro estátuas de pedra já não estavam mais lá no centro...
- Os Quatro... – dizia ele.
O mundo, destruição...
Vilarejos bruxos inteiros destruídos, casas e lojas incendiadas, animais se alimentando da sobra de mantimentos dispersos pelas ruas e de corpos caídos sem vida, uma ou duas casas ainda inteiras somente ainda exibiam uma luz fraca vinda das janelas. Dois jovens ruivos carregando um corpo...
O mundo...O Elo do Apocalipse...
[Um novo panorama que assolou o mundo, derrota ou vitória? Nada podemos saber ainda. A resposta? Olhemos para o passado e veremos a chave...(flashs)]
Harry sentado em seu quarto na Rua dos Alfeneiros. Era difícil ter que aceitar que Dumbledore tinha morrido. Agora não sabia para onde iria, não sabia se voltaria para Hogwarts terminar seus estudos ou iria à procura dos Horcruxes imediatamente...quase 17 anos, quase independente...Enquanto pensava, Edwiges se chocou contra a janela nervosa por ele não tê-la aberto, pegou as cartas, eram de seus amigos...
[Mas voltemos mais ainda...]
Dumbledore estava em pé, ofegante e quase sem forças, no salão principal, de varinha em punho, decidido e com um estranho olhar no rosto. Vários alunos se juntavam contra a parede assustados.
- Essa é a sua fraqueza, a fraqueza dos tolos, amar Dumbledore, isso que os tornam fracos! – argumentou uma voz sinistra e cortante
- Amar não é uma fraqueza, Grindelaw, é uma virtude! – da varinha de Dumbledore sai uma rajada de luz prata em direção à Grindelaw.
- Reflecta! – disse Grindelaw tão rápido quanto Dumbledore. Uma fina camada de luz verde se formou ao redor dele.
Vamos à origem, o começo de tudo, o por quê dos acontecimentos...
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Era meio dia em ponto. O Sol estava em seu ponto mais forte queimando o rosto de dezenas de pessoas que transitavam por ali e deixava a imagem meio embaçada ao longe devido o calor. Uma portaria de cinco metros em um arco de madeira na entrada do feudo anunciava:
“Seja Bem-Vindo a Midgard”
Midgard era o feudo principal da Europa e o maior centro de comércio dentre os outros. Homens e mulheres de trajes rudes iam e vinham com seus filhos carregando alimentos e tecidos por entre as ruas secas e cheia de tendas abertas que exibiam os mais peculiares objetos trazidos das Cruzadas, negociando e trocando. Um homem já em seus quarentas anos, pele queimada pelo sol, alto e de roupas sujas de terra erguia sua filha com os braços para que ela pudesse ver algumas peças de argila com símbolos inscritos trazidos de uma terra que diziam se chamar Egito. Ela estava em seus nove anos de idade, cabelos castanhos e olhos cor de mel quase amarelos, que ressaltavam sua pele bronzeada e se aproximavam de uma retina em forma de fenda.
- Olha aqueles símbolos papai!- exclamou ela cheia de entusiasmo – Eu quero um, pai! Eu quero um!
- Oh menina, isso é coisa importante, não troco por menos de cinco sacos de grão! – disse o vendedor em voz alta em meio o mundaréu de gente que se apertava em volta da tenda para ver aquela estranha língua cuneiforme inscrita nos tabletes de argila.
- Helga, já disse que não temos como comprar nada, você prometeu que não ia pedir nada para seu pai. – disse o pai.
- Ah pai! São tão bonitinhos... – disse ela fazendo beiço e apertando as mãos umas nas outras.
- Não, não. Se os nossos patrões descobrissem que tiramos alguns sacos da balança para trocar por algo...não, não mesmo, nem ouso imaginar venha, vamos embora – terminou ele colocando ela de volta no chão.
Isso era rotina. Helga possuía um estranho interesse nos objetos trazidos nas Cruzadas, desde potes com “água santa”, que diziam ser tirada do rio onde Jesus fora colocado numa cesta ainda quando bebê, até pequenas estátuas de figuras metade homem metade animal. Uma vez ela jurou ter visto uma múmia, apesar de não saber o nome daquilo. Seu pai nunca havia comprado nada para ela, dizendo sempre que mal tinham grãos para se alimentarem e que não podiam gastá-los com besteiras, o que era absoluta verdade.
Os dois foram escapando daquela multidão de mãos dadas. Sempre que andavam juntos, o homem sorria orgulhoso de sua filha. Tinha prazer de andar com ela pelas ruas e sempre que podia a apresentava para algum amigo seu.
- Mas não é uma princesa? – dizia ele – Inteligente só que ela! – e terminava passando as mãos nos volumosos cachos dela todo cheio de si.
- Os pretendentes vão chover quando ela virar moça fértil! – exclamava o amigo.
Na verdade, não era preciso dizer nem apresentá-la aos outros, sua beleza era vista de longe e sempre paravam para vê-los andando até sumirem de vista.
Passados uns vinte minutos avistaram a Altíssima Potestade, a igreja de Midgard, que se erguia alta e imperativa no céu, com seus trinta metros de altura, arquitetura gótica, com suas gárgulas selvagens a mostrar presas e garras aos olhos curiosos de quem passasse perto. Sua filosofia era: agressividade visual por fora, mas angelitude por dentro.
- Está vendo filha, as igrejas são agressivas por fora e acolhedoras por dentro para nos dar a impressão de que fora da Igreja o homem está condenado ao Inferno e dentro dela estará a salvo e terá um lugar no Céu garantido.
Realmente, quem estivesse dentro dela se sentia em pleno paraíso. Suas pilastras exibiam símbolos bíblicos, cordeiros, pastores, o sacrifício de Jesus; quadros expressando o céu e o purgatório, um em especial atrás do altar, enorme, no qual sombras tentavam alcançar um céu infinitamente distante. Havia dois compartimentos principais nela, uma ala para os servos e uma outra para os nobres e senhores feudais.
Depois de a igreja sumir de vista, o homem e a filha avistaram ao longe um castelo que parecia ter, ao menos, o triplo do tamanho da Igreja. Entraram por uma trilha espaçosa e continuaram o caminho.
- Papai, por que o castelo dos Slytherin´s é tão longe da cidade? – perguntou Helga.
- Não sei por que é tão longe da Igreja... – disse o pai.
- Igreja? Eu perguntei da cidade. – disse ela confusa.
- Bem, mas a questão continua sendo a Igreja. – disse ele num sorriso.
“Igreja...” pensou ela.
- Papai, o que os padres fazem na Igreja?
Seu pai ficou surpreso.
“Inteligente...” e sorriu orgulhosamente.
- Eles lêem as escrituras sagradas – disse ele vagamente.
Helga ficou animada. A idéia de que havia pessoas lendo escrituras e símbolos diversos a empolgava.
- Um dia eu vou ler também né pai?
- Servos não aprendem a ler e a escrevem.
- Nem uma palavrinha?
- Nenhuma.
Isso foi o suficiente para ela ficar emburrada pelo resto do caminho, que durou duas longas horas, o território dos Slytherin´s ficava a dez quilômetros do centro do feudo. Finalmente chegaram à entrada onde havia dois guardas que abriram os portões logo que os avistaram. Apesar de terem andado muito, o castelo ainda estava um pouco distante, a três quilômetros dali. Na época, os senhores feudais procuravam ficar o mais afastado possível de seus servos e plantações, e com os Slytherin`s não podia ser diferente, aliás, era imprescindível para eles tomar semelhante atitude.
Os dois continuaram a andar mais um pouco e viraram a esquerda chegando a uma espécie de praça onde havia muitas casas de madeira. Ali era um dos muitos conjuntos de casa para servos que havia naquele território.
Helga entrou emburrada em casa.
- O que aconteceu filha? – disse sua mãe que estava no fogão à lenha cozinhando alguns pedaços de carne de cordeiro.
- Papai disse que eu nunca vou aprender a ler e a escrever!
Seu pai entrou e sentou-se cansadamente na cama, mas logo se levantou ao ouvir o batido na porta e vozes lá fora.
- Imposto...-suspirou ele.
Abriu a porta e três homens entraram segurando um pergaminho. Helga virou o rosto e se recusou a olhá-los, não gostava nem um pouco deles.
- Que graças os trazem aqui? - disse seu pai.
- Bem, onde está a colheita da semana? - ignorando a ironia.
O pai de Helga apontou para um canto da casa. Havia vinte sacos cheios de grãos e cereais.
- Ok. Bem, vejamos – disse ele olhando o pergaminho – 50% para o senhor feudal...
Os outros dois guardas se apressaram em pegar os sacos e colocá-los na porta da casa até completarem dez sacos.
- Mais 10% por usar a propriedade de Elmon Slytherin... - fazendo uma pequena reverência ao pronunciar o nome do patrão.
Os dois guardas pegaram mais dois sacos.
- Mais 10% por causa dos gastos de Elmon com comida em sua festa real que será realizada hoje à noite...
Mais dois sacos foram para porta totalizando quatorze sacos de grãos na porta e seis no canto da casa.
- Mais 15% por conta do casamento da filha mais velha dos Slytherin´s, Princesa Vanalsing que se realizará daqui um mês...
Os guardas se aproximaram para pegar os sacos, mas o pai de Helga se colocou na frente balançando as mãos negativamente.
- Isso é exploração! Não vamos ter o que comer!
Mas um dos guardas acertou um golpe forte nele e ele caiu para o lado. Helga já estava acostumada e resignada com aquelas atitudes e se ficava triste era por ver que seus pais o ficavam por não terem como abastecer a casa, e de uma forma ou de outra, acabava ficando indignada com os guardas e com os Slytherin´s, apesar de nunca os terem visto.
Sua mãe deixou cair uma lágrima de seus olhos castanhos, era difícil conviver não tendo o que dar de comer para sua filha, por várias vezes ficaram um ou dois dias com a estante vazia. Uma vez esconderam um saco de grãos antes de o Imposto chegar, mas inexplicavelmente ficaram sabendo e foram punidos por dez sacos além de seu marido ter que trabalhar o dobro do tempo por uma semana.
“Dezessete sacos na porta” contou Helga, ao menos sabia contar...
- Bem, não podemos esquecer do Clero, mais 8% da missa ao Papa e...
O pai de Helga tentou se agarrar a um saco que já saia do fundo da sala, mas foi empurrado novamente. O homem ia continuar a falar, mas Helga interrompeu:
- Senhor guarda, depois de dezessete vem qual número?
Ele olhou com desprezo para a menina por ser interrompido e não respondeu.
- O senhor não sabe?! – disse ela incrédula.
- 18 e como ia dizendo, há mais 5% para despesas com o transporte de nosso senhor feudal.
O pai dela explodiu:
- Ah é? Então quer dizer que me sobraram 2%? E como você vai me dar 2%?
- Levask – ordenou o guarda com um aceno de mão.
Um deles foi lá fora e voltou com uma cuia, dando para o outro.
- Bem – disse o guarda indo até o último saco que ainda sobrevivia no final da sala. Mergulhou a cuia no saco enchendo-a de grão e entregou ao pai de Helga – Aqui está seus 2%, passe bem!
Depois disso Helga não entendeu mais nada, foi uma confusão enorme, o pai dela se jogou para cima dos guardas e eles começaram a brigar, enquanto sua mãe tentava ajudar seu pai batendo nos guardas com um pano velho esfarrapado. Ela percebeu que ia ficar novamente uns dias sem o que comer em casa e desejou muito que um daqueles sacos na porta fosse seu. Fechou os seus diferentes olhos ainda pensando nisso. Quando os abriu a briga já havia acabado, mas só porque os vizinhos entraram na casa e separaram os guardas de seu pai.
Seus olhavam em um ponto distante no infinito.
- Bem... formigas são nutritivas, se não os pássaros não as comeriam não é mesmo?
- É – disse sua mãe sentada desolada na cadeira – sem comida de novo...
- Não mãe, a senhora está errada.
Os dois olharam-na interrogativos.
- Não diga bobagens minha filha.
- Tem um saco grande de grãos debaixo dessa cama – disse ela num tom arteiriço.
A meia hora dali, três guardas tinham acabado de descarregar a carruagem. Um homem contabilizava o alimento trazido.
- Ok, dezenove sacos certo?
Os guardas se entreolharam.
- Droga... – disse um deles para ele mesmo fechando a mão com força.
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