CADA AÇÃO EXISTE UMA REAÇÃO



CADA AÇÃO EXIGE UMA REAÇÃO


 


 


Mesmo cheios de fortuna a família Weasley não se livraram da Toca, pois foi lá onde eles passaram os melhores e piores momentos da sua vida. A casa continuava com o ar de quem ia cair a qualquer momento, porém firme com algumas reforças necessárias. Era naquela casa que sua família fiava quando não estavam na Itália, na Toca. Harry entrou na Toca com calma e procurou por algum dos seus irmãos, mas nada, só a mãe tricotando em frente à lareira.


_Oi mamma – Harry beijou o rosto da mãe adotiva assim que a viu – Onde estão os ruivos dessa casa?


_Olá meu filho querido – Molly Weasley beijou o rosto do seu filho – Saíram todos. Foram ao hospital ver seu irmão.


_Então desencontrei com eles – Harry se jogou no sofá da Toca – Acabei de chegar de lá.


_Achou a mulher? – Molly perguntou encarando Harry no sofá velho.


_Achei – os olhos verdes escureceram – Já a levei pra ver o Rony e ele ficou muito feliz ao ver a maldita.


_Ela é bonita? – Molly perguntou voltando ao seu crochê.


_Linda – Harry passou a mão pelo rosto cansado – Mas é muito egoísta a maldita, egoísta e falsa.


_Não foi o que me disseram – Molly nem se deu ao trabalho de olhar pro filho – Remo me disse que ela só esta com medo.


_Ah, aquele lobisomem me paga – Harry exclamou fechando os olhos – A senhora sabe a historia toda, ela ta é se fazendo.


_Acho que Rony não a ama, acho que é só mimo dele. Você o mimou demais. – Molly soltou o crochê – Remo me falou da sua bebedeira.


_DIABOS! – Harry gritou e ficou de pé indignado – Vou demitir o Remo, ele ta com a língua solta demais. Se eu mandar matar alguém ele vem contar pra senhora?


_Ele fez bem em me contar filho – Molly ficou de pé e segurou o rosto do filho entre as mãos – A coisas na vida que não se pode evitar.


_Não se meta nisso Dona Weasley – Harry se virou pra mãe – Eu vou fazê-la casar com Rony.


_Harry! – a matriarca da família Weasley abriu seus grandes olhos azuis pro seu filho de criação assustada – Você esta apaixonado por ela meu filho. E vai induzi-la a casar com Rony?


_É – ele confirmou com frieza, mas caiu ao olhar fundo nos olhos da mãe – Ela é encantadora mamma. Uma mulher cheia de fascínios como eu nunca vi, mas Rony a ama ao ponto de matar-se, acha mesmo que vou tirar isso do meu irmão?


_Várias mulheres passaram pela sua vida e pela do Rony. As que ficam com o Rony sempre vão deixar marcas nele e as que ficam com você é que são as marcadas. Acho que isso não é uma coisa pra se considerar?


_Não! – Harry exclamou com tanta firmeza que a senhora Weasley teve a certeza de que essa mulher era mais que especial.


_Quando vou conhecê-la? – Molly não tinha desistido, mas daria tempo ao seu filho adotivo.


_Em breve – Harry sorriu com maldade e malicia – Quando formos pra Sicília.


 


PA


Lutèce era o máximo da elegância. Harry e Hermione jantaram num terraço ao ar livre. Hermione sentiu-se um pouco deslocada, pois o lugar era muito fino, mas procurou não demonstrar, enfrentando os olhares das outras mulheres com superioridade. Notou como Harry chamava a atenção, atraindo as mulheres, que o olhavam enquanto ele demonstrava displicência.


_Muito pouco – Harry comentou quando a entrada foi servida e a viu comer apenas uma fatia de pão – Contando calorias?


_É o meu trabalho – Hermione explicou – Tenho que cuidar da minha aparência.


_Estou vendo – ele brincou e sorriu ao lembrar dela comendo bolo de chocolate. – Meus parabéns a sua aparência, é magnífica.


 


Ela corou e afastou os olhos, não queria morder a isca. Durante todo o jantar conseguira manter uma conversa neutra. Falaram de várias coisas, mas por trás daquelas palavras banais havia sempre uma corrente de sensualidade e de perigo que a perturbava.


_Diga-me – perguntou Harry quando estavam na sobremesa – Porque escolheu um momento tão ruim para dar o fora em Rony?


_Sentia pena dele. Ele pensou que poderia fazer com que eu o amasse. Mas não conseguiu. Então fui para Londres, e ele... – parou incapaz de continuar.


_E ele tentou se matar – Harry completou com a voz fria – Isso naturalmente nunca lhe passou pela cabeça.


_Claro que não! Nunca poderia imaginar que ele fosse tão longe.


_Mas foi. Que reação você acha que ele teria?


_Eu pensei que Rony iria superar tudo, encontrar outra moça.


_Não, srta. Granger, você sabia exatamente que ele iria se matar. Mas sabia o quanto o estava fazendo sofrer. Brincar com os sentimentos dos outros é um jogo muito perigoso.


_Não estava brincando com os sentimentos do Rony. Sempre fui sincera com ele. – ela se defendeu das acusações injustas.


_Gostaria de ser machucada, srta. Granger? – Harry perguntou num sussurro. E estava brincando com a faca sob a mesa, como que para amedrontar Hermione.


_Você está me ameaçando? – ela perguntou, olhando para a mão dele, sentiu um arrepio. O sorriso dele era sinistro. Depois colocou a faca na mesa, numa ameaça silenciosa.


 


O coração de Hermione batia acelerado. Deu um suspiro e encostou-se na cadeira sem tirar os olhos dele. Tinha que haver um meio de fugir daquele homem. Ela podia ver nos olhos dele que queria machucá-la. Só um tolo não reconheceria aquele olhar maligno. Era um olhar ao mesmo tempo sinistro e excitante. Embora soubesse que ele queria fazer amor com ela, também sabia o quanto gostaria de feri-la. Uma combinação perigosa e desolada.


 


Voltaram para casa à meia-noite e Hermione sentia a tensão aumentar. Estava tremendamente confusa quando entraram no apartamento.


_Tenho que levantar cedo – Harry falou, andando até a porta do quarto dela – Então boa noite.


_Boa noite – ela disse aliviada e surpresa.


_Você vai se comportar bem amanhã, não vai? – ele perguntou com suavidade e correu um dedo pelo pescoço dela num movimento sensual. Hermione se sentiu arrepiada e confusa – Caso contrário, ficarei muito zangado.


_Naturalmente – apressou-se em responder, alarmada com o efeito causado pelo toque dele.


_Enquanto nos entendemos, não deixarei que nada lhe aconteça – Harry pegou-lhe o rosto, a fazendo curvar a cabeça ate que o cabelo caísse como uma cascata – Só porque a levei para jantar não significa que deva me subestimar.


_Nem sonharia em subestimá-lo Sr. Potter – ela comentou, mantendo os olhos nele. A ameaça estava presente outra vez naquela voz rouca.


_Muito bem – murmurou Harry, apertando os dedos no rosto dela – Se o fizesse tudo poderia ficar muito perigoso.


 


Hermione sentiu o pulso acelerar, quando ele inclinou a cabeça e encostou a boca na dela num beijo sensual e sufocante. Sentiu a cabeça confusa e o coração batendo descontrolado. Suas mãos desceram ate a cintura dela, a puxando para junto dele. Quando se afastou, ela ficou sem fôlego, olhando para ele meio abobalhada, o coração disparado.


_Boa noite, Srta. Granger. Espero vê-la amanhã à noite. Esteja aqui. – e virou-se em direção ao quarto dele, a deixando boquiaberta, com a cabeça girando.


 


Hermione acordou tarde na manhã seguinte, surpresa por ver que já eram onze horas. Levantou-se e vestiu uma calça jeans com uma blusa de cetim preta, o tênis velho permanecia no pé. Foi para a sala ainda um pouco sonolenta. Sentiu uma ponta de esperança. Se Harry a tivesse deixado sozinha, teria uma chance de escapar. Uma porta abriu-se do lado esquerdo e ela se assustou.


_Oh! – exclamou desapontada. Lupin tinha ficado pata tomar conta dela – É você. Onde está o Sr. Potter?


_Trabalhando. Quer o café da manhã?


_Só cafezinho mesmo.


_Claro – o rosto de Lupin estava impassível. O seguiu até a cozinha e sentou num baquinho, enquanto ele lhe servia o café.


_O que é isso? – Hermione perguntou, ao vê-lo mexer num saco de papel cheio de paezinhos frescos.


_Quer um? Estão muito gostosos! – ele assegurou percebendo que ela estava indecisa.


_Sim, por favor. Acho que agora estou com fome.


_Muito bem! – o rosto de Lupin de repente se ilumina num sorriso. Ele servia os paezinhos com elegância e fineza.


 


Foram ao hospital à tarde. Hermione tinha procurado conversar com Lupin, pois sabia que seria aconselhável tê-lo como amigo. Era sempre bom fazer um charme com o inimigo. Rony estava encantado ao vê-la.


_Alô! – exclamou. Estava sentado na cama, rodeado de flores, o rosto ainda um pouco pálido, mas já com mais vida. – Está sozinha hoje? Harry deve estar trabalhando, sempre está.


 


Hermione ficou encantada com a transformação dele. Estava muito mais corado do que no dia anterior. Se aquele era o efeito que ela produzia sobre Rony, então não poderia abandoná-lo tão cedo.


_Você está ótimo. Espero que fique cada vez melhor.


_Poderia me dar um beijo? – Rony pediu, segurando-lhe as mãos.


_Claro – disse com alegria e deu-lhe um beijo no nariz.


_Que beijo! – ele disse e olhou para Lupin, que estava em silencio observando – Hei, vire de costas, Lupin – falou sorrindo – Quero beijar minha garota. – o olhar de Lupin era muito perspicaz. Olhou para Hermione depois virou as costas, enfiando as mãos nos bolsos. [Ele sabe], ela pensou.


_Assim é melhor – Rony falou, puxando o rosto dela com gentileza e a beijando longamente.


 


Hermione queria chorar. Ele ficaria muito machucado quando tudo aquilo terminasse. Os lábios dela se contraíram. Tudo era culpa de Harry Potter. Rony teria que encarar a realidade, mas cedo ou mais tarde. Depois de ficarem duas horas com Rony. Hermione convenceu Lupin a levá-la para fazer compras. Foram para a Quinta Avenida e estacionaram o carro. Tudo era muito familiar.


_Vamos entrar aqui – ela disse quando viu um guarda andando no andar térreo de uma loja.


_Claro. Porque não? – ele ficou a observando divertido enquanto ela olhava uns vestidos.


 


A loja estava cheia de gente, repleta de mulheres comprando e pagando. Com o canto dos olhos Hermione viu o guarda que estava quase saindo da loja.


_Vou experimentar este aqui – falou para Remo, pegando o primeiro vestido que viu – Não demoro.


_Está bem – ele estava ocupado olhando uma gravatas de seda. – Hermione foi andando em ziguezague ao redor dos balcões ate chegar onde o guarda estava.


_Seu guarda, posso falar com o senhor um minuto? Estou sendo mantida contra a minha vontade num apartamento a poucos quarteirões daqui. Quero me livrar das pessoas de lá, mas não consigo. Pode me dar uma proteção? – ela disse rapidamente e desesperada.


_Está falando serio? – o guarda perguntou, com certeza duvidando da sanidade mental de Hermione. Olhou por sobre os ombros dela e deu um sorriso – Olá, Sr. Lupin – ele disse e o coração dela estremeceu. Remo Lupin estava ali de pé ao lado dela.


_Há algo errado?


_Esta moça – o guarda indicou Hermione com um sorriso – Disse que esta sendo mantida contra a vontade. Ela esta com você?


_Ela é hospede do Sr. Potter. Hóspede de Harry Potter.


_Oh, sim, neste caso, não há problema. Recomendação a seu patrão – virou-se, deixando Hermione frustrada e furiosa.


 


Remo a segurou pelo braço em silêncio, a fazendo devolver o vestido para depois saírem da loja. Ela mordia os lábios enquanto andava ao lado dele, cheia de raiva. Estava mesmo numa armadilha. Queria gritar, mas não podia.


_Não deveria ter feito aquilo. Harry não vai gostar.


 


PA


 


Hermione ficou tensa a noite toda, esperando a volta dele. Sentou na sala com Remo, ouvindo o monótono tique-taque do relógio. Estava zangada consigo mesma por estar tão preocupada com a reação de Harry. Afinal de contas ela tinha todo o direito de querer sair. Harry não poderia forçá-la a ficar com ele. Mas, embora estivesse zangada consigo mesma, não conseguia evitar o medo de enfrentá-lo.


_Você tem mesmo que contar pra ele? – ela perguntou a Remo com uma pontadinha de esperança de escapar de uma baita bronca.


_O que você acha? – ele comentou voltando a ler o jornal.


_Você me condena?


_Isto não vem ao caso. O chefe vai ficar zangado – afastou os olhos, depois balançou a cabeça e murmurou – Muito zangado.


 


A porta atrás deles abriu e Hermione virou a cabeça, o coração batendo mais forte, pois sabia quem estava chegando. Harry apareceu. Usava um paletó e calça escura e uma camisa azul e uma gravata preta com listras azuis escuras.


_Porque vou ficar zangado Remo? – Lupin olhou para Hermione, mas não disse nada.


_O que houve? – Harry tirou o paletó e enfiou as mãos nos bolsos.


_Ela tentou fugir de novo – disse Lupin, ficando de pé e colocando o jornal sobre a mesa.


_Que surpresa! – jogou o paletó na cadeira e foi direto ao bar – Tive um dia duro – falou olhando pra ela – Preciso de uma bebida.


 


Ela ficou o observando pegar a garrafa e o copo de cristal e servir-se de uma dose de uísque. Depois ele virou-se devagar e ficou encostado no bar com as pernas esticadas.


_Então você tentou de novo. Pensei que tivesse aprendido a lição.


_Que lição? Você pensa que pode me ensinar qualquer coisa, é? Mas que pretensão!


_Poderia ensinar-lhe algo mais excitante, Srta. Granger – ele sorriu com ironia, revelando os dentes brancos e fixando os olhos nos lábios dela. Houve uma pequena pausa, durante a qual Hermione sentia a tensão crescer dentro dela. Ficou quieta esperando que ele falasse mais alguma coisa. – Acho que chegou à hora de termos uma pequena conversa – Harry falou de repente.


_Sobre o que?


_Café para a senhorita, Lupin – ele disse, a segurando pelo pulso e a olhando nos olhos. Remo saiu da sala em silêncio.


 


Hermione permitiu que Harry a conduzisse até o sofá, sentando-a ao lado dele. Ele o observou com atenção com o canto dos olhos, percebendo que ele não parecia tão zangado.


_Meu irmão pensa que você vai casar com ele. Eu não consigo vê-la nesta situação. O que você me diz?


_Não estou apaixonada por ele. Por que deveria me casar? – Harry deu um sorriso irônico – Sr. Potter, o senhor é que me trouxe de volta para Rony. Se tivesse me deixado em paz, ele já teria me esquecido. Em vez disso, agora pensa que voltei porque o amo. Se ele sofrer outra vez, será por culpa sua e não minha.


_Isto quer dizer que você não vai se casar com Rony?


_Exatamente – ela enfrentou o olhar dele de cabeça erguida. Por um momento teve medo de que Harry fosse tentar persuadi-la a casar com o irmão, mas afinal, ele não era tão estúpido assim.


_O problema, então, é como diremos isto a ele – disse Harry, movendo os braços sobre o encosto do sofá. Quase tocou os ombros dela.


_Ele terá que saber mais tarde – Hermione completou


_Eu prefiro que seja mais tarde – ele comentou com um sorriso muito charmoso – E acho que Rony também.


_Não tenho certeza – Hermione tinha um ar preocupado. Rony já havia sofrido bastante e ela não queria ser responsável por um novo sofrimento. Era inevitável. Deu um suspiro – Acho que você tem razão.


_Sabe, estou começando a mudar a minha opinião sobre você, srta. Granger. Tinha a impressão de que era calculista e que tinha um computador no lugar do coração. Mas você me fez mudar de idéia.


_Quanta generosidade! – ela lhe deu um sorriso doce e irônico.


_Sou um homem generoso – Harry murmurou com os olhos fixos nos lábios dela – Quando estou errado, tenho coragem de admitir – a mão dele tocou-lhe o ombro, a acariciando com os longos dedos – E acho que estava errado sobre você.


_Estava sim – ela disse sem jeito, sentindo um arrepio ao toque dele – Fico contente que comece a mudar de idéia.


_Oh, sim – Harry falou estreitando os olhos e passando a mão pelo rosto dela – Você é uma mulher incrivelmente bonita, Hermione – acrescentou quase num sussurro.


_Lupin estará de volta num minuto – ela disse tremula, sob o impacto sensual daqueles olhos verdes.


_Esqueça Lupin – Harry falou baixinho, a puxando para si.


 


Ela viu a cabeça dele se aproximando e sentiu o coração bater acelerado. Fechou os olhos, inclinando a cabeça para trás. A boca de Harry encontrou a sua, quente, sufocante, num beijo profundo. Sentiu-se confusa e permitiu que ele a reclinasse gentilmente no sofá. Os lábios dela se abriram, correspondendo ao beijo. Sentia o coração tão disparado como numa na vida. Passou os dedos pelo cabelo dele, procurando não pensar. Estava ligeiramente tonta.


_Sim, eu poderia ser facilmente persuadido a acreditar que estava errado á seu respeito – Harry murmurou, levantando a cabeça, os olhos brilhavam.


 


Hermione arregalou os olhos diante de tais palavras. O corpo dela gelou ao entender a acusação das palavras dele. Encarou-o com o rosto tenso e pálido.


_Seu porco! Preferiria que me odiasse. – ela grunhiu entre os dentes.


_Ah, mas eu a odeio srta. Granger. Você pensa que pode fazer comigo o mesmo jogo que está fazendo com meu irmão? Não sou tolo. Você o está destruindo. Como eu poderia gostar de uma mulher capaz de uma coisa dessas? – ele disse num tom de revolta.


_Por que esta fazendo isto? – perguntou perplexa. Ele estava pregando uma peça nela. Hermione não conseguia entender por que Harry desejava tanto humilhá-la.


_Eu posso desprezá-la, mas isto não a torna menos atraente – a mão dele pousou em cima do seu busto – Eu quero conquistar seu corpo, não o seu coração.


 


Ela tentou dar-lhe um tapa na cara, mas ele foi mais rápido. Sua mão agarrou a dela no ar e Hermione ficou olhando para Harry com ódio enquanto ele sorria.


_Terei que ensiná-la que para cada ação existe uma reação – e a mão dele tocou o ombro dela, tentando traze-la para si.


_Me toque outra vez e eu contarei tudo ao seu irmão! – ela gritou com ódio, afastando-se com um olhar ameaçador.


_Estou morrendo de medo! – ironizou com um sorriso


_Rony nunca o perdoará! – ela estava quase sem fôlego. O afastou com as mãos, o rosto apavorado e ansioso.


_Ele não teria escolha – comentou com o olhar frio. Correu o dedo pelo rosto dela ate a boca, abrindo-lhe os lábios sensualmente – Além do mais, ele preferirá que eu a possua antes do casamento.


_Já lhe disse que não vou casar com Rony.


_É mesmo, disse. Mas por que será que eu não consigo acreditar?


 


Hermione o encarou, o corpo rígido. Ela viu a expressão no rosto dele e entendeu o que Harry estava querendo dizer. Sentiu o rosto corar, a raiva era tanta que nem conseguiu se mover.


_Você pensa que estou atrás do dinheiro de Rony, não é?


_O meu negocio é muito lucrativo, srta. Granger. Dinheiro trás poder e o poder atrai mulheres. Tenho as três coisas. Aprendi a reconhecer o tipo de mulher que está atrás do dinheiro. Seria um tolo se não percebesse isto nessas mulherzinhas que estão sempre procurando o ouro.


 


Ela prendeu a respiração e deu um tapa no rosto dele. A cabeça de Harry caiu para trás, uma marca vermelha aparecendo sobre na pele clara. Olhava para Hermione com ódio. Ela observava com os olhos faiscando, feliz por ter conseguido acabar com aquele sorriso superior, fazendo-o encara-la agora com mais respeito.


_Você não aprendeu, não é? – ele a agarrou pelo ombro, a machucando – E a avisei que para cada ação existe uma reação. E esta é a minha!


 


Puxou-a com força para si e ela lutou com fúria. Batia no peito com punhos enquanto a boca de Harry machucava a dela num beijo forçado. Hermione tentou virar o rosto, fugir daquela boca, mas Harry era mais forte e conseguiu domina-la. Ele ergue a cabeça ao ouvir o barulho da porta se abrindo e Lupin entrando.


_Dê o fora daqui! – gritou de forma grosseira, o rosto corado. Nesse instante, o telefone tocou – Atenda.


 


Lupin obedeceu imediatamente. Hermione sentou no sofá, ofegante. Estava profundamente agradecida a Lupin. Ele chegara no momento exato e, embora Harry ainda estivesse zangado, fora obrigado a interromper o beijo.


_Che dite mai?... Salvatore è stato ucciso? – Lupin falava em italiano rapidamente e olhava pra Harry. Harry virou o rosto, erguendo a sobrancelha enquanto ouvia com atenção. – Dove?... Si, noi veniamo – houve um ruído do outro lado da linha e Lupin levantou a mão – Ascoltami! Noi veniamo – ele desligou o telefone e olhou para Harry – Hai sentito?


_Sim, eu ouvi – Harry balançou a cabeça. Hermione sentiu a tensão na sala e olhou de uma cabeça para a outra.


_O que há? – ela perguntou preocupada


_Tenho que sair. Aconteceu algo – ele olhou para Lupin – Peque o carro.


_O que aconteceu? – Hermione perguntou, o seguindo enquanto Harry pegava o paletó e o vestia rapidamente.


_Um amigo meu esta em apuros – ele disse olhando as horas no relógio de pulso – Não sei quanto tempo vou demorar.


_Há alguma coisa que eu possa fazer para ajudar?


_Tem – Harry parou e encarou-a muito serio – Não tente gritar ou fazer alguma coisa pra fugir, vou trancar a porta e por mais que esperneie não vai sair daqui, entendeu?


_Entendi – ela respondeu amuada fazendo um biquinho de birra, isso fez Harry sorrir abertamente.


_Amo esse seu biquinho – ele a segurou pelo queixo delicadamente e a beijou de leve nos lábios. Hermione adorou isso e estava no ponto de pedir mais quando a porta foi trancada.


 


Estava sozinha e com um sentimento no peito diferente, só não sabia se queria saber o que era!

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