CASTIGO
Só depois das cinco da madrugada é que Hermione conseguiu dormir, pra às sete horas se levantar. Assim que acordou, saiu correndo da cama, se apressando em vestir algo para poder descer logo, na esperança de ver Harry. Estava mais que disposta em fazê-lo entender de que ela o amava. Lupin estava assobiando quando Hermione entrou na cozinha. _Bom dia – ela falou com um largo sorriso – Você viu o Harry? – perguntou, tentando parecer normal. _Oh, Harry – Lupin a observou por um segundo, depois se concentrou – Foi para Palermo, mas volta depois do almoço. _Negócios ou a amante? – Hermione perguntou o mais cínica possível. _Bem... – Lupin riu assustado com a ousadia da mulher – Na verdade... _A verdade Lupin – ela falou inquiridora. _Os dois! _Por que será que não estou surpresa? – ela se perguntou baixinho, mas Lupin a ouviu. _Não fique assim – ela se virou pro homem que sorria triste – Ele não sabe, muito, o que faz. _Sabe sim – Hermione afirmou meio zangada – Ele sabe muito bem o que esta fazendo. _Isso é novo pra ele, não sabe lidar muito bem com esse sentimento – Lupin falou antes de deixá-la sozinha. A cozinha estava meio vazia quando ela entrou, apenas Tonks e Gina se encontravam presentes. _Bom dia – ela as cumprimentou – Onde estão todos? _Bom dia – elas responderam sorridentes – Foram a Siracusa. _Não é do outro lado da ilha? – ela perguntou pensativa – Fazer o que? _Carlinhos, Gui e Percy foram resolver uns problemas dos negócios misteriosos da família, Sirius e mamãe encontrar uns velhos amigos, Rony foi visitar o médico só de prevenção, enquanto Fred e Jorge foram acompanhar a Luna numas compras – Gina sorriu lembrando – Luna recebeu uma encomenda hoje de manhã e correu pra lá. Acho que chegou algo que ela esperava muito. _Por que você não foi? – Hermione perguntou tomando um gole de café. _Já tenho coisas demais. Eu viajo pelo mundo o ano todo, não a nada em Siracusa que me interesse. _Certo – as duas sorriram e foram dar um passeio pelo jardim e falar das viagens que já fizeram na vida. Gina como agente de turismo e Hermione como modelo. _Adoro minhas viagens malucas – Gina falou rindo – Uma vez fui pra a Cidade da Lama no México, o Harry quase fica louco quando eu disse que tinha caído quase dois metros de uma ribanceira. _Também ficaria louca se fosse minha irmã – as duas riram – Deve ser maravilhoso viver a vida assim, viajando. _E você não vive viajando? – Gina estranhou – Você não é modelo? _Sou modelo fotográfica – ela respondeu segurando os longos cabelos a cima da cabeça e fazendo beicinho – Poses – as duas caíram na gargalhada – Pelo menos eu acho que era, agora não sei de mais nada. _Já sei – Gina parou seria – Harry comprou a agencia em que você trabalhava, a fechou, e te deixou sem emprego. _Exato – ela afirmou desgostosa – Quando uma modelo quebra o contrato ela fica suja no mercado e eu posso me considerar uma modelo suja. _Mas você acha mesmo que o Harry vai te deixar trabalhar de modelo depois que casarem? – Gina perguntou descrente – Eu deixo de ser ruiva se isso acontecer. _Eu não vou casar com o Harry – Hermione afirmou encarando a ruiva – Nunca acreditei em contos de fadas e não será agora, depois de velha que eu vou começar a acreditar. _Pois parece um conto de fadas – a ruiva insistiu sorrindo maliciosa. – Vocês têm um conto de amor quando adolescente que virou uma história de amor adulto. Ele só precisa lembrar de que... _Gina – ela a interrompeu quase agressiva – Não pergunte mais ao Harry de onde ele lembra de mim, por favor. _Ah, Hermione – ela se revoltou zangada com o irmão e com a futura e ex-cunhada – Ele tem que lembrar do que aconteceu, não pode ser que ele tenha esquecido. Aquilo o marca ate hoje, ele tem uma cicatriz nas costas, tem pressão baixa por causa disso e ele me disse que te beijou na floresta e depois na enfermaria. Ele lembra de você só não lembra que é você. _Mesmo assim – ela suplicou triste – Meu ultimo encontro com seu irmão na enfermaria não foi dos mais agradáveis. _Eu sei de tudo – Gina sorriu com delicadeza – Harry e eu somos confidentes desde pequenos. _Eu não gosto de lembrar do que ele me disse – ela lamentou cada palavra. _Está certo – Gina disse vendo Hermione voltar pra a casa – Hermione! _O que? – elas se encararam e Gina sorriu marota – Você quebrou a promessa! _Eu sei! – ela sorriu triste – Eu sei! Depois do almoço os Weasley voltaram de Siracusa. Luna entrou contente na casa, cheia de sacolas de lojas diferentes. Sirius, Molly e os Weasley entraram praticamente se arrastando de cansados. _Essa garota quase nos mata – Fred exclamou cansado – Nunca mais, viu? Eu disse nunca mais. _Venham cá vocês duas – Luna arrastou Hermione e Gina pra cima – Tenho que lhes mostrar uma coisa. As três entraram no quarto de Hermione e depois que sentaram na cama foi que Luna explicou. _Hoje de manhã eu recebi uma encomenda que eu havia feito pedido já fazia um tempo – ela falava quase dando saltinhos de felicidade – Era na intenção de fazer uma maldade, mas agora não é mais. _O que era? – Gina perguntou curiosa – E que maldade você ia fazer? _Olhem! – Luna tirou de dentro da sacola um conjunto de sutiã e calcinha. Pretos com uma rosa de diamantes no meio de cada bojo do seio e na calcinha uma rosa bem no meio – Reconhece Hermione? _Claro que sim – ela sorriu ficando de pé – Antes de vim pra cá, tirei umas fotos pra essa marca de lingerie. Não sabia que o catalogo já tinha saído. _Com certeza saiu – Luna tirou da sacola o catalogo que possuía Hermione em pé num balanço usando lingerie branco, ao ar livre – Eu encomendei pra mostrar ao Rony e ele ficar com raiva de você, mas no final das contas nem precisou. Desculpa. _Nossa – ela exclamou segurando o catalogo ansiosa – Essa foto ficou linda! E esta desculpada. _Com certeza – Gina e Luna se aproximaram para admirar – Você esta espetacular. _O que estão aprontando meninas? – Molly perguntou entrando no quarto, curiosa – Não gosto de ser posta de fora, estou velha, mas ainda gosto de fofocas. _Olhe isso mamma – Luna pegou o catálogo e mostrou a Molly. _Você esta linda nessas fotos Hermione – a signora Weasley olhava espantada como ela ficava diferente maquiada com perfeição e cabelo liso – Esta divina minha jovem. _Obrigada signora Weasley, mas, por favor, esconda isso – ela sentia o perigo se aproximar – Se Harry ver isso ele me esgana. _Porque eu te esganaria? – Harry perguntou entrando no quarto. Hermione se virou assustada pro moreno. [Ai, não to pronta pra outra briga!] _Por nada – ela respondeu o mais natural possível. _Mamma – Harry falou olhando a mãe sentando em cima de alguma coisa – O que a signora esta escondendo? _Nada meu querido – ela respondeu ficando levemente rosada – Mas não é assim que se entra no quarto de uma lady. _O que a signora esta escondendo? E porque eu te estrangularia Hermione? – Harry grunhiu a pergunta sem achar graça em nada. _Nada – as quatro mulheres se apressaram em responder. _Mãe – Harry a olhou de modo sombrio – Saia de cima de seja lá o que for isso. Em silêncio Molly Weasley saiu de cima do catálogo de lingerie, mas antes que Harry pudesse pensar em pegar o catálogo Hermione o pegou e saiu correndo. Com toda a força que tinha nas pernas ela correu ate a cozinha procurando fogo, mas não havia nada acesso. Harry entrou logo atrás na cozinha com uma fúria de dar medo. _O que você tem nas mãos? – ele gritou do outro lado da mesa – Me de aqui e já! _Não – Hermione respondeu feito uma moleca travessa – Eu quero continuar com esse couro ileso de agressões. _Deixe de brincadeira menina – Harry avançou pra ela, mas Hermione correu pro outro lado da mesa onde ele estava – Isso não é uma brincadeira Hermione. _Eu sei, mas não da pra evitar correr de você – Harry a fuzilou com os olhos mais verdes do que nunca. _Me de essa revista Hermione Jane Granger – Harry rosnou pra ela com o braço estendido. Quando abandonou a varinha Hermione descobriu que tinha poder de bruxas em vontades também. Sorrindo feito uma moleca ela pegou a revista na ponta e com as costas pra o lado de Harry mostrou a ele. _É só uma revistinha – e a jogou pra Harry, mas num piscar de olhos da garota a revista pegou fogo antes de chegar a ele – Ou melhor, só cinzas. Harry ficou surpreso com a magia dela, mas sua raiva era bem maior que sua surpresa. Hermione correu pra ele e se pendurou no seu pescoço, o beijando de leve na boca. _Foi melhor assim – ele a encarou com o rosto inexpressivo – Eu salvei nós dois. E saiu da cozinha sorrindo com a atitude infantil. Seja lá o que tivesse na revista Harry deixou pra lá, se ela disse que era perigoso pros dois, então era melhor esquecer mesmo. Ele sorriu lembrando de como Hermione podia ser uma mulher fatal e uma menina travessa ao mesmo tempo.
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Depois do episodio da revista Harry se trancou no quarto e não saiu pela tarde inteira. Isso fez com que Hermione relaxasse um pouco, [Com ele por perto não tenha quem relaxe]. Ninguém da família contou a Harry que o noivado de Rony e Hermione havia acabado, deixaram essa missão perigosa pra garota. Como o sol da tarde era muito quente, ela foi para o quarto dormir um pouco pra poder enfrentar Harry mais tarde. [Ele vai sair com força renovada lá de dentro], ela pensou rindo. Mal sabia ela que dentro do quarto de Harry estava Gina e o assunto era ela. _Você deveria cuidar mais dela – Gina falou abraçada a cintura do irmão, os dois deitados na cama dele – Ela não parece, mas é muito frágil. _Frágil como cristal ou como uma boneca de ferro? – Harry perguntou acariciando a cabeça da irmã – Ela não é frágil, é pior do que eu pensei. Você precisava ver o que ela fez com a revista na cozinha. _O que? – Gina sentou sorrindo pra ele – Diz, ela te mostrou o que tinha na revista? _Ela jogou a revista pra mim, mas ela pegou fogo num piscar de olhos dela – Harry riu lembrando da cena – Foi uma magia muito boa pra alguém que deixou a magia pra trás. _Minha futura cunhada é um máximo! – Gina riu batendo no peito nu do irmão – Você vai ser o marido ou vai deixar que outro Weasley se apaixone por ela? _Rony está muito bom – Harry se virou de lado na cama dando as costas pra ruiva – Mesmo que eu não goste de imaginá-la com outro homem que seja. Gina olhou pra cicatriz nas costas do irmão e sorrindo marota deitou por cima dele e perguntou ao pé do seu ouvido. _E essa cicatriz? Ela já viu? – Harry fechou os olhos fazendo uma careta – Vai me dizer que aquela menina crabunhenta ainda te atormenta? _O que é crabunhenta? – Harry riu se virando novamente pra ruiva. _Uma gíria que aprendi no nordeste do Brasil – ela gargalhou da careta do irmão – Lá é mais quente que aqui um milhão de vezes. _Deuses – Harry praguejou e puxando a irmã pros seus braços pra cochilarem um pouco. Gina se aconchegou ao moreno e fechou os olhos, doida pra perguntar se ele não lembrava de Hermione alguma vez na vida ou puxar assunto sobre a garota de Hogwarts. Ela prometeu a Hermione não dizer nada e com um esforço supremo seguro a língua. _Gina – Harry falou quase dormindo – O que tinha naquela revista? _Um catálogo de lingerie onde tinha fotos de Hermione – Gina respondeu quase dormindo também. _Ela me paga por essa também – Harry sorriu e abraçando a irmã forte pegou no sono.
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Só no começo da noite é que Hermione do quarto. O jardim estava tranqüilo, o ar cheio de paz, resolveu ficar sentada sob uma árvore. Ela estava inquieta para ficar dentro de casa. Pensava em Harry sem parar, se lembrando de todas as palavras que ele dissera na noite anterior, em todas as expressões que haviam passado pelo rosto dele. Revivia os momentos daqueles beijos, sentindo o coração repleto de uma sensação maravilhosa e ruim, porque por mais que tivesse havido beijos, houve mais brigas ainda. _Importa-se que eu fique junto de você? – a voz de Rony sacudiu-a dos pensamentos. Hermione sorriu e se mexeu em pouco dando lugar para ele sob a árvore. Rony sentou-se com tranqüilidade a seu lado, esticando as pernas – Estou me sentindo tão preguiçoso – ele murmurou após alguns segundos. Eles ficaram em silêncio na noite quente e tranqüila, ouvindo os insetos, deixando-se envolver pela atmosfera. Rony pegou uma folha de grama e ficou mastigando. _Tudo que preciso agora é um par de botas e um revolver! – ele brincou, olhando para ela. Hermione não sorriu, estava olhando para o céu, perdida em pensamentos quase negros. _Já contou para ele? – Rony perguntou de repente – Sobre nós? Que não vamos mais nos casar? _Não, ele não me deu tempo – ela sorriu triste – Acho que ele não quer saber realmente. _Quando ele chegar você conta – Rony falou calmo. _Ele saiu? – Hermione levantou a vista nervosa – Pensei que ele estivesse no quarto dormindo. _Ouvi Lupin dizer que ele sairia – Rony explicou arrependido – Mas vai ver eu me enganei. _Ou vai ver ele saiu mesmo – Hermione lembrou da amante na outra cidade. Ela olhou para os pássaros voando lá em cima. Tinha um grande pássaro preto que chamou sua atenção. Ele fazia lembrar Harry: predatório, perigoso, apenas esperado uma chance de atacar... _Como um raio, ele cai e... _Sim – Rony murmurou seguindo o olhar dela – Ele também me lembra Harry. Ela suspirou e abaixando os olhos e brincando com a grama, imaginando quando Harry iria chegar. Queria que fosse logo, olhou pro relógio, já eram sete e meia. _Você esta apaixonada mesmo, não esta? – Rony perguntou num tom amigo. _Sim, eu estou perdidamente apaixonada – ela respondeu com um sorriso triste. Suspirou erguendo as sobrancelhas e olhando para a casa. A casa estava lá, imponente, poderosa e impenetrável assim como todos os que moravam lá. Rony levantou-se devagar. _Luna vai me levar ate a aldeia – ele disse um pouco hesitante – Acho que tenho que ir agora. Vamos visitar alguns amigos. _É melhor ir andando então – Hermione levantou-se também e sorriu para ele. _Bem, eu acho que de hoje ela não escapa de uma declaração – Rony estava sem jeito. _Vá logo – Hermione falou brincando – Ela está esperando por você e não vai esperar para sempre, você sabe! _Não – Rony apertou os olhos sorrindo – Você tem razão, ela não esperará para sempre. _Você anda muito devagar Rony – pegou a mão dele, olhando-o com carinho – Mas você chega lá! _Você é uma boa amiga – num impulso pegou o rosto dela nas mãos e beijou-lhe a boca com delicadeza – Boa sorte – disse a olhando com ternura. Hermione o observou afastar-se, [Porque não me apaixonei por ele?], perguntou irritada consigo mesma. Ela foi andando de volta para a casa e foi quando avistou Harry sentado na escadaria. Hermione sentiu o coração bater mais forte e apressou os passos. _Olá – sorriu pra ele. _Uma cena tocante – comentou Harry com ironia – Pobre Hermione, imagino que não goste que puxem o tapete sob os seus pés. _Você não entende – ela o observou. _Entendo perfeitamente. Você esta sozinha porque Rony saiu com Luna. Luna hoje, você amanha. Belo acordo, eu gostaria de um assim para mim. _Não a acordo algum – ela falou com firmeza, se controlando – Harry, Rony e eu terminamos tudo. Não vamos nos casar. Está acabado. Houve um longo silencio onde Hermione podia sentir o calor dos olhos dele sobre ela. Harry estava imóvel, as feições duras. O silêncio era insuportável. Os insetos dançavam ao redor deles e o céu da Sicília já estava azul marinho, pronto pra o breu total. _Imagino que vai embora então. _Acho que sim – Hermione rezou para que ele lhe pedisse para ficar. _Não a nada que a prenda aqui, não é mesmo? – Harry evitava os olhos dela. Hermione ouviu as palavras num estado de desespero. Tinha pensado que ele se interessava ao menos um pouco por ela. Todos os vestígios de esperança desapareceram, nem sequer poderia dizer a ele como se sentia. Não queria fazer papel de boba. _Não, acho que você tem razão – o coração doeu e ela forçou um sorriso – Não a nada que me prenda aqui. _Que bom que você concorda – Harry falou num tom neutro. _Quando posso ir embora? – ela pensou que a voz iria tremer, revelando sua dor, mas continuou firme, embora estivesse doendo por dentro. _Não me importa quando você vai embora! Ligue para o aeroporto quando bem entender! Lupin a levará. _Muito obrigada! – ela respondeu com os olhos queimando de ressentimento. Sentia um nó na garganta – Você esta louco para me ver pelas costa, não é? _É, quanto antes você partir melhor. Harry olhou para ela por um momento, depois se virou e andou em direção da casa, a deixando sozinha. Hermione queria chorar, mas em vez disso chutou o chão com força, levantando poeira por todos os lados. Comprimiu os lábios, ele não ligava a mínima para ela. Nunca tinha ligado. Entrou na casa sentindo os ombros pesados. A dor de não ter nenhum pingo de amor de Harry a motivou a ir embora, mas antes disso ia fazer o que tinha vontade desde a primeira vez que o viu. Pouco se importava de como iria ficar depois, e que ele a achasse a maior das vagabundas. Depois que Harry deixou Hermione o moreno foi direto a cozinha rosnar pra Lupin deixar Hermione no aeroporto no momento em que ela pedisse. Mas foi se arrastando que foi pro seu quarto, sentou numa poltrona que ficava de frente a janela e ficou lá. Por varias horas com os pensamentos a mais de mil, com o coração acelerado e com seu estado de espírito agitado. [O que ia fazer pra obrigá-la há ficar mais tempo? Deixa-la ir ou prende-la aqui?]. Era tanta coisa mexendo com ele que nenhuma solução aparecia na sua mente. Sua mãe o mandou pedi-la em casamento, Gina o mandava se declarar pelo menos e por ai vai um monte de conselhos de todos da família. [Com as outras eles não se metiam, mas com essa eles tem que meter o bedelho]. Mas o que o deixava inquieto é que não sabia os sentimentos dela. Precisava ao menos saber se ela o amava ou não. [É só isso o que me mata], pensou fechando os olhos e adormecendo na cadeira, lembrando de tudo o que já passou com ela. ________________________________________ Hermione se virou na cama no máximo umas cinqüenta vezes em plena aflição. O que iria fazer pra ter Harry, pelo menos uma vez? Já pensou de tudo e nada lhe parecia muito bom. Não queria parecer uma virgem pudica, mas sim uma mulher ardente que precisava de amor. [Pro inferno se Harry a chamasse de vagabunda, ou seja, lá o que vier a mente daquele Inglês Siciliano maluco], ela sorriu apaixonada. Estava livre de Rony e do compromisso de ficar ali, agora só restava conseguir o amor de Harry. Hermione se levantou vestiu o robe e desceu pra cozinha, fazer um chá pra clarear a mente, mas quando chegou lá tomou o mesmo susto da noite anterior. A cozinha estava iluminada apenas pela luz do sugar e somente uma pessoa se encontrava lá, Harry. Ele vestindo apenas uma calça de pijama azul escuro e estava sentado à mesa, de costas pra porta. Ele virou um pouco o rosto de lado, mas sem poder ver quem tinha acabado de entrar. _Seja lá quem for – ele falou num tom de derrota – Venha tomar algo comigo ou vá embora. Não fique me olhando em silêncio. _Olá – ela falou com medo. _Você – ele grunhiu ainda sem se virar pra ela e passando a mão nos cabelos em sinal de desespero – Com mais de doze pessoas nessa casa pra descer e me ver aqui, tinha que aparecer justo você? _Desculpa se estou atrapalhando – ela respondeu com raiva e se virou pra sair da cozinha, mas ele a chamou e ela sabia que ele a chamaria. _Venha cá. Não se preocupe, estou tomando chá e não uísque. Dessa vez não estou bêbado – ela sem conseguir se conter soltou um suspiro de alivio e entrou na cozinha pra se servir do mesmo chá que ele bebia. _Esta sem sono de novo? – ela perguntou tentando conversar civilizadamente. _Sim, ainda não consegui minha paz de espírito de volta – ele respondeu azedo – E você? O que esta tirando o sono da doce Hermione Granger? _Você – ela respondeu pondo em pratica seu plano de despedida. Harry levantou a vista pra ela e a encarou muito mais muito serio. Ela sorriu diante do rosto impassível dele e sentou do outro lado da mesa com uma xícara de chá na mão. Ele tomou um gole do seu chá e soltando o ar, falou frio. _Não tive um dia bom e não estou com nenhum pouco de vontade de brigar com você – ela sorriu marota, pela primeira vez ela tinha controle da situação – Ainda estou furioso por você ter posto fogo em seja lá o que fosse aquilo e não me desceu essa história de você ter acabado o noivado com o Rony. _Esta assim porque não vou casar com seu irmão? – ela pôs sua xícara na mesa e se aproximou de Harry devagarzinho desfazendo o nó do robe, para que ele pudesse apreciar sua camisola – Não se preocupe, eu posso escolher outro Weasley pra casar. _O que esta tentando fazer? – ele grunhiu bruto, porém com o coração a mais de mil. _Estou te seduzindo – ela sorriu e pegou a xícara dele que estava depositada na mesa e a pôs na pia – Esta dando certo? _Não – ele mentiu sentindo sua anatomia cada vez mais agitada – Nem um pouco. Descarada e sensualmente Hermione sentou na mesa bem na frente de Harry. Ele não tirava os olhos dos dela e isso a deixou cada vez mais excitada. Hermione abaixou o rosto e segurou com carinho o rosto de Harry, ela acariciou o rosto dele como nunca fez desde que se conheceram. Ela sorriu com carinho pra ele. _Você tem um rosto encantado quando não esta fazendo cara de mal. Harry a puxou pelo quadril pro seu colo e com uma perna de cada lado do corpo dele, Hermione, caiu sentada nas suas pernas. Ela se agarrou ao homem com força, pra que ele não a afastasse. _Hermione – murmurou, enterrando o rosto no cabelo castanho e ondulado – O que é mais loucura prende-la ou deixa-la ir? _Você quer as duas coisas não é? – ela perguntou acariciando a nuca dele. _Não – ele fechou os olhos se deixando levar pelo carinho – Eu só quero prendê-la. _Fique a vontade – Harry puxou o rosto de Hermione pra si e a beijou com desejo. Os lábios se moviam sensualmente sobre o outro com calma e paixão. Era como se eles tivessem percebido que tinham todo o tempo do mundo pra se amarem. Mal sabia Harry! Aquecida pelo calor que parecia derretê-la por dentro, enlaçou-o pelo pescoço, soltando-se languidamente contra o corpo másculo. _Gosta de estar em meus braços? – perguntou a beijando no pescoço e tirando o robe dela. _Você sabe muito bem que sim – Hermione insinuou os seios contra o peito de Harry, deixando o homem quase louco. _Quero fazer amor com você – ele declarou a levantando nos braços com as pernas dela presas em sua cintura _E o que você acha que eu quero? – ela falou rouca e apaixonada. A levou para fora da cozinha, através do corredor e escada acima. Hermione fechara os olhos, reclinando a cabeça no ombro dele. Abriu-os quando pressentiu que entravam no quarto dele. _Ainda dá tempo de fugir – Harry falou acariciando a perna dela presa ao seu quadril. _Dá mesmo? – ela perguntou matreira. _Não, não da não! Hermione se aconchegou aos braços de Harry e ele agarrou com mais força as coxa dela. As respirações eram praticamente a mesma, os olhos não sabiam das bocas e as delicadas mãos de Hermione acariciavam o casco da cabeça dele. Ela sorriu maliciosa e saiu dos braços de Harry, adentrando no quarto e parando perto da cama. _Essa confusão toda por que você queria isso. A voz dela saiu cheia de desejo enquanto puxava as alças da camisola e a deixava cair amontoada nos pés. Faltou fôlego pra Harry quando ele viu o corpo da mulher, [Ela é simplesmente perfeita!], o moreno pensou enquanto a passos incertos se aproximava dela. Hermione pôs uma mão cintura esperando ele chegar e tomar pose do que era dele. Ela não estava com medo. Tudo o que importava era ficar com Harry, pertencer a ele antes de ir embora. Não resistiu, quando sentiu as mãos fortes cobrindo seus seios com carinho e os beijando em seguida. Arqueando o corpo, oferecendo-se, gemendo baixinho. _A mulher mais perfeita que eu já pude sentir – ele murmurou ao ouvido dela e a fazendo sorrir. _O homem mais maravilhoso que eu já pude o prazer de conhecer – ele sorriu a encarando – Mesmo com todo esse estresse. Hermione pôs as mãos no cós da calça do pijama dele e o puxou ate o chão. Louca de desejo e sem vergonha de mostrar isso a Harry Hermione o acariciou enquanto o beijava no lóbulo da orelha. Perdendo todo o seu controle Harry a agarrou pelo quadril e a pôs na cama sem deixar de beijá-la. _Acende a luz – ela pediu e Harry acendeu a do abajur – Não vai ter graça se eu não vir seu rosto. _Você esta me surpreendendo a cada segundo minha querida – Harry falou com a voz rouca enquanto afastava os cabelos do rosto dela – Estou cada vez mais apai... Não sabendo o porquê Hermione não quis ouvir o que Harry ia dizer, então o beijou selvagemente o fazendo esquecer o que ia dizer e terminando de por fogo nos dois corpos. Harry desceu a mão ate entre as pernas da amada e a acariciou longamente ate faze-la choramingar de paixão e puxa-lo de encontro ao corpo, o beijando com cada vez mais sofreguidão. Harry foi descendo lentamente os beijos da boca de Hermione ate chegar aos pés, pra subir novamente ate as coxas. Foi o momento mais sublime de toda a vida de Hermione, pois o homem que ela amava a estava fazendo mulher e mulher dele. Harry tremeu quando instalou o corpo entre as pernas de Hermione e ela o agarrou com as pernas. [Ela vai ser minha e de mais ninguém], ele pensou quando sentiu que ela já estava pronta pra recebê-lo. Hermione retraiu-se de leve ao sentir dor, mas o prazer de perceber Harry avançando para dentro de seu corpo foi maior. Relaxou e engoliu um gritinho quando, com uma investida vigorosa ele a possuiu. Parando de movimentar-se por um instante, Harry apoiou-se nas mãos para fixá-la com um olhar cintilante de desejo. _Você me ama Hermione! Você me ama! – exclamou em tom vitorioso, afirmando e não perguntando. Sem conseguir se conter Hermione apenas sorriu fechando os olhos. Isso era tudo o que Harry precisava saber pra continuar a mover-se dentro dela com uma gentileza celestial. Ansiosa por mais ela apertou o ombro do moreno e com um sorriso malicioso Harry iniciou movimentos frenéticos dentro dela. Hermione foi envolvida por uma onda de emoções que a fez gemer, murmurar, implorar e por fim gritar o nome de Harry. Ele soltou um grito abafado e desabou sobre o corpo esbelto, úmido de suor, respirando pesadamente. A beijando com paixão Harry virou na cama, trazendo ela nos braços. _Virgem... – sussurrou no ouvido dela com carinho – Você era virgem! _Você não sabia – ela replicou fazendo o sorrir. _Não, e nem imaginava. Você nem imagina quantas noites eu passei em claro pensando em você e Rony numa cama. _De idiota que você é – ela replicou acariciando o peito dele – Rony foi meu namorado e não meu amante. _Agora você é minha, querida. Nenhuma mulher jamais me pertenceu tão completamente – Harry falou quando ela se deitou ao seu lado – Os sicilianos têm essa lenda, de que quando uma mulher é possuída por um homem pela primeira vez ele fica sendo o dono dela pelo resto da vida. Mesmo que não estejam juntos. _É assustador – ela confessou procurando no rosto carismático um sinal de amor e não apenas de desejo físico. Ele sorriu e aninhou-a nos braços não lhe dando tempo de encontrar o que queria. _Não tenha medo de nada. Esta em completa segurança, porque agora faz parte de mim – murmurou ele acariciando o topo da cabeça dela – Pode dormir meu bem. Na manhã seguinte, ele acordou e escutou a sonolenta Hermione murmurar. As lindas pernas estavam entrelaçadas as dele e o rosto acomodado sobre seu tórax. Os cabelos castanhos cobriam-lhe o ombro. Harry nunca se sentira tão contente e nem tão satisfeito. Gentilmente, acariciou o rosto suave. Sentiu-se tentado a beijar aqueles lábios maravilhosos e a possuí-la outra vez. Contudo, seria melhor deixa-la descansar um pouco mais, já que não haviam dormido durante a noite. Mas não por muito tempo, decidiu a observando se mover enquanto dormia. _Mione – ele murmurou e olhos castanhos tão claros quanto mel olharam pra ele acompanhados de um sorrido doce – Bom dia? _Bom dia – eles ficaram se olhando por um tempo que pareceu uma eternidade – Que horas são? _Não sei e nem me importa – ele respondeu a beijando na testa – Não pretendo sair daqui de maneira nenhuma mesmo. _Que bom! – ela falou sentando em cima dele completamente nua – Porque estou com a mesma vontade. Eles começaram a se beijar com paixão e desejo novamente, porém o telefone dele tocou interrompendo. Eles olharam pro telefone e depois se olharam. _Não vai atender? – ela perguntou inocente. _Não – ele sabia quem era e isso o incomodou mais do que nunca – Que se dane. _Atende Harry – ela o incentivou, sem nem imaginar que poderia ser Olívia Barreta – Deve ser importante. _Droga – ele esbravejou e atendeu a contra gosto – O que é? Hermione riu e saiu de cima dele para que ele pudesse falar em paz. Estava tão feliz que quase se esquece que seu vôo sai às oito da manhã. Olhou pro relógio e viu que já eram seis e meia. [Mas não seria melhor ficar e ver se ele me ama?]. _Quieta – ele gritou com raiva ao telefone e com isso veio a decisão de Hermione. Era Olívia ao telefone – Droga! _O que foi? – ela perguntou vendo-o jogar o telefone no chão e se levantar. _Tenho que ir a Palermo – eles se olharam sérios – Mas logo estarei de volta. _Certo – ela falou enquanto ele se dirigia ao banheiro – Vou pro meu quarto tomar um banho. _Venha aqui – ele gritou do banheiro e ela foi. Sem dizer nada Harry a abraçou e a beijou com paixão, amor, desejo e com ardor de esquentar um coração. _Ate – ele falou quando ela saiu do banheiro. _Adeus – ela murmurou depois que já estava no seu quarto e com a porta trancada. ________________________________________ Harry saiu em menos de meia hora, sem falar com ninguém, tamanha era sua pressa. Iria se encontrar com Olívia e acabar de vez com esse maldito caso com ela, depois passaria no escritório e resolveria logo umas pendenga com uma empresários e depois compraria um anel de noivado pra Hermione. Ele gritou dentro do carro de felicidade e acelerou o máximo que podia. Quanto mais rápido chegasse lá, mais rápido voltaria pra ela. Enquanto Harry gritava de felicidade no carro, Hermione descia as escadas da casa com suas malas prontas. Tinha que ser rápida enquanto Harry estava com a amante. Ela entrou na sala de jantar toda arrumada e sorrindo. _Bom dia para todos? – os Weasley se viraram pra ela estranhando a felicidade. _Bom dia – eles responderam e Tonks perguntou – De onde vem essa felicidade? _Do coração – ela respondeu com um sorriso maior ainda – Lupin, já terminou seu café? _Já – ele respondeu não gostando da pergunta – Por quê? _Harry te disse que eu iria embora, não disse? – ela falou ficando seria de repente e um silêncio insuportável se instalou na sala – Disse Lupin? _Disse sim – ele afirmou e olhou pra Molly Weasley – Disse que quando você quisesse ir eu a levasse. _Pois bem – ela ajeitou a bolsa no ombro e ainda de pé, perto da mesa falou – Vamos me deixar no aeroporto. Agora, por favor. _Que? – Gina, Luna, Rony e Sirius gritaram ficando de pé e começaram a falar ao mesmo tempo, não se fazendo entender. _Quietos – a signora Weasley gritou pros filhos – Sente-se Hermione e tome seu café em paz – ela falou num tom doce, porém triste. Ela sentou, mas não tomou café. _Não posso – ele se sentiu mal com os vários pares de olhos azuis direcionados a ela – Tenho que pegar meu vôo, que sai as oito. _Você não pode ir – Rony falou firme com a mesma brutalidade de Harry – Harry não vai gostar disso. _Ele mesmo me liberou Rony – ela falou calma e ficando de pé – E eu tenho uma vida em Londres, tenho que voltar o mais rápido o possível. _Você não esta dando uma chance a ele – Luna se meteu triste – Ele não é daquele jeito. Ele é doce e muito carinhoso, não se baseie só por esses dias. Harry não sabe lidar bem com o... _Agora já chega – a signora Weasley se meteu na conversa – Se Hermione quer partir, temos que aceitar. Ela tem seus motivos e o que a entre ela e Harry é só da conta dos dois. _Mas mãe... – a maioria se levantou da mesa em protesto, mas Molly Weasley era firme no que dizia. _Lupin, vá deixar Hermione no aeroporto – ela se dirigiu ao homem e sorrindo se virou pra Hermione – Vamos nos despedir em paz! Logo todos os Weasley (amuados), Tonks, Sirius e Luna estavam na frente do castelo se despedindo dela. Hermione abraçou a cada um com muita força. _Eu sei que ainda vamos nos ver – Fred e Jorge disseram ao mesmo tempo em que a abraçavam. _Obrigada por trazer uma novidade pra essa casa – Carlinhos falou rindo – Fazia tempo que nós não pegávamos uma briga de rua. _Eu sei que você vai entrar de novo em nossas vidas – Percy falou bem serio – Afinal, é função de o destino fazer você esbarrar na gente varias e varias vezes. _Obrigada, por me abrir os olhos com a Luna – Rony a abraçou bem forte – E me desculpe por bancar a criança mimada. _Obrigada por fazer com que ele me olhasse – Luna a abraçou forte chorando. _Ate outro dia Hermione – Gui apertou a mão dela. _Vou te mandar o convite pro meu casamento com o Lupin – Tonks falou dobrando tímida um pedaço de pano. _Você marcou essa família garota – Sirius falou ao seu ouvido – Duas vezes. _Não vou me despedir de você – Gina falou gritando pra ela – Harry vai te trazer de volta, nem que seja arrastada pelos cabelos. Hermione ficou olhando ela seria e com medo de que ela dissesse a Harry a lembrança que envolvia os dois. _Foi um prazer enorme conhecer todos vocês, mesmo que tenha sido nessas circunstâncias – Hermione falou sorrindo e ignorando Gina e seu estouro – Espero que um dia possa voltar a vê-los. _Ah minha querida – signora Weasley a abraçou forte – Você sempre será bem vinda nessa casa e não acho que vá demorar muito nosso próximo encontro. Afinal sabemos onde você mora. _Mais é claro – Hermione omitiu que iria se mudar para que Harry não volte a encontrá-la. – Vocês sabem. Ela entrou no carro segurando o choro que esta visível em seus olhos. Iria rezar o caminho inteiro para que Harry descobrisse que a amava. Não queria ir embora, mas ele não a pediu pra ficar e nem ao menos a amava. Viver como amante, do mesmo jeito que Olívia Barreta vivia, ela não queria. _Você sabe muito bem que ele em seu estado normal a teria trancado no quarto – Lupin falou a olhando pelo retrovisor. _Sei sim – ela falou encarando o homem sorrindo cínica – Mas essa oportunidade eu não posso perder. _Deveria ficar andando com você pela estrada ate que ele volte de Palermo – Lupin falou em voz alta pra amedrontá-la, mas não funcionou. _Faça isso – ela o olhou com um olhar cortante – E eu faço você pegar fogo assim – e estalou os dedos – Alem do mais, ele te disse ontem que eu ia embora não disse? _Disse – Lupin confirmou desgostoso, porém depois feroz – Mas não hoje. _Pois é hoje mesmo que eu vou – ela afirmou encerrando o assunto. Na mansão todos ficaram olhando o carro partir, ate sumir de vista. _Não acredito que o Harry a deixou ir embora – Rony falou descrente. _Fugindo ela não esta – Gina falou zangada com o irmão – Lupin a teria trancado no quarto, como já fez uma vez. _Ontem eu o ouvi dizer ao Lupin que poderia levá-la quando ela quisesse – Carlinhos falou com as mãos nos bolsos – Só não imaginei que ela fosse hoje mesmo. _Harry só pode ser algum tipo de idiota – Fred comentou quando todos entraram novamente na casa. _Pois meu sentido de mãe me diz que isso não acaba aqui – a signora Weasley falou sorrindo – Acho que Hermione vai voltar pra essa casa o mais rápido que podemos imaginar. _Rápido quanto? – Rony perguntou abraçando Gina. _Só o tempo de Harry voltar da cidade – os Weasley foram pra cozinha esperar pelo que essa historia de amor ia dar. Harry entrou no castelo com as mãos nos bolsos e assobiando uma melodia italiana que aprendeu quando pequeno. Acabar seu relacionamento com Olívia foi mais difícil do que poderia imaginar, porém o resto foi fácil. [Cheguei a tempo do jantar]. Ele foi direto a cozinha, sabia que a família estaria toda ali reunida, incluindo Hermione. Ele entrou e seu olhar procurou logo a mulher da sua vida, mas ela não estava lá. _Onde esta Hermione? – todos olharam pra ele desentendidos. _Boa tarde pra você também – Gina falou sarcástica. _Boa tarde – ele respondeu como se isso fosse nada – Onde esta Hermione? _Nessa hora, deve estar perto de desembarcar – Fred respondeu comendo um pedaço de bolo – Afinal ela saiu bem cedo. _Como é? – Harry perguntou confuso e começando a ficar irritado – Onde esta Hermione Granger? _Já respondemos – Gina se virou pro irmão, zangada – Ela deve estar no avião, afinal de contas você disse que ela poderia ir embora quando quisesse. _Que diabos você esta falando? – ele urrou encarando a irmã malignamente – Não a mandei embora! _Mandou sim – Gina falou quase gritando pro irmão – Você disse que não se importaria se ela queria ou não ir embora. Ate deixou ordem ao Lupin pra levá-la ao aeroporto quando quisesse. Estou mentindo por acaso? Harry estava estupefato. Era verdade que tinha dito isso, mas depois da noite anterior, não esperava que ela fosse embora. Eles não tinham conversado, mas ele ia pedi-la em casamento quando chegasse. [Ela foi embora antes!]. _O que foi? – Gina perguntou cínica – Por acaso esta lembrando do que disse a ela? Espero que sim e que se engasgue com cada palavra. _Cale-se Gina – Harry grunhiu irritado – Eu não acredito que ela se foi, assim do nada. _Não foi do nada – Rony falou enquanto tomava um copo de água – Você ontem a noite deu a ordem ao Lupin de que quando Hermione quisesse ir embora podia levá-la ao aeroporto. _Não imaginei que ela fosse depois de... – ele não terminou a frase, mas a resposta veio a sua mente. Ela queria apenas ter o que os dois desejavam e ir embora sem compromisso. Porém, Harry tinha de admitir que ela o amava, se não, com certeza, não teria se entregado a ele. Sua primeira vez foi com ele e isso significava que ela o amava. Ia achá-la e traze-la de volta, custasse o que custasse. _Lupin – Harry falou serio se virando pro homem – Descubra onde Hermione vai morar. _Você já sabe onde ela mora – Rony falou estranhando o pedido – Já foi lá, não é? _Se eu a conheço bem – Harry falou triste – Ela vai mudar de endereço, pensando que eu não a acharia. Porque a deixaram ir embora? _Não pensamos que ela fosse assim tão rápido – Tonks exclamou olhando pra ele – Você deu a ordem ontem e hoje ela já estava de malas prontas e com a passagem programada pras oito horas. _Ela planejou tudo – Harry balbuciou desgostoso – Uma despedida. Harry ficou com o olhar perdido na noite anterior e ele sentiu uma vertigem percebendo que ela não estava ali do seu lado. Mas uma nuvem negra passou por sua cabeça e com selvageria foi ate a irmã a agarrando pelo braço. _Agora vamos ter uma conversinha menina Weasley – Gina olhou assustada pro irmão e se sentiu acuada como nunca sentiu na vida. _Sobre o que? – ela perguntou grossa – Eu não sei pra onde ela foi e se soubesse não te diria. _Sobre o fato de que você sabe algo que eu não sei – Harry a balançando perigosamente – Você e Sirius reconheceram logo Hermione de Hogwarts. De vez em quando me perguntava com intensidade se eu não lembrava dela, como se eu tivesse a obrigação disso. _E tem – Gina falou firme enfrentando o irmão – Você fez parte do passado dela e ela do seu. Como pôde esquecer o que houve há uns anos atrás? _Eu não faço idéia do que você esta falando – Harry gritou pra irmã diante dos outros irmãos – Eu nunca tinha visto a Hermione na minha vida. _Claro que a Hermione você não viu – Gina gritou de igual pra igual com o sangue inglês e os modos sicilianos em vista – Você a conheceu como a CDF viciada em estudos, na garota chata que te enfiou um pedaço de madeira na barriga. Harry ficou calado e se sentiu como se uma bomba tivesse sido jogada em cima de si. Claro que ele lembrava dela, a menina que o rio levou e que por causa dela ficou na ala hospitalar de Hogwarts por quase quatro meses inteiros. A lembrança de tudo era como se tivesse sido hoje: descendo o rio com Rony, Malfoy, ela se afogando, as sanguessugas, ela de roupa intima, sua camisa no corpo dela e o desejo que sentiu que o fez ficar desatento a ponto de se machucar seriamente. Ele lembrava da menina, mas nunca que, ela e Hermione eram a mesma pessoa. _Não acredito – Rony exclamou tão surpreso quanto Harry – Aquela CDF que nos fez deixar o quadribol é a Hermione? _Caramba – Jorge exclamou ficando de pé – Eu me lembro disso, você quase morreu sem sangue Harry. _Eu não acredito – Percy tirou os olhos do jornal pela primeira vez – Não lembravam dela não? Eu lembrei assim que a vi. _Nós também – Carlinhos e Gui se pronunciaram pela primeira vez – Ela ficou mais bonita, porém ainda tem o rosto de menina indefesa. _Como você lembrava dela? – Rony estranhou o irmão mais egoísta da família. _Eu era monitor, esqueceu? Eu que a dedurei por estar fazendo o trabalho que Snape e McGonagall passaram pra vocês, sozinha. Eu a levei pra enfermaria também e por ai vai. Acompanhei de perto aquele episodio. _Harry – Gina olhou pro irmão e ele estava branco – Fala alguma coisa, pelo amor de Deus. Porém ele não conseguia, estava suando frio e sentindo sua pressão baixou. Tudo começou a ficar escuro e Harry desmaiou bem no chão da cozinha, fazendo os irmãos se desesperar. ________________________________________ Depois do acidente, Harry passou um mês na enfermaria dopado, depois mais um mês acordado sentindo dores e com o ferimento sangrando sem parar. Depois de uma semana ele já estava sem sangrar constantemente, porém sua aparência estava péssima. Seus cabelos maiores, sua pele pálida, fraco, os lábios rachados e secos e olheiras enormes se instalavam no garoto. A única coisa que parecia viva nele eram os olhos verdes que ainda brilhavam. Harry tomava oito poções por dia trocava as ataduras da barriga duas vezes ao dia. Ele ainda estava com o buraco na barriga, porque nenhum feitiço o fez fechar de maneira rápida, as poções serviriam pra que ele não sentisse tanta dor à medida que a ferida se fechasse. Todos os dias chegavam pacotes e pacotes de presentes pra ele de suas admiradoras e amigos. As pessoas perguntavam quem fez isso nele e a única coisa que os irmãos Weasley respondiam era ‘foi um acidente’, porém a causadora do ‘acidente’ não se sentia tão calma assim quanto os outros. Hermione deixou de freqüentar as aulas em que poderia encontrar Rony e abandonou de vez as de Sirius. Ela chorava cada vez mais quando ouvia alguém dizer que Harry Potter ia morrer. Já Harry não ligava pro que os outros diziam, apenas queria rever a garota. _Hei, alguém me de noticias do Malfoy e daquela outra garota – ele perguntou fazendo os irmãos se entreolharem – O que? _Malfoy esta ótimo, o mesmo chato de sempre – Fred respondeu quando terminou de comer mais um chocolate do irmão – Já a garota, eu não faço idéia. _Acho que ela é algum tipo de espiã – Rony falou rindo com a boca cheia de caramelos – Gina já tentou muito falar com ela, mas ela se esquiva e some muito rápido. _Quero falar com ela – Harry murmurou sorrindo de leve – Alguém pode trazê-la aqui? _Vamos tentar – Jorge falou displicente – Mas ela é bem estranha. Pra que quer falar com ela? _Agradecer o buraco que ela fez? – Jorge perguntou e os três riram enquanto Harry permanecia serio. _Talvez – Harry respondeu lembrando do gosto da boca dela. Quando Sirius foi visitar Harry, ele foi sozinho, e o afilhado estava ainda mais pálido do que nunca. _Você ainda esta horrível – ele falou bem humorado sentando na cadeira ao lado da cama – Andou traquinando foi? _Eu me sentei hoje – Harry respondeu fraco – E acabei abrindo o ferimento de novo. Eu não sabia que tinha tanto sangue. _Você esta parecendo um fantasma – os dois sorriram – Rony me disse que você queria falar comigo. _Quero te pedir um favor – Sirius se aproximou mais da cama do garoto – Quero que me traga aqui a garota que estava comigo na floresta. _Por quê? – Sirius perguntou levemente preocupado – Foi um acidente Harry, não vai ofendê-la, vai? _Vou Sirius – Harry falou sarcástico – Vou levantar e enfiar um pedaço de ferro no estomago dela e vou ficar a vendo sangrar ate morrer. _Pare com isso garoto – Sirius riu do afilhado que ainda doente tinha forças pra ser sarcástico – O que quer com ela? _Conversar – ele respondeu passando a língua nos lábios rachados e secos – Preciso muito conversar com ela a sós. _Esta bem, vou trazê-la – ele se se encostou à cadeira – Mas vai demorar um pouco, vou pedir a McGonagall. Ela é difícil de se encontrar. _Gina me disse – Harry falou fechando os olhos – A pegue nas suas aulas. _Ela não vai mais as minhas aulas – Sirius falou concentrado – Já levou detenção por isso, mas não vai de jeito nenhum. _Não sei como – Harry falou firme – Mas a traga ate mim. Sirius pediu a McGonagall que fosse ate a torre da Grifinória e trouxesse Hermione ate sua sala, ele queria muito falar com ela sobre os trabalhos extras que daria a garota por faltar às aulas. A professora só encontrou a garota à noite, quando ela já estava pronta pra dormir. _Esta bem professora – ela engoliu em seco sem coragem de dizer não a mulher. Hermione vestiu uma roupa e ainda com os cabelos úmidos desceu as escadas ate a sala de Sirius. Sirius estava encostado à mesa apenas esperando Hermione. _Boa noite professor – ela sorriu delicada – Queria falar comigo? Sirius propôs a Hermione um passeio durante a conversa, mesmo com medo ela aceitou. E foi nesse passeio que distraída ela foi levada ate a enfermaria. _Ele quer falar com você – Sirius falou vendo que ela estancou longe da porta – Venha, ele não pode fazer nada contra você. _Não – Hermione balançou a cabeça e se virou pra ir embora, mas Sirius a agarrou pelo braço – Me largue, eu não quero vê-lo. _Faça isso, por favor – Sirius pediu a arrastando, literalmente, pra enfermaria – Não me faça força-la. _Já esta forçando – Hermione choramingou tentando se soltar de Sirius – Não vou falar com ele. _Vai sim – Sirius a tirou do chão e a pôs dentro da enfermaria – O ano letivo esta acabando, dessa você não escapa – e fechou a porta logo em seguida. Hermione começou a tremer, de que ela não sabia, mas estava com medo. Pela luz da lua, ela viu Harry no final da enfermaria e que estava acordado, pois a lua fazia seus olhos verdes brilharem mais ainda. Ela começou a se aproximar, mas parou duas camas antes. _Ai onde você esta não posso te ver – ele falou o mais normal que podia – Ou você quer que eu me sente, abra novamente o buraco e comece a sangrar feito cachoeira? Dito isso Hermione se apressou em chegar mais perto e sentar numa cadeira que ficava ao lado da cama, assim Harry podia olhá-la apenas virando o rosto de leve. E foi o que o garoto fez, ele inclinou o rosto de lado e sorriu vendo a boca rosada, os olhos castanhos claros e o longo cabelo castanho, ainda úmido, emoldurando o rosto delicado dela. _Não queria vim? – ele perguntou e ela permaneceu calada – Estava fugindo de todo mundo? _Não sou cara de pau – ela respondeu falando sem olhar pra ele e sim pra ponta das unhas – Andar por ai e fingir que não fiz nada de errado. Como você esta? _Estou bem – ele a olhava fixamente, mesmo que ela não o olhasse – Dói tudo, não posso me mexer muito, tomo oito poções por dia, mas vou sobreviver. _Que bom – ela levantou a vista pros presentes que estavam na mesinha ao lado da cama do garoto – Pelo visto você tem o apoio de toda a escola. _Fazer o que se sou tão popular? – os dois sorriram – Ganho quase vinte caixas de doces todos os dias, mas tenho que me contentar em ver meus irmãos comerem tudo na minha frente – Harry ficou em silencio, mas quando voltou a falar sua voz estava rouca – Porém eu tenho uma coisa que eles nunca vão ter, pegar ou sentir o gosto. _O que? – Hermione perguntou curiosa. _Só digo se você me prometer que nenhum deles vai ter mesmo – Harry pediu serio e a olhando fixamente – Que serei o único. _Tem como eu prometer isso? – ela perguntou cada vez mais curiosa _Tem – ele afirmou – Promete? _Prometo – ele sorriu vendo a ansiedade dela. _Você – Hermione ficou estática com a resposta – Eu tenho você e eles nunca vão poder ter, já que você prometeu – vendo que ela não estava entendendo ele explicou – Eu te beijei e foi o seu primeiro beijo. O jeito como estávamos na floresta, com você sentada em mim, à maneira linda como você ficou vestida com a minha camisa. E como seu corpo ficou a vontade perto do meu quando você chorou, pensando que eu tinha desmaiado. O jeito que te tive eles nunca vão poder ter. _Você não tinha desmaiado? – ela perguntou besta. _Não – Harry olhou pra o teto da enfermaria – Queria saber o que você faria. Eu ia abrir os olhos quando o Hagrid chegou, estava ficando com pena de você. _Você é... – ela começou a falar, mas Harry a interrompeu. _Um homem curioso – ele respondeu voltando a olha-la – E por incrível que pareça, sou vingativo. Hermione mexeu os lábios, mas nenhuma palavra saia. Seus olhos se encheram de lágrimas e ela começou a chorar silenciosamente. Harry ficou em silencio apenas a vendo chorar cada vez mais e uma satisfação lhe subiu ao ego. Era exatamente isso o que queria, vê-la desmoronar. _Você sabe por que eu quis que viesse aqui? – ele perguntou frio – Pra ver você desmoronar e perceber que a culpa foi sua. _Que? – ela exclamou besta com a crueldade dele. _Por sua culpa eu vou passar o resto do ano letivo nessa cama e sabe-se lá quando eu vou sair daqui, meu irmão está expulso do time – ele falou, frio e calmo, a vendo chorar cada vez mais – E estou sentindo um desejo maluco por uma garota sem graça e CDF. _O que você tem no lugar do coração? – ela perguntou ficando de pé pra sair dali. _Gelo – ele respondeu calmo e sorrindo satisfeito. Hermione começou a sair da enfermaria, mas Harry a chamou – Ô garota. _O que você quer sua coisa asquerosa? – ela grunhiu se virando pra ele. _Adivinha – ele sorriu fraco quando ela voltou a se aproximar da cama e beijar a boca dele. Harry levou a mão fria pro rosto dela e segurou seu rosto o máximo de tempo que podia, essa era a boca mais maravilhosa que ele já beijou. Hermione se arriscou e intensificou o beijo, ele adorou. Não se podia dizer que foi um beijo apaixonado, mas nenhum dos dois não se esqueceria, com certeza. Ela ainda roçou os lábios no dele antes de afastar a boca, Harry ainda segurou o rosto dela bem perto. _Qual o seu nome? – ele perguntou acariciando os lábios avermelhados dela pelo beijo. _Vai pro inferno – ela respondeu sorrindo com maldade e saindo da enfermaria decidida a nunca mais olhar na cara daquele moleque maldito. Hermione nunca voltou à enfermaria e Harry nunca perguntou o nome dela a ninguém. Eles nunca esqueceram um do outro, mas também quando se precisou Harry não lembrou dela ________________________________________ Em duas semanas que tinha deixado a Sicília, Hermione já tinha vendido seus moveis antigos e vendido sua casa. Pra alugar um apartamento bem longe do outro, comprar móveis de segunda mão, porém com classe, e conseguido um emprego novo. O novo apartamento ficava num lado da cidade de casas velhas, porém bem conservadas. Ela se instalou num apartamento que ficava ao lado de um asilo. Lugar mais escondido que esse, ela não podia onde seria. _Aqui vou ficar ótima – ela afirmou sorridente e pulando pela casa nova – Ele nunca vai me achar aqui. Por seus contatos Hermione conseguiu um emprego de maquiladora e figurinista numa agência de modelos onde trabalhou. Ela ia e voltava do trabalho de ônibus pra economizar e nas horas vagas brincava com a filha de sua vizinha Eleanor. Eleanor era muda, mas não de nascença, ela ficou muda depois que viu o pai cometer suicídio. Foi um trauma que deixou a criança triste, mas só ate conhecer Hermione, que brincava e cuidava dela quando a mãe ia trabalhar. Sempre que Hermione fazia alguma comida diferente à menina batia na porta atraída pelo cheiro. E Hermione adorava isso. DOIS MESES DEPOIS DA SICÍLIA Foi tomando banho que uma vontade quase louca bateu em Hermione de comer brigadeiro. A mulher saiu do banheiro vestida num roupão e com uma toalha nos cabelos. Foi com astúcia de matar seu desejo que em uma hora Hermione fez brigadeiro de chocolate branco, chocolate preto e um de morango que aprendeu com Tonks. Assim que terminou de por o doce quente num prato pra fazer bolinhas e misturar com granulado alguém bateu na porta. Hermione sorriu sabendo que era Eleanor, abriu a porta e viu uma menininha de uns cinco anos de longos cabelos loiros e olhos tão azuis quanto o céu sorridente dando ola com a mão. _Demorou a vim – ela sorriu tirando a toalha dos cabelos – Eu já fiz três tipo de doce e você só chegou agora. A menina sorriu e se virou pra fora do apartamento puxando alguém que estava escondido. Hermione quase cai desmaiada pra trás quando vê o homem alto que a menina puxava. _Eu ia bater na porta, mas essa princesinha linda veio na minha frente – Harry falou com um sorriso bem espontâneo – É sua amiga, meu amor? _Entra Eleanor – Hermione falou docemente com a menina, mas a garotinha pulou nos braços de Harry e entrou com ele – Você eu ia por pra fora. _Depois querida – Harry falou beijando a testa de Hermione – Deixa a menina sair pra você ouvir o que é bom. Hermione engoliu em seco. Harry estava muito natural pra quem foi usado e jogado fora. Ela bateu a porta com força se amaldiçoando por não ter mudado de país ao invés de bairro. Eleanor correu pros pratos na mesa e fez o gesto de fazer bolinhas de brigadeiro. Hermione estava com raiva, mas não conseguiu conter o sorriso. _Vou pegar a manteiga e umas colherzinhas – Hermione ignorava Harry o máximo que podia, mas ele nem parecia se importar. Ele usava um conjunto preto e cinza de suéter e calça esporte, a jaqueta já estava jogada no sofá. _Oba, eu adoro brigadeiro – Harry sorriu sentando numa cadeira e pondo Eleanor no colo – Faz uns pra mim? _Você não quer ir embora e voltar num outro ano, não? – Hermione perguntou sorrindo com falsete. _Muito engraçadinha meu amor – ele falou serio pra ela – Eleanor faz os brigadeiro enquanto eu vou dar um beijo nela, ta bom? _Não – Hermione disparou pro seu quarto, mas Harry a impediu a imprensando na parede – A menina. _Eleanor fecha os olhos – Harry gritou e beija Hermione com fúria e paixão. Sem ter como resistir ela corresponde com tanta saudade quanto ele. Eles se agarraram de forma lasciva e apaixonada, dois meses era muito tempo pra duas pessoas completamente apaixonadas uma pela outra. _Se essa princesinha não estivesse aqui eu jogaria essa droga de roupão janela abaixo – ele sussurrou ao ouvido dela. _Tenho que dar um presente a ela por isso – Hermione o afastou com um safanão – Vou vestir uma roupa. Harry a deixou ir e voltou pra menina que cobria os olhos com as mãos espalmadas. Harry sorriu encantado e se distraiu enrolando brigadeiro com ela. Ele sabia que a mulher no quarto estava apavorada com sua presença ali, mas que se danasse. [Ela vai ouvir mais do que quer. Disso eu garanto!]. Hermione voltou vestida com uma calça jeans e uma regata preta, de pés descalços. Os três passaram um bom tempo fazendo bolinhas de brigadeiro. Claro que Hermione e Eleanor comiam mais que enrolavam e isso não passou despercebido por Harry. Ele sorriu pra mulher que não retribuiu o sorriso. Ela estava seria e comia a cada vez que percebia ser observada por Harry. _Vou pegar os brigadeiros de morango – Hermione disse ficando de pé e indo ate a cozinha. _Princesinha – Harry a chamou e a menina correu pros braços dele – Você quer fazer um favor pra mim? – ela acenou com a cabeça num sim – Eu adoraria falar a sós com a Mione, você deixa? A menina olhou pro teto do apartamento e fazendo um charminho com a mão no queixo ela acenou novamente num sim. Harry beijou a testa dela e entregando nas pequenas mãozinhas uma poção de brigadeiros. _Se tudo der certo você vai ser a dama de honra – a menina sorriu mais ainda e saiu do apartamento comendo seus preciosos brigadeiros. Hermione voltou trazendo um prato com brigadeiro rosa espalhado, e com os olhos procurou Eleanor por toda a sala, mas não viu a menina e ficou realmente assustada. _Cadê a Eleanor? – Harry riu enquanto comia um brigadeiro. _Saiu, mas logo ela esta de volta – Hermione ficou ereta e abriu a porta do apartamento num sinal de expulsão pra Harry. _Então você agora vai embora também – o moreno ficou serio – Mas você não precisa e nem é pra voltar. Com uma expressão fria no rosto Harry ficou de pé e se dirigiu a porta, mas ao contrario do que Hermione pensou, ele não saiu e sim bateu a porta com força. _O que você queria com aquele showzinho de dormir comigo e depois ir embora? – ele perguntou grosso pra não deixar que ela visse o quanto isso o magoou – Acha que eu sou algum tipo de adolescente que gosta dessas brincadeirinhas? _Eu não sei – ela respondeu entre os dentes com delicadas lágrimas descendo pela face – Eu não sei nada sobre você e o que eu sei é o bastante pra sentir nojo. _Você não me pareceu sentir nojo enquanto estávamos na minha cama transando ate que não conseguíssemos nos mexer – ele respondeu seco pra de repente gritar – PARE DE CHORAR! Nada em você me comove Granger. _É claro que nada em mim comove você – ela sorriu de lado com uma expressão triste e maligna no rosto – O que você queria de mim já teve, o que sobrou você jogou fora. _VOCÊ QUE FOI EMBORA! – Harry gritou descontrolado e furioso – Foi embora do nada! _Então é por isso que você esta com tanta raiva? – Hermione sorriu cínica – Está furioso porque eu fui embora! Você mesmo queria ter feito o serviço, não é? O de me mandar embora como uma vagabunda que sou, afinal esse sempre foi o seu pensamento! Mostrar pro Rony como eu era de verdade pra depois poder me levar pra cama sem culpa. _Vai pro inferno – Harry gritou a agarrando pelo braço pra poder abraça-la – Eu me apaixonei por você assim que a vi, fiquei perdidamente apaixonado e louco de desejo. _E o que você acha que eu sinto? – a voz de Hermione saiu doce e calma, ela se deu ao luxo de sorrir com carinho pra ele – Eu te amo, não sei quando foi isso, mas eu te amo! _Então porque fugiu de mim? – Harry estava no ponto de pular de alegria quando ela disse isso – Não se preocupou de me esperar, ou de se despedir de mim e nem de conversarmos de roupa. _Eu não queria ouvir o que você tinha a dizer, porque eu já sabia o que viria de você. – Hermione voltou a ficar seria – Que me deseja que foi tudo muito bom, mas agora que eu não ia mais casar com Rony eu poderia ir embora. _Não – Harry lamentou pelos pensamentos dela. _Depois você pra acabar de me matar iria perguntar quanto custou minha virgindade e que daria dinheiro pra eu poder me manter um tempo em Londres ate achar trabalho. – Hermione estava com o rosto frio e morto, as lágrimas descendo eram as únicas coisas vivas naquele rosto – Desde o dia em que você confessou me desejar eu sabia, era assim que tudo ia acabar. _Meu Deus – Harry a largou assombrado com o que tinha feito com ela – O que eu fiz? _Você acabou com uma mulher – Hermione respondeu por ele – Agora vá embora da minha casa! Nada vai apagar o que você me fez. _Não! – Harry respondeu se aproximando dela com um medo interno e com fúria no externo – Você tem duas opções: me manda embora e vai passar o resto da vida fugindo de mim. Ou me poupa tempo e casa comigo. _Casar com você? – os olhos de Hermione estavam esbugalhados de surpresa – Você quer que eu case com você? _Quero não, eu preciso que você case comigo – Harry sorriu meio de lado com o nervosismo – Preciso de você na minha vida, não me vejo sem você de maneira alguma. Hermione deu dois passos pra trás se afastando de Harry e abriu a porta do seu apartamento com um pequeno sorriso no canto do lábio. Nunca pensou que poderia devolver, mas ali estava a oportunidade. _Por que você iria querer casar com uma qualquer? Afinal, mulheres inglesas não servem pra casar, servimos pra outras coisas e essas outras coisas você já teve. Casamento é com as sicilianas. Vá atrás de Olívia Barreta. Harry encarava Hermione, ouvindo as palavras que um dia disse a ela, e uma dor tremenda lhe veio ao coração. O silêncio na pequena sala do apartamento doía nos dois. Sem dizer mais nada um ao outro Harry saiu do apartamento e Hermione fechou a porta com um estrondo, caindo no chão desmaiada logo em seguida.
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