A Horcruxe de Dumbledore



Capítulo 3
A Horcruxe de Dumbledore

O caminho parecia infinito até a sala da professora McGonagall. Harry continuava ao lado da, agora silenciosa, professora Willy. A conversa com Percy pareceu tê-la atingido por algum motivo. O garoto arriscava algumas olhadelas de canto de olho para ela, mas ela não dizia nada. Só se ouviam os passos dos sapatos dos dois.

Harry não conseguia imaginar o porque, mas quando estava com a professora, seus pensamentos permaneciam exatamente no momento. Não conseguia desviar a atenção daqueles cabelos negros como a escuridão e seus olhos cor do mais puro e límpido mel. Sua pele branca como a neve que caía fora do castelo naquela noite de inverno, com exceção das maçãs das bochechas que eram rosadas.

Ao fim da “longa” caminhada, chegaram à escada do antigo escritório de Dumbledore. Aquele lugar lhe trazia tantas lembranças que ele sentia certo medo de entrar ali novamente. Mas Willy lhe oferecia um apóio enorme, como se soubesse, como se tivesse acompanhado a relação de Harry com Dumbledore o tempo todo. Entraram quando a escada chegou até a porta.

No fim da sala estava Minerva com seus pequenos óculos, lendo uma papelada e assinando com uma pena de hipogrifo alguns papéis.

-Espere um pouco, senhor Potter. – Willy permaneceu com ele, mesmo que Harry imaginasse que ela sairia da sala.

A garota manteve-se calada como desde a metade do caminho. Harry não conseguia suportar aquele silêncio. Por quê? Queria sair dali. Começara a transparecer o verdadeiro motivo da conversa com Minerva. Willy cruzou os braços e Harry sentiu-se sozinho naquele momento. Ela não sorria mais. Por fim, Minerva ergueu-se da poltrona e aproximou-se dos dois.

-Tudo bem, Willy, pode ir. – Harry não entendeu porque, mas sentiu um impulso feroz.

-Não! – Ambas olharam, espantadas para ele. – Ela... Pode ficar aqui... Comigo? – Willy parecia mais assustada que Minerva.

-Bom... – Minerva passou um pergaminho por entre as mãos enquanto olhava de Harry para Willy. – Você tem certeza? É um assunto um tanto quanto secreto. – Ele franziu a testa numa expressão confusa. Willy resolveu manifestar-se em fim.

-Melhor que eu saia mesmo. – Olhou Harry, séria. – Com licença. – Estava prestes a partir quando Harry interrompeu novamente.

-Por favor, professora... Fique. – Minerva estava ficando aborrecida, mas tentava fingir. Willy virou-se para ele.

-Já que você pede assim, Harry. – Ela voltou ao seu lado, deixando-o um pouco mais confiante.

-Se me permitirem, gostaria de começar. – McGonagall deu as costas aos dois e caminhou até a escrivaninha de Dumbledore, sentando-se logo em seguida. – Dumbledore queria que ficasse ciente disso, Potter. – Ela tirou os óculos e pôs-se a limpá-los com as longas manas das vestes negras.

-Ao morrer, Dumbledore deixou uma parte e si aqui. – Ela prosseguiu sem levar em conta as expressões dos outros dois. – Ele deixou-a para que você pudesse usá-la a seu favor contra Você-Sabe-Quem.

-Professora, é algum tipo de Horcruxe? – Harry arriscou perguntar, interrompendo-a mais uma vez. A mulher já velha, respondeu sem pestanejar.

-Ele nunca me permitiu perguntar isso. – Respondeu em tom sentido. – Me disse que não se assemelharia a Você-Sabe-Quem através de uma Horcruxe, mas através da semelhança de poderes. Como eu ia dizendo, ele passou todo seu poder para esse objeto. – Harry baixou os olhos para o chão e continuou a ouvir, atento. – Espera que você o encontre para em fim absorver os poderes Dele e destruí-Lo.

-Permita-me perguntar, professora Minerva, se Você-Sabe-Quem sabe desse objeto. – Willy perguntou, Harry permanecia mirando o chão.

-Esperamos que não, pois se Ele o encontrar,... – A mulher suspirou profundamente e juntou as mãos numa concha. – Todo o seu poder será repassado para Ele. – Harry levantou o olhar para a diretora, preocupado.

-Então é pegar ou morrer? – Willy voltou a perguntar. Era como se fizesse as perguntas por um Harry mudo.

-Digamos que sim. A situação se agrava por nem mesmo Dumbledore saber onde se encontra a Horcruxe. Se Você-Sabe-Quem a encontrar, é o fim da comunidade bruxa. Ou ele destrói a Horcruxe de Dumbledore e acaba com a maioria de nossa chance ou ele a absorve, ficando ainda mais poderoso. Pode ser que eu esteja errado, mas são as possibilidades.

Harry olhou para a neve que embaçava a janela ao lado do quadro de um bruxo barbudo e de olhos esbugalhados que dormia aos roncos. Tentou enxergar uma solução para aquilo tudo ao mesmo tempo em que tentava imaginar se Dumbledore estava preocupado ou não onde quer que ele estivesse. Dumbledore tinha a capacidade, ou o dom, de manter-se lívido nas mais difíceis situações, além de sempre ter uma solução notável.

-Potter, Lupin pediu que você esperasse mais um pouco com Rony até que a Or... Digo, - A mulher interrompeu a frase ao ver Willy olhá-la atentamente. Harry pensou que possivelmente tentava esconder a existência da Ordem. Ele respirou com dificuldade e seguiu até a porta, juntamente de Willy. – Lupin já deve estar a caminho. Ah! – Os dois garotos voltaram-se para ela. – Willy, quero falar com você. – Antes que Harry pudesse voltar com ela, Minerva completou. – Só com você.

Harry, inconsciente, estendeu a mão para Willy. Ela segurou-a de leve e, na medida que iam se distanciando, seus dedos teimavam em segurar-se até se separarem. Harry despediu-se de McGonagall e saiu pelo corredor para encontrar-se com Rony e Hermione para contar qual seria sua próxima “missão”.





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