Jogo de Quadribol
Capítulo 31 - Jogo de Quadribol
Harry acordou bem cedo na manhã seguinte, seu último treino antes do primeiro jogo do ano letivo fora bem exaustivo, mas não o bastante para acalmar as ansiedades que vinham lhe afligindo em relação ao jogo, ao começar por ser seu primeiro jogo depois de um longo tempo fora do time, logo depois vinha Teo que parecia estar muito mais nervoso do que realmente aparentava e por último e mais preocupante era que o primeiro jogo iria ser contra Sonserina e com certeza ele teria que encarar os olhos frios e cinzentos de Draco Malfoy que pra ele revelava outra coisa. E isso tudo estava para acontecer dali algumas horas - pensou ele enquanto descia as escadas para a sala comunal pensando também no Baile de fim de Verão dedicado a volta do Prof. Dumbledore ao seu posto de diretor, decidamente hoje não seria um dia fácil.
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— Pronto para o nosso primeiro jogo do ano? - perguntou Fred animado ao garoto quando este entrava no vestiário depois do café da manhã.
— Acho que sim. - respondeu ele antes de tentar reprimir inutilmente um bocejo forte.
— "Acho que sim" não é uma expressão que se diga, Harry, precisamos ser confiantes. - disse Jorge enquanto vestia seu uniforme por cima da roupa para depois retira-la.
Ao contrário do que Harry pensara, ou melhor do que o time todo pensara, Fred e George não estavam pegando leve quando se tratava de serem capitães do time da Grifinória, pelo contrário, os treinos atráves dos dias se tornavam cada vez mais exaustivos e pareciam não retroceder nem um pouco causando no time uma mudança radical, para o bem é claro, Rony estava agarrando as goles melhor do que nunca, Gina e Kate se revezavam junto com Teo a combinar estratégias mirabolantes, Fred e George resolveram por treinar os balaços em Harry para que ele obtivesse mais habilidade, se é que era possível. Os treinadores do time estavam com uma perspectiva diferente em relação ao jogo desta manhã, ao que parecia o time da Sonserina havia sido radicalmente mudado também, Draco Malfoy se tornara o capitão do time com a saída do último capitão e quando Fred e George comunicaram ao time que haviam sido feitas algumas mudanças no time oposto não fora em tom de arrogância nem certa displicência que o time sempre tivera quando se tratava de Sonserina, pois dessa vez Malfoy parecia ter preferido a habilidade dos jogadores do que o peso e a força como eram escolhidos antes os jogadores para o time.
— Temos que realmente ter cuidado com o que Malfoy está aprontando, não creio que ele entre nesse jogo para brincadeiras, ouvi boatos de que Crabbe e Goyle, os batedores inúteis, continuam no time, mas os três artilheiros e o goleiro foram substituídos por jogadores de peso e quando digo "peso" não é o peso da balança e sim peso de habilidade no campo, então quero ver todos vocês muito confiantes, pois iremos vencer se jogarmos bem, o.k? - perguntou ele para sentir a afirmação das pessoas que haviam acabado de acordar.
— O.K!!! - responderam todos que pareciam ter saído do transe que estavam desde que saíram da cama.
— Você tá legal? - perguntou Harry à um Teo que parecia muito nervoso e revelava isso ficando muito quieto, coisa que não fazia parte da personalidade dele.
— Tô sim. - respondeu ele meio rouco - Mas temo que...
— O quê? - perguntou Harry ao garoto que parou de falar no meio da fala.
— Nada não. - disse ele se levantando do banco ao ouvir o sinal que mandava os jogadores se dirigem a saída que dava no campo de Quadribol.
— Boa sorte! - disseram os gêmeos em unísssono a todos os jogadores que agradeceram e lhe desejaram o mesmo.
— Não se preocupe, você vai se sair bem. - disse Harry a Teo que parecia mais nervoso ainda - Você também. - acrescentou ele sorrindo timidamente a Rony que também não parecia muito bem, mas se sentiu melhor depois que Harry o dirigiu a palavra e nesse momento a porta de madeira que dava ao campo se levantou mostrando os torcedores em polvorosa para que o jogo começasse logo.
— Entram em campo o time da Grifinória!!! Bell, Weasley, Weasley, Weasley e mais um Weasley - disse ele alegre - acompanhado de Potter e a mais nova aquisição para o time de quadribol Teo Bott.
Nesse momento algumas poucas palmas do time da Grifinória tentaram abafar um ruído esquisito que se formava na torcida da Sonserina que havia se juntado a grande parte da torcida da Corvinal.
— Entrem em campo agora o time da Sonserina! Malfoy, Parkinson, Zabini, Goyle, Crabbe, Gallagher e Smith, a nova jogadora de lindos cabelos negros e boa curvas...
— Jordan!!! - gritou a professora Mcgonagall exasperada.
— É só um comentário professora. - disse ele rindo.
Harry reparou que a menina a qual Lino retratava era a mesma que fizera par com Lilá e Parvati na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, ela tinha vários piercings, mas como o próprio Lino retratara sem tirar nem pôr a menina era realmente bonita.
— Os capitães... apertem as mãos... - disse Madame Hooch.
E Harry viu lá do alto Draco apertar com educação com qual os gêmeos estranharam as mãos deles e Harry pensou que se ele fosse o capitão seria ele ali como se ele quisesse ser capitão apenas para fazer isso, pegar na mão de Draco, afastou esses pensamentos quando Lino gritou com força.
— E começa o jogo!!!
A goles foi jogada e pega no primeiro passo por Blás Zabini, o garoto lembrava algo a Harry, mas no momento ele não soube distinguir e seguiu seu caminho atrás do pomo, pois Draco já estava fazendo isso com afinco.
— A goles é carregada por Blás que perde para Gina, que a passa para Kate, mas não toca pra ninguém e perde inesperadamente, mas Teo a recupera e toca para Gina que passa para Kate que retorna a Teo que com sorte se desviou do balaço lançado por Goyle e chega em frente ao gol, ele se aproxima do gol...
Mas nesse momento a voz de Lino foi abafada por gritos e vaias que vinham da torcida da Sonserina que brilhou de repente azul e prata e entoava : Traidor! Traidor! Traidor!
Era esse o barulho esquisito que Harry ouvira quando Teo entrara em campo e nesse momento Harry procurou os olhos de Draco, ele não podia ter feito isso só pra atingir Teo porque ele não pertencia a Grifinória ou podia? Mas os olhos de Draco não lhe revelam nada, apenas uma forte vontade de achar o pomo e Fred percebeu isso.
— O que pensa que está fazendo parado aí? - perguntou ele a Harry quando Teo marcou o primeiro gol para a Grifinória ignorando os gritos dos sonserinos que quase eram abafados pela torcida da Grifinória que parecia estar reconhecendo o artilheiro como jogador de verdade.
— Desculpe. - murmurou ele que passara os minutos do jogo observando o que estava acontecendo e começou a procurar o pomo talvez até com mais afinco que seu adversário enquanto ouvia o jogo.
— A artilheira Smith recebe a bola do goleiro Gallagher e consegue ultrapassar Kate e depois toca para Blás que se aproxima do gol, vai Weasley agarra essa!
Harry pensou que agora a torcida da Sonserina iria começar a entoar "Weasley é o nosso Rei" e percebeu que esse era o mesmo anceio de Rony quando via Blás se aproximar, mas isso não aconteceu e em fração de segundos antes de Blás se adiantar para jogar a goles, ele viu Rony se aprumar e fazer uma manobra para com sorte no final conseguir agarrar a goles.
— Ele conseguiu agarrar a goles!!! - gritou Jordan e a torcida da Grifinória urrou de alegria, mas Harry não pode ouvir o resto do jogo, pois se demasiara muito em escuta-lo e se desconcentrara do pomo de ouro que era seu dever - pensou ele quando se desviou de dois balaços que Crabbe e Goyle que pareciam ter percebido a distração momentanea do garoto lançaram contra ele.
O jogo seguiu no mesmo ritmo, algumas vezes Teo fazia o gol, outras Blás e Parkinson investiam para empatar e quando Gina conseguiu desempatar o jogo com seu primeiro gol a torcida urrou de alegria.
— 50 pontos a quarenta da Sonserina, vai lá Weasley e comemora!!! - gritou ele feliz quando Gina deu uma pirueta no ar com a vassoura.
Mas quando Teo ia marcar o sexagésimo gol para a Grifinória uma luz prateada irradiou da torcida da Corvinal e Sonserina. Lia-se em um grande cartaz uma palavra enfeitiçada que brilhava em azul e prata, o cartaz cobria as duas torcidas dizendo "TRAIDOR".
Teo parou por um momento de distração quanto ao cartaz e foi acertado em cheio por uma goles bem posionada de Crabbe.
— Droga! - gritou Harry indo acudir o garoto que caira da vassoura, e com sorte conseguiu pega-lo a tempo antes de Fred levar a mão e pedir tempo.
Quando o garoto desceu ele parecia um pimentão vermelho de tanta raiva.
— Hei o que está acontecendo pessoal? - perguntou ele quando Gina, Rony e Kate se aproximaram de Teo que machucara o braço, mas estava bem graças a Harry - A única pessoa que não está se empenhando aqui é você, Harry, o que você pensa estar fazendo? Está desconcentrado do jogo o tempo todo.
O garoto baixou os olhos.
— Malfoy não está pra brincadeira, ele está jogando sério pela primeira vez. - falou George do outro lado.
— Mas e o cartaz? - replicou Gina nervosa - Isso foi covardia.
— Não podemos provar nada e você Teo tinha que ter ignorado o cartaz e feito o gol - disse ele ao garoto que se levantara e parecia melhor - Harry trate de procurar esse pomo e captura-lo ou iremos perder. - acrescentou ele antes de subir na vassoura e dar continuidade ao jogo.
— Kate está com a goles - irradiava Lino - ela passa pra Gina que passa para Teo que marca!!! 70 pontos a quarenta da Sonserina. - gritou com todo o ar de seus pulmões Jordan depois do que parecia meia hora de jogo quando finalmente Harry avistou o pomo dourado entre as balizas da Sonserina e Draco que desde do começo do jogo procurava o pomo também o viu.
Tudo aconteceu muito rápido, Harry guinou a vassoura para o lado oposto e deu a volta nos jogadores para tentar pegar o pomo enquanto Draco guinava sua vassoura para cima, pois ele procurava o pomo mais abaixo no campo e eles se encontraram na mesma direção quando o pomo deu a volta e tratou de desaparecer com urros da torcida que prestava atenção nos apanhadores.
O tempo foi passando, Harry tentando esquadrinhar cada centímetro do campo para encontrar o pomo, mas não havia nada.
— 70 a sessenta, os times igualaram agora é questão de tempo até os apanhadores pegarem o pomo e decidirem a partida.
Mais alguns minutos e nada.
— Teo Bott marca o oxagésimo ponto para Grifinória ganhando a frente.
Já havia se ido uma hora de jogo e nada do pomo que parecia ter sido engolido pelo ar.
— Parkinson marca o nonagésimo ponto para a Sonserina que ganha a frente, o pomo!!! - gritou Lino Jordan apontando para Harry e Draco que subiam cada vez mais alto como se finalmente tivessem enxergado o pomo de ouro.
— Depois de muito tempo parecem que finalmente acharam o pomo de ouro e eles estam ganhando velocidade, emparelhados estão, o apanhador da Grifinória e o da Sonserina, é emoção minha gente.
Todos haviam parado para ver quem iria pegar o pomo, exceto os jogadores que lançavam a goles de um para o outro enquanto balaços perfuravam o céu.
Harry sentia seus cabelos esvoaçando uma névoa perolada envolvendo ele e Draco que estava ao seu lado, mas ele não podia enxerga-lo, pois ambos estavam atrás do pomo com ansiedade. Harry lançou sua mão em direção ao pequeno pomo e Draco também, ambos desesperados, ambos muito perto quando de repente a vassoura de Draco começa a dar umas guinadas descontroladas e para no ar deixando o garoto abobalhado...
— Ele pegou!!! - gritou Lino Jordan que assistia a tudo com binóculos especiais.
— Ele quem? - gritou Fred.
— POTTER!
Se ainda havia gritos de traidor na torcida da Sonserina provavelmente eles foram aniquilados pela gritaria que se instalou na torcida oposta, Hermione, Neville e Luna gritavam descontrolados de felicidade quando Harry finalmente pousou no campo erguendo o punho que segurava o pomo.
— Grifinória vence com duzentos e trinta a noventa, Grifinória venceu!!!
Harry só conseguia sorrir, sentir de novo toda aquela torcida gritando seu nome e o do time era muito bom, ele não imaginava como pudera ficar tanto tempo sem aquilo.
— GANHAMOS GRIFINÓRIA!!! - gritava a torcida - GANHAMOS GRIFINÓRIA!!! HARRY POTTER!!! HARRY POTTER!!!
Harry foi engolfado pelo time todo que o abraçava e gritavam de alegria.
— Foi um ótimo jogo. - disse Fred.
— Foi mesmo. - apoiou George.
— Demais cara. - disse Rony, parecia que a briga entre os dois havia se evaporado de tanto que estavam felizes.
De repente a gritaria cessou, todos olhavam o time da Sonserina que parecia em desespero de tanta raiva, o garoto que parecia familiar a Harry, Blás Zabini era o pivô da revolta.
— Você enfeitiçou a vassoura do Draco, isso não é justo.
Hermione que havia descido da arquibancada assim que viu os primeiros sinais de briga chegou no campo acompanhada Luna e Neville.
— Não ligue pra eles. - disse ela no ouvido de Harry que até se assustou, pois não era pra isso que ele estava olhando. Ele olhava para Draco que estava parado atrás do time com a cara séria.
— SEU IDIOTA! LADRÃOZINHO! - gritou Parkinson atrás de Blás.
— ELE NÃO ROUBOU! - gritou em contra partida Teo Bott que saiu de trás dos gêmeos.
— TÁ DEFENDENDO O NAMORADINHO É... BOTT.
— ELE NÃO É MEU NAMORADO, SUA GAROTA ASQUEROSA.
Harry não conseguia entender nada, pois ele não parava sequer um segundo de olhar para Draco que permanecia de braços cruzados observando a cena.
— VOCÊ VAI PAGAR!!! - gritaram em uníssono Crabbe e Goyle para Harry que pareceu acordar do estupor quando os dois garotos pegaram os balaços de seus braços e lançaram em direção a Harry junto com os dois bastões que eles soltaram de propósito.
Harry só conseguiu enxerga-los por uma fração de segundo antes de fechar os olhos e colocar os braços sobre a cabeça, ele seria esmagado, por dois balaços e dois bastões.
— NÃO!!! - ele ouviu um grito.
Foi tudo muito rápido, Draco subiu na vassoura deu uma guinada e se jogou na frente de Harry recebendo todo o impacto dos bastões e dos balaços enquanto a torcida que não saíra dos lugares observava tudo atentamente.
Harry abriu os olhos e o desespero percorreu seu corpo, Draco estava estirado no chão todo ensanguentado insconciente.
— Rápido, chamem algum professor. - gritou Harry em desespero - Rápido!
Mal ele acabara de falar e Madame Hooch já estava ao seu lado conjurando uma maca para levar o garoto para enfermaria.
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O jogo tivera de certa forma um final desastroso e em todos os cantos do Salão Principal durante almoço se comentava o que tinha acontecido no campo.
— Dizem que ele está realmente mal... pode até morrer. - Harry ouviu dizer uma garotinha do primeiro ano a uma outra do segundo.
Harry se sentou incomodado, ele ainda não tivera coragem de ir até a enfermaria para ver como Draco estava, seu coração estava mais disparado do que nunca, seria verdade o que as garotas diziam - Não - pensou ele enquanto se servia quando o restante do time da Grifinória exceto Teo entrou no salão para almoçar.
— Isso que é um verdadeiro Dia das Bruxas! - disse Fred quando se sentou - Sabe nunca fui simpatizante do Malfoy, mas realmente foi uma bela atitude a que ele tomou hoje no campo.
— É mesmo. - disse George - Coitado - disse o garoto para Harry - Ele está realmente machucado, parece que quebrou a bacia, um braço e as costelas, acabamos de chegar da enfermaria, Madame Promfey não nos deixou vê-lo, mas disse que ele vai ficar bem, você vai visita-lo, Harry? - perguntou ele com receio de que o garoto fosse responder mal por nunca ter simpatizado com Draco.
O garoto assentiu - ele vai ficar bem - sorriu dentro de si mesmo com o peito aliviado.
— Mas afinal onde está o Teo? - perguntou Harry depois de olhar para a mesa da Corvinal e não vê-lo ali.
— Não o vemos desde que a Parkinson o xingou, coitado ele deve estar mal. - disse Gina.
— É mesmo. - disse Kate que sentara ao lado de George - ele jogou tão bem hoje, ainda bem que a Prof. Mcgonagall castigou pelo menos metade daquela torcida da Sonserina e da Corvinal, aqueles idiotas.
Harry permaneceu o resto do almoço pensando onde Teo poderia estar que não aparecia. Logo depois do almoço as portas do Salão Principal foram fechadas para que os enfeites do Baile pudessem ser arrumados e apenas os monitores podiam entrar lá, então só sobrara a Harry ir arrumar suas coisas para o Baile já que Mione, Gina, Luna e Rony estavam ocupados e Neville fora fazer um trabalho escolar.
Ele estava subindo as escadas quando Cho o parou:
— Oi meu amor! - disse ela antes de beija-lo - Você jogou muito bem hoje.
— Oi Cho. - disse ele meio apático, os pensamentos dentro da enfermaria.
— Foi realmente um jogo emocionante. - dizia ela enquanto o acompanhava junto aos outros alunos em direção a Grifinória - exceto pelo episódio com o Teo Bott, garoto realmente esquisito, todos de lá da Corvinal o acham um tanto...
— Um tanto? - perguntou Harry começando a ficar aborrecido.
— Sei lá, um tanto diferente. - disse ela meio sem graça - Eu sei que aquilo que a Pansy falou não é verdade, mas que ele parece meio... sabe...
Harry começou a corar de tanta raiva.
— Cho... - disse ele quando chegaram no quadro da mulher gorda - como nós fomos escolhidos para dançar acho melhor nos arrumarmos logo, pois o baile vai começar as oito. - acrescentou ele seco.
Ele realmente ficara bem mais aborrecido com a garota depois de alguns dias do anúncio para o baile eles forem um dos pares escolhidos para dançar e não havia mais nada que conseguisse fazer ele sorrir para ela, exceto um sorriso amarelo, conhecer a garota se tornara para Harry um martírio, ela não era chata, mas não parava de falar bobagens como roupas, acessórios e outras coisas fúlteis de meninas mimadas.
— Ah tudo bem - disse ela meio triste, ela já não aguentava mais ver o garoto trata-la assim, mas hoje isso iria mudar - eu comprei um vestido bem lindo na nossa primeira ida a Hogsmeade, você vai adorar.
— Tenho certeza que vou. - terminou ele logo com a palhaçada que era aquilo tudo e entrou no salão comunal depois de despedir-se da garota.
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Já era sete e meia quando Harry terminou de se arrumar, ele usava sua nova veste a rigor que comprara em Hogsmeade, ela era de uma cor vermelho vinho bem escuro quase lembrando as vestes que os alunos da Durmstrang usavam, tinha golas altas e mangas muitos compridas dando um ar mais adulto ao garoto e destacando realmente seus olhos verdes.
— Pronto! - disse ele ao se olhar no espelho e constatar que a pior noite sua vida estava para começar.
Rony entrou no quarto um tanto apressado, todos os garotos do quarto já haviam se arrumado e só faltava ele, mas ele até poderia chegar mais tarde por não ser escolhido para dançar com ninguém, igual a Hermione, mas mesmo assim ele parecia afoito.
Harry ia abrir a porta quando o único ocupante do quarto fora ele o chamou:
— Harry!
— Oi. - disse ele se virando para Rony, ele estava distraido pensando em Draco naquela enfermaria, se ele pudesse ficaria por lá e não ir a esse baile.
— Podemos trocar uma palavrinha.
— Sim. - disse se sentindo melhor por poder adiar o momento de ir buscar Cho na Corvinal, mas ainda estava muito cedo para isso.
— Eu não vou ao baile... - ele parecia um tanto desconfortável - Eu mandei uma carta a Hermione pedindo que não vá também...Quero resolver as coisas com ela sabe...
Harry assentiu sério.
— Mas nada poderia ser melhor que além de acertar as coisas com ela se você pudesse me perdoar pela briga que tivemos, está sendo realmente chato sem a sua amizade, sem você.
Harry permaneceu quieto por alguns instantes antes de responder:
— Não há nada que tenho a te perdoar...
— Mas cara você nem sabe, minha mãe brigou horrores comigo, meu pai então... Eu fui realmente um idiota em ter batido em você, você passando por coisas horríveis com Você-Sabe-Quem e eu aqui só pensando em mim.
— É você foi - concluiu Harry - Mas eu não agi corretamente com você também, enquanto você me contava suas coisas sobre a Mione, eu estava apaixonado por ela e me senti realmente mal quando traí sua confiança.
Rony arregalou um pouco os olhos enquanto Harry falava, mas no final sorriu:
— Vamos esquecer tudo isso e recomeçar de novo então? - disse ele meio ansioso pela resposta do amigo.
— É - respondeu Harry - é uma boa, mas vou logo avisando - disse ele se aproximando de Rony e dando uma chave de braço no amigo - que se você tentar me bater de novo eu vou te socar assim O.k? - disse ele fingindo socar Rony que fez cosquinha nele e os dois cairam rindo no chão.
— O.K cara. - disse ele abraçando Harry.
— Rony... - disse Harry quando se levantou - Eu não menti pra você quando disse que estava gostando de outra pessoa.
Rony apenas balançou a cabeça como que se dissesse que entendia.
— Bom baile Harry. - disse Rony feliz.
— Boa sorte com a Mione. - respondeu o amigo antes de fechar a porta e ir.
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Harry estava descendo as escadas indo em direção ao ponto marcado com Cho, mas a garota ainda não havia chegado quando ele chegou lá.
— Garotas... - murmurou ele sorrindo e olhando em direção a escadaria, ele podia nesse intervalo de tempo ir até a enfermaria e ver como Draco estava. - era muita tentação - pensou ele desistindo, mas seus pés já o desobedeciam e iam a caminho de um lugar antes de ir para a enfermaria.
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Draco estava deitado observando o luar que entrava pela janela a sua esquerda, de fato ele estava muito machucado, suas pernas tinham sido quebradas pelos balaços, sua bacia também e o seu peito estava coberto por uma grande bandagem branca que protegia um ferimento, mas todos esses ferimentos graves foram curados em pouco tempo por Madame Promfey que se condoeu e ajeitou as coisas para que ele se curasse logo para que pudesse ir ao baile, mas o garoto alegou que não iria para a festa, portanto só sobraram as pernas um tanto doloridas, a bandagem no peito e os ferimentos faciais que os balaços causaram, mas logo ele estaria curado, pois só teria que andar de muletas por alguns dias. Mas não era isso que o afligia e sim o fato de que ninguém o tivesse visitado, ele soubera que o time da Grifinória exceto Harry como Madame Promfey fizera questão de dizer vieram visita-lo, mas ela não permitiu a entrada deles porque no momento ele estava insconciente, mas fora só isso, ninguém mais, nem seu próprio time viera vê-lo, nem seu pai o que era óbvio porque no momento ele era um fugitivo perigoso e não viria vê-lo nem que pudesse, pois seria mais do que uma vergonha a ele ver seu filho ajudar o garoto que sobreviveu, mas ainda assim ele tinha esperança que Harry fosse visita-lo, mas o garoto não fora - provavelmente deve estar no baile com a namorada - pensou ele tristonho, uma lágrima insistentemente chata escorrendo pelo canto do olho. Quando no mesmo instante a porta se abre bem devagar, pela porta ele viu quem ele mais queria ver desde que acordara na enfermaria há alguns minutos atrás, era Harry.
— Oi. - disse Harry com a voz um tanto leve, ele não queria sobressaltar Draco e muito menos que Madame Promfey o escutasse de sua salinha e o expulsasse dali.
Draco virou o rosto, a imagem de Cho e Harry se beijando indo de frente a ele.
Harry ficou quieto por alguns instantes, mas resolveu dizer:
— Trouxe uma cesta com comida de lá da cozinha, Dobby que me deu...
Draco virou os olhos para a cesta depois para Harry.
— Você deve estar com fome, não comeu nada desde o café. - disse Harry.
— Porque não veio antes? - se limitou a perguntar Draco.
— Não sei. - respondeu Harry sério colocando a cesta na cabeceira da cama, a luz do luar fazendo sua veste de veludo brilhar.
— Deve ter pensado que parei a vassoura de propósito, não é? Para que você pegasse o pomo.
Harry analisou as palavras, pois ele nem estava pensando nisso.
— É foi. - se limitou a responder.
— Pois não fiz isso, minha vassoura está realmente com problemas, pois senão eu tinha pego o pomo. - respondeu Draco olhando no fundo dos olhos de Harry.
— Mas não foi por causa disso que não veio antes, não é? Provavelmente deve ter pensado que o cartaz de Traidor foi minha autoria. - disse ele sem rodeios.
— Não... Não pensei isso.
— Pensou sim. - disse Draco vendo a verdade nos olhos de Harry.
— É difícil... - Harry começou a dizer.
— Confiar em mim. - completou Draco.
Eles ficaram em silêncio por alguns instantes.
— Não se preocupe - disse ele sarcástico - não tive participação nessa história.
Harry se sentiu aliviado mesmo que lá no fundo soubesse que não foi Draco quem fizera isso a Teo.
— Então foi por isso que não veio, não é mesmo?
Harry sem saber o que responder apenas disse:
— Você administrou bem o time, foi um ótimo jogo, você foi leal as regras.
— Como vê eu cumpro as minhas promessas. - respondeu Draco sério, a voz fraca.
— Bom eu só vim pra agradecer por ter feito o que fez por mim, vou embora você precisa descansar. - disse ele se virando.
— Vai ao baile com ela? - perguntou Draco, Harry parou sentindo as maçãs do rosto corarem.
— Sim. - respondeu ele de costas.
— Por quê? - perguntou Draco alto. - É vingança pelo todo o mal que te fiz, é isso...
— Não! - se virou indo até a cama de Draco com o impulso de toca-lo, abraça-lo, fazer parar a dor que eles sentiam, pois estava impresso no rosto de Draco o sofrimento - As coisas não são sempre do jeito que é para serem, eu não posso ceder a tudo que quero, foi por isso que não vim antes, o que falariam de nós se nós ficassemos juntos, você viu o que aconteceu com Teo só por ele ser do jeito que ele é, ficou sem time na própria casa...
— Vai embora. - disse Draco sério, mas a voz embargada.
— O quê!? - perguntou Harry abobalhado.
— Saí daqui. - disse ele bem alto, Harry se sobressaltou com medo de que Madame Promfey aparecesse na enfermaria e o expulsasse também - e arranja uma desculpa melhor para seus medos - acrescentou Draco furioso - pois se está pensando que essa é uma desculpa válida você deve estar realmente enganado.
— Mas...
— Vai logo, Potter! Vai atrás da Chang e casa com ela. - disse ele mais furioso ainda.
Harry com medo que a enfermeira aparecesse e ralhasse com ele resolveu sair dali, pois não queria que Draco ficasse irritado, não fora sua intenção.
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Harry estava voltando da enfermaria para ir buscar Cho, tudo muito confuso, todas suas atitudes dos últimos tempos lhe pesando na alma, será que ele fizera certo em voltar com Cho? - se perguntou ele enquanto descia as escadas e entrava em um corredor diferente onde viu alguém sentado no chão do lado de uma armadura, só havia aquela pessoa no corredor, por isso atraiu a atenção de Harry.
— Olá. - disse ele quando ouviu um sussuro de alguém que chorava no escuro.
— Harry. - ele escutou uma voz conhecida.
— Teo, o que faz aqui? - perguntou ele - Você não vai ao... - mas sua voz morreu quando ele viu o estado do garoto. Teo estava todo machucado no rosto, sua aparência era péssima, ele aparentemente estava melhor do que Draco, mas só no aspecto do pescoço para baixo porque seu rosto parecia ter sido pisado por uma manada de Hipogrifos.
— O que aconteceu? - disse ele se abaixando e vendo dois olhos roxos o olharem.
— Parece que alguns Corvinenses resolveram fazer uma espécie de comemoração ao jogo de hoje.
Harry não sabia o que dizer:
— Vamos até a enfermaria, você está péssimo!
— Já fui. - disse ele mostrando do lado da boca um curativo que provavelmente Madame Promfey tinha feito - Ela fez alguns curativos e me deu uma poção, amanhã vou estar melhor.
— Sinto muito. - disse Harry.
— Não se preocupe comigo, vá logo para o baile, já são dez para as oito. - disse ele olhando no relógio de pulso de Harry.
— Você não quer conversar com o diretor da sua casa? Pedir por justiça. - perguntou Harry quando Teo baixou o rosto, lágrimas correndo por ele.
— Não obrigado, não quero ser dedo-duro, já fiz estragos demais por hoje, veja o jogo por exemplo. - respondeu ele mais cabisbaixo do que nunca.
— Você jogou muito bem, os únicos culpados pelo cartaz foram os Sonserinos.
Teo virou o rosto para o fim do corredor, seus olhos azuis faíscando.
— Nem sei como agradecer todas as coisas que têm feito por mim...
Harry sorriu limpando com a mão (um gesto um tanto "longe demais") um pouco de sangue que estava na ponta do queixo de Teo.
— Não fiz nada. - disse Harry sorrindo.
— Você é um garoto maravilhoso. - disse ele se virando para Harry, os rostos deles um tanto perto demais.
Harry o encarou por um instante, os dois se encarando muito antes de Harry fazer algo que queria há muito tempo, ele aproximou seu rosto do rosto de Teo e o beijou. Teo levemente surpreso apenas puxou delicadamente o rosto de Harry para mais perto e o beijou também e eles ficaram ali se beijando quando como um estalo Teo se afastou.
— Eu não posso, Harry... - ele parecia assustado, mas Harry também se tocou o que estava fazendo e se levantou, ele beijou Teo, um garoto.
— Eu também Teo, eu sinto muito. - disse ele se afastando dali com o peito acelerado.
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Os pensamentos a mil, ele beijara um garoto... e o mais estranho é que não fora ruim - nossa como ele beija bem - pensou ele - Droga! - não pense nisso, a Cho - disse ele enquanto descia as escadas que já estavam apinhadas de gente que iam para o baile.
Quando ele pisou no patamar do saguão principal lá estava ela, Cho Chang, sua namorada, a qual ele acabara de trair. Ela estava bela, estava linda em seu vestido azul perolado que lhe caia perfeitamente bem.
— Nossa - disse ela sorrindo - pensei que não viesse, onde estava?
— Só me atrasei um pouco desculpe.
— Tudo bem. - disse ela lhe dando um selinho - Nossa você está quente hein.
Harry arregalou os olhos quando se colocou na fila junto aos casais que iriam dançar.
— É a roupa, estou com calor, só isso. - disse ele tentando se acalmar, mas não conseguindo, pois o gosto dos lábios de Teo ainda estavam presentes em seus lábios.
— Você se machucou? - perguntou ela sorrindo carinhosamente.
— Eu?
— É.. tem um pouco de sangue aqui no seu rosto - disse ela limpando com o dedo.
— Ah foi só um corte, só isso meu amor. - disse ele beijando-a tentando recuperar o carinho que sempre sentiu por ela.
— Faz tempo que não me chama assim. - disse ela feliz quando ele se separaram.
— Descul...
Mas quando ia completar a palavra as portas do salão se abriram. Ele com os pensamentos em Draco e Teo, ela com a perspectiva de que a noite prometia, mas ela estava apenas começando, apenas...
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