A incrivel aula de Defesa Cont
Capítulo 19
A incrível aula de Defesa Contra as Artes das Trevas
O dia em Hogwarts amanheceu chuvoso em pleno verão para a surpresa de todos menos para Harry que nem se importava com o tempo ou com qualquer coisa que não fosse seus sentimentos e o que estava acontecendo com ele. O garoto passara a noite de uma forma irritante e desconfortável, ele dormira e acordara várias vezes no meio da noite resultando em pesadas e escuras sombras sobre seus olhos e Hermione reparou isso no café da manhã.
— Harry você tá legal? - disse a garota enquanto se servia de biscoitos de morango com cobertura de chocolate.
— Estou bem, Hermione, eu tô legal. - disse o garoto derrubando a colher pela terceira vez enquanto comia seu cereal.
— Pois não parece, nem um pouco. - disse Gina do outro lado da mesa.
— Acho melhor você ir lavar o rosto, pois agora temos dois tempos de Defesa Contra as Artes das Trevas e Snape do jeito que anda ultimamente não vai gostar nada de ver você cochilando na aula dele.
— É você está certa. - disse o garoto arrumando desculpa para sair do salão, ele não se sentia nada bem.
Harry se levantou da mesa um pouco tonto, pegou sua mochila e ia para o banheiro dos garotos quando esbarrou com alguém na porta do salão, para seu azar era Luna, que daria mais algumas criticas inconstrutíveis em relação à aparência do garoto, para variar.
Ela fitou o garoto e pegou a mochila dele que havia caído no chão.
— Pelo visto a noite não foi muito boa hein, Harry. - sorriu a garota e entrou pelo salão sem fazer mais perguntas.
O garoto retribuiu um sorriso amarelo para ela e foi andando até a escada de mármore quando se sentiu mais uma vez tonto, o saguão todo parecia girar, ele se sentou no primeiro degrau da escada e colocou as mãos em conchas sobre o rosto, mergulhado na escuridão de suas mãos vinha em sua mente imagens de Draco e de todas as coisas que ele descobrira na última noite.
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Blás Zabini carregava sua mochila e um ar furioso em seu rosto, ele acabara de ter uma conversa nada agradável com Draco em uma sala no primeiro andar que o deixara completamente irritado; Draco não agira conforme o plano mandava e o ele receberia uma bronca de...
— Blás, espera! - disse uma voz que se aproximava.
— O que é Draco? Eu estou indo tomar café, depois nós conversamos. - disse o garoto bufando de raiva.
— Eu também estou indo, me deixa ir com você? - perguntou o garoto emparelhando com o suposto amigo.
— Vamos, mas faça o favor de não falar nada, já está sendo ruim sem você falar, está bem.
— Eu já te disse Blás, eu fiz o que fiz, porque Longbottom estava lá. - disse Draco assumindo o tom de voz gelado que ele sempre mantinha com as pessoas que ele julgava serem inferiores a ele ou que ele sentia raiva.
— Não precisa usar esse tom para fugir do assunto, assuma Draco você gosta do Potter agora, e só não quer assumir isso, por que você sabe que não tem chances com ele.
Draco parou de caminhar, o estômago de Blás congelou, ele falara demais, mas não se arrependera, há tempos ele queria ter dito aquilo.
— Eu não gosto do Potter e você como meu melhor amigo deveria saber mais do que ninguém que eu o odeio, será que eu tenho que provar isso pra você?
— Acho que sim Draco, acho. - disse Blás nervoso quando o Draco voltou a andar.
— Então eu vou provar. - disse Draco mentalmente quando viu Harry sentado ao pé da escada do saguão, mas ele mesmo sabia que isso era mentira.
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Harry iria se levantar e ir ao banheiro dos garotos lavar o rosto quando uma risada arrastada chegou aos seus ouvidos.
— Não é que agora que Dumbledore se foi deixaram se largar certos lixos pelo canto da escola...
Harry se levantou com horror e olhou para trás com o coração disparado, Draco descia as escadas com alguém ao seu lado.
— Não que isso não acontecesse antes do velho ir embora, não é Blás? - perguntou Draco sentindo angústia intensa por outra pessoa pelo que parecia a ele pela primeira vez na vida quando olhou para o rosto de Harry no pé da escada.
Harry tentou esboçar alguma resposta, mas pela primeira vez em todo seu tempo de Hogwarts ele não conseguira responder nada a alguém que lhe ofendesse, apenas ele abriu a boca em menção de falar algo, mas as palavras não lhe vieram e ele se calou voltando a se sentar na escada quando o outro passou se sentindo o ser mais confuso do planeta.
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A aula de Snape começaria em poucos minutos se lembrou Harry depois de lavar pela décima vez o rosto na pia do banheiro sem resultados de melhora na aparência cansada e nos pensamentos constantes que rodavam em sua cabeça, o garoto secou o rosto, pegou sua mochila e saiu correndo em direção as masmorras do castelo chegando com um minuto de atraso na porta da sala do professor. Vendo o corredor vazio e o silêncio que parecia haver dentro da sala, o garoto julgou que a aula já havia começado e ele segurou com força o grifo da porta quando entrou por ela e queria não ter que olhar para o professor e tomar a bronca que ele provavelmente tomaria e também talvez até perdesse alguns pontos para a Grifinória por causa de seu atraso.
Ele olhou para o professor que estava sentado em sua mesa e para os rostos assustados da maioria dos alunos da sala esperando pelo pior.
— Sente-se, Sr. Potter, a aula já vai começar, sente-se em um grupo de três, por favor, a aula será em grupo. - disse para a surpresa de todos os alunos o professor Snape.
Harry se sentou pasmo na carteira que Hermione ocupava com Neville que parecia por um momento ter perdido a voz, igual à Draco sentado com Godric Gryffindor no outro lado da sala.
— Bom a nossa segunda aula de Defesa Contra as Artes das Trevas será mais bem aproveitada do que a primeira suponho, o trabalho que faremos hoje será de grupo, portanto antes de eu fazer a chamada peço para os alunos que ainda não se sentaram de três sentem-se, por favor.
Harry olhou para Hermione pedindo explicação para o que estava acontecendo, mas a garota parecia saber menos do que ele.
— O que aconteceu Mione? - perguntou o garoto enquanto o professor fazia a chamada.
— Não sei Harry, ele tratando todo mundo assim, você viu a veste dele? - sussurrou a garota enquanto Neville ainda olhava pasmo para o professor.
Harry olhou para a veste do professor e reparou como estava limpa e engomada, parecia ter saído de uma passadeira de repente e para mais surpresa de Harry o cabelo do professor tinha uma aparência razoável perto de como era sempre.
— Queria só saber o que está acontecendo com ele pra ele estar em constante mudança desse jeito. - sussurrou novamente Hermione.
— Eu sei quem tem essas respostas. - disse Harry pensativo - Eu esqueci de te falar Mione, mas ontem eu vi o Hagrid quando estava saindo da sala de Snape e ele entrou lá.
—Como assim? O que ele estava fazendo lá? - perguntou a garota curiosa.
— Silêncio! - disse o professor aos alunos que conversavam e a sala entrou no silêncio habitual de sempre, todos ansiosos ao que parecia ser a primeira aula decente de Defesa Contra as Artes das Trevas do ano.
— A aula de hoje será voltada totalmente para o Ataque e a Defesa, respectivamente, as matérias absorvidas por vocês nos últimos anos foram apenas um modo de se conhecer o que é a Defesa Contra as Artes das Trevas em questão de aprendizado e o que realmente ficou implícito na passagem da professora Dolores Umbrigde... - Harry se sentiu apreensivo, o simples mencionar do nome da professora em aula lhe causou a impressão de que por aí vinha problema, será que Snape pretendia colocar os alunos novamente em aprendizado pelos livros em vez da prática por mais um ano-... Por nossa escola é que o aprendizado sem a prática não traz nenhuma sabedoria na arte da Defesa Contra as Artes das Trevas e como ano passado o embasamento na matéria foi voltado especialmente pra isso temos muito que fazer então agora eu quero se faça em frente a minha mesa uma fila horizontal com cada grupo triplo, por favor.
Ao final da frase havia poucos os alunos na sala de que não se arrependeram em pensar que essa aula seria mais uma aula chata com o velho e chato professor Snape, até Harry ficou ansioso para saber o que viria a seguir, não mais que Hermione, é óbvio, eles se arrumaram na fila após o professor afastar as carteiras para dar mais espaço e Harry viu claramente o medo e a ansiedade nos olhos de Neville.
— Calma, Neville, você vai se sair bem, você é ótimo em Defesa. - disse Harry para tentar acalmar Neville, mas mais pra tentar se distrair, pois a sua frente estava Draco formando grupo com Godric e Blás Zabini.
— Não sei não Harry, eu não funciono muito bem quando se trata de Snape. - disse o garoto secando o suor do rosto com a camisa.
O professor chamou o primeiro grupo formado por Lilá, Parvati e uma garota cheia de piercings da Sonserina e conversou com elas em um canto, quando voltou ao lugar onde seria praticada a aula seu rosto estava em excitação notória, o professor pela primeira vez em Hogwarts a vista de Harry parecia empolgado com alguma coisa, empolgado, mas nem de longe feliz apenas sério e Harry se sentiu um pouco animado por ele, um sentimento um pouco diferente para quem ele desejou tanto mau durante tanto tempo, mas os sentimentos pelo professor desde que ele havia se justificado em relação à morte de Sirius havia mudado mesmo que fosse só deixar de odiá-lo, mas havia mudado.
— Bom, irei mostrar a vocês agora a forma que um ataque de feitiços combinados pode causar a uma pessoa fisicamente, é claro que não temos uma pessoa para ser cobaia e isso de forma alguma seria bom, pois os resultados de um ataque de magia combinado são desastrosos e proibidos por leis do Ministério da Magia, mas temos a parede da nossa escola por sinal muito forte protegida por vários feitiços e que não será nenhuma quebra de lei como experimento escolar é óbvio, portanto estamos aptos a continuar, por favor, garotas. - disse o professor fazendo um gesto para que elas se aproximassem, as garotas se aproximaram empunharam as varinhas e se colocaram perante a parede que Snape escolhera para a aula.
— Ao meu sinal. - disse o professor - AGORA.
As garotas se juntaram lado a lado e apontaram as varinhas para um ponto fixo na parede e disseram em coro:
— FLIPENDO.
Primeiro foi o raio de Lilá que voou da varinha sem muita cor, depois foi o de Parvati com forma, mas totalmente sem a cor azulada característica do feitiço e por último um raio maior e forte da garota da Sonserina que atingiram respectivamente a parede, os raios faziam um intenso barulho de eletricidade em intensidade, mas não abafaram a voz de Snape.
— Esse feitiço tem intensidade e força devido à força de vontade do bruxo e se intensifica com relação ao poder, ao primeiro momento creio que acreditaram que as diferentes formas de cor, espessura e intensidade que eles se mostraram em relação a cada bruxo que executou o feitiço fossem caracterizadas da força do bruxo, mas eu digo que não, a força do feitiço vem do começo da força de vontade e se funde depois com o poder do bruxo transformando talvez em uma arma fortíssima, agora garotas ao meu sinal - disse o professor fazendo um gesto com as mãos - JÁ.
— FLIPENDO TRIO. - entoaram as garotas.
O feitiço foi ganhando cor, depois força e quando as garotas colocaram os raios em fusão ele ganhou intensidade fazendo um grande estrago na parede, mas não o bastante para quebrá-la, na verdade estava bem longe disso.
Ele fez outro gesto, sem falar, pois era claro que ele não seria escutado por causa do barulho intenso que a fusão causara no feitiço.
— Vejam. - disse o professor apontando para a fissura que o feitiço das garotas causara na parede.
Todos instintivamente exclamaram de excitação sem perceber que faziam aquilo, era incrível o poder de um feitiço em fusão.
— Esse é o efeito de um feitiço em fusão, alunos, agora eu quero que pensem o que aconteceria se um feitiço desse fosse parte de um ataque a um ser humano, seria mais do que dor poderia levar alguém a loucura, mas vamos voltar à aula, por favor, próximo grupo. - disse o professor um pouco desconfortável executando um feitiço de restauração na parede.
Harry percebera por que o professor se comportara assim, ele olhou para Neville e no mesmo instante decifrou o que o garoto estava pensando e sem dúvida era no que acontecera a ele na noite da emboscada dos comensais e isso também envolvia o torturamento dos pais de Neville, pois tanto o filho quanto os pais foram torturados por vários bruxos trevas que usaram covardemente a fusão. – feitiço proibido pelo ministério – Harry pensou em falar algo e antes que se refreasse ele sussurrou para o amigo:
— Você foi incrível naquele dia - disse Harry, pois sentiu que aquilo precisava ser dito e viu o quanto seus problemas eram pequenos perto daquilo - seus pais devem ter se orgulhado de você por causa disso, mesmo que eles não possam dizer isso em palavras e mesmo que talvez nem saibam, eles teriam orgulho de você.
Neville olhou para Harry e o garoto viu nos olhos de Neville lágrimas.
— Valeu cara.
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Vários grupos passaram e o tempo da aula foi passando também se encerrando o primeiro tempo, chegando ao meio do segundo rapidamente, entre os grupos o de Harry era o sexto e o de Draco na frente era o próximo quando Snape restaurou novamente a parede que até agora só causara leves fissuras que com o passar dos grupos ficavam mais nítidas, o grupo de Draco era formado por ele, Godric Gryffindor e Blás Zabini, um grupo diferente na opinião de Harry o que deixou o garoto muito curioso para saber o que aconteceria.
— Vocês sabem o que fazer então ao meu sinal. AGORA. - disse o professor fazendo um gesto com o braço.
— FLIPENDO!!!
Vários raios corpóreos e extremamente reluzentes atingiram a parede, Harry achou aquilo fantástico, pois nenhum grupo havia conseguido tal efeito, exceto os membros mais antigos da AD que obtiveram bons efeitos devido ao treinamento prático no ano passado, mas nem chegaram perto daquilo e ainda o efeito fusão nem fora executado.
— Isso é incrível, não acha? - exclamou Lilá para a garota da Sonserina cheia de piercings que nem pareceu se impressionar.
O efeito fusão já era para ser executado pelo tempo do feitiço calculou Harry, mas Snape não se movia apenas olhava para o grupo nitidamente impressionado.
— Professor... - chamou um dos alunos e Snape voltou à realidade fazendo o gesto para que eles executassem a fusão.
— FLIPENDO TRIO!!!
A fusão se fez, mas algo havia dado errado, as paredes sólidas da sala começaram a tremer de repente e Harry teve certeza de que isso era causado por causa do feitiço dos garotos, o professor Snape continuou a olhar para eles que aparentemente estavam normais, mas a força do feitiço parecia não acabar e Snape estava deixando isso acontecer, o feitiço se tornou tão corpóreo que a luz quase cegava a todos de tão brilhante e foi nítido quando a cor quase que transparente de tão branca da luz se transformou em um vermelho dourado fazendo um imenso barulho.
Harry abaixou-se puxando Hermione e Neville instintivamente, pois esse era um barulho de explosão com certeza, ele fechou os olhos quando uma poeira esbranquiçada voou em sua direção e permaneceu quieto no lugar até a poeira baixar.
Nem o professor Snape conseguiu disfarçar a cara de total surpresa pelo que havia acontecido, a parede de Hogwarts fora quase toda destruída deixando um enorme rombo no meio dela, era um espanto para todos.
Todos bateram palmas.
— Creio... - após alguns minutos o professor fez menção de falar quando uma forte batida na porta foi ouvida.
O professor abriu a porta e saiu e Harry com sorte pode ver quem era, pois ele estava encostado à parede oposta da explosão tendo visão o suficiente para ver Hagrid lá fora.
— É o Hagrid, Mione. - disse o garoto para ela, mas ela pareceu não escutar, pois estava olhando compenetrada nos olhos de Neville e ele nos dela, mas nem Harry percebeu isso porque estava olhando atento para a porta e com o vozeio que se instalara na sala era normal a garota não escutar.
Após alguns minutos Snape voltou à masmorra, seu rosto reparou Harry totalmente mudado do professor que começara a dar aula naquela manhã, havia acontecido algo sério, o professor ia falar algo quando o sinal tocou.
— Vejo vocês na próxima aula e daremos continuidade ao assunto, parabéns Draco. - disse o professor quando passou pelo aluno.
Os murmúrios foram altos quando os alunos ganharam os corredores - Fantástico! Incrível! Demais! Irado! - esse era o mínimo que os alunos conseguiram adjetivar a aula naquele momento, de fato para Harry essa fora uma de suas melhores aulas em todo tempo de Hogwarts, uma aula para não ser esquecida.
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Gina carregava vários livros quando saiu de sua aula de Transfigurações, a garota estava na verdade com os braços abarrotados de livros grossos e conseqüentemente pesados, ela avistou Harry, Neville e Hermione saindo de uma sala do extenso corredor indo na direção oposta e ia chamá-los para pedir ajuda quando esbarrou em alguém.
— Ai!!!!
— Ai!!!!
— Hey garoto - disse ela sem saber quem era quando se abaixou para pegar os livros no chão - não olha por onde anda não?
— Eu olho, mas você andando com esses livros todos parecia mais uma estante do que gente. - riu Godric Gryffindor para a garota quando se abaixou para pegar os livros que ela deixara cair.
A garota perdeu a fala, mas só por uns instantes, pois não perderia a oportunidade de revidar.
— Não sabia que você andava por aí esbarrando em supostas estantes Godric Gryffindor, pelo visto devia estar bem distraído. - riu a garota.
— É estava, mas na verdade estava procurando por você mesmo. - disse o garoto em sua altura de 1,74 para uma Gina que não passava de 1,68.
A garota corou violentamente intimidada.
— Obrigada. - disse ela quando ele entregou os livros que faltavam.
— Você está me agradecendo por te procurar? Não é preciso, eu sei que as garotas adoram que eu as procure. - brincou ele.
A garota sentiu seu queixo cair.
— Você é mesmo um pretensioso, não me admira que tenha sido escolhido para a Sonserina - disse a garota dando meia volta e andando - Hermione! - ela pediu ajuda a amiga para carregar os livros.
O garoto a vendo ir correu atrás.
— Hey, calma Weasley, eu estava brincando - disse o garoto andando junto com ela - na verdade eu só queria saber se você pode me encontrar hoje à noite na torre das corujas?
A garota deixou os livros caírem novamente.
— Desculpe. - disse ela extremamente sem graça e vermelha - Mas é que eu tenho namorado. - respondeu ela quando ele a ajudava novamente a pegar os livros.
O garoto corou.
— Não, não era pra isso, é que eu queria que você me ajudasse em uma coisa, não tem nada haver com isso, não é um assunto pessoal. - disse o garoto coçando a cabeça se sentindo desconcertado.
A garota corou mais ainda, como fora burra - pensou ela.
— Está bem. - disse ela quando Hermione chegou - hoje à noite no corujal, que horas?
— Às sete. Pode ser? - perguntou o garoto.
— Sim pode, estarei lá, tchau. - disse ela saindo.
— Ok, tchau Weasley. - disse ele.
— Pode me chamar de Gina. - disse a garota.
— Está bem, - disse ele sorrindo - então tchau Gina.
— Tchau Godric. - e ela e Hermione foram embora com os livros abarrotados no braço.
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Harry e Neville foram almoçar com as garotas e depois foram visitar Rony enquanto Gina pedira a Hermione que fosse até o dormitório com ela.
— O que foi aquilo com Godric que eu presenciei? Gina, você terminou com o Dino? - perguntou Hermione quando abriu a porta do quarto do dormitório das garotas.
— Na verdade não, mas acho que vou a esse encontro, como ele mesmo disse é sobre outros assuntos você ouviu não é? - respondeu a garota corando.
— Mas não parece que é para assuntos escolares ou qualquer outra coisa que você quer ir a esse encontro. - disse Hermione se sentando na cama.
— É pra isso que eu te chamei. - disse Gina se largando no pufe que havia perto da cama de Hermione - Eu estou confusa sabia as coisas com Dino não vão andando bem, eu não gosto dele de verdade.
— Mas você sabe que ele está gostando de você de verdade, não sabe? Afinal todo mundo sabe - perguntou Hermione.
— Sei. - respondeu Gina cabisbaixa - Mas sabe Hermione, eu não sei o que é, mas quando vi o Godric pela primeira vez aconteceu algo diferente, ele me faz sentir, sei lá... Especial.
— Gina, você nunca havia conversado com ele antes de hoje. - disse Hermione encarando os fatos.
— Eu sei disso, mas não é só isso, o modo como ele me olha sabe, não é como aqueles garotos que te olham vulgarmente, ele me faz sentir especial sim.
— E o Dino? - perguntou a garota.
— Ah o Dino, ele é um garoto muito bacana, foi ele que me ajudou quando terminei com o Miguel Corner. Eu estava saindo com o Miguel, mas você sabe como é o Miguel, ele foi o primeiro garoto que decidi sair depois de gostar do Harry e eu esperava que fosse algo especial e não foi e quando Dino quis me ajudar como amigo, eu me afeiçoei a ele, mas não o bastante pra namorar, mas fiquei um pouco afim dele e certa noite aconteceu, entre eu e ele, a gente se beijou e agora ele acha que estamos namorando. - desabafou a garota.
— Você não disse nada a ele, como assim, ele não te pediu em namoro? - perguntou Hermione pasma.
— Ele pediu, mas eu não disse que não, não pude magoá-lo e agora que conheci Godric tenho sentido isso, essa coisa maluca de gostar pra valer e acho que talvez ele sinta isso por mim também, por isso eu vou a esse encontro, você acha que eu estou errada em ir? - perguntou Gina.
— Bom, acho que não, ele te disse que não é sobre esse tipo de assunto, não disse, na verdade deve ser algo em relação à escola - disse Hermione tentando se convencer de estar dando o conselho certo - e desde que você não faça nada com Godric e converse com Dino depois.
— É verdade. - disse Gina aliviada - Mas quer saber de uma coisa por um momento eu li nos olhos dele que ele estava mentindo.
— Você leu a mente dele, Gina? - perguntou Hermione perplexa.
— Não, mas você sabe, nós sempre sabemos quando os garotos mentem e isso que era raro acontecer comigo, aconteceu hoje, nossa - disse a garota consultando o relógio - minha aula de "Trato" vai ser daqui a pouco tenho que ir. - acrescentou ela pegando a bolsa e se levantando.
— Então vai amiga e se cuida viu, eu não quero que você se magoe. - disse ela quando Gina a abraçou.
— Obrigada por me escutar - disse a garota ruiva - eu acho que eu estou fazendo isso porque uma vez eu perdi a oportunidade de dizer o que sinto a alguém e perder essa oportunidade novamente é algo que eu não pretendo fazer e é por isso que eu vou nesse encontro, para dar valor às oportunidades que se vão, entende?
Hermione afirmou positivamente entendendo mais do que queria entender nas palavras de Gina.
— Bom agora eu vou, até mais. - e saiu do quarto deixando Hermione com a sensação de que algo precisava ser feito.
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As aulas da tarde estavam chatas e cansativas todos ainda comentavam a incrível aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, mas as mentes de dois alunos da Grifinória não se importavam mais com isso e o barulho da chuva castigando as janelas do castelo era o único refúgio para que não fossem descobertos como desconcentrados na aula; Harry fazia desenhos esparsos pela folha do pergaminho tentando entender o que estava acontecendo com ele e por que ele não conseguia parar de pensar em Malfoy mesmo que o garoto estivesse a cem metros de distância ou a um centímetro de distância dele, ele estava confuso; Já Hermione pensava em fazer o que ela julgava uma loucura, mas que valeria a pena com certeza; todo o plano já estava formado em sua mente, os utensílios de seu intuito separados no guarda-roupa no quarto dela e uma cabeça que não parava de pensar no que Gina disse a ela mais cedo estava apoiada em seu braço sequer prestando atenção no que a professora Mcgonagall dizia quando decidiu finalmente tomar uma atitude, a garota levantou-se e dirigiu-se até a mesa da professora que mexia em algumas pastas.
— Professora.
— Diga Srta. Granger, o que deseja? - disse a professora se assustando com a garota como se a visse pela primeira vez, ela parecia dispersa.
Hermione se aproveitou da situação.
— Eu não estou me sentindo muito bem, professora será que eu podia ir a ala hospitalar? - perguntou a garota.
— Você está doente? - perguntou a professora preocupada.
— Não. É só uma forte dor de cabeça. - disse a garota.
— É claro, peça a Madame Promfey que lhe examine e caso seja preciso não volte as aulas restantes e descanse, não se preocupe comunicarei aos próximos professores a razão de sua ausência.
— Está bem, obrigada. - disse a garota agradecendo e tentando não parecer feliz. Essa era a vantagem de ser aplicada nos estudos, sair da sala de aula para alunos assim era brincadeira de criança - pensou Hermione quando se despediu de Harry:
— A gente se vê. - e saiu da sala em direção a torre da Grifinória ansiosa por fazer o que pensava.
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Harry havia acabado de sair de sua última aula quando decidiu ir à biblioteca, não que fosse o melhor lugar pra se ir quando se tem que estar todas as suas noites limpando e catalogando livros, mas ele tinha um extenso trabalho de Transfiguração pra fazer e ele julgou que essa seria a melhor forma de ficar sozinho, esquecer seus problemas e relaxar um pouco se ocupando com algo, mas se enganou quando após pegar o livro "Transfigurações de Animais" e sentar em uma mesa afastada uma visita viera para conversar com ele; era Cho Chang.
— Oi. - disse a garota.
— Olá. - disse Harry.
— Tudo bem com você, Harry? - perguntou a garota parecendo desconfortável com a situação.
— Estou bem. - disse o garoto querendo encurtar o assunto, o que não adiantara nada.
— Posso me sentar? - perguntou Cho.
— Pode. - respondeu Harry enquanto folheava um livro.
— Eu acho que devíamos conversar Harry, nossa situação ano passado terminou tão confusa e acho que não fiz nada pra melhorar.
— É você não fez - disse o garoto encarando-a pela primeira vez - mas acho que o passado deve ser esquecido, não é? Afinal eu não guardo nenhum ressentimento do que passou.
— Eu sei é que difícil pra você reconsiderar, mas acho que a nossa história não terminou ainda.
Harry sentindo como se tivesse acabado de levar um chute na boca do estômago olhou para a garota se perguntando se ela diria o que ele estava pensando.
— Você quer dizer o quê com isso? - perguntou ele.
A garota baixou os olhos e quando os levantou eles estavam marejados de lágrimas – já vai começar a chorar – pensou Harry irritado lembrando do poço de lágrimas que era a garota.
— Eu quero voltar com você, eu estava confusa por causa do Cedrico, mas vi que você é o melhor pra mim.
O garoto olhando para Cho se lembrou de tudo que haviam passado tentando em segundos fazer um balanço do que restara, mas não sobrara nada, nenhum sentimento por Cho havia sobrado pra contar história dentro dele.
— Desculpa Cho, mas eu estou gostando de outra pessoa. - disse o garoto terminando a conversa definitivamente sem aberturas para Cho.
A garota deixou rolar algumas lágrimas antes de se levantar e dizer:
— Espero que você seja muito feliz com a Granger.
O garoto se sentindo afrontado com a ousadia de Cho respondeu:
— Eu também espero isso. - deixando a garota transtornada sair aos prantos da biblioteca.
Harry sabia que de certa forma fora difícil dizer isso a Cho sem querer magoá-la, mas já era mais claro do que a água pra ele que ele amava Hermione e não queria enganar ninguém, mesmo que esses sentimentos estivessem confusos dentro dele devido a um sonho esquisito da noite passada, mas fora só um sonho esquisito que merecia ser esquecido pensou o garoto voltando à atenção para seu trabalho de Transfiguração.
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Hermione havia concluído parte do plano, já era tarde da noite e ela estava caminhando pelos corredores de Hogwarts coberta pela capa da invisibilidade de Harry que ela pegara sem a permissão do garoto, mas a devolveria mais tarde; o barulho do salto alto do sapato que ela estava usando a denunciaria se aparecesse alguém no corredor, mas ela daria um jeito, pois seria mais constrangente ser pega com a roupa que estava vestida do que qualquer outra coisa, ela carregava na mão um lindo buquê de margaridas-do-campo que ela colhera no jardim do castelo perto das estufas e levava dentro de si mesma uma ansiedade quase que insuportável, mas hoje ela não erraria, faria a coisa certa.
Hermione executou um feitiço para que o sapato não fizesse barulho no piso da enfermaria, pois ela não queria ser vista chegando ao lugar, mas ao que parecia Madame Promfey já devia estar dormindo, ela se aproximou da cama de Rony; as cortinas verdes já fechadas; com o rosto levemente corado ela tirou a capa da invisibilidade, estava linda, usava seu vestido turquesa do Baile de Inverno do quarto ano, hoje o vestido fora alongado por feitiços para que coubesse na garota, pois Hermione crescera bastante desde o dia do baile. A garota penteara os cabelos cacheados com gel (artefato dos trouxas que alisava e dava firmeza nos cabelos que ela trouxera para Hogwarts) para que lembrasse um pouco o cabelo como estava naquele dia e fizera um coque igualzinho nele também; a garota respirou fundo e chamou:
— Rony, você está acordado?
— Hermione. - disse o garoto com a voz aflita, coisa que Hermione deveria ter percebido, mas com o nervosismo ela não notou.
— Não, não abra a cortina - disse Hermione quando viu a mão de Rony ir a direção do feixe da cortina para abri-la e o impediu - eu fiz uma surpresa pra você e queria lhe dizer uma coisa.
— Mas... - disse Rony.
— Apenas me escuta, tá bom. - disse a garota - bem, uma amiga me disse algo hoje que me fez refletir bastante e eu decidi tomar uma atitude, ela me disse, não com as mesmas palavras obviamente - ela estava nervosa - mas enfim, ela disse que não devemos perder as oportunidades que a vida nos dá uma vez e acho que foi isso que nós fizemos naquela noite do Baile de Inverno do quarto ano e hoje eu decidi que queria voltar no tempo, mas não posso e a única coisa que pude fazer foi tentar voltar naquela noite dentro da minha cabeça e se eu pudesse voltar no tempo eu diria pra você naquela briga que tivemos que eu sempre amei você, que eu sempre te amei desde que você se sacrificou para ajudar o Harry no tabuleiro de xadrez no primeiro ano e pra provar isso eu me vesti igual àquela noite pra te dar esse presente, um presente que é uma chance pra nós dois darmos certo, porque eu não vou mais esperar por você pra me dizer isso.
E após isso ela abriu a cortina que fechava a cama de Rony impedindo a visão de quem estava por fora e quem estivesse por dentro e para seu completo horror havia mais alguém ali dentro com Rony e era uma garota.
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