Dark Room
- Meu Deus do Céu... O que é que eu vou fazer? – murmurou Ian de regresso a Inglaterra, estava extremamente aflito. – Preciso de ajuda e sei perfeitamente com quem hei-de falar, mas...
Dirigiu-se ao apartamento de Draco Malfoy. Tocou à campainha várias vezes. Era cedo, o normal era Malfoy estar a dormir.
Ian ouviu passos lentos e os trincos da porta foram abertos.
- Mas quem... – murmurou Malfoy abrindo a porta. – Tu?!?!
Fechou-lhe imediatamente a porta na cara.
- Malfoy, preciso de falar contigo, é urgente. – disse Ian batendo à porta. – A Karina...
- Eu não quero saber dessa, dessa...
- Malfoy, abre a porta! Não entendes? A Karina desapareceu! Depois daquele escândalo ela ficou num estado terrível, porque, não sei se sabes, ela gosta de ti. – disse Ian.
Draco não disse nada e Ian começava a perder a paciência com aquele menino mimado.
- Malfoy, eu sou espião. Contrataram-me para vigiá-la e defendê-la, mas eu comecei a gostar da Karina e esqueci-me dos meus deveres... ela escapou-se-me por entre os dedos.
- E posso saber em que é que isso me interessa? – perguntou Malfoy.
- Ela pode correr perigo de vida, mas se não te importas mesmo vou-me embora. – disse Ian.
Malfoy abriu a porta rapidamente.
- Onde é que ela está? – inquiriu bruscamente.
- Algures na Sibéria. – murmurou Ian.
- Eu vou buscá-la. – declarou Draco.
- Nesse estado? – perguntou Ian olhando-o de cima a baixo, Draco estava de boxers. – Aconselho-te qualquer coisa mais quente.
Draco fechou a porta novamente na cara de Ian e este abriu a boca ultrajado
- Filho da mãe... queria ver se fosse eu a fazer-lhe isto.
Ficou dez minutos à espera que Draco se despachasse.
- Agora quero que me expliques melhor isso da Karina estar a correr perigo de vida. – informou Draco dirigindo-se para o elevador com Ian atrás.
- Tudo começou porque a Karina pertenceu a uma organização chamada B.D. – informou Ian.
- B.D.? Banda Desenhada? – inquiriu Malfoy erguendo as sobrancelhas de espanto.
- Não, grandessíssimo idiota. Black Dragons.
- Desculpa, mas acho que aqui o grandessíssimo idiota não sou eu. – comentou Malfoy arrogantemente.
- E eu sou o coelhinho da Páscoa! – exclamou Ian ironicamente.
- Cuidado com a língua. – ameaçou Draco.
- É melhor eu continuar. A tua amiga já há um bom tempinho que deixou os Black Dragons e, durante esse tempo os Black Dragons mudaram de chefe. O chefe actual anda à procura da Karina porque ela possui um colar com o símbolo dos Black Dragons, Um Dragão azul e prateado.
- Azul e prateado? – inquiriu Draco olhando-o atentamente.
- Foi o que me disseram. – declarou Ian.
Draco carregou no botão para o 7º andar e o elevador voltou a subir.
- Onde vamos? – quis saber Ian.
- Voltar ao meu apartamento, tenho que ir buscar uma coisa. – murmurou Draco.
Estava tudo muito escuro. Karina deitou-se de costas e passou as mãos pelo cabelo.
- O que me aconteceu?
- Ai, minha querida, eu não queria ser obrigado a tratar-te assim, mas eu preciso do colar, vais ter que te lembrar do que fizeste com ele. – disse uma voz.
- Alexander, mesmo que me lembrasse eu não te dava o colar. – informou Karina. – Entendeste ou precisas que eu te faça um desenho?
- Isso foi uma resposta muito mal dada. – afirmou Alexander suspirando.
- Porquê que estamos às escuras? Assim não dá para te fazer o desenho... – comentou Karina, sentando-se e olhando à volta, não via nem a própria mão. – Ou será que fiquei cega neste teu dark room?
- Eu não te quero fazer mal. – murmurou-lhe Alexander ao ouvido e Karina sentiu alguma coisa apontada às costas. – Por isso não te ponhas com ironias e sarcasmos. Só quero que colabores linda, porque eu gosto muito de ti, sabias?
- Claro que sabia, então não... – disse Karina sarcasticamente.
Tentou levantar-se rapidamente, mas Alexander empurrou-a contra uma parede e encostou-lhe uma varinha ao pescoço.
- Não me subestimes amor, eu gosto de obediência. – murmurou Alexander.
- Não a esperes obter de mim. – rosnou Karina.
- Confesso que não estou à espera. – riu-se Alexander. – Porque, para ser sincero, até sinto uma certa atracção por ti.
E deu-lhe um beijo na cara.
- Cobarde. – rosnou Karina. – Não passas de um cobardolas sem sitio onde cair morto.
- Diz o que quiseres, eu só quero o colar. Até lá tem um bom-dia. – despediu-se Alexander.
Virou-lhe as costas e afastou-se.
- A tua sorte é eu não atacar as pessoas pelas costas, se não... – murmurou Karina.
- Podes crer que eu sei isso. – riu-se Alexander sem olhar para trás e saiu.
Quando o fez as luzes acenderam-se e Karina pôde ver que estava num quarto sem janelas. Tinha uma cama, uma mesa-de-cabeceira e um pequeno cubículo que era a casa de banho.
- Se ele pensa que me detém está muito enganado. – disse Karina aproximando-se da porta e rodando a maçaneta.
- Agfar neri! – murmurou, fazendo um gesto com a mão, mas nada aconteceu.
Fez um gesto com a mão na direcção do candeeiro da mesa e este explodiu fazendo um estouro enorme.
- Ops. – disse Karina encolhendo os ombros. – Partiu-se. Bem, é claro que ele pôs um feitiço na porta.
Dirigiu-se para a cama, tirou o casaco e deitou-se.
- Vou passar uma seca...
- Que barulho foi este?! – inquiriu Alexander entrando no quarto.
- Deixei o candeeiro cair. – respondeu Karina inocentemente olhando para o tecto e cruzando as pernas.
- Caiu... – murmurou Alexander olhando para Karina e inspirou fundo, aquela pequena tirava-o do sério. – Pois...
Aproximou-se da mesa-de-cabeceira e apontou a varinha aos pedaços de candeeiro.
- Reparo. – murmurou.
Todas as peças do candeeiro voltaram-se a juntar e ele voltou ao normal.
- Vou ver se controlo os meus impulsos. – murmurou Karina passando a mão pelo cabelo.
“Controla-te, controla-te Alexander” pensou este engolindo a seco.
- Acho que já te podes ir embora. – disse Karina fazendo um gesto para a porta. – Boa viagem. AH!! Não te esqueças do meu almoço.
- Mas eu agora sou teu criado? – inquiriu o rapaz.
- Alex, lindo... tu tiraste-me a varinha e fechaste-me num quarto... eu não posso fazer grande coisa. Só tenho uma casa de banho e... uma cama. – murmurou Karina levantando-se.
- Nada que não chegue. – murmurou Alexander olhando Karina de lado.
- Mas acredita meu lindo, eu vou fazer-te a vida num Inferno. – disse Karina.
- E como é que vais fazer isso? – perguntou Alexander sarcasticamente.
- Isso pequerruxo, é comigo. – riu-se Karina, estalando os dedos e o candeeiro voltou a ficar em cacos.
- Bye, bye, mon cher. – murmurou-lhe Karina ao ouvido.
Alexander fez um esforço enorme para conseguir manter a calma e não fazer nada a Karina que depois se viesse a arrepender.
- Adeus Miss Riddle e não se queixe de estar às escuras. – disse Alexander virando-lhe as costas e saiu.
Percorreu corredores e corredores e foi para o seu escritório. Fechou a porte com força e passou a mão pelo cabelo.
- Aquela mulher deixa-me maluco! Isto é estranho, ela atrai-me como nenhuma mulher me atraiu alguma vez. – murmurou.
Olhou para a porta do escritório como se esta fosse uma barreira.
- Não, eu tenho que resistir. – murmurou para si.
- Pois tens. – concordou uma voz friamente.
Alguém se levantou de uma poltrona. Uma jovem ruiva, de cabelo liso e olhos muito verdes.
- Gabriella...
- Sabes o que tens a fazer? Mal tenhas o colar mata-la. – afirmou Gabriella.
- É mesmo necessário?
- Não precisaremos mais dela, temos de nos livrar dos desperdícios. – declarou cruelmente.
- Sim, tens razão amor. – respondeu Alexander fechando os punhos. – Não poderia estar mais de acordo.
- Óptimo, fico muito mais contente. – disse Gabriella sorrindo e deu-lhe um beijo.
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N.A.: Espero que tenham gostado e que continuem a ler e bem... podem sempre comentar =D bjx***
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