Rússia
Apareceu numa aldeia perto de Moscovo onde as pessoas ficaram a olhar para ela espantados. Mesmo sendo o lugar uma aldeia de feiticeiros era raro aparecerem estranhos.
Karina dirigiu-se para um bar que havia ali perto e sentou-se ao balcão.
- O que deseja menina? – perguntou o barman.
- Uma vodka se faz favor – pediu Karina, olhando para o espelho à sua frente.
Ao seu lado estava um rapaz como a mesma idade que ela que não lhe tirava os olhos de cima e que a olhava pensativamente.
- Hum... eu conheço-a? – perguntou com as sobrancelhas franzidas. – É que a sua cara não me é estranha.
- Acho que nunca o vi – respondeu Karina simplesmente.
- Mas mesmo assim... A menina não é a Karina Riddle? – inquiriu o rapaz.
Karina ia a levar o copo à boca mas parou a meio do caminho e olhou para o rapaz espantada.
- Sim... – murmurou olhando-o desconfiada.
- Eu sabia!! Dimitri, chega aqui! – pediu o rapaz.
Um rapaz com o cabelo tão negro quanto o de Karina aproximou-se e olhou o amigo de uma forma enfadonha.
- Olha quem é ela! –pediu o rapaz entusiasmado.
O outro olhou para Karina, piscou os olhos e voltou a olhar para o amigo.
- Quem?
- A Karina Riddle! – disse o rapaz.
Dimitri voltou a olhar para Karina.
- Riddle, Karina Riddle? Aquela miudita chata que andava na mesma classe que nós? – perguntou sarcasticamente.
De repente Karina lembrou-se quem era aqueles dois malucos que estavam a falar com ela, tinham sido seus colegas de escola, enquanto frequentara Durmstrang!
- Hey, eu de ti lembro-me, por isso é melhor calares-te bem calado – ordenou Karina. – E o senhor Peter é melhor não se armar.
- Ela já se lembra de mim! – comentou o rapaz feliz.
- Fantástico! – exclamou Dimitri ironicamente.
- Coitadinho... – murmurou Karina. – O que é que ele tem? – perguntou a Dimitri. – Só não me abraçou nem sem como...
- Não ligues... são vypes... – informou Dimitri. – Ou então bebeu de mais, mas acho que não...
- Então onde tens andado? – perguntou Peter por sua vez.
- Inglaterra, trabalho no ministério. E vocês? – perguntou Karina.
- Nós somos professores em Durmstrang. – respondeu Dimitri.
- Vamos agora para lá. Queres vir? – perguntou Peter.
- O que é que eu vou fazer a Durmstrang? – perguntou Karina rindo-se e coçando a cabeça.
- Vais visitar as pessoas, os alunos... – enunciou Peter pelos dedos.
- Eu sei que se disser não tu vais continuar a chatear-me, por isso é melhor ir. – suspirou Karina.
- É completamente verdade – apoiou Dimitri. – E eu é que o tenho que aturar este tempo todo...
Acabaram as suas bebidas e dirigiram-se para fora do estabelecimento. Ao sair Karina foi contra um indivíduo de bigode e um ar muito duvidoso.
- Desculpe – pediu Karina.
O homem não disse nada e entrou no bar.
Karina encolheu os ombros e continuou o seu caminho até Durmstrang, que ficava bastante perto dali.
- Parece igual. – comentou Karina.
- Mas quando entrares vais ver que não parece igual, vais ver que está igual – afirmou Peter.
Um rapaz passou por eles e olhou Karina de cima abaixo com um ar de superioridade.
- Não mudou mesmo nada por aqui. – riu-se Karina.
- Olha lá, aconselhava a teres mais respeito pela filha do Senhor das Trevas! – gritou Dimitri para o aluno.
O rapaz olhou para trás espantado com o que o seu professor dissera.
- A menina é mesmo filha do Senhor das Trevas? – perguntou o rapazito aproximando-se.
- Se te referes a Lord Voldemort, sim – respondeu Karina coçando a cabeça.
- É um prazer conhecê-la! – disse o rapaz fazendo uma vénia. – Sou Roger Romanov.
- Romanov? – inquiriu Karina piscando os olhos.
- Sim, sou da família dos antigos Czares da Rússia. – informou o rapaz sorrindo de forma convencida.
- Ah... é um prazer! Até agora famoso, famoso só tinha conhecido o Harry Potter, o meu pai e o Luís Figo. – disse Karina cinicamente.
- Luís Figo? – inquiriu o aluno sem entender.
- Esquece – riu-se Karina.
- Bem, a filha do Senhor das Trevas tem muito que fazer. – disse Dimitri agarrando-a pelo pescoço.
- Ah sim, deve ter mesmo – concordou o rapaz. – Então até qualquer dia menina e, se precisar de alguma coisa é só dizer.
- Muito obrigada – agradeceu Karina.
Depois disso Peter e Dimitri levaram-na até ao Gabinete do director, Karkaroff.
- Xiiiiii, fiquei famosa. – riu-se Karina.
- Daqui a segundos está aí uma multidão de putos a pedir-te autógrafos! – riu-se Peter.
- Ah, ah, ah... que piada. – disse Karina ironicamente.
Bateram à porta do gabinete de Karkaroff e alguém mandou entrar.
- Professor! Veja lá quem é que nós encontrámos! – pediu Peter.
- Senhores, eu agora estou a tratar de um assunto melindroso, e o que vocês encontraram...
- Olá professor Karkaroff! – cumprimentou Karina acenando-lhe.
- Karina! Mas que coincidência hã? – disse alguém que estava sentado de frente para Karkaroff e se virara para trás.
- Pai?! O que fazes aqui? – inquiriu Karina estupefacta.
- Vim tratar de uns assuntos pendentes. – respondeu Voldemort. – E tu minha filha?
- Idem.
- Idem, hã? Hum... que tipos de assuntos? – perguntou Voldemort curioso.
- Não te interessa. – respondeu Karina deitando-lhe a língua de fora.
- Que mal educada! – observou Voldemort.
- Pois sou. – riu-se Karina. – Bem, vou-me embora. Foi um prazer voltar a vê-los.
- Já vais? – inquiriu Karkaroff.
- Sim. Quanto mais depressa resolver isto melhor. – comentou Karina. – Beijos a todos. Tchau Peter, tchau Dimitri.
Depois de se ter despedido saiu para fora do castelo.
À entrada aguardavam-na um considerável número de alunos, que, como Peter dissera, queriam o seu autógrafo!
Karina demorou um certo tempo a livrar-se deles.
- Olha lá, dás-me a tua morada? – murmurou-lhe uma voz ao ouvido.
Karina olhou para trás, esperando ver algum aluno, mas deu de caras com Dimitri a rir-se dela.
- Tu tens uma piada... – comentou Karina sarcasticamente.
- Estou a falar a sério, eu e o Peter queremos ir visitar-te um dia destes. – afirmou Dimitri com sinceridade.
- Ah! Assim está bem! – disse Karina sorrindo.
Deu-lhe a sua morada e só depois é que pode continuar o seu caminho.
Quando saiu dos terrenos da escola viu alguém esconder-se atrás de um muro. Era o mesmo tipo que lhe tinha chamado a atenção no bar.
- Hum... Mas quem será aquele anormal? – perguntou-se pensativamente.
Virou a esquina e encostou-se à parede ficando em silêncio.
Aos poucos foi ouvindo passos a aproximarem-se e alguém espreitou.
Karina agarrou esse “alguém” pelas golas do casaco e mandou-o ao chão.
- Mas quem... – começou Karina mas ficou a olhar feita parva. – Ian?
- Olá Karina, tudo bem? – perguntou Ian descaradamente.
- O que fazes aqui? – inquiriu Karina friamente.
- Bem, eu...
- Fala! – ordenou Karina.
- Pensei que precisaces de umas refeições saudávies... – riu-se o jovem, mas sob um olhar tão gélido preferiu não ir pelas gracinhas. – E se arranjássemos um lugar mais sossegado?
- Como por exemplo...
- Um bar? – opinou Ian sorrindo-lhe.
- Não, vais-te explicar agora. – ordenou Karina.
- Ai Meu Pai... – murmurou Ian passando a mão pela cabeça, já suava por tudo o que era lado. – Podes largar-me?
Karina largou-o e recuou dois passos.
- Estou à espera. – informou azedamente.
- Bem... eu fiquei preocupado contigo e segui-te. – disse o rapaz olhando Karina e continuando a sorrir, mas de uma forma tipo “espero que ela acredite nesta”.
- Estás à espera que eu acredite nisso? – perguntou Karina batendo com o pé no chão.
- Eu... foi o senhor Dimitri Vonisky que me enviou como teu protector. – disse Ian suspirando. – Ele tinha medo do que Alexander poderia fazer-te.
- Mas o que é que ele quer de mim? – perguntou Karina olhando Ian com as sobrancelhas franzidas.
- Não faço a mínima ideia, deram-me um trabalho, eu só estou a cumpri-lo. – afirmou Ian.
- Compreendo. – murmurou Karina virando-lhe as costas. – Acho que vou ver se arranjo um hotel para pernoitar.
Voltou à aldeiazita seguida de Ian e ficou numa pensão, não havia hotéis por aquelas bandas.
A meio da noite Karina levantou-se, pegou na varinha e num mapa da Sibéria que trouxera de Inglaterra. Calçou as botas, vestiu o sobretudo e umas luvas e desceu para fora da pensão.
- Onde pensas que vais? – perguntou alguém agarrando-a pelo braço, era Ian.
- Ó não... – gemeu Karina contrariada.
- Ó sim! Pensavas que te ias escapulir a meio da noite, era? – inquiriu Ian triunfante.
- Era. – confirmou Karina azedamente. – O que fazes de pé?
- Queres que eu me ajoelhe? – perguntou Ian cinicamente. – Já previa que te tentasses livrar de mim.
- Além de cozinhar sabes raciocinar. – observou Karina sarcasticamente.
- Tens toda a razão. Agora volta para o teu quarto e descansa. Partiremos amanhã. – disse Ian. – OK?
Karina meteu as mãos nos bolsos e olhou para o chão carrancuda.
- Vá lá miúda, não faças birra! – riu-se Ian levantando-lhe o queixo.
Karina virou-lhe as costas e subiu para o quarto. Sentia-se estranha, tinha falta de alguma coisa e ela sabia perfeitamente do que era, Draco. Ian podia ser muito simpático mas não era o mesmo.
Na manhã seguinte Karina desceu já com a mochilita que trazia, arrumada e foi tomar o pequeno-almoço.
- Bom-dia Karina. – cumprimentou Ian sentando-se de frente para ela.
- Olá. – murmurou Karina.
- Então o que se passa? Uma carinha tão bonita não devia estar assim desanimada. – observou Ian.
Karina não lhe respondeu.
- Estás a pensar no teu amigo Draco Malfoy, não estás?
- Eu? Porque haveria de estar a pensar nele?
- Ele é teu namorado, não é?
- Sei lá! A esta hora deve andar com uma gaja qualquer. Ele não passa de um convencido, troglodita, idiota, sem miolos, loiro oxigenado, sem coração, que adora gozar com a minha cara...
- Mas gostas dele? – perguntou Ian. – Ou tens outro amor, outros desejos...
Karina olhou para o copo de leite e não respondeu.
- Isso quer dizer que já não gostas dele? – inquiriu Ian levantando-lhe a cabeça para a poder olhar nos olhos.
Karina voltou a não responder. Ian debruçou-se sobre a mesa e passou-lhe a mão pela cara.
- Sabes, gosto muito de ti. – murmurou-lhe Ian. – E, assim sendo, quero o melhor para ti.
Karina abriu a boca para falar, mas Ian deu-lhe um beijo. Nem teve tempo para se afastar dele, porque alguém começou a falar.
- Eu nunca fui tão ofendido em toda a minha vida.
Karina afastou-se de Ian e olhou para cima.
- Draco...
- Nunca pensei isto de ti. A sério, desiludiste-me – disse Draco friamente.
- Não é nada disso, eu...
- Cala-te!!! Não te quero ouvir! – gritou-lhe Draco. – Eu amava-te e pensava que me amavas mas enganei-me. Tu és uma desilusão.
- Draco, por favor...
- Cala-te! Eu aceitei este trabalho nem sei como!!! Eu fui tão parvo. – murmurou Draco. – Adeus aos dois e que sejam muito felizes.
- Draco, não... – começou Karina mas ele dirigiu-se para a porta. – Espera! – mas Draco foi-se embora sem olhar para trás.
- O que fiz eu... – murmurou Karina tremendo. – Ó Meu Deus...
- Karina, acalma-te. – pediu Ian.
- Quero ficar sozinha. – murmurou, erguendo-se e dirigindo-se para a porta.
- Peço desculpa, não fiz por mal. – explicou-se Ian.
- Eu sei, mas agora deixa-me. – pediu Karina e saiu para fora do estabelecimento.
Vagueou pelas ruas durante algum tempo.
- Draco... ele não me vai perdoar... – murmurou desesperada. – Sinto-me tão mal...
Subitamente ocorreu-lhe uma ideia, ir imediatamente para a Sibéria, livrar-se de Ian e de toda a gente, e acabar com todo aquele assunto, para poder tentar falar com Draco depois de passar toda aquela confusão.
Olhou em volta para se certificar que Ian não a tinha seguido e materializou-se.
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