Alexander Vonisky
Karina levantou-se às 7:00 e desceu até ao andar de baixo meio a cambalear. Foi até à cozinha e viu que Ian já lá estava.
- Bom-dia Karina, dormiu bem? – inquiriu sorridente.
Ian era, sem e mínima dúvida, um rapaz fantástico. Se Draco fosse um bocadinho como ele...
- Dormi optimamente! – disse Karina espreguiçando-se.
- Ainda bem. Então o que vai a menina querer para o pequeno-almoço?
- Não sei... o que quiseres fazer... ah... o que quiser fazer. – corrigiu Karina rapidamente.
- Pode-me tratar por tu se quiser, eu não me importo. – sorriu-lhe Ian bem disposto.
- Eu só trato por tu quem me trata também. – afirmou Karina.
- Pois, mas como seu criado...
- Hey! – exclamou Karina levantando a mão. – Não repita isso, o senhor não é meu criado, o senhor é um cozinheiro óptimo, que eu contratei por não saber fazer nada de jeito.
- Eu podia ensinar... te. – voluntariou-se Ian prontamente.
- Eu iria adorar, mas não tenho tempo. – suspirou Karina. – Muito trabalho para fazer.
- Hum, entendo. – murmurou Ian tirando uma frigideira do armário.
O pequeno-almoço de Karina foi um ovo estrelado, duas fatias de bacon, pão e um copo de sumo.
- Acho que tiveste muito trabalho. – observou Karina. – Uns cereais bastavam.
- Eu sou o cozinheiro, eu decido. Foi para isso que tirei o curso. – afirmou Ian.
Quando Karina chegou ao emprego deu de caras com Draco que estava à entrada à sua espera. Karina ia a passar por ele sem lhe dirigir a palavra, mas Draco agarrou-lhe o braço.
- Espera. – pediu.
- Larga-me. – rosnou Karina puxando o braço com força.
- Por favor Karina, ouve-me. – pediu Draco largando-a.
- O que é que queres? – perguntou Karina asperamente.
- Eu queria pedir-te desculpa pelas cenas de ontem, fui muito infantil. – murmurou Draco.
- É, tens razão, foste mesmo. Mas não é a mim que tens que pedir desculpa, é ao Ian. – informou Karina. – E enquanto isso não acontecer, não me voltes a dirigir a palavra.
- Mas Karina, eu amo-te! – exclamou Draco vendo-a afastar-se. – Por favor...
Karina seguiu para o seu departamento ignorando-o completamente. Entrou no seu escritório e sentou-se.
- Para ele aprender. – murmurou azedamente.
Olhou à sua volta e viu um pergaminho selado em cima da secretária.
Observou-o desconfiadamente. Pegou-lhe e abriu-o.
Cara Karina
Como vai? Bem... creio que ontem recebeu a visita de um amigo meu, que ia falar consigo. Foi lamentoso que o seu amigo Ian tenha interferido em algo que não lhe dizia respeito absolutamente nenhum, parece que já não dão educação às pessoas, mas algo parecido não voltará a acontecer, pelo menos espero que assim seja. Ver-nos-emos brevemente.
Com todo o respeito
Alexander Vonisky
- Vonisky... Alexander Vonisky... O filho do Dimitri Vonisky... mas como? – inquiriu Karina poisando a cara. – E o que é que ele quer?! O que é que eu tenho?
Já há muito tempo que Karina desistira daquele grupo, há anos e anos que não ouvira falar deles, era um passado de há muito, coisas que ela não se queria relembrar, pois relembrar-se do passado era o mesmo que lembrar-se de tudo o que se tinha passado antes de ter ido para Hogwarts. Os anos passados no orfanato; como este tinha ardido, matando toda a gente menos ela e uma empregada (até certa altura Karina pensara que tinha sido ela a pegar fogo ao orfanato psiquicamente, de tanto ódio que lhe tinha, assim como à maior parte das pessoas que lá viviam); o assassinato dos seus pais adoptivos mesmo à sua frente quando ela tinha 14 anos por um vampiro nojento...
E agora, de repente, tudo vinha ao de cima...
- Tenho que resolver este assunto. Mas para isso tenho que ir até à Rússia. – murmurou pensativamente. – Deixar isto por uns dias e acabar com tudo, para poder esquecer estes acontecimentos.
Levantou-se e foi até ao gabinete de Harry.
- Olá Potty! Como vai isso? – inquiriu Karina sentando-se à frente de Harry.
- Vai tudo bem e contigo? – perguntou Harry.
- Tudo na boa. – respondeu Karina. – Olha, estou a precisar de ir à Rússia, é rápido, num estantinho, nem vais dar pela minha falta. – disse descaradamente, como só ela sabia ser.
- Mas o que vais fazer? – quis saber Harry olhando-a perplexo.
- Vou ver uns amigos meus, um deles está muito doente, é horrível, está com febre escarlate. – mentiu Karina. – Vou ver se posso fazer alguma coisa por ele com os meus poderes curativos.
- Ah... e vais demorar quanto tempo?
- Não sei bem, é o tempo de ir e vir. Não sei é se vá de avião ou me materialize. – murmurou Karina pensativamente.
- Isso tu é que sabes, sem dúvida. Mas estás à vontade para ir, tens carta branca. – informou Harry sorrindo-lhe.
- Obrigada ‘migo. – agradeceu Karina sorrindo-lhe. Levantou-se e saiu acenando. – Vemo-nos por aí!
- Como quiseres! – respondeu Harry. – Isto cheira-me a esturro... – murmurou pensativamente quando Karina já tinha saído. – Nunca vi uma mentira tão bem inventada, foi teatral de mais.
Pegou no telefone e ligou para casa de Malfoy. O telefone chamou e chamou e só vários minutos depois alguém atendeu, num tom de voz muito enfadonho.
- Sim?
- Malfoy? É o Harry. Podias passar por aqui agora? Precisava de falar contigo. – informou.
- Acabei de sair daí! – protestou Draco. – Mas OK, não tenho para fazer mesmo.
Dez minutos depois Draco já lá estava.
- O que queres Potter? – perguntou friamente, via-se que não estava nos seus melhores dias.
- Saber uma coisita. Sabes porquê que a Karina vai para a Rússia? – perguntou Harry olhando-o atentamente.
- A Karina vai para onde?! Mas o que vai ela fazer à Rússia? – perguntou Draco pasmado.
- Pensei que tu soubesses, não és namorado dela? – inquiriu Harry.
- Para ser sincero nem sei, nós ontem... discutimos. – murmurou Draco.
- Ah!!! Mas eu pedi-te para vir cá porque achei o pedido da Karina estranho. Estou a pedir-te para a seguir. – afirmou Harry.
- O quê?! Estás-me a ver com cara de espião? Não tenho jeito para isso. – declarou Draco.
- Olá malta!!! – cumprimentou Phillipa entrando. – Ouvi falar em espião?
- Sim, sim. Ofereci trabalho ao Malfoy para ele seguir a Karina mas ele não quer. – observou Harry. – Conheces alguém disponível?
- O Gonzalez está, sabes, aquele ruivinho, alto, de olhos verdes... – descreveu Phillipa olhando Malfoy de soslaio.
- OK, OK, eu vou. – decidiu-se Draco fazendo sinal para Phillipa se calar. – Vocês ganharam. Não quero esse tal Gonzalez a espiar a minha namorada.
- Óptimo Draco. Então é melhor despachares-te e fazeres uma mala com roupa quente. – aconselhou Phillipa indicando a porta.
- Sim, sim. Para não apanhares uma constipação ou uma gripe. Pode ser perigoso. – afirmou Harry abanando a cabeça afirmativamente.
- Sim, concordo... mas o que vocês querem é ficar sozinhos... se eu não tivesse mais que fazer ficava aqui a chatear-vos. – afirmou Draco. – Ó sim, vocês iam ficar fartos de mim para o resto da vida.
- Já estamos... – murmurou Harry baixinho.
Depois de Karina ter saído do gabinete de Harry foi directamente para casa.
- Já chegaste? – perguntou Ian espantado, quando ouviu a porta a bater. Trazia um prato na mão.
- O que estás a fazer? – perguntou Karina pondo as mãos na cintura.
- Bem... a lavar a loiça. – respondeu Ian encolhendo os ombros.
- Mas és cozinheiro, não empregado doméstico! – fez ver Karina.
- Mas eu não tinha nada para fazer. – protestou Ian.
- Ai, ai. – suspirou Karina. – Mas agora é que o senhor vai ter pouco que fazer.
- O que queres dizer com isso? Vais-me despedir? – perguntou Ian assustado.
- Nada disso, só que preciso de ir à minha terra natal resolver uns problemas. – respondeu Karina.
- Compreendo... Não se preocupe, eu vou para casa do meu primo durante esse tempinho. – afirmou Ian.
- Não precisas, podes ficar aqui. – afirmou Karina.
- Eu não quero abusar, por isso eu prefiro ir para casa do meu primo. – informou Ian. – E está decidido.
- O que se há de fazer? – perguntou Karina encolhendo os ombros. – A falar com teimosos...
- Não fales muito... – aconselhou Ian.
- Vou meter uns trapitos na mochila e já volto. – disse Karina.
Subiu para o quarto, foi buscar a mochila e encheu-a com roupa e outras coisas.
- Bem, estou pronta. – disse Karina. – Rússia, aqui vamos nós! Ou melhor, aqui vou eu!
Voltou a descer e chamou por Ian.
- Diga madame. – pediu Ian.
- Vou indo. – informou Karina. – Bem, até qualquer dia Ian!
- Espera só um pouco, eu quero fazer-te qualquer coisita para comeres pelo caminho! – pediu Ian correndo para a cozinha.
- Não é preciso! – gritou Karina rindo-se. – Ai que rapaz....
Ian apareceu dez minutos depois com algumas sanduíches.
- O que é que puseste em cada uma? – perguntou Karina curiosa.
- Isso é segredo! – disse Ian piscando-lhe o olho.
- Ahhhhhh..... Então vou ter de descobrir por mim própria. – concluiu Karina na brincadeira. – E se for veneno... morro.
- Exactamente. – riu-se Ian. – Então boa viagem.
- Muito agradecida, senhor cozinheiro!
- E até qualquer dia. – despediu-se Ian dando-lhe um atrevido beijo na cara que a fez olhá-lo estupefacta por alguns segundos, até que desapareceu como se nunca ali estivesse estado.
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Autora: Espero que tenham gostado, faço por isso! =P
Comentem por favor, a minha vida depende disso! bjx**
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