O Próximo Passo
Rony guardou a carta que havia escrito para Hermione bem no fundo de uma das gavetas de sua escrivaninha. Ele agora sabia que a garota gostava de alguém – “Aquele Wood, provavelmente” pensava ele – então sabia que não podia se declarar a ela. Mas ele também não tinha coragem de dar um fim na tal carta, mas só Merlin saberia dizer o motivo. E por lá a carta ficou durante alguns dias.
Certa manhã Rony acordou e viu um pedaço de pergaminho dobrado em cima de sua cama. Olhando para o lado, viu que Neville e Harry dormiam profundamente e imaginou que alguma coruja devia ter deixado-a ali durante a noite. Ainda sonolento, sentou-se em sua cama, abriu o pergaminho e leu, estupefato o que estava escrito com letras recortadas de jornal.
“Te adoro”. Era tudo o que estava escrito. Rony virou o pergaminho, procurando por algo mais, por algum nome, um remetente, qualquer coisa, mas não encontrou mais nada. Intrigado, mostrou a o pedaço de papel mais tarde a Harry.
- Então, o que você acha? – Perguntou com as sobrancelhas erguidas.
- Acho que você tem uma admiradora secreta. – Harry ria da cara de espanto do amigo.
- Você acha?
***
Hermione acordou com o sol entrando pela janela do quarto de Gina. Mesmo ainda sendo muito cedo, Gina já havia acordado para ajudar sua mãe, como sempre fazia todos os dias de suas férias. Ela se levantou, se espreguiçou e foi até o criado de Gina para se olhar no espelho. De uma vasilha com água encantada para ser sempre limpa, ela pegou um bocado de água e jogou em seu rosto e, quando olhou diretamente para o espelho notou alguma coisa estranha no reflexo de sua cama.
Um pontinho vermelho estava bem ao lado de seu travesseiro branco, destacando-se de todo o resto. A garota se virou e foi andando vagarosamente para perto da cama, com os olhos grudados no ponto. Aos poucos, foi percebendo que não era apenas um ponto vermelho, era uma rosa em sua cama. Uma linda rosa vermelha descansava sobre o lençol branco de sua cama. Ela pegou a rosa e ficou olhando para ela, tentando entender o porquê dela estar ali.
***
Todos desceram para o café da manhã e apenas Harry e Gina perceberam como Hermione e Rony estavam pensativos, dispersos. O segundo passo do plano os dois tinham começado e eles fariam Rony pensar que as cartas eram de Mione e ela pensar que as rosas eram dele. Isso faria com que eles criassem coragem e conversassem sobre isso, o que acabaria com uma declaração de Rony (ele já tinha tudo escrito mesmo). Era esse o plano.
“Acho que não pode ter sido entregue por uma coruja” – Rony estava totalmente absorto em seus pensamentos enquanto devorava alguma coisa no café da manhã. – “afinal, nem está endereçado a mim. Nem havia destinatário. Nenhuma coruja entrega sem destinatário. Isso quer dizer que deve ter sido alguém que pôs a carta em minha cama. Alguém aparatou? Não, acho que nós teríamos acordado com o barulho...” – ele olhou para todos que estavam presentes. – “Isso quer dizer que só pode ter sido alguém daqui de casa...” – e seus olhos pararam em Hermione. – “Não, ela não. Ela gosta de outro se lembra?! Deve ter sido alguma dessas coisas de mamãe. É, deve. Hoje deve ser o Dia do Filho ou algo assim... Por que eu estou pensando tanto nisso?”
Hermione estava pensando coisas bem parecidas com as de Rony. Tentava decifrar o enigma de quem poderia ter posto um rosa em seu quarto e o porquê disso. Poderia ser alguma brincadeira dos gêmeos Weasley, mas a flor nem tinhas espinhos nem fazia nada de errado; podia ser alguma gentileza do Sr. Weasley, ou de Harry, ou de Neville – ela sempre achou que ele tinha uma queda por ela – ou de... Ela notou como Rony a estava olhando. Ele ficou algum tempo parado a encarando, mas quando ela o encarou também, ele virou seu rosto e continuou a comer. Não, não poderia ser ele. Quer dizer, até que poderia ser algo como um pedido de desculpas dele. Mas seria um presente de amigo. Por que não teria outro motivo a mais. Mas por que logo uma rosa vermelha? Uma coisa tão... romântica? “Droga, Hermione, pára de sonhar! É lógico que não foi ele!”. E assim como Rony, a idéia que ela achava mais absurda era a que ela mais queria que acontecesse.
No dia seguinte, Rony acordou cheio de esperança e, com o coração batendo forte, viu que havia outra carta para ele. Escrita com letras recortadas de jornal como a outra dizia: “Te adoro e sonho que você seja meu”. Agora ele não tinha dúvidas. Era mesmo uma carta de amor. Uma carta escrita aos poucos. Ele teria que esperar para ver a assinatura. Hermione acordou com o mesmo excitamento de Rony e descobriu duas rosas em sua cama. Em uma delas havia um pequeno pedaço de papel vermelho com letras em dourado escrito “Love”. E na outra ela encontrou “You”. “Mas quem me ama?” – pensou ela numa mistura de alegria e desespero. Talvez alguma flor fosse responder isso.
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