Capitulo II

Capitulo II


- A minha vida está totalmente descontrolada – confessou Lilian, com um suspiro à sua amiga, Sara Michaels.
Sara bebeu um gole do seu refrigerante e olhou para Lilian com os seus olhos azuis, curiosos. Porém, não preocupados.
- Não me digas que há saldos nalgum centro comercial?
- Oxalá fosse isso. É algo mais sério.
Sara pareceu surpreendida com a resposta.
- O que te aconteceu, Lily?
Lilian hesitou. Era o momento perfeito. Todavia, as palavras não lhe saiam. A cantora era a sua melhor amiga e a sua bússola em questões de consciência. Embora soubesse que Sara se iria surpreender, pela negativa, ao ouvir a sua história. Lilian sabia que ela era a única que a podia ajudar a sair daquela confusão de emoções.
Estava consciente de que não podia contar com os seus pais para a ajudarem com aquele problema, embora desejasse poder seguir o conselho da mãe e esquece-lo simplesmente. O problema era que não o conseguia tirar da cabeça e se recordava com nitidez total de cada momento que passara com ele.
- Lily? – chamou Sara, sorrindo para a animar.
- Alguma vez fizeste algo de errado, consciente de que era errado?
Uma expressão estranha desenhou-se no rosto de Sara. Em vez de responder, bebeu outro gole do seu refrigerante e o seu olhar perdeu-se no horizonte. Finalmente assentiu.
- Não preciso que me contes – disse Lilian, apoiando os cotovelos sobre a mesa. – No entanto, fosse o que fosse, se tivesses de voltar a faze-lo, fá-lo-ias?
- na altura pensava que aquilo era correcto – disse Sara, - era muito jovem. Agora posso dizer que errei.
Lilian não sabia qual poderia ter sido o pecado de Sara. No entanto, conhecendo a tendência da sua amiga de fazer sempre o que era correcto, não podia ser muito mau. Com certeza que nada comparado com uma aventura de uma noite. Contudo, agradava-lhe verificar que Sara conseguia entender que uma pessoa se desviasse do bom caminho.
- Fiz algo – disse vagamente Lilian, - que sabia que estava errado desde o começo. Porem, continuei em frente e fi-lo de qualquer modo.
- Agora lamentas – respondeu Sara com uma voz compreensiva, inclinando-se para lhe pegar numa mão. – A dada altura, todos fazemos coisas assim, coisas que lamentamos.
Lilian emitiu um gemido. Sara não percebera nada. Não eram os remorsos da consciência que a incomodavam, era a falta deles.
- O caso é que não me sinto mal – disse Lilian. - Sei que devia. Contudo, não só não me sinto mal, como também se tivesse oportunidade, voltaria a faze-lo.
Sara franziu o sobrolho.
- Não te entendo.
- É a minha mãe. Estou a começa a ficar parecida com ela.
Sara olhou para os sacos cheios de roupa acabada de comprar que Lilian tinha ao seu lado. Quando Lilian estava nervosa, nada a conseguia tranquilizar mais do que uma visita a um centro comercial. Sara, tal como o resto das suas amigas, assumira que ir às era a sua forma de descarregar o stress.
Lilian também olhou para os sacos. A única coisa que lamentava era que teria que devolver a maior parte das coisas que comprara. Gastara a maior parte do seu salário no pagamento da renda do apartamento de luxo que tinha no centro da cidade e sobrava pouco para os seus caprichos.
- Lily, não és a mesma desde que voltaste de Chicago. O que aconteceu?
- Diverti-me em Chicago. – respondeu Lilian, evitando a pergunta. – Foi incrível voltar a ver toda a gente.
Porem, a verdade era que a reunião fora agridoce para ela. Lilian alegrara-se pela ultima das suas amigas de universidade se ter casado, tal como pelas restantes amigas que carregávamos os seus bebes nos braços. O que não deixou de pensar foi quando seria a sua vez. Quando encontraria o homem que lhe estava destinado? Quando teria o seu filho nos seus braços?
- Diz-me porque pensas porque és como a tua mãe – disse Sara, ao ver que Lilian não dizia mais nada.
- Quando a minha mãe vê algo que quer, vai em frente, sem ter em conta as consequências das suas acções. Ultimamente, eu tenho andado a fazer o mesmo.
- Isso não é verdade – respondeu Sara, mais por lealdade do que pela sua capacidade de ser realista com as suas amigas.
- Sim, é. Aluguei uma casa que tem uma renda mais elevada do que posso pagar – lilian pensou que aquilo soava melhor do que dizer que tivera uma aventura de uma noite com um homem, que nunca mais voltaria a ver. – Compro roupa de que não preciso só por gosto.
- Se for dinheiro – começou Sara, - tenho uma economias que …
- Não é isso – disse Lilian com firmeza. Pedir dinheiro emprestado aos amigos era a especialidade do seu pai. Porem, ela preferia dormir ao relento a aceitar dinheiro de Sara. – Todavia, preciso de alguém com quem dividir o apartamento. Se conheceres alguém que esteja interessado, dá-lhe o meu número.
Sara encostou-se na sua cadeira, pensativa.
- Talvez conheça alguém. O único problema é que é um homem.
Lilian evitou a tentação de sorrir. Só Sara se preocuparia com isso.
- Não me importa.
- Não sei há quanto tempo está em Saint Louis. No entanto, anda à procura de um lugar onde ficar. Acho que se darão bem.
- Conheço-o?
- Não é daqui – respondeu Sara. – Acabo de o contratar para que se encarregue de preparar a minha viagem pela Europa.
- É bonito? –a pergunta saiu dos lábios de Lily, antes que a pudesse travar.
- Penso que é bastante atraente – disse Sara. – Mas, não consigo ser objectiva com homens morenos e de olhos castanhos.
Lilian sorriu. A descrição de Sara coincidia com a do seu marido, Remus, ex-policia. E também com a de Tiago.
A imagem de Tiago projectou-se na mente de Lilian. Embora já tivesse passado uma semana desde que passaram a noite juntos, ainda acordava de noite a relembra-la. Até mesmo naquele momento, ao pensar nele, sentia-se invadida pelo desejo.
Tentou afastar aquelas lembranças da sua mente. Se ia partilhar o apartamento com um homem, a primeira regra seria ano mater uma relação intima com ele. Deoutro modo, aquilo não funcionaria.
- Conhece-lo bem? – perguntou Lilian. – Eu não quero, exactamente, partilhar o tecto com Jack, o estripador.
Sara riu-se.
- Não é Jack, o estripador. Tanto Arthur Weasley como o seu chefe anterior deram-me boas recomendações dele. Quando o entrevistei deixou-me impressionada, também passou no teste de Remus.
O olhar de Sara adoçou-se, como sempre que falava do seu marido. Estava há três anos casada com um antigo membro da polícia secreta que agora se dedicava a cuidar da sua esposa e da sua filha pequena. Se aprovara aquele homem, era porque ele era seguro.
- Ele está à procura de apartamento? – perguntou Lilian. – Talvez queira viver sozinho.
- Acho que prefere partilhar. Parece que a questão de dinheiro é importante para ele.
- Não lhe pagas o suficiente? – brincou Lilian.
- Segundo o meu agente, pago-lhe demasiado – replicou sara, a rir-se. Porem, tem um currículo impressionante.
- Porque terá problemas e dinheiro?
- Não sei – disse Sara, encolhendo os ombros. – Não falamos da sua vida privada. Todavia, alguns dos seus comentários fizeram-me pensar que olhava muito ao que gastava. Fiquei surpreendida porque usava roupa cara.
- Parece que é o meu tipo – Lily riu-se. Embora só fosse partilhar o apartamento com ele e não tivessem que ser amigos, era reconfortante saber que os dois gostavam de roupas boas. – Quando poderei conhece-lo?
Sara esbugalhou os olhos e levantou a mão em jeito de saudação.
- O que te parece agora mesmo?
- Agora?
- Acaba de entrar.
Lilian virou-se e o seu coração parou ao ver um homem alto, de costas largas que se encaminhava para a sua mesa.
- Tiago – sussurrou, sentindo-se, de repente, atordoada.


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Fim do segundo capitulo!

Tiago em acçao!

Eu queria agradecer a Nina pelo comentario XD. Foste a unica!!

Um trecho do proximo capitulo:

" - Sei que pode ser difícil de acreditar, especialmente depois da maneira como que comportei na outra noite. Porem, normalmente, não tenho problemas em manter-me afastada dos outros homens – disse ela. – A questão é que contigo é diferente.

Ele percebeu a importância daquele comentário, portanto analisou as suas palavras antes de responder.

- O que está a dizer é que consegues partilhar o apartamento com outro homem, mas, não comigo?

Ela corou ainda mais."

Por favor comentem!

Bjs

Sandra

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