Dumbledore
Capítulo 10: Dumbledore
Na manhã seguinte, Harry acordou com o corpo moído pela noite mal dormida. Olhou para o lado e notou que os colegas de quarto Neville e Dino já tinham levantado, e Rony parecia ter acabado de despertar. O ruivo olhou para Harry, bocejando e tentando falar:
- Bom dia! Acho que dormimos demais. É melhor levantarmos logo e irmos tomar café, senão chegaremos atrasados na primeira aula.
- Você sabe qual é a nossa primeira aula? – perguntou Harry, se levantando e começando a trocar de roupa.
- É a de feitiços. O professor Flitwick não costuma se atrasar. É melhor corrermos – Rony se dirigiu ao banheiro para escovar os dentes.
- Ainda bem que as aulas de Feitiços são sempre animadas, estou morrendo de sono – Harry bocejou.
- Não dormiu bem? – Rony voltou do banheiro e sentou-se na cama para esperar Harry.
- Não muito. Mas recupero em outro dia – Harry foi para o banheiro escovar os dentes.
Após alguns minutos, Harry voltou do banheiro e os dois seguiram em direção a Sala Comunal.
Mal os garotos desceram as escadas, e encontraram Gina e Hermione sentadas nas poltronas. Notaram que elas pareciam aborrecidas.
- Até que enfim! Parecia que iam dormir até a hora de almoço. Vocês não ouviram a Professora McGonagall dizer para não perdermos as aulas? – ralhou Hermione com os dois.
- Ok, Hermione, já estamos indo – respondeu Harry. – Não sei como vocês conseguem acordar tão cedo.
- É que nós somos responsáveis – continuou a menina. – E vocês deveriam fazer o mesmo – disse, meio que encarando Rony.
- Fala a verdade, Harry, você já viu uma garota mais linda do que essa? Adoro o jeito que ela ralha comigo. É por isso que eu a amo! – falou Rony indo em direção a garota, abraçando-a e girando-a no ar.
- O que é isso, Rony? Me coloca no chão! – disse Hermione, corando e dando pequenos socos no garoto, enquanto os poucos alunos que estavam na Sala Comunal os olhavam curiosos.
Rony a colocou no chão e roubou um beijo da garota, que o olhava incrédula.
- E o que tínhamos combinado, Rony? Não vale mais? – perguntou a menina, tentando esconder o rosto no peito de Rony.
- Eu e o Harry conversamos. Não precisamos fingir mais, até porque como Harry disse, todo mundo já sabe mesmo – respondeu o garoto, com o sorriso torto que Hermione tanto gostava.
- Você podia ter falado comigo antes de dar esse showzinho – Hermione olhava para o namorado com censura.
- Podia até ser, mas não quero perder mais nenhum segundo em que possamos ficar juntos – respondeu Rony.
Hermione mordeu o lábio inferior. Ela não sabia como aquilo deixava o garoto louco, e em seguida sorriu para ele.
- Agora vamos tomar café, porque estou morrendo de fome. – disse Rony, segurando a mão da garota e a arrastando pelo buraco da parede em direção ao Salão Principal.
Harry olhou para a Gina e, sorrindo, os dois seguiram o casal em direção ao Salão para o café da manhã.
Após o café, Gina se separou dos três e foi em direção a sua aula de Poções nas masmorras.
A aula de feitiços foi um pouco chata para os três, visto que os feitiços ensinados na aula já tinham sido treinados no lago. Eles realizaram os feitiços assim que Flitwick acabou de explicar e puderam notar a cara de espanto do mesmo. Para Hermione não havia problema, ela sempre era a primeira a aprender os feitiços nas aulas que tiveram nos anos anteriores, mas Harry e Rony tiveram que se esforçar para parecer que foi sorte, errando constantemente.
- Se não tomarmos cuidado, as pessoas vão desconfiar do nosso desempenho nas aulas – comentou Harry.
- Além disso, eu tenho que tomar cuidado para não acabar desaprendendo nas aulas – disse Rony. – Do jeito que sou lerdo, vou acabar andando pra trás.
- Você sabe que não é lerdo! – Hermione censurava o garoto. – Apenas tem que ser mais esforçado.
- Menos folgado, você quer dizer – Rony pareceu decepcionado com o comentário da menina.
- Não é nada disso. É que às vezes você não se concentra o suficiente e deixa se levar por outras coisas. Pra mim, você é um dos melhores bruxos que conheço – disse a menina tentando animá-lo.
- Não precisa tentar me animar, eu sei que sou apenas um fardo pra vocês e é bem capaz que ponha tudo a perder quando tivermos que enfrentar Você-sabe-quem – o garoto parecia realmente chateado.
- Você se esquece rápido das coisas não é? – Harry olhava com resignação para Rony. – Você esteve em todas as coisas que fizemos até agora e sempre teve uma participação decisiva em todas elas, portanto não me venha com esse papo, pois não temos tempo pra isso.
- É isso mesmo! Não entendo como você não consegue enxergar a sua importância no que estamos fazendo – disse Hermione, olhando com admiração para o garoto.
Rony sorriu e pareceu um pouco mais confiante. Deu um selinho em sua namorada, a abraçou e disse sussurrando em seu ouvido:
- Só você pra me animar. Você tem o poder de fazer a minha vida ter sentido.
A menina sorriu e agarrou o braço do ruivo enquanto seguiam para as masmorras.
No caminho, encontraram Gina, que saía da aula de Poções.
- Como foi a sua aula, Gina? – perguntou Hermione.
- Tudo bem. Mas o Slughorn parece muito menos animado do que no ano passado. Acho que ele está com medo, pois se sentia mais seguro com Dumbledore por perto.
- Só espero que ele não desista antes do ano acabar. Isso prejudicaria muito os alunos – comentou Hermione.
- Acho que não. Ele estaria em perigo em qualquer lugar. De qualquer forma, a gente se vê no almoço. Até mais – disse Gina, se afastando do grupo.
- Até mais – responderam os três.
O grupo chegou na entrada da sala de Poções nas masmorras e aguardaram com os alunos que restavam.
A porta se abriu e Slughorn fez com que entrassem.
A aula transcorreu sem nada de excepcional, exceto a queda vertiginosa que Slughorn notou no desempenho de Harry.
Harry se recusava a usar o livro de Snape e, embora tivesse melhorado sem a presença do antigo professor, seu desempenho era bem pior sem o livro do “príncipe” que havia usado ano passado. Contudo, Slughorn disse ao garoto que entendia e provavelmente isso se devia à perda de Dumbledore.
Harry não gostava disso, mas achou mais fácil aceitar essa desculpa do que explicar o que aconteceu ao professor.
Após as aulas de poções, o trio se dirigiu ao Salão Principal para almoçar, e se encontrou com Gina, que acabara a sua aula de Transfiguração.
- Como é a professora nova? – perguntou Rony para a irmã.
- Parece ser legal, mas não se compara a McGonagall – respondeu Gina.
- Mas deve ser difícil ter que substituir a Professora Minerva, não acham? – disse Hermione.
- Realmente, mas tomara que ela seja competente. Tenho algumas idéias que pretendo conversar com Dumbledore e, se ele aprovar, iremos precisar da ajuda dela – sussurrou Harry para os outros.
- Onde nos encontraremos para ir na sala da Diretora? – perguntou Gina.
- Acho melhor nos encontrarmos na biblioteca logo após o fim da última aula e de lá iremos para a sala da Diretora – respondeu Harry. – Se sairmos os quatro juntos podem desconfiar e quererem nos acompanhar.
- OK, mas me esperem, tá? Não vão sem mim – pediu Gina.
- Pode deixar Gina, iremos te esperar – respondeu Hermione para tranqüilizá-la.
Após o almoço, o trio se dirigiu para a aula de transfiguração, enquanto Gina seguia para a aula de Feitiços.
O grupo aguardava o horário para entrar na aula de Transfiguração, quando a porta se abriu e a Madame Plinkington apareceu.
- Boa tarde, vamos todos entrar para não perdermos tempo – a professora dava passagem para os alunos enquanto sorria.
Harry, Rony e Hermione se sentaram numa mesa na frente da sala e aguardaram a professora começar a aula.
- Bem, meu nome é Marina Plinkington e serei a sua professora de Transfiguração neste ano. Gostaria que soubessem que para mim é uma honra substituir a Professora Minerva McGonagall e que espero estar à altura do cargo – a professora olhava para a turma e sorria e não lembrava nem de longe a Professora McGonagall, que na maioria do tempo demonstrava um ar severo.
- Para começarmos, gostaria de contar-lhes um pouco de minha vida. Estudei em Hogwarts e fiz um curso de aperfeiçoamento em transfiguração na França, além de estudar poções e suas aplicações para cura de doenças na Irlanda. Anteriormente, estava trabalhando no Hospital Saint Mungus, quando a Diretora me convidou para substituí-la no curso de transfiguração. Como sempre foi um sonho meu ensinar, aceitei e aqui estou – continuou a professora.
Hermione parecia impressionada com o conhecimento da professora Plinkington e a olhava com admiração.
- Sei que demorarei um pouco para conhecer cada um de vocês, mas com tempo tenho certeza que iremos nos dar bem.
- Bem, agora vamos começar – a professora olhou suas anotações e se dirigiu à classe. – Este ano continuaremos o estudo de vocês em transfiguração humana, o que é de grande valia para quem vai tentar seguir a carreira de auror. Começaremos com Metamorfogia, que é a capacidade de mudar a própria fisionomia, e em seguida a transfiguração animal. Nesta segunda fase, a pessoa se transforma em um animal com que possua alguma relação.
Harry, Rony e Hermione se entreolharam e voltaram novamente a atenção para a aula.
- Começaremos com uma lição muito simples que é mudar a cor de nossas sobrancelhas. Para essa lição, usaremos um feitiço não verbal que consiste em visualizar a própria sobrancelha com a cor que desejar, segurar sua varinha com o braço baixo e usar o feitiço não verbal “colorus polares”. Lembro que vocês devem se concentrar somente na cor de suas sobrancelhas e manter o formato delas exatamente como são. Para auxiliar o exercício, formem duplas e utilizem os espelhos que irei distribuir. Enquanto um tentará realizar o feitiço, o outro irá segurar o espelho de frente ao colega para que ele possa ver bem a sua sobrancelha.
Rony olhou para Harry e, meio que suplicando, deu a entender ao colega que gostaria de treinar com Hermione. Harry entendeu e fez sinal para ele e Hermione formarem uma dupla. Ao vasculhar a sala, notou que apenas um garoto da Lufa-Lufa estava sem dupla e se dirigiu a ele.
- Tudo bem? Podemos treinar juntos?
- Claro! Mas, você é o Harry Potter! Não devia treinar com alguém mais experiente? Afinal, acabei de chegar em Hogwarts – disse o garoto meio abobado.
- Claro que não. Tenho certeza de que você pode até saber mais ou tanto quanto eu desse feitiço, pois na verdade nunca ouvi falar dele – disse Harry, tentando deixar o garoto mais à vontade.
- Então OK. A propósito, eu me chamo Mark Fletcher e acabei de me mudar da Austrália para a Inglaterra.
- Não conheço ninguém de lá. Em que escola você estudava lá? – perguntou Harry.
- Ela se chama Exador e fica no lado Sul da ilha, perto da Tasmânia – completou o garoto. – Eu fiz um teste e eles me colocaram no último ano aqui de Hogwarts.
Nesse momento, a Professora Plinkington se aproximou dos dois e disse de maneira firme, sem ser severa:
- Por favor, é melhor começarem a treinar o feitiço, vocês podem conversar depois.
- Certo, professora – responderam os dois.
Harry e Mark se sentaram e começaram a praticar. Harry teve muita dificuldade em realizar a mudança da cor de sua sobrancelha, e após algum tempo tentando sem nada conseguir, a professora solicitou que trocassem de lugar.
Mark se mostrou muito mais eficiente e, após algumas tentativas, já estava conseguindo mudar a cor das sobrancelhas de forma eficaz. Ele passava de louro para castanho e em seguida para um vermelho sangue, fazendo Harry rir.
O restante da aula passou com os garotos revezando o exercício, sem que Harry conseguisse algum resultado. Quase no fim, a Professora Plinkington se dirigiu a sala:
- Muito bem. Pude notar que quase ninguém conseguiu realizar o exercício, mas já esperava isso, pois a Metamorfogia e muito complicada e rara, sendo que apenas alguns de vocês deverão conseguir. Iremos continuar tentando porque esta característica demora pra ser revelada e às vezes a pessoa pode achar que não pode fazê-lo, mas após algum tempo ela se revela e se torna mais simples.
Houve um murmúrio de lamentação e em seguida a professora continuou:
- Na transfiguração animal deve acontecer a mesma coisa, e é bem provável que alguns de vocês não consigam executar nenhum dos dois. Gostaria de lembrar que isso não é nenhum demérito, pois esses poderes são características raras. Às vezes, não dependem nem do poder, nem do empenho de quem tenta realizá-las, e sim de uma característica que já nasce com ela – continuou a professora.
- Professora, a senhora consegue fazer alguma das transfigurações que está nos ensinando? – perguntou Hermione.
- Por acaso eu consigo realizar as duas, mas não achem que sou uma bruxa poderosa por causa disso. Como eu disse, é apenas uma característica que nasce com o bruxo e, no caso de se conseguir as duas, é muito rara – respondeu a professora, parecendo um pouco constrangida. – Espero que continuem com o mesmo empenho na próxima aula. Estão todos dispensados.
Harry se despediu de Mark e se reuniu com Rony e Hermione quando saíam da sala.
- E aí cara, conseguiu? – perguntou Rony para Harry.
- Nem clarear elas um pouco eu consegui. Acho que eu não possuo esse dom. E você? – Harry olhava com curiosidade para Rony.
- Teve uma hora que eu achei que tinha conseguido, mas foi só a sombra da professora que passava por trás de mim. No fim, fiquei igual a você – respondeu Rony.
- E você Mione, conseguiu? – Harry agora olhava para a garota.
- Demorou, mas no fim eu consegui mudar algumas vezes – respondeu a garota.
- Demorou nada. Pra variar, nem se passaram nem dez minutos e ela já estava fazendo a sobrancelha ficar com qualquer cor que se imaginasse – comentou Rony com um ar de orgulho. – A minha namorada com certeza deve ter os dois dons que a professora tem, e com certeza vai dominá-los rapidinho – Rony deu um beijo estalado na namorada, fazendo-a sorrir.
- Quem era o garoto que estava com você, Harry? – perguntou Hermione.
- Por que você quer saber? – retrucou Rony com o rosto se avermelhando.
- Por nada. É só que eu nunca o vi na escola e achei meio suspeito – Hermione olhava zangada para Rony. – E é melhor você controlar esse ciúme porque você sabe que eu só me interesso por você.
- Tudo bem, desculpe – respondeu Rony com uma cara de espanto e depois de vergonha.
- Ele me disse que se chama Mark e veio de uma escola na Austrália que se chama Exador. Você já ouviu falar, Mione? – disse Harry.
- Já. Dizem que é uma das melhores escolas do mundo. Dizem até que está no mesmo nível de Hogwarts – respondeu Mione.
- Se está no mesmo nível eu não sei, mas eu pude constatar que ele conseguiu fazer o exercício tão rápido quanto você – disse Harry.
- Você achou algo suspeito nele? – perguntou Rony.
- De imediato não, mas acho melhor ficarmos de olho – respondeu Harry. – Agora é melhor irmos para a biblioteca encontrar Gina, e irmos falar com a Diretora.
- Ok, vamos! – responderam Rony e Hermione.
O trio seguiu até a biblioteca e lá encontraram Gina, que estava ofegante. Harry achou que ela devia ter corrido até a biblioteca para não dar chance de eles a largarem lá.
Após se encontrarem com Gina, o quarteto seguiu em direção à sala da diretora. Foi quando Harry se lembrou que nenhum deles sabia a senha para abrir a gárgula em frente a escada que levava ao escritório da Diretora.
- E agora? O que fazemos? – perguntou Rony.
- Acho que temos que esperar. Não há muito o que fazer – respondeu Hermione.
- Não vai ser preciso – uma voz atrás deles respondeu. Era a diretora que chegava. – Vamos logo.
A diretora parou em frente a gárgula e disse:
- Penas de açúcar – olhando com um sorriso para Harry. – Não consegui mudar o hábito de Dumbledore.
Harry sorriu. Ele e o resto do grupo seguiram a diretora pela escada em caracol.
Chegando na porta, ela se virou para Gina e disse:
- Dumbledore quer que você aguarde aqui na sala ao lado enquanto fala com Sr. Potter, Sr. Weasley e a Srta. Granger sobre a sua situação. Se todos concordarem, então irão buscá-la. Caso contrário, você permanecerá comigo na sala ao lado até o fim da reunião.
Gina fez sinal com a cabeça que tinha entendido, mas todos perceberam que não tinha gostado da orientação de Dumbledore.
- Vocês três podem entrar, e se concordarem, um de vocês virá buscar a Srta. Weasley depois, aqui na sala ao lado – disse a Diretora, abrindo a porta e fazendo com que os três entrassem.
O trio entrou e ficou parado em frente à mesa da diretora. Harry notou que a sala ainda continha um pouco do jeito de Dumbledore, mas muitos dos objetos estranhos que ali estavam quando Dumbledore era Diretor tinham sido retirados, e agora havia vários livros em estantes.
A Diretora entrou e se dirigiu a um quadro no canto da sala:
- Eles estão aqui, me avise quando terminarem.
- Obrigado, Minerva, assim que terminarmos, peço para avisar-lhe – respondeu a figura de Dumbledore, que sorria para os garotos. Harry sentiu uma sensação de felicidade e sorriu para a figura de seu velho amigo.
- Uma boa tarde a todos, e espero que estejam bem – disse Dumbledore.
- É muito bom vê-lo, professor – Harry respondeu, enquanto Rony e Hermione apenas sorriram e acenaram para Dumbledore.
- É muito bom revê-los, meus amigos. Porém o tempo é curto e temos que nos apressar em discutir o que realmente se tem necessidade – disse Dumbledore, transparecendo a calma que lhe sempre foi característica. – A primeira coisa que devemos discutir tem relação com a Srta. Weasley, que aguarda lá fora.
Dumbledore olhou diretamente para Harry e continuou a falar.
- Como ela ficou sabendo a respeito das Horcruxes e o que vocês pensam da participação dela?
Os três se entreolharam e então Harry explicou como Gina tinha descoberto sobre as Horcruxes, no dia que escutou sua conversa com Rony e Hermione sob a capa de invisibilidade.
Dumbledore coçava o queixo e parecia analisar a posição. Quando pareceu finalmente chegar a uma conclusão, se virou para os três e disse:
- Acho inevitável que a Srta. Weasley acabe sabendo de como anda a busca das Horcruxes – Dumbledore olhou com um ar condescendente para Hermione. – Mas de acordo com a conversa que teremos assim que ela entrar, acho imprudente ela participar da busca pelas Horcruxes. Portanto peço que o Sr. Weasley vá buscá-la para que eu possa continuar a lhes explicar o plano que imaginei para ajudá-los.
Rony saiu da sala da Diretora e voltou em seguida trazendo uma Gina com um sorriso no rosto.
Dumbledore virou para a garota e lhe disse:
- Srta. Weasley, discutimos e não temos como impedir você de saber como andará a busca pelas Horcruxes e acredito que a sua ajuda será de grande importância.
Gina sorriu, achando que tinha vencido a briga com Harry com relação a ela participar ou não da busca. Mas sua atitude mudou quando Dumbledore tornou a falar.
- Porém, a senhorita não poderá participar da busca pelas Horcruxes pelos motivos que irei explicar em seguida – Dumbledore se apressou a falar quando Gina fez intenção de interrompê-lo.
- Como vocês sabem, é de extrema importância que Voldemort não saiba da busca pelas Horcruxes, e pra isso é necessário que ele ache que vocês estão freqüentando a escola normalmente – continuou Dumbledore. – Como vocês devem ter notado, toda sexta-feira vocês só possuem aula de técnicas de combate mágico. Na realidade, esta aula não existe, o horário foi feito para que vocês tenham um dia a mais para a busca das Horcruxes fora da escola. A justificativa que será dada é que apenas vocês três optaram pela carreira de Auror, e essa aula foi uma solicitação do Ministério para melhor preparar os candidatos para os testes dos NIEM’S que terão no fim do ano.
Harry, Rony e Hermione se entreolharam e continuaram a observar o Diretor com curiosidade, na espera da continuação da explicação do plano.
- Conforme todos podem notar, será difícil justificar a ausência da Srta. Weasley em alguma aula para que ela participe das buscas. Mas saliento que a sua ajuda será de muita valia e que pelo que conheço de seus talentos e perseverança, nos ajudará muito.
Gina, que até então estava calada e com uma expressão de poucos amigos, olhou para o retrato do diretor e a fisionomia em seu rosto melhorou um pouco.
- Agora gostaria de ouvir quais eram os seus planos e responderei qualquer pergunta de como iremos realizar as buscas – Dumbledore se dirigiu aos três, que o olhavam com atenção.
Harry lhe contou dos treinamentos e das idéias que tiveram para procurar as Horcruxes diante dos olhares curiosos de Rony, Hermione e Gina.
- Agora, professor, como iremos nos deslocar entre os lugares onde procuraremos as Horcruxes? – perguntou Harry ao retrato.
- Bem, aos lugares que conhecemos, eu posso providenciar chaves de portal com a ajuda da Professora McGonagall. Utilizaremos a sala da diretora para as viagens – respondeu Dumbledore. – Isso tornará mais fácil o seu retorno no fim do dia. Contudo, se vocês tiverem necessidade de permanecer no local durante a noite, utilizaremos este pergaminho que está sob a mesa.
Harry se encaminhou à mesa e observou um pedaço de pergaminho em branco, e uma pena com um tinteiro junto. Apanhou e retornou para frente do retrato de Dumbledore.
- Quando você precisar falar comigo, é só utilizar essa pena, esse tinteiro e esse pergaminho. Eles foram encantados e quando você escrever nele, eu ficarei sabendo e mandarei a resposta por ele. Mas use-o com sabedoria, só quando for de extrema necessidade. A propósito, eles só funcionam em conjunto, ou seja, se você escrever com a pena em algum pergaminho ou utilizar outra tinta, o feitiço não funcionará.
- Como iremos proceder nos dias das aulas? Devemos ir pra alguma sala de aula ou seguimos direto para a esta sala? – perguntou Hermione.
- Boa pergunta, Srta. Granger. Vocês virão diretamente à sala da Diretora. Se perguntarem, digam que a aula será na sala ao lado da dela e que ela mesma ministrará as aulas.
- Então já iniciaremos nesta semana? – perguntou Harry.
- Se vocês estiverem prontos, podemos começar pela antiga casa dos seus pais em Godric’s Hollow. Acho que vocês poderão encontrar alguma coisa por lá. Contudo, é melhor vocês passaram o fim de semana em Hogwarts – respondeu o antigo Diretor.
- Tudo bem – disse Harry. – Levaremos as coisas que achamos importantes e iremos para Godric’s Hollow na sexta-feira.
- Peço a vocês que assistam às aulas durante a semana e que tentem manter uma rotina enquanto estiverem na escola. Quanto menos vocês chamarem a atenção, melhor – orientou Dumbledore a todos. – E embora a Srta. Weasley já saiba, quanto menos pessoas souberem da busca melhor.
- Certo professor, tentaremos nos manter os mais discretos possíveis e voltaremos a nos ver na sexta-feira – disse Harry, se despedindo do retrato na parede.
Quando o grupo se preparava para sair da sala, Dumbledore voltou a falar com o grupo:
- Harry, gostaria de falar com você a sós. Peço que o Sr. Weasley e as Srtas. Granger e Weasley o esperem do lado de fora da sala – Dumbledore olhou para o grupo e continuou. – Se Harry achar que deve contar-lhes o conteúdo da conversa, ele contará ao sair.
Harry fez sinal aos outros para que saíssem e retornou a frente do retrato de Dumbledore.
- O que gostaria de conversar com você diz respeito a Srta. Weasley – começou Dumbledore.
– Eu sei que sente um amor enorme por ela e que está separado dela para tentar protegê-la. Contudo, não acho que ela corre mais ou menos perigo namorando você ou não, mas respeito a sua decisão e não estou lhe falando isso para fazê-lo mudar de idéia – Dumbledore olhava para Harry.
- Na realidade, o que quero lhe dizer é que eu acho que a chave para vencer Voldemort virá principalmente do amor que vocês sentem um pelo outro, embora não tenha argumentos para convencê-lo disso – Dumbledore tentava falar as coisas sem dar tempo para Harry discordar de alguma coisa.
- O que estou pedindo é que embora você tenha decidido afastar-se da Srta. Weasley, você tente manter o amor que ela sente por você vivo, pois acredito que tanto ela, como o amor dela por você, serão muito importantes para que finalmente você derrote Voldemort.
- Mas como posso fazer isso sem fazê-la sofrer, professor? – Harry parecia um pouco constrangido.
- Acho que sendo gentil e tentando não brigar com ela. Tente fazer com que ela entenda que faz parte da sua vida e por enquanto deverão ficar separados, e no fundo você só anseia que tudo acabe bem para finalmente ficarem juntos – Dumbledore olhava para Harry como um pai que explicava alguma coisa para o filho. – Tenho certeza de que ela entenderá, desde que você acredite no que estiver falando a ela.
Harry entendeu o que o antigo Diretor estava lhe falando, e resolveu falar com Gina assim que saísse dali.
- Outro assunto que quero falar com você é se poderíamos nos reunir toda terça-feira. Gostaria de continuar a analisar uma série de lembranças que consegui através dos anos que pesquisei sobre Tom Riddle e acho que será de grande valia – continuou Dumbledore. – Além disso, tem uma série de coisas que gostaria de lhe dar e serão de grande ajuda na sua busca. Conforme eu for lhe dando as coisas, explicarei para que servem e no que acho que poderão ajudar você.
- Professor, não posso aceitar essas coisas, posso no máximo pegá-las emprestadas e devolver no fim da nossa luta – respondeu Harry.
- Harry, gostaria que se lembrasse que o único parente vivo que possuo é meu irmão e acho difícil ele aceitar qualquer coisa de mim. Além do mais, eu ficaria muito decepcionado se não aceitasse as coisas de maior valor que possuo, pois sempre o vi como meu filho e, portanto, meu herdeiro – Harry pôde notar os olhos do retrato começarem a marejar.
- Tudo bem, professor, aceitarei as coisas que o senhor quiser me dar e tentarei fazer jus a elas – respondeu Harry profundamente emocionado.
- Ótimo, então a primeira coisa que quero lhe dar é Fawkes. Acho que não preciso explicar nada sobre ela. Ela ficará aqui nessa sala para não chamar a atenção e não se preocupe com isso, pois quando você precisar dela, ela o encontrará – Dumbledore agora sorria para o garoto.
- Obrigado – Harry disse com uma emoção muito forte, pois sabia que estava recebendo um presente muito valioso.
- Disponha – respondeu Dumbledore. – Agora é melhor você ir, pois seus amigos o esperam.
- Ok, então até amanhã, professor Dumbledore – disse Harry.
- Até amanhã, Harry.
Harry foi em direção a porta e a abriu. Do lado de fora, Gina, Mione, Rony e a Professora McGonagall o aguardavam.
- Terminaram, Sr. Potter? – perguntou a diretora.
- Sim senhora. O professor pediu para que eu voltasse amanhã – respondeu Harry.
- Eu já sabia, então até amanhã. Podem ir pro Salão Principal para jantarem e em seguida para cama. Boa noite a todos – despediu-se Minerva, entrando em sua sala.
Os quatro seguiram para a escada. Mal chegaram ao corredor que levava até a gárgula, Rony, Hermione e Gina já perguntavam a Harry:
- O que Dumbledore queria com você?
- Queria me dar Fawkes e dizer que quer que eu me reúna com ele todas as terças para mostrar algumas lembranças dele – respondeu Harry.
- Mas por que ele não lhe disse na nossa frente? – perguntou Hermione intrigada.
- Não sei, eu perguntei a mesma coisa e ele não quis me dizer – Harry preferiu não falar nada sobre a conversa a respeito de Gina.
- Essa estória está muito estranha – falou Gina.
- Eu sei, mas geralmente as conversas com Dumbledore terminam assim – Harry tentava justificar a conversa a sós com o antigo Diretor.
- Então está tudo bem Harry, é melhor irmos logo para o Salão Principal para jantarmos. É melhor não chamarmos a atenção – falou Hermione.
- É verdade. Além disso, estou morrendo de fome – disse Rony, apertando a barriga que já roncava alto.
Mione, Gina e Harry riram. Em seguida, Mione disse enquanto abraçava o ruivo:
- O que é que eu faço com você, hein?
- Nada. Porque você gosta de mim assim mesmo, não é? – respondeu Rony.
O casal trocou um selinho e Rony se virou para Harry e disse:
- Cara, uma Fênix! Você ganhou uma Fênix! Isso é demais!
- É mesmo. Mas por favor não comentem nada com ninguém, Dumbledore não quer chamar a atenção de que ainda está presente em Hogwarts – Harry orientou os três.
- Sem problema, Harry, não diremos nada – respondeu Gina, que estava quieta acompanhando os outros três.
Harry sorriu e teve a certeza de que precisava manter o amor de Gina, pois não haveria sentido em viver quando finalmente vencesse Voldemort. Ele falaria com ela, porém tinha que pensar como, e com certeza não seria naquela noite.
Os quatro seguiram para o salão principal para jantar, pois teriam que continuar assistindo às aulas para não chamar a atenção. Naquela noite, Harry conseguiu dormir mais cedo e s seus sonhos foram invadidos pela figura de Gina.
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