O novo professor



Capítulo 9: O novo professor

Harry, Rony, Gina e Hermione entraram no castelo e seguiram em direção ao Salão Principal. Quando entraram, notaram que havia vários espaços vazios nas mesas das quatro casas. Das pessoas que conhecia, notaram a ausência de Simas Finningan, Cadu Coote, Jaquito Peakes e Parvati Patil na mesa da Grifinória; Marieta Edgecombe, Padma Patil e Terêncio Boot da mesa da Corvinal; Ana Abott da mesa de Lufa-lufa e Pansy Perkinson da mesa da Sonserina.

Ele percebeu que Crabble e Goyle ainda estavam em Hogwarts, mas pareciam mais perdidos do que nunca sem Malfoy para chefiá-los. A simples lembrança de Malfoy fez Harry sentir um ódio percorrer seu corpo. Embora ele não tivesse matado Dumbledore, foi graças a ele que os Comensais tinham entrado em Hogwarts no ano passado e Snape tinha matado Dumbledore.

Porém, nenhum ódio era maior do que ele sentia por Voldemort, nem mesmo o ódio que sentia por Snape. Parecia que a cada dia, a vontade de encontrá-lo e finalmente terminar com sua vida era maior. Foi por causa dele que tinha perdido várias das pessoas que amava, seus pais Lílian e Tiago, seu padrinho Sirius e seu mentor e amigo Alvo Dumbledore.

Seus pensamentos foram interrompidos por Rony, que olhava para a mesa dos professores e se virou para falar com ele:

- Veja, é o Shacklebolt. Será que ele vai ser o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas?

- É possível. Afinal, ele é Auror, não é? – comentou Mione.

Shacklebolt era um homem alto e com aparência firme, embora Harry soubesse que era uma pessoa boa. Parecia muito confortável nas mesas dos professores, entre a Professora Sprout, de Herbologia, e a Professora Vector, de Aritmancia. Ao ver Harry, fez um pequeno gesto com a cabeça para o garoto e seus amigos, e continuou a conversar com a Professora Sprout.

No centro da mesa estava a Professora McGonagall, sentada no lugar que sempre fora ocupado por Alvo Dumbledore. Harry se sentiu triste de não poder revê-lo. A professora olhava com ternura para Harry e parecia saber o que o garoto sentia. Harry achou que ela sentia-se desconfortável no lugar do antigo diretor, mas ela mantinha o olhar firme para os alunos.

Harry notou também que havia uma pessoa que ele não conhecia na mesa dos professores. Era uma mulher de cabelos negros, olhos azuis e a pele muito clara. Ela estava sentada ao lado do Professor Flitwick, que ensina feitiços, e parecia um pouco tímida.

- E aquela? Quem será? – perguntou o garoto para Mione.

- Pode ser que seja professora de Transfiguração, visto que a Profª. Minerva não deve continuar ensinando, agora que assumiu o cargo de Diretora – respondeu Hermione.

Harry e Rony não tinham pensado nisso e realmente a professora McGonagall não poderia exercer as duas funções.

- Quem será que vai ser a Diretora da Grifinória agora? O diretor da escola não pode ser diretora de uma das casas – questionou Rony.

- Realmente não sei. Teremos que esperar para saber – respondeu Mione.

Harry, Rony, Hermione e Gina se acomodaram na mesa da Grifinória e esperaram todos os alunos se acomodarem, na esperança de que a seleção começasse logo.

Algum tempo depois, a porta do salão se abriu e Hagrid entrou com o pequeno grupo de alunos novos que o acompanhava. Ele parou em frente a mesa dos professores e pediu aos novos alunos que aguardassem.

Foi a Professora Sprout que atravessou o salão e colocou o banquinho com o chapéu seletor em cima, na frente da mesa dos professores, ao invés da Professora McGonagall, e se afastou para que ele executasse a canção que fazia todos os anos antes da seleção dos alunos.

Um pequeno rasgo se abriu na frente do chapéu e ele começou a sua canção:

São tempos difíceis que estão por vir
E está cada vez mais perto o fim
E mais do que saber de qual casa participaremos
Devemos escolher de que lado ficaremos

As escolhas não serão nada fáceis
E as perdas serão grandes
E só dependerá de nós
Que o bem triunfe nos lares de todos

As diferenças deverão ser superadas
As raivas e os preconceitos esquecidos
Então o todo o mal cessará
E o futuro existirá para nossos entes queridos


Então o chapéu se calou, e a Professora Sprout se começou a chamar os alunos novos para serem selecionados. A seleção foi bem rápida e os poucos alunos que vieram foram se acomodando nas mesas das casas, aplaudidos por seus colegas, conforme foram selecionados.

Mal acabou a seleção, a Professora McGonagall se levantou e começou a falar para os alunos presentes:

- Sejam bem-vindos a mais um ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Tenho alguns anúncios a fazer antes do nosso banquete de início de ano. Conforme os alunos mais antigos já sabem, a Floresta Negra é proibida para todos os alunos e a lista de materiais proibidos se encontra afixada na sala do Senhor Filch, nosso zelador.

Ela apontou para Filch que estava parado na entrada do Salão, acompanhado por sua gata, Madame Nora.

A professora continuou.

- Gostaria de apresentar o senhor Quim Shacklebolt, que será o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas e assumirá também o cargo de Diretor da Casa da Grifinória.

Quim se levantou e agradeceu a diretora durante os aplausos dos alunos.

- Gostaria de apresentar também a Srta. Marina Plinkington, a nova professora de Transfiguração.

A mulher de cabelos negros se levantou e sorriu, acenando para todos, e foi aplaudida pelos alunos.

- O Professor Slughorn continuará como diretor da Casa da Sonserina e a ministrar Poções.

O professor se levantou e foi aplaudido pelos alunos.

- Infelizmente neste ano não realizaremos o torneio de quadribol e nem o torneio entre as casas, visto que queremos diminuir a distância existente entre elas e fortalecer os laços de amizades já existentes. Não teremos também as visitas a Hogsmeade.

Houve uma lamentação geral entre os alunos, embora não houvesse gritos de indignação, nem xingamentos.

- Vejo que todos entenderam as razões pela quais não poderemos realizar estes eventos em Hogwarts nesse ano, mas a Escola fará de tudo para que a estadia de todos vocês aqui seja prazerosa. Teremos festas nos Dia das Bruxas, no Natal, no dia de San Valentin e na Páscoa, para compensar. E a Escola está aberta a sugestões dos alunos para as mesmas. Quem quiser dar sugestões é só procurar os monitores de suas casas, pois eles me encaminharão suas sugestões. Agora chega de discursos e vamos nos deliciar com o apetitoso banquete que nos espera.

Ao dizer isso, as mesas se encheram dos mais deliciosos pratos que Harry conhecia e, particularmente, parecia que os elfos domésticos tinham caprichado ainda mais do que o normal. Talvez estavam tentando agradar aos alunos que estavam lá.

O banquete foi delicioso, e Harry e os outros se esbaldaram com ele. Quando Rony terminava de comer o quinto pedaço de torta de maçã, sob o olhar indignado de Hermione, eles resolveram que haviam terminado e aguardavam o fim do mesmo para poderem conversar com a Professora McGonagall.

- Será que iremos direto para a sala da diretora para falarmos com Dumbledore? – sussurrava Rony para Harry, tampando um pouco a boca com a mão para que nenhum dos colegas sentados próximos pudesse escutar.

- Espero que sim – respondeu Harry. – Não quero perder tempo. Temos muito o que fazer.

- É verdade. Mas não podemos ser descuidados. Se Dumbledore quer que conversemos com ele antes tomar qualquer atitude, a melhor coisa que podemos fazer é aceitar seu conselho – disse Hermione.

- Será que eu posso ir com vocês? – perguntou Gina, de maneira tímida e com um certo temor da resposta.

- Se ninguém se opor, acho que não há problema, pois ela já sabe de tudo e será muito difícil esconder qualquer coisa dela – disse Hermione, tentando dar força a Gina.

Os garotos se olharam e em seguida fitaram Hermione com um “quê” de reprovação. Por fim, Harry disse:

- Vamos perguntar a Professora McGonagall, e se ela não se opuser, ela poderá vir conosco.

Gina fuzilou Harry com o olhar, mostrando toda sua indignação por ele não apoiar a idéia de ela ir junto, mas resignou-se e aceitou a sugestão.

No final do banquete, os quatro permaneceram sentados, enquanto os outros alunos se levantavam e se dirigiam à porta de entrada. Neville se dirigiu aos quatro quando se levantou:

- Vocês não vêm?

- Já vamos Neville, é que precisamos falar com a Professora McGonagall a respeito dos nossos NIEM’s – respondeu Hermione rapidamente, antes que alguém gaguejasse e chamasse a atenção. – Pode ir, nós o alcançaremos depois.

- Tudo bem, então. Nos vemos lá em cima – disse Neville, se despedindo.

Conforme o salão foi se esvaziando, a Professora McGonagall se levantou e foi em direção aos quatro que a esperavam. Ela se aproximou e perguntou a Harry:

- Por que a senhorita Weasley ainda está aqui?

- É que ela sabe do que está acontecendo e gostaria de ir junto conosco para falar com o Professor Dumbledore – disse rapidamente Hermione antes que Harry pudesse dizer qualquer coisa. – Se a senhora achar conveniente, é claro – Hermione diminuía a velocidade com que falava devido ao olhar fulminante da Diretora.

A Professora Minerva olhou séria para os garotos e disse:

- Acho que quem deve decidir sobre isso são vocês e o Professor Dumbledore, portanto irei perguntar a ele e lhe darei a resposta depois.

- Como assim, dará a resposta depois? Não vamos falar com ele agora? – Harry falou com uma certa indignação.

- Mas é claro que não, Sr. Potter. O Professor Dumbledore me orientou que não podíamos chamar a atenção. Portanto, só irei recebê-los em minha sala amanhã depois das aulas. Saliento que é de extrema importância que vocês assistam às aulas para que ninguém desconfie de nada. E se alguém perguntar o porquê de irem na minha sala, digam que é a respeito da escolha de emprego de vocês para quando se formarem – disse a Diretora. – E com relação a Srta. Weasley, ela deverá ir junto e esperar na sala ao lado da minha, caso o Professor Dumbledore não queira que ela participe da reunião.

Harry não pareceu nada satisfeito com a resposta da Diretora, mais como Mione já dissera anteriormente, eles deviam aceitar os conselhos de Dumbledore e aguardar até o outro dia.

Outra que não parecia nada satisfeita era Gina. Podia-se ver no olhar da garota que nem mesmo Dumbledore ou McGonagall iriam impedi-la de participar na busca das Horcruxes, e todos teriam que aceitar sua decisão.

Ao chegarem ao retrato da Mulher Gorda, Mione disse a senha que havia sido passada na reunião dos monitores, e os quatro entraram.

A sala comunal estava completamente vazia e o fogo queimava na lareira, deixando-a aconchegante como sempre.

Embora a sala estivesse muito convidativa, o cansaço os obrigou a subir para os dormitórios. Contudo, Rony e Hermione se demoraram um pouco mais para ficarem a sós.

Ao entrar no dormitório, Harry encontrou Neville e Dino Thomas já adormecidos. Ele se dirigiu ao malão e trocou de roupa. Quando se preparava para deitar, Rony entrou com aquele olhar de felicidade que ganhava cada vez que ficava a sós com Hermione.

- Pronto para dormir? – perguntou Harry para Rony, que parecia distraído.

- Ah? Como? Ah! Quase. Só vou trocar de roupa – respondeu Rony, gaguejando.

- Quando vocês vão assumir esse namoro? Eu estou muito feliz que vocês estejam juntos. Sempre torci para que finalmente se entendessem – Harry olhava para Rony com um olhar sincero e esperava que o ruivo finalmente lhe contasse o que já sabia.

- É que é meio complicado, Harry. Não queremos que você se sinta mal. Achamos que vendo nós dois juntos, a vontade de ficar com Gina o fará sofrer mais ainda – Rony olhava para baixo e falava meio resmungando.

- Se esse é o motivo, fiquem descansados, pois eu já sei faz tempo, e vê-los juntos só me deixaria feliz. Vocês merecem aproveitar todo o tempo livre que temos – Harry sorria para o amigo.

- Então falarei com a Mione amanhã e quem sabe toda a escola saberá de nós? – Rony corou com a constatação.

Harry esperou Rony se trocar e deitar em sua cama, para momentos depois ele notar que o amigo já roncava e ele não conseguia dormir. Resignado, se levantou e resolveu descer para a Sala Comunal.

Ao chegar no meio da escada, notou que já havia alguém lá. Ele reconheceu aqueles longos cabelos ruivos na poltrona em frente à lareira. Esforçou-se e conseguiu ouvir um choro baixo que vinha da garota e sentiu seu peito doer. Ele nunca quis fazer a menina sofrer, mas sabia que não podia colocá-la em risco ficando com ela. Observou o choro sentado na escada e percebeu que ele também começara a chorar. Com medo de que ela percebesse sua presença, ele resolveu voltar para o quarto e subiu as escadas de modo silencioso.

Harry se deitou e fez força para não pensar na menina que chorava sozinha na Sala Comunal. Ficou com o coração pesado e desejou nunca ter visto aquela cena. Juntou toda a força que possuía e tentou dormir.

Após algumas horas, Harry finalmente dormiu, na mesma hora que Gina deitava em sua cama, cansada de tanto chorar, porém decidida a fazer Harry esquecer a estória de que eles não podiam ficar juntos. Ela faria de tudo para ter o garoto que amava desde seus dez anos.

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