A conversa com o Ministro



Capítulo 6 : A conversa com o Ministro

No dia seguinte após o beijo de Hermione e Rony na sala da Toca, Harry, Gina, Rony, Hermione, o Sr. e a Sra. Weasley estavam tomando seu café na cozinha.

Nem Hermione, nem Rony tinham falado nada para Harry ou Gina, pois ficaram na sala até quase o dia raiar. E quando finalmente subiram para se deitar, tanto Harry, quanto Gina fingiam dormir para não incomodarem os dois.

Porém foi a Sra. Weasley que pareceu notar algo diferente.

- Hermione querida, você está bem? – perguntou a Sra. Weasley.

- Sim, Sra. Weasley, por quê? – respondeu Hermione, olhando para Rony e corando um pouco.

- Por favor, Hermione, é Molly. E estou perguntando porque você parece distante! Como se estivesse sonhando. O que foi? Está pensando nos seus pais?

- Não é isso. É que estou me sentindo feliz hoje, Molly. Só isso. – a morena fazia força para não olhar para Rony.

- Sabe o que é, mãe? É que o mundo fica azul quando a gente está apaixonada. – falava uma Gina com uma voz de menina apaixonada, enquanto Harry olhava pro seu prato enfiando os dedos na boca pra segurar o riso e Rony engasgava com uma fatia de bacon que enfiara na boca.

- É verdade, Hermione? E quem é o felizardo? – perguntava um Sr. Weasley, curioso.

- Não é nada disso, Sr. Weasley, apenas dormi bem e estou feliz – Hermione agora fuzilava Gina com os olhos. – Nós não temos tempo pra essas coisas.

- Não? – disse Rony decepcionado.

- Bem... Acho que não... Pelo menos não muito. – gaguejou Hermione para o rapaz.

- Pois eu acho que Dumbledore estava certo – dizia o Sr. Weasley com um ar paternal para Hermione. – Nós temos que dar todo o nosso tempo para isso. Afinal, o mundo só será um lugar melhor se as pessoas se amarem. Então se você acha que não tem muito tempo para se apaixonar, use o pouco tempo que você tiver aproveitando o máximo possível.

Hermione olhava para Rony com um olhar cheio de ternura e parecia não se importar mais se as pessoas sabiam ou não o que estavam acontecendo. Rony apenas sorria e ficava com as orelhas da cor dos cabelos.

O que o Sr. Weasley não sabia é que suas palavras não tinham atingido apenas Hermione e Rony, mas também Harry e Gina, que se olhavam de forma triste e contida. Harry pensava se estava fazendo a coisa certa, mas tinha resolvido não arriscar a vida de Gina e manteria sua decisão.





Os dias passavam-se rapidamente. Harry não notou que pela primeira vez na vida não passaria seu aniversário na casa dos Dursleys. Tinha ficado poucos dias na Rua dos Alfeneiros, e devido à correria do casamento de Gui e Fleur, e o romance de Rony e Hermione, não percebera que o dia de seu aniversário chegou.

Ele acordou naquela manhã como se fosse um dia comum e foi em direção à cozinha. Mal entrara e deu de cara com uma cena que ficaria muito tempo em sua lembrança. Sentados à mesa estavam O Sr. e a Sra. Weasley, Rony, Gina, Hermione, os gêmeos, Gui e Fleur. Ao verem Harry, eles se levantaram e vieram a seu encontro para lhe dar parabéns.

- Parabéns, querido! – dizia uma Sra. Weasley sorridente, dando-lhe um beijo e um abraço apertado – Espero que goste. – e deu-lhe um embrulho.

- Felicidades e bem vindo à vida adulta! – quem falava era o Sr. Weasley, apertando a mão de Harry.

- Parabéns, cara! – disse Rony, dando um tapa na cabeça de Harry e entregando um pequeno embrulho a ele.

- Rony, pare com isso! Feliz aniversário, Harry! – Hermione veio, lhe deu um abraço apertado e entregou-lhe um pacote pesado. Harry pensou ter visto um sinal de ciúme em Rony, mas ele logo foi controlado pelo amigo.

- Parabéns, Harry! Parrabens, Arry! – Gui e Fleur lhe disseram, sorridentes. Eles haviam voltado da lua-de-mel naquele dia e vieram vê-lo.

- Só você pra fazer a gente acordar nesse horário! Mas como é nosso benfeitor, não podíamos faltar! – disseram Jorge e Fred, se aproximando e entregando um grande pacote a Harry.

- Como assim, benfeitor? – perguntou a Sra. Weasley.

- Um dia te contamos, mãe – disse Jorge, piscando um olho para Harry.

- Feliz Aniversário, Harry! – Gina disse olhando profundamente nos olhos do rapaz. Aproximou-se, deu-lhe um abraço apertado e um beijo carinhoso no rosto.

Harry tremeu ao sentir o contato do corpo da garota com o seu e sorriu quanto ela se afastou.

- Vamos, cara, abra seus presentes! – gritou Rony.

- Pára de ser curioso, Rony – disse Hermione. – Ele abre quando quiser.

- Pode deixar, Mione, já vou abrir. Só queria dizer a todos que esse foi o melhor aniversário que tive em toda a minha vida. Amo muito todos vocês. Obrigado por serem minha família – disse Harry, sorridente.

Nessa hora, a Sra. Weasley já se derretia em lágrimas, amparada pelo Sr. Weasley. Todos sorriam para ele, exceto os gêmeos que se jogaram em sua direção, o abraçando e fingindo chorar.

- Oh! Harry nós te amamos, mas, por favor, pare de falar pois nós não agüentamos de emoção!

Nessa hora, a Sra. Weasley já ralhava com os dois para que soltassem Harry.

Todos se sentaram à mesa e tomaram um café da manhã especial em homenagem ao aniversário de Harry. Todos riam das palhaçadas dos gêmeos, que insistiam que Harry agora deveria tomar cuidado, pois sendo adulto era responsável pelos seus atos. E eles ainda tinham saudades do tempo que podiam fazer as coisas sem temer as conseqüências, pois antes eram apenas crianças levadas.

Após o café, Harry resolveu se sentar com os amigos na sala para abrir seus presentes de aniversário.

O primeiro foi o da Sra. Weasley. Ele pegou o pacote, abriu e reconheceu um dos suéteres característicos da família Weasley. Ele era verde como os olhos de Harry e tinha um pomo de ouro na frente. Ele sorriu para Molly e agradeceu.

O segundo foi o de Rony. Ele pegou o pequeno pacote e o desembrulhou. Era um pequeno disco de bronze que, segundo Rony, quando colocado dentro de qualquer líquido, indicaria se existe algum veneno nele. Harry agradeceu a Rony e se lembrou que ele nunca se recuperou do medo de ser envenenado depois do caso do Hidromel que havia tomado no ano anterior.

Harry pegou o pacote que Hermione tinha lhe dado e o abriu com a certeza que seria um livro, mas se deparou com uma caixa de madeira com alguns símbolos que não conhecia. Dentro, encontrou um capuz prateado.

- É um elmo de Broom – explicou Hermione. – Ele impede que qualquer pessoa consiga ler a sua mente através de Legilimência.

- Muito obrigado Mione, vai ser muito útil – agradeceu Harry. – Nunca fui bom em Oclumência.

Harry pegou o pacote dos gêmeos e o abriu. De dentro do pacote, surgiu uma capa escura coberta de escamas verde-musgo.

- O que é isso? – perguntaram Harry e Rony ao mesmo tempo.

- Isso é um protótipo do novo produto das Gemialidades Weasley – respondeu Fred.

- É uma capa de proteção de pele de dragão – continuou Jorge. – Vai protegê-lo de vários feitiços. E se der certo, vamos vender que nem água.

- E ainda vai ter o selo de qualidade Harry Potter – Fred deu um ar zombeteiro à frase. – Testado contra Comensais da Morte, Você-sabe-quem e coisas muito piores.

- Fred e Jorge. Vocês não têm jeito mesmo! – ralhava uma Sra. Weasley indignada.

- Não ligue, Sra. Weasley. Eles falam assim, mas sei que só pensaram em me proteger – argumentou Harry.

De longe, Gina observava tudo. Olhou para o garoto e, de cabeça baixa, se dirigiu ao balanço da árvore do quintal dos fundos da Toca.

Harry a viu, esperou um pouco até todos saírem da sala e se dirigiu ao quintal, querendo encontrá-la.

A viu sentada no balanço e se aproximou.

- Algum problema, Gina? – perguntou Harry num tom calmo e baixo.

- Claro! Todos estão preocupados com você, e comigo não seria diferente. – Gina parecia ao mesmo tempo triste e brava com a pergunta. – As pessoas se preocupam com você da mesma forma que você com elas.

- Eu sei disso e agradeço a preocupação de todos. Infelizmente, sei que não tenho como fugir. É meu destino enfrentar Voldemort e não posso deixar outras pessoas se ferirem por causa disso.

- Mas Rony e Hermione vão com você. Por que eu não posso ajudar? Você é tudo pra mim e não vou conseguir viver se acontecer alguma coisa com você.

- Gina, eu prometo que vou me cuidar e voltar pra você. Demorei muito pra ter você e não vou desistir assim tão fácil – Harry sorria para a ruiva, demonstrando todo o amor que sentia e querendo passar segurança à garota.

Gina se atirou no garoto e o abraçou com força. Não se conteve mais e começou a chorar. Harry afagou sua cabeça e permitiu que a garota permanecesse ali até se acalmar.

Após algum tempo, Gina se afastou e sorriu para o garoto.

- Espere aqui, já volto. – disse Gina a Harry.

- O que você vai fazer? – perguntou Harry.

- Buscar seu presente – disse a ruiva, correndo para dentro da Toca.

Harry se sentou no balanço e ficou aguardando Gina. Lembrou dos dias que ficaram juntos em Hogwarts no fim do ano anterior, e concluiu que nunca fora tão feliz quanto naqueles dias. Tinha a garota que amava, estava perto de seus amigos e não tinha preocupações imediatas.

Sentiu a fera que estava em seu peito rugir de raiva pelo fato de não poder abraçar e beijar sua ruiva como tinha feito naquela época. Seus olhos se encheram de lágrimas. Ele controlou sua emoção, limpou o rosto e aguardou Gina.

Alguns minutos depois, a menina voltava com um pequeno embrulho nas mãos e o entregou a Harry.

Antes que o moreno pudesse abri-lo, ela disse:

- O maior presente que eu podia te dar você já tem, que é o meu amor e o meu coração. Isso é só pra você lembrar de mim e voltar o mais rápido que você puder.

Harry abriu o pacote e encontrou uma medalha com uma foto de Gina, que sorria e acenava para ele. De repente, o medalhão ficou azul e emitiu uma luz clara.

- Enquanto ele estiver azul, é sinal de que estarei bem. Aí você poderá continuar sua missão tranqüilo – disse Gina.

Antes que Harry pudesse dizer qualquer coisa, Gina se jogou em direção a ele e lhe deu um beijo profundo e apaixonado, como se fosse o último que poderia dar em sua vida.

- Estarei te esperando – Gina virou-se e correu em direção à Toca, deixando Harry com uma cara de espanto, mas muito feliz por dentro, onde a fera ronronava tranqüila.





Nos dias seguintes, o clima na Toca continuou muito mais agradável e alegre. Embora Rony e Hermione fingissem que nada estava acontecendo entre eles (acharam que seria muito mais fácil para Harry manter a decisão de ficar longe de Gina se não os encontrasse aos beijos e abraços pela Toca), era comum vê-los nos jardins ou na beira do lago sozinhos, nas horas em que não estavam praticando, e eram quase sempre os últimos a irem se deitar. Harry não ligava, pois sabia que os amigos queriam ajudar, mas Gina pressionava Hermione cada vez mais para assumirem o namoro.

A situação com Gina estava tranqüila. Ela não forçava nada com relação a ficarem juntos e o ajudava nos treinamentos e nas pesquisas. Todos concordavam que aqueles dias estavam sendo muito importantes para o que viria a seguir na luta contra Voldemort, ainda mais porque não voltariam a Hogwarts e deveriam estar preparados.

Alguns dias depois, o quarteto voltava de um dia de treinamento no lago, quando foram chamados pelo Sr. Weasley, que os aguardava na entrada da Toca.

- Harry! – ele gritou. – Por favor, venha rápido. Tem alguém querendo lhe falar.

- Pronto, Sr. Weasley. Quem quer falar comigo? – respondeu Harry.

- É o ministro Rufo Scrimgeour. Ele está lá atrás – disse-lhe o Sr. Weasley, apontando para o jardim nos fundos da Toca.

- De novo? Ele não se cansa? – reclamava agora um Harry com cara de poucos amigos, que caminhava em direção aos fundos.

Ao chegar lá, ele encontrou o ministro já o esperando com uma feição agradável.

- Bom dia, Harry. Como tem passado? – o ministro lhe estendeu a mão para cumprimentá-lo.

- Bem, dentro do possível. O que o senhor quer? – Harry perguntou de maneira direta ao ministro.

- Calma. Estamos do mesmo lado. Não sou seu inimigo.

- Podemos estar do mesmo lado, mas trabalhamos de modo diferente. Já soltaram o Lalau?

- Já – respondeu secamente.

A resposta deixou Harry sem reação.

- Sei que você continua sendo totalmente um homem de Dumbledore e não vou tentar convencê-lo a me contar seus planos. Vim aqui para lhe dizer que o Ministério está aberto para qualquer necessidade que você tenha. Se precisar de ajuda é só nos procurar – continuou o ministro. – Mas isso não quer dizer que irei me submeter ao que você quer e acha. O Ministério continua sendo o órgão principal do nosso mundo e tomarei as medidas que achar necessário.

Agora o ministro olhava para Harry como se dissesse entender seus motivos e, por isso, não o atrapalharia.

- Espero que entenda. Assim como você, eu tenho as minhas obrigações, e farei tudo o que for necessário para cumpri-las. Saiba que sempre respeitei Dumbledore, e se ele achou que você é suficientemente capaz para cumprir qualquer tarefa, eu vou acreditar na escolha dele.

O ministro parecia ter terminado o assunto e aguardava uma resposta de Harry.

- Ministro, não vou contar o que preciso fazer, mas saiba que se achar necessário irei procurá-lo e poderemos achar uma solução para a questão. Agradeço a sua ajuda, mas, por enquanto, não preciso dela.

- Ok. Mas se precisar, sabe onde me encontrar. Ou então mande-me um aviso pelo Sr. Weasley, e irei encontrá-lo – o ministro novamente estendeu a mão para Harry.

Harry estendeu a mão para ele e, depois de um breve aperto de mãos, se despediram.

O ministro se despediu do Sr. e da Sra. Weasley, dirigiu-se para a frente da Toca e aparatou.

Logo após a saída do ministro, Rony, Hermione e Gina foram falar com Harry:

- O que ele queria? – perguntou Rony.

- Oferecer ajuda. Disse que estamos do mesmo lado e que poderia nos ajudar no que quer que fôssemos fazer. – respondeu Harry.

- Mas ele sabe o que vamos fazer? – questionou Hermione.

- Acho que não. Ele apenas disse que não vai nos atrapalhar, porque se Dumbledore confiou em nós para executar uma missão, ele não tentará impedir.

- Ainda bem, cara. Já basta termos que enfrentar o cara-de-cobra. Ficar fugindo do Ministério ia dar um trabalhão – Rony disse.

- É verdade. Mas temos problemas maiores por enquanto – Falou Hermione.

- E qual seria? – Perguntou Harry.

- Como iremos dizer ao Sr. e a Sra. Weasley que não iremos para Hogwarts, e o que vamos dar como desculpa para sair atrás das Horcruxes – disse Hermione, deixando Rony e Harry com uma cara surpresa, como se descobrissem que não tinham feito uma lição de poções para entregar a Snape no meio da aula.

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