E o Jogo se Inverte?
CAPÍTULO VIII. E O JOGO SE INVERTE?
Ele a olhou mais um tempo... Tinha que dar tempo para ela. Ela tinha que recobrar a sua compostura. Não podia parecer que estava rindo... Ela não podia saber que ele já sabia. Ela tinha que continuar pensando que o seu plano de ser como uma santa estava dando certo.
E esperou. A risada dela foi morrendo... Até que cessou por completo. O rosto dela voltou a ficar vazio. Somente então era hora de agir, ele sabia.
‘Ela pensa que o jogo começou... Mas o jogo só vai começar agora.’
Aproximou-se lentamente. Ela não percebia que ele estava se aproximando. Tinha reflexos lentos para uma Comensal da Morte, ele não deixou de notar. Mas tinha que forçar. Ela tinha que perceber que ele estava se aproximando.
Pisou mais forte num chumaço de folhas. O rosto da mulher se virou para ele imediatamente.
Katrina estava sem expressão. Mas logo que os seus olhos pousaram nos deles, o seu semblante se tornou sofrido.
‘Péssima atriz, Katrina, péssima atriz.’
Ele lutou contra o ímpeto da sua máscara fria e sem sentimentos tomar lugar no seu rosto. Ao invés, mudou sutilmente. Tentou olhá-la com mais calor.
Sentou-se ao lado dela. Segurou a sua mão. Ela estremeceu... Ou seria apenas fingimento?
- Eu sinto muito.
Ela o olhou. As lágrimas se formavam nos seus olhos.
- Está tudo bem... É que... – a voz dela ficou
embargada – eu apenas não consigo falar nos meus pais! Eles eram tão...
E choramingou.
Ele quase rolou os olhos, mas se controlou.
Controlou-se por que a raiva tinha tomado conta do seu corpo. Como aquela mulher podia ser tão falsa? E como ele tinha acreditado nela? Logo ele, que nunca confiava em ninguém! Mas tinha que continuar. A única maneira de descobrir o que ela queria com toda essa balela era, talvez, inverter o jogo e deixá-la apaixonada por ele.
Ele sabia que uma mulher apaixonada fazia tudo.
Ele sabia que uma mulher apaixonada diria tudo.
Já tinha feito isso antes, e funcionara muito bem.
- Eu entendo a sua perda... Também perdi os meus pais quando era jovem.
Ela o olhou. Os grandes olhos azuis, agora vermelhos por causa do choro, o encaravam com tanta sinceridade... Como ela conseguia? Seria realmente tudo fingimento?
‘É sim, Severo! Agora, se concentre!’
Ele tirou os olhos dos olhos daquele anjo do submundo. Levantou-se.
‘É hora de ser o cavalheiro.’
- Vamos. Você não pode ficar nessa festa nesse estado. Em Hogwarts, depois de uma boa noite de sono, você vai se sentir melhor.
Ela o olhou quase descrente... E ele quase sorriu sarcasticamente. Ela estava caindo, sim! E estava sendo tão fácil! Logo, o jogo se inverteria.
Ela sorriu docemente. Sim... Ainda era muito fácil se perder naquele sorriso. Naqueles lábios tão rosados e tão carnudos... Mas ele não podia. Ela era o inimigo.
Katrina se levantou. Cruzou os braços, como quem quisesse se aquecer do frio. Ela estava sem casaco. O vestido azul que tão bem desenhava o seu corpo, agora, visto tão de perto, mostrava-se um modelo longe dos dignos de anjos.
O decote nos seios era profundo... mesmo que discreto. Como ele mesmo já pudera perceber, ele era quase imperceptível de longe... Mas de perto.
Severo sentiu um calor dentro do peito... Mas um calor que ia descendo.
Pigarreou, tentando retomar os pensamentos.
- O seu casaco está lá dentro?
Ela olhou o chão por um tempo e ergue a face, mordendo o lábio.
- Eu realmente não gostaria de entrar lá... Não quero que todos me vejam nesse estado.
Ele acenou. Mais uma vez, ele tinha a chance de se mostrar o cavalheiro que não era, na verdade. Tirou o seu longo casaco negro e o estendeu para Katrina. Ela, com um sorriso tímido e o rosto ligeiramente ruborizado, aceitou. Os dois foram caminhando juntos até a carruagem que os levaria ao ponto onde poderiam desaparatar.
XxXxXxX
O saldo da noite fora, com certeza, positivo.
Ela sorriu discretamente, lutando para que ele não reparasse.
Ela tinha escolhido o seu melhor vestido e tinha conseguido com que Severo não olhasse para mais ninguém, senão ela. Claro, Lúcio também a olhou um pouco... Esperava que Narcissa não tivesse notado. Aquela loura aguada era extremamente ciumenta. Não queria saber dela fazendo queixas para o Lorde...
‘E nem poderia... Aquela vadia não tem capacidade para se tornar uma Comensal!’
Bom, continuando... Severo tinha sido mais gentil e simpático com ela do que nunca. Isso era um bom sinal. Mas também poderia ser um mau sinal, ela bem sabia. Conhecia homens como ele – já tivera alguns. Eles sempre querem algo. Eles apenas mudam o seu jeito quando querem algo.
‘Talvez ele me queira.’
Ela normalmente acharia esse pensamento extremamente convencido e irreal... Mas, considerando que ele a estava acompanhando até os seus aposentos, não achava aquela convicção tão absurda.
Eles chegaram.
Talvez tenha sido o choro que tenha o sensibilizado... Chorar pelos pais duas vezes fora uma jogada de mestre, mostrando a sua sensibilidade... Que o Lorde nunca soubesse que ela fingiu chorar por aqueles traidores.
Snape tocou ligeiramente na porta que levaria para o quarto dela.
- Está entregue.
Ela sorriu. Seria malicioso, mas ela conseguiu transformá-lo em algo parecido como gentil e doce.
Mas e agora? Se ela o chamasse para entrar, poderia acabar parecendo uma vadia... Ele podia perder o interesse. E, se não, ele podia
achar que ela não estava interessada...
‘Por que eu tenho que ser tão não-boa em relacionamentos!’
Mas... ele estava lá... A olhava de um jeito tão penetrante... Ai... Ela tinha que admitir que queria ele... Muito! Principalmente depois do jeito que ele a tratou naquela noite.
‘Recomponha-se, Katrina! Até que você prove que ele é fiel ao Lorde, ele é apenas uma missão! A sua primeira missão de verdade!’
Era isso! Não podia ir muito longe naquela noite. Não podia assustar o professor.
- Então... – ela o olhou, meio moleca, meio tímida – Boa noite!
Levantou-se nas pontas dos pés e depositou um tímido beijo nos lábios do professor... Um tímido beijo que teve conseqüências estrondosas para ela.
Foi como se todo o seu corpo tivesse recebido uma descarga elétrica. Ela sentiu como se tivesse ido às nuvens e voltado...
Sentiu pela primeira vez que estava bem mais atraída pelo professor do que imaginara.
Ele tocou levemente o seu rosto, enquanto ela sorria sinceramente para ele. Num tom meio rouco, ele disse.
- Você não vai me convidar para entrar?
E a realidade voltou. Não podia. Tinha que manter a missão intacta. Sorriu tímida e se desculpou.
- Hoje não. Eu estou muito cansada... Tenho certeza que podemos... continuar – ela se forçou a enrubescer – isso uma outra hora.
Ela viu os olhos dele ficarem duros... Mas somente para se amaciarem de novo. Quase respirou aliviada. Achou que ele tinha se zangado, mas podia ver, agora, que não.
- Muito bem...
A voz dele estava macia demais... Aveludada demais... Isso não era bom... Não era bom para o autocontrole dela.
Lentamente, ele desceu o rosto pra aplicar nela mais um daquele beijo casto... Mas uma vez, a mesma sensação de ter sido invadida por uma corrente elétrica a possuía.
As finas e ágeis mãos dele se colocaram sobre os ombros dela, quase numa carícia, despindo-a do casaco que ela vestia. As mãos, ainda segurando o pedaço de pano, desceram para a cintura dela. A apertou. Ela podia sentir o desejo pulsar em cada célula do seu corpo...
E então ele fez o que não devia.
Como num golpe de mestre, ele lançou o seu peso sobre ela, a encostando violentamente contra a porta, e a beijou profundamente. As suas línguas travavam uma poderosa guerra. O prazer... O corpo dela pedia por mais, necessitava ter mais. Queria ser preenchida. Ali mesmo...
Esqueceu
a missão. Esqueceu o mestre. Esqueceu o mundo. Agora eram só eles dois.
Mas, então, tudo parou.
Ele se afastou dela. Os seus olhos brilhavam com a luxúria. E então, sorrindo maliciosamente, ele disse.
- Só queria pegar o meu casaco.
E saiu, sem nem dar a chance dela responder.
A respiração dela ficou irregular. A excitação passou.
‘Ai! Que ódio!’
Entrou no quarto e bateu a porta.
Ele tinha feito de propósito! Tinha calculado! Ela tinha certeza disso! Mas como?
Sim... ele estava tentando seduzi-la... Mas era certo! Ela era quem seduziria ele!
‘Nunca, nunca mais, esqueça a sua missão! Nunca se deixe levar!’
Ah, mas ele pagaria! Ele não tinha o direito de brincar com ela! Ele pagaria...
Mas pagaria depois, porque, agora, uma dor em seu braço esquerdo a fez esquecer até de Severo Snape.
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Ele rolou na cama... Como fora difícil... Ela o queria tanto...
‘Ou parecia querer.’
Nem ele sabia como tinha resistido à tentação de ter aquela mulher... Mas não podia. Era apenas um jogo. E ele ganharia.
Mas que seria difícil dormir com o gosto do beijo dela ainda em seus lábios, ah, isso seria!
XxXxXxX
- Nervosa, Katrina?
Como diabos aquele beijo poderia estar interferindo até em seu encontro com o seu Mestre? Mas não interessava... Apenas queria saber o que ele queria e voltar para Hogwarts, para tentar dormir um pouco.
- Um pouco, Milorde. Eu tenho que admitir que a tarefa a mim destinada é mais difícil do que o imaginado... Mas acredito que esteja fazendo avanços.
Ele assentiu.
- Não foi para isso que eu te chamei aqui... Eu quero que você espione Snape por um outro ângulo também.
Ela franziu o cenho. Existe um ângulo melhor?
- Como?
- Quero que você peça ao velho para entrar na Ordem da Fênix. Essa é a entidade que Severo espiona, eu quero que você me diga o quanto do que ele me diz é verdade.
Ela assentiu. Nada podia ser negado ao Mestre... Mesmo se isso fosse tão impossível quanto enganar Dumbledore.
- Mas como eu chegarei a esse assunto com o velho?
O Lorde das Trevas a olhou brilhantemente.
- Isso, minha querida, já esta sendo providenciado.
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Nicolle Snape: Encrencadíssima... Se bem q, se eh essa a punição q ele dah às suas vítimas, eu tb quero ficar encrencada! HuHAuhauahUahuA! Bjus!
Sheyla: Quero soh ver como eh q eu vou conseguir adaptar as minhas historinhas q jah estavam na minha cabeça aos novos acontecimentos... Jah vou fz uma mudancinha básica em caps anteriores da assassina... /
Konphyzck F. Lacerdinha: Liiiiiiiiiiiiii! Vc jah leu? Naum eh PERFEITO? Bjus!
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