O Diamante da Noite
CAPÍTULO ONZE
O DIAMANTE DA NOITE
Andi tocou por horas, fazendo apenas uma pausa para o almoço, que foi levado ao salão por um elfo-doméstico. Ela estava tão entretida com a música que teve a impressão de terem se passado apenas alguns minutos antes de ser perturbada pelo elfo com uma outra refeição – o chá.
Ela ensaiou o seu concerto em sessões, passando pelo mesmo tema até que estivesse completamente satisfeita e somente então prosseguindo.
Com um floreio final, Andi terminou de ensaiar mais uma parte do seu concerto. Levantou-se e caminhou para as longas janelas francesas, para tomar um pouco de ar.
O lago ainda reluzia a luz do sol naquele final de tarde. Realmente era um lugar muito bonito. E o lago se mostrara muito romântico na noite anterior. Andi imaginou quantos alunos haviam caminhado de mãos dadas pelas suas margens... Quantos primeiros amores se iniciaram naquele cenário de conto de fadas...
Com um suspiro profundo e doce, Adi voltou ao piano. Ela tocaria o concerto completo de uma só vez e encerraria o dia. Estava com muita vontade de ir ao banheiro.
Sentando-se ao piano, concentrando-se e respirando fundo, ela tocou os acordes de abertura. Uma orquestra imaginária juntou-se a ela, em sua mente, e eles tocaram maravilhosamente.
Andi sentiu a emoção da música tomar conta dela enquanto, de olhos fechados, dedilhava as teclas com rigor e naturalidade. Perdendo-se completamente, sentindo uma paixão pela música de tal forma nunca antes apreciada, ela se surpreendeu ao ver o final da peça se aproximar. O tempo apenas existiu no compasso da música
Com um floreio final, suas mãos pairaram sobre as teclas e ela não conseguiu evitar que um discreto “mmmmmmm” de satisfação escapasse pelo agora silencioso salão.
Voltando lentamente do seu estado de grande concentração, ela abriu seus olhos logo que ouviu a porta do salão se abrir e Snape entrar para escoltá-la de volta ao seu quarto.
Timing perfeito. Ele não poderia ter entrado em momento mais oportuno nem se estivesse escutando-a tocar do lado de fora do salão.
Enquanto Andi tomava banho e se trocava para o jantar, seu humor foi se tornando leve, bucólico, brilhante – parecido com o Diamante da Noite, que, aparentemente, ressuscitara e agora brilhava em sua mesinha de cabeceira.
Ela vagou nua pelo seu quarto, após o banho, cantando para si mesma:
"Like a flower
Waiting to bloom..."
Olhou-se no espelho do guarda-roupa. Ainda bem que ela se depilara antes de sair de férias; caso contrário ela estaria parecendo um gorila.
"Like a light bulb
In a darkened room..."
Ela escolheu um vestido de seda verde e um de algodão branco e os suspendeu nela, procurando decidir o que vestir.
"I'm just sitting here
Waiting for you..."
O verde era bonito, mas o de algodão era lindo: mostrava o seu bronzeado e era até mais sexy do que o verde.
"To come on home..."
Sim, tinha que ser o de algodão branco. Agora ela só teria que rezar para não derramar vinho tinto nele.
"And turn me on."
Era um vestido bem simples com duas tirinhas que faziam um X em suas costas.
"Mmmm mmmm mmmmm..."
E surpreendentemente não era transparente, logo ela poderia usá-lo sem sutiã.
"Mmmmmm mmmmm mmmm..."
Os seus seios tinham uma boa vantagem – não eram grandes demais para precisar de um sutiã, mas também não pequenos demais de forma que ela pareceria uma tábua.
"Mmmmm mmmmm mmmm..."
E ela poderia usar a sua tanga.
"After all, you're the one
Who turns me off..."
É, ela estava bonita. Agora só tinha que pentear os cabelos e estaria pronta.
"You're the only one
Who can turn me back on..."
Andi conseguiu dançar e cantar mais duas músicas até sair do quarto. Ela se sentia tão animada, cheia da joie-de-vivre... Essa noite não seria como todas as outras. Esta noite ela conseguiria fazê-lo falar.
Sentia-se tão bem que até fez a coreografia de Britney no corredor.
"...show me
How you want it to be.
Tell me, baby
'Cause I need to
Know now
Oh, because..."
Recompôs-se antes de bater na porta.
Andi adentrou a sala com uma confiança que ela não sentia desde que chegara à Hogwarts. Pensou que toda aquela confiança se devia ao prazer de ter tocado o piano de uma maneira que tanto lhe agradou; cometeu um monte de erros, claro, mas tocara com tanta expressão e emoção, que realmente sentiu a música penetrar no seu corpo e fazê-lo vibrar. Sentia que, naquele dia, ela conseguiu algo diferente.
Mais uma vez, Snape e Andi começaram a refeição em total silêncio; porém ela alegre demais para deixá-lo continuar. Não sabia, realmente, porque estava tão estranha naquela noite: estava, de fato, sorrindo para Snape e um ar quase de flerte atingia os seus movimento e palavras.
- Professor, o que você sabe sobre o Diamante da Noite?
Animou-se ao ver que o rosto do professor ficou confuso, e não de irritado, como de costume.
- Por que você quer saber do Diamante da Noite, Srta. Carver?
- Porque eu colhi um pouco dessas flores na noite passada e as coloquei na minha mesinha de cabeceira. Essa manhã elas estavam mortas. E, hoje à noite, quando eu voltei ao meu quarto, estavam vivas novamente.
- Ela é uma planta noturna. À luz do dia elas aparentam estar mortas. O seu óleo é usado em muitas poções.
As pernas de Andy estavam cruzadas em direção a ele. Enquanto o ouvia, o seu pé escorregou do sapato de forma que apenas uma pontinha se balançava em seu dedão. O seu pé estava, provavelmente, tão perto da perna dele.
- Eu mesmo os colho para várias poções da verdade, poções para a memória... O seu uso depende da época em que é catado – ele a olhou de esguelha. – Você... os colheu na noite passada?
- Sim. – A sua mente vagou até a velha Vidente, que lhe fizeram essa mesma pergunta num tom exatamente igual. – Eu não deveria?
- Isso depende, srta. Carver.
- Depende de quê? – ela sorriu.
- Eu tenho certeza que você não quer que eu continue...
Ela repousou o seu queixo em suas mãos e inclinou-se para ele, como se estivesse prestando atenção a cada palavra.
- Não, pode continuar... depende de quê?
- O perfume do Diamante da Noite é concebido entre as sábias como cura... ou auxiliar... para várias mazelas femininas...
Mmmmm. O algodão do vestido alisou os seus seios numa maneira um tanto sensual quando ela foi pegar sua taça de vinho. Isso fez uma maravilhosa sensação correr pelo seu corpo.
Ela estremeceu levemente.
-... tais como problemas menstruais, problemas no parto e amamentação. No entanto...
Ela o olhou tomando mais um gole de vinho.
‘Ele não é tão mal’ Pensou ‘obviamente é muito inteligente. Eu imagino como ele é sem camisa...?’
-… dependendo de… certos períodos…
‘… ombros fortes; braços ligeiramente musculosos; apenas a quantidade ideal de pelos no peito...’
-... também pode ser...
‘...mmmmmmm. E eu aposto que ela sabe alguns truques sexuais mágicos...’
-... um potente...
‘Se eu esticar meu pé só um pouco mais, eu poderia brincar com a sua perna...’
-... afrodisíaco feminino.
O vinho que Andi tomava quase voou de sua boca. Numa péssima tentativa de mantê-lo dentro, engoliu-o de vez, enviando espasmos pela sua garganta.
Engasgando, imaginando se ela algum dia voltaria a respirar normalmente, querendo que ele fosse bater em suas costas, ou coisa assim, ela pegou o guardanapo e segurou-o à sua boca, enquanto se recuperava. Ela o olhou com olhos levemente marejados.
- Qu--que períodos? – perguntou. Seu coração ainda estava acelerado por causa do engasgo, mas ela conseguiu sentir uma aceleração extra por causo do pânico crescente em seu corpo.
Andi notou um brilho de superioridade e prazer nos olhos de Snape. Ele estava gostando de vê-la perturbada.
- Quando colhido antes na primeira lua-cheia seguida do solstício de verão, que, você deve se lembrar, é essa lua-cheia. No entanto, para acalmar a sua obvia angústia, Srta. Carver, isso depende muito da mentalidade da mulher em questão e o mais importante, em que ponto está o seu... ciclo. As chances de você ter sido afetada são de vinte e sete para um.
Ela sentiu uma onda de calor subir para o seu rosto, não por causa do assunto em questão, mas, levando em condição todos os seus movimentos e pensamentos durante o jantar, um súbito medo de que ela tivesse ficado do lado menor da estatística...
- Qual... é o dia da única chance, professor? – ela disse sem olhar para ele.
- O décimo quarto.
Freneticamente, ela tentou se lembrar – quando diabos ela tinha menstruado pela última vez, mesmo?
Tentando não deixar óbvio o que ela estava fazendo, começou a contar.
Andi estava tão ocupada em tentar lembrar em que dia do ciclo ela estava na noite anterior, que não ouviu absolutamente nada do que Snape ainda estava falando.
- Desculpe Professor, você estava dizendo...?
Ela se controlou para concentrar-se nas palavras dele.
- Que você estava tocando uma interessante peça de música hoje à tarde, Srta. Carver.
- Ah, eu não sabia que o senhor estava ouvindo, professor. Desculpe-me se lhe incomodei.
Ele
a olhou de forma dura.
Por quê? Eu me desculpei!
- Sabe, eu estou muito aliviada de ter a chance de praticá-la. Eu vou apresentá-la num concerto no fim de agosto e isso está me deixando um tanto nervosa. Tecnicamente é uma peça muito exigente e eu nunca testei tocá-la com uma orquestra antes. É um pouco clichê, na verdade, tocar Rachmaninov num concerto de música romântica, mas ela é uma peça maravilhosa.
Ele ergueu a taça de vinho para os seus lábios e casualmente desviou o seu olhar. Andi podia jurar ter visto um brilho diferente passar rapidamente pelos olhos dele, e apenas isso fez os seus sentidos se aguçarem.
Seria possível...? O frio e nada emotivo professor realmente gostara do que tinha ouvido?
A suspeita de que algo havia tocado o interior de Snape não ajudou em nada a eliminar as urgências lascivas que retornaram após um pequeno lapso durante a sessão de engasgos. Ela estava se sentindo muito desconfortável, muito quente e muito chateada. Imagens de sexo apareciam sem parar em sua mente, e o pior não era isso: o pior é que todas as imagens envolviam Snape.
Não é justo! Ela não estivera no seu décimo quarto dia na noite anterior. Ela tinha contado, e estava em se décimo primeiro. Porque o Diamante da Noite estava a afetando daquela maneira?
Oh, mas ela não conseguiu deixar de notar como o vinho tinto salpicava levemente os seus lábios, e como aquilo a excitava. Ou a maneira que ele segurava o garfo e a faca – fazendo-a notar aqueles longos dedos e imaginar o que eles podiam fazer; até onde eles podam ir.
Ela estremeceu novamente.
Concentre-se no jantar, mulher!
Andi podia sentir o calor subir pelo seu corpo. Mais duas garfadas e ela poderia respeitosamente deixar a mesa e sair de lá. Ela precisava fugir dali.
A última garfada foi posta com muita deliberação em sua boca, o garfo deixando-a lentamente e a comida mastigada e engolida com um prazer sensual.
OH!
Com um guincho chocado, ela levantou-se rapidamente da mesa: um pensamento particularmente vívido dela fazendo sexo oral em Snape cruzou a sua mente.
Ele sobressaltou-se.
- Erm... Eu acho... Que eu deveria dar uma caminhada... – ela balbuciou antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. Não ousava olhá-lo. – Eu preciso... eu apenas tenho que...
Andi se apressou para fora da sala, esperando que a pulsação sentida entre as suas pernas não tivesse transparecido pelo vestido.
Sem sequer se importar em fechar a porta, ela correu pela escada, pelo Salão Principal e saiu para o calor da noite.
XxXxXxX
Reviews, por favor!
Bjus para a Lara, que continua betando a fic! E, naturalmente, para o pessoal que revisou (que alívio! Vcs continuam lendo): a Oliva Lupin, a Avada Kedrava Ridlle, Lo1s.Lane, Cíntia e Christabel
Telles!
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