Um Encontro Quente



Todos os personagens que você reconhecer pertencem à J. K. Rowling.

A Severusgirl foi quem escreveu essa fanfiction e me deu permissão para traduzi-la. Seu título original é Madness With the Bliss. O link pode ser encontrado nos meus favoritos.

Essa é a minha primeira tradução; critiquem, mas sejam gentis, por favor. Rs.

XxXxXxX

DOCE LOUCURA

Severusgirl

XxXxXxX

Capítulo 1

UM ENCONTRO QUENTE

Fora anunciado: aquele verão era o mais quente de todos os tempos. Estava até mesmo mais quente que na lendária onde de calor de 1976, pelo visto.

Estar dirigindo a 70 km/h com todos os vidros abertos ajudava bastante a amenizar o calor, e gotas de suor não se demoravam a aparecer todas as vezes que ela precisava parar o carro para estudar o mapa – e isso acontecia muito.

Andi Carver não possuía senso algum de direção – e isso certamente podia ser visto como uma desvantagem, já que dirigia o seu carro por um terreno completamente desconhecido. O seu namorado – ou melhor, ex-namorado –, John, certa vez dissera, brincando, que “se alguém girasse Andi uma única vez em seu próprio jardim, ela provavelmente se perderia lá”. E ela não podia dizer que aquilo era mentira.

No entanto, dessa vez ela sabia exatamente para onde estava indo: o seu destino, o castelo, já era visível. E, segundo o mapa, numa distância de mais ou menos três quilômetros dali encontraria uma entrada para a direita.

O reflexo do sol fazia a imagem da estrada tremeluzir. Andi recostou-se ao banco e abriu as pernas o máximo possível, esperando que um pouco de vento pudesse entrar pelo seu vestido... Através do seu vestido... Em qualquer lugar.

Até mesmo a sua fita dos Rolling Stones cedera ao calor: o pobre Mick começara a cantar como se tivesse debaixo da água, até que Honky Tonky Woman foi completamente dissolvida.

Poucas vezes ela dirigia sem música.

Ao desligar o toca-fitas, Andi quase perdeu a entrada. Derrapou num barranco de areia e apenas teve o espaço suficiente para virar o carro na direção do letreiro que indicava o castelo.

Ela estacionou e saiu daquele forno de microondas gigante – mas o calor não estava mais ameno do lado de fora. Caminhou pela relva seca até chegar ao território do castelo. Espiou o local.

O lugar outrora abrigara um grande castelo. A área era imensa e, apesar de algumas partes da construção de pedras ainda estarem de pé, aquilo claramente era apenas uma sombra do que um dia fora.

Andi caminhou pelo terreno, desejando que pelo menos uma brisazinha aparecesse para aliviar aquele calor. Olhou a construção alta, que se erguia imponente naquele cenário árido.

- Bom, vovó, aqui estou eu – Andi sussurrou. – Consegui chegar ao seu castelo, como você queria.

Um pouco distante de onde ela estava havia um lago que, aparentemente, era frio e convidativo. Mas ela realmente precisava descansar um pouco, naquele momento.

Andi viu um pedaço do muro do castelo particularmente grande que ainda estava intacto e serviria bem para abrigá-la do sol. Foi até ele e deslizou de costas, sentindo a agradável frieza das pedras contra a sua pele.

Remexeu a sua enorme mochila – que chamava de “bolsa de mão” – até achar a sua garrafa de água. O líquido ainda estava agradavelmente gelado, e ela deixou-o derramar-se pelo canto dos seus lábios, deslizar pelo seu rosto, seu colo, entre seus seios... Estava sozinha, afinal. Ninguém mais seria louco suficiente para dirigir até lá em pleno sol do meio-dia.

Andi olhou para o horizonte. O sol refletia-se no chão e distorcia as ruínas, dando a impressão que elas estavam derretendo-se. O silêncio trazia uma sensação boa... Era quase como se o tempo tivesse parado... Como se um milagroso lapso temporal estivesse acontecendo – e ela não se surpreenderia se “Robert, the Bruce”(1) aparecesse em sua frente naquele instante.

Pousou a garrafa sobre a sua testa. Mesmo na sombra estava quente.

Andi estava vestindo as suas roupas mais frescas: um vestido indiano branco que lhe caía até poucos centímetros acima dos joelhos, sandálias de couro branco e a menor calcinha que ela possuía – uma tanga branca enfeitada com três estrelinhas de strass no lado de trás. Ela adorava aquela calcinha, pois as estrelas ficavam exatamente debaixo de uma tatuagem de golfinho que ela tinha à cima do quadril; os dois juntos davam impressão de que o golfinho estava pulando sobre as estrelas.

Não que existisse alguém para apreciar aquilo, ultimamente. Não desde que John a tinha deixado, há seis semanas.

Ela colocou o rosto para cima, fechando os olhos. Não pensaria em John... Estava ali para fugir dos últimos acontecimentos.

As suas mãos foram ao chão e preguiçosamente começaram a brincar com alguns cascalhos: Erguendo-os e deixando-os escapar pelos seus dedos entreabertos, ouvindo todas as vezes que um deles caía no chão.

Era disso que Andi precisava – a paz e a solidão, e uma mão cheia de pedras. Uma taça de vinho gelado também seria bom, mas... Ei!

Era tão bom segurar as pedras: todas eram lisinhas, macias, geladas e...

Ao olhar para a última pedra que ainda restava em sua mão, Andi entendeu o motivo de elas serem tão estranhas ao toque. A pedra era escura, cinzenta, achatada e o seu formato lembrava um arco. Tinha um buraco no meio que apresentava a exata forma da pedra e três linhas escuras eram entalhadas em cada uma das suas extremidades.

Aquilo era a miniatura de um arco.

Ela a examinou demoradamente: nunca, em toda a sua vida, tinha visto uma pedra tão perfeita e incomum.

A fascinação por pedras com buracos fora uma herança da sua avó, que as colecionava e dissera à Andi, quando ela ainda era muito nova, que esse tipo de pedra era sagrada e cada uma possuía uma magia especial.

A pequena Andrea escutara com atenção e levara a história muito a sério. Agora, já crescida, ria das crenças excêntricas da avó, mas não tinha perdido o fascínio pelas pedras – tinha a sua própria coleção que ficava em seu banheiro, guardada num globo. Era a sua maneira de lembrar aquela mulher de quem fora tão próxima.

Ainda com a pedra em suas mãos, Andi juntou as suas coisas, jogou a mochila em seus ombros e começou a encaminhar-se para o lago...

...Mas, de repente, parou.

Agora que ela podia ver mais partes do castelo destruído, um lugar em particular lhe chamou a atenção: à sua esquerda erguia-se um pequeno arco conservado com perfeição entre as ruínas despedaçadas. Ele era feito de pedra bruta e tinha três linhas profundas cravadas em cada um dos lados da sua abertura.

Andi olhou o arco com atenção. Lenta e deliberadamente, abriu a sua mão suada e revelou a pedra.

Quase muito chocada para fazê-lo, ela obrigou-se a olhar para baixo. A pedra – um pouco maior e mais fina que o seu polegar – jazia inocentemente na palma da sua mão...

Ela olhou novamente para o arco...

... e para a pedra...

... e de volta para o arco...

Não estava louca: a pedra em sua mão, sem sombra de dúvida, era a exata miniatura do arco que se erguia em sua frente.

Deslumbrada, Andi caminhou para o arco. Ele era completamente sólido, o que deixava claro que aquilo não era um sonho. Uma mão começou a dedilhar os sulcos, enquanto a outra segurava a pedrinha de frente para ela. Encaminhou-se pela abertura, visando investigar o outro lado.

E um repentino vento frio, que soprou por trás dela como um vendaval, arrebatou o marasmo do dia. Seus cabelos chicotearam seu rosto e o vestido ergueu-se pelas suas pernas. Arrepios percorreram a sua pele e as gotas de suor do seu corpo congelaram. E uma sensação assustadora a acometeu: Era como se algo tentasse estripar as suas entranhas pelo seu umbigo.

Andi engasgou e agarrou-se ao arco, buscando apoio, enquanto a sua cabeça começou a rodar e suas pernas a falharem.

O seu derradeiro e desesperado pensamento consciente foi “não tem ninguém aqui para me ajudar”.

E não sentiu mais nada: seu corpo mole caiu ao chão.


1 - “Herói” da história escocesa. Lutou com Willian Wallace (vocês devem conhecer os dois pelo filme Coração Valente) contra Eduardo I e Eduardo II nas guerras de independência.

XxXxXxX

Bjus para a Lara, minha irmãzinha querida que betou esse capítulo. E revisem, por favor.

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