1ª Grande Batalha/Seqüestro
Qual seria o sentimento ‘medo’? Alguém consegue descrever? Calafrios, respiração ofegante, pupilas dilatadas, pernas bambas. Isso se chama ‘termos técnicos’. Mas, a sensação mesmo, como seria? Parecida com aquela em que se avista o valentão da escola louco pra te pegar? Ou talvez com que se encara o pai após uma travessura? E para alguém corajoso? O medo seria uma coisa nova, inexplicável? Que sensação teria?
Talvez, para os bruxos, a sensação ‘medo’ seja definida como o momento exato em que se avista a Marca Negra pairando sobre sua própria casa, sabendo que ao entrar ele pode encontrar Comensais da Morte, ou seus entes queridos gelados e sem vida... Era nisso que Harry pensava, enquanto ele, Hermione e Deryl corriam até o castelo.
Hermione apenas fitava aquela caveira com uma língua de cobra, brilhando verde e fantasmagórica sobre o castelo. Como os Comensais entraram no castelo? Através de Pansy, talvez? Ou até mesmo... Não, não pode ser. Ele pode ser um escroto, um lixo de gente, mas não faria isso. Faria? Será que Malfoy...
Eles entraram no castelo, e viram uma baderna. Os alunos voltavam de Hogsmeade, viam a Marca Negra e corriam até o castelo para ver se seus amigos estavam bem. Gente correndo pra todo lado. Deryl foi a passos largos até a gárgula, que guardava a entrada para o escritório de Dumbledore. Parecia ter esquecido que Harry e Hermione estavam em seu encalço. Disse a senha (“Bolha de sabão”) e galgou as escadas, ainda sem notar Harry e Hermione atrás dele.
Dumbledore estava lá, assim como Madame Pomfrey. Eles socorriam alguém desmaiado no sofá de Dumbledore. Harry se aproximou um pouco. Era McGonnagal. Ela acordava aos poucos.
- O que houve, Alvo? – Deryl perguntou imediatamente.
- Minerva subiu correndo ao meu escritório, toda machucada, e me disse que os Comensais estavam vindo. Eles acharam a passagem da Casa dos Gritos, Pettigrew deve tê-los contado. Mas eles ainda não entraram, a Marca Negra foi acionada por alguém da escola, provavelmente para causar baderna e despistar a entrada deles. Não tive tempo de organizar os alunos. Poderia fazer isso por mim, mestre?
A menção da palavra mestre assustou Harry. Deryl havia sido mestre de Dumbledore? Quantos anos ele tinha? Outro pensamento lhe ocorreu. Harry estava sendo agora treinado pelo melhor dos melhores. Dumbledore é considerado o maior bruxo da época. Se Deryl treinou Dumbledore, ele deve ter sido o maior bruxo de todos os tempos desde Merlin!
- Claro... Seu lado protetor sempre fala mais alto, não é? Eu vou... Ah, e esses dois aqui... Colocarei-os no ataque... Vão apenas assegurar que os Comensais vão embora, entenderam?
- Sim, senhor... – Harry e Hermione disseram.
- Então venham. Temos muito a fazer.
- Espere um pouco, mestre Deryl. Quero fazer uma coisa. – Deryl assentiu com a cabeça.
Harry voou pelos corredores até a enfermaria, aonde Rony continuava dormindo pelo efeito da poção do Morto-Vivo.
- Agora ele é seu, Rony... Espero que não precise usar... Mas você mereceu... – Harry colocou o colar novinho dos elfos, que ele acabara de tirar do baú, no pescoço de Rony. Harry olhou-o alguns instantes, depois correu de volta aos outros. Deryl então virou-se para a porta.
- Vamos.
Eles desceram as escadas da gárgula.
– “Sonorus!” – Sua voz, que já tinha um tom de comando, foi ampliada cem vezes. – ATENÇÃO TODOS OS ALUNOS! ORGANIZEM-SE NO SALÃO PRINCIPAL NESTE INSTANTE! QUEM FICAR PRA TRÁS SERÁ JOGADO NA FLORESTA PROIBIDA!
Então, Deryl simplesmente saiu andando. Harry e Hermione o seguiram até o Salão Principal.
– ORGANIZEM-SE POR SÉRIE! – Deryl gritou aos assustados alunos.
Não faltava nenhum. Eles rapidamente se organizaram do primeiro ao sétimo ano. Harry e Hermione iam até a fileira do sexto, mas Deryl colocou um braço na frente.
– ALUNOS DE PRIMEIRO AO QUARTO ANO: VOCÊS NÃO LUTARÃO, MAS DARÃO ARMAS AOS QUE LUTARÃO, LEVARÃO REMÉDIOS E AJUDARÃO OS PROFESSORES NO PREPARO DE POÇÕES. DIVIDAM-SE EM TRÊS GRUPOS: OS RÁPIDOS, OS FORTES E OS BONS EM POÇÕES. SNAPE PEGUE OS BONS EM POÇÕES E COMECE A TRABALHAR. FILCH PEGUE OS FORTES E CORRA ATÉ O ARSENAL DE ARMAS. PAPOULA PEGUE OS RÁPIDOS E PREPARE OS MEDICAMENTOS. AGORA!
Todas as suas ordens foram imediatamente obedecidas. Parecia que vinha uma Terceira Guerra Mundial.
– OS QUE RESTARAM, DIVIDAM-SE EM DOIS GRUPOS. OS QUE FICARÃO PRA LUTAR E OS QUE PEGARÃO UMA LAREIRA PARA SUAS CASAS. – Alguns poucos Sonserinos e Lufa-lufas se separaram dos demais. O professor Binns os conduziu até as lareiras.
– AQUELES QUE ESCOLHERAM LUTAR, PRESTEM ATENÇÃO. – apontou a varinha para a garganta novamente. - “Quietus!” Vocês vão defender a escola de vocês. Usem tudo o que sabem. Se alguém se ferir, um companheiro deve leva-lo a um local seguro e voltar à batalha. Os alunos que estão com Madame Pomfrey se encarregarão de socorre-los. Os que tiverem alguma experiência em armas, sempre haverá um dos encarregados de Filch correndo pelos corredores com uma espada ou uma clava. Elas são dotadas de magia, então, usem-nas. Não queremos lutar contra Comensais da Morte, queremos que eles não tomem o castelo. Uma vez que eles sejam contidos, eu e alguns outros alunos e professores os prenderemos e expulsaremos daqui. Não se arrisquem muito. Agora, quero que os da Grifinória se dividam em dois grupos: um fica no portão e outro defenderá lançando feitiços da Torre da Grifinória. Os da Corvinal, metade no portão e outra metade na Torre da Corvinal. Lufa-lufa, metade nos corredores e metade na Torre Norte. Sonserina guarda as passagens secretas e a Torre de Astronomia, que é a mais alta. Boa sorte.
Os alunos imediatamente começaram a ir para os lugares ordenados, alguns já puxando a varinha. Deryl começou a tirar estudantes do meio da multidão, colocando-os junto a Harry e Hermione. Havia 16 ao todo. Harry reconheceu Nicolas, Draco, Neville, Luna, Gina, Justino Finch-Fletchley, da Lufa-lufa, Guilherme Cont, setimanista da Sonserina, um menino calado da Corvinal a quem Harry ficou sabendo que se chamava Jason, e mais seis que ele não identificou. Deryl caminhou até eles.
- Eu escolhi vocês porque consegui sentir um enorme poder mágico em cada um. Alguns físicos, alguns mentais, alguns mágicos, alguns de combate. Vocês, junto com alguns professores, me ajudarão a expulsar os Comensais, quando os alunos os repelirem do castelo. Claro, se vocês quiserem. Se não quiserem, podem ir lutar normalmente. Senti muitos outros grandes poderes por aí, mas pensei que apenas vocês bastariam.
- Vamos com você. – Harry afirmou, e todos os outros assentiram com a cabeça.
- Ótimo. Ficaremos no portão, esperando. Harry – Deryl colocou a mão em seu ombro, enquanto os outros se afastavam. – Fique com isso. Fica melhor com você. – Deryl usou um “Accio” rápido, e a espada de Godric Gryffindor surgiu, brilhando com seus rubis.
- Obrigado, eu... Eu nem sei como agradecer...
- Apenas fique vivo.
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Aquela tensão fazia mal. Harry e Deryl saíram do castelo e viram os alunos e professores em posição. Alguns conjuraram espadas ou outras armas. Neville conjurara um arco de madeira antiga, com flechas prateadas bonitas. Ao ver a cara de indagação de Harry, explicou:
- Eu treinava arco e flecha até os oito anos. Achei que não fosse bruxo, então me dediquei a isso. Em alguma coisa eu tinha que ser bom... – deu um sorriso sem-graça.
Harry olhou para Draco. Havia uma espada verde em uma bainha em sua cintura. Mas Draco olhava para os lados, parecia procurar alguém ou alguma coisa. Olhou para os lados também. Onde estava Hermione? Estava ali agora a pouco! De repente, ouviu-se um grito cortar o ar frio. Os Comensais saíam pelo Salgueiro Lutador.
Hermione então apareceu. Pelo que Harry percebeu, ela fora buscar sua bolsa. Pareceu um ato estúpido, até ela tirar uma adaga de dentro dela.
- Era da minha avó. Ela era cigana, mas meus pais não gostavam muito disso. Então ela passou a adaga da família dela diretamente a mim. Nunca aprendi a usar, mas acho que vai ser útil. Nossa! Deixaram você usar a espada de Gryffindor?
- Deryl me deu. Disse que ficaria melhor comigo. Pelo menos eu já usei antes... Vai ficar mais fácil.
- Será que Deryl vai nos deixar usar os poderes?
- Suponho que é pra manter isso em segredo. Mas talvez, se nos afastarmos de todos, possamos fazer algo. Podíamos nos esconder e fazer parecer que um professor fez aquilo. Ou até mesmo o próprio Deryl. Se bem que, no meio da batalha, ninguém nota isso...
- Vamos fazer o seguinte. Só vamos usar a Magia Elemental se estivermos em risco extremo ou se alguém estiver. Aí sim.
- Concordo. E aí vêm eles...
Os Comensais saíam como formigas em direção ao castelo, recebendo chuvas de flechas e feitiços das torres. Ao se aproximarem do castelo, os 16 alunos e os professores saíram dos locais escuros e atacaram. Harry duelava com a varinha e a espada ao mesmo tempo. Um Comensal mandava bastante feitiço, e Harry se protegia com a espada, se aproveitando das diversas propriedades mágicas desta. Então contra-atacava usando a varinha.
Hermione duelava somente com a varinha, mas atacava dois Comensais de uma só vez. Ela desacordou o primeiro e imobilizou o segundo, logo duelando com outros Comensais. Todos os 16 estavam dando grandes baixas para o lado de Voldemort. Ninguém entendia o porquê de Voldemort ter escolhido atacar agora.
Harry notou três Comensais dando a volta por trás do castelo. Foi atrás deles. Hermione o viu, e foi atrás. Os três Comensais conjuraram vassouras e iam subir até uma janela próxima. Harry reconheceu a janela. Era a sala de Dumbledore. Sabia o que devia fazer. Fechou os olhos, e lembrou-se de quando havia ganhado a Taça das Casas, no primeiro ano. Concentrou a energia na palma da mão. Abriu os olhos. Estava novamente com a aura verde, com a linha branca. Apontou a varinha para a cauda da vassoura de um Comensal, quando este decolava.
- “Ectinger” – sussurrou. A vassoura incendiou-se. O Comensal caiu, mas estava em uma pequena altura, apenas desmaiou.
Nessa hora Hermione apareceu. Percebeu Harry incendiando a segunda vassoura, e também se concentrou. Pensou em sua avó cigana, nas histórias que ela lhe contava. Abriu os olhos, sem ligar para a aura vermelha ao seu redor. Apontou para a cauda da terceira vassoura.
- “Meriarln” – sussurrou. Havia se lembrado da primeira palavra do livro do Prof. Snow. Na primeira página estava escrito: “Meriarln – Feitiço que invoca a água, específico do Guardião da Água”. A vassoura congelou, caindo imediatamente.
Harry e Hermione correram até os três desmaiados. Tiraram os capuzes deles. Dolohov, aquele que fizera uma magia negra contra Hermione no Ministério, ano passado, tinha um corte na cabeça e sangrava um bocado. Nocauteado. Nott, um dos Comensais do Ministério também. Batera com a cabeça. Sem sangue. Um galo enorme na cabeça e uma perna quebrada. Nocauteado. E, por último... Belatrix. Sem nenhum ferimento aparente. Nocaut...
Belatrix se levantou de um salto, puxando a varinha. Harry e Hermione saltaram para o lado, também puxando a deles.
- Então são vocês... Os Guardiões que faltavam... Ah, como o mestre vai me agradecer por isso... Irei entregar dois Guardiões de uma vez só a ele...
- Sonha... – Harry disse, com a raiva saltando dos olhos. Odiava Belatrix com todas as suas forças, e andava doido para enfrenta-la, desde que ela matou seu padrinho. - Hermione... – Harry olhou significativamente para ela.
Ela entendeu imediatamente. Hermione sabia que Harry queria enfrenta-la sozinho, mas sabia que a Magia Negra dela não deixava dúvidas de quem ia ganhar. Teve então uma idéia. Foi para um canto e observou. Harry e Belatrix tinham erguido a varinha e se encaravam, analisando qual seria o movimento do outro. Então Belatrix atacou. Começou um duelo que prometia bastante...
Hermione viu que Harry não resistiria por muito tempo, então tratou de por seu plano em prática. Foi para um canto e abriu sua bolsa. Vasculhou um pouco, depois tirou de dentro dela um pequeno caderninho preto. Um caderninho preto com um G colorido e cheio de tribais. Abriu. Sabia o que devia fazer...
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Enquanto isso, no castelo, a situação estava razoavelmente controlada. Os 14 outros alunos e os professores defendiam o castelo bravamente, mas os Comensais eram muitos. Eles entraram no castelo, e estavam conseguindo passar as defesas. Deryl então se retirou da luta um momento. Fechou os olhos. Logo todos puderam ver uma imensa aura roxa, circundada por uma linha cinza-chumbo. Ele puxou novamente a varinha, e fez um verdadeiro revés na batalha. Em instantes, um terço dos Comensais próximos estavam desacordados e presos.
O excelente desempenho de Deryl fez com que os outros estudantes se sentissem mais confiantes. Logo mais Comensais se juntavam ao monte. Draco desembainhara a espada verde, e todos puderam ver que era a espada de ninguém menos que Salazar Slytherin. Mas ele não parecia lutar. Parecia estar brincando com o Comensal, o mesmo que ele estava lutando desde o começo da batalha.
Neville fazia excelente uso dos feitiços que aprendera na AD. E manuseava muito bem o arco e flecha. Atacava o Comensal com quem estava duelando e atirava uma flecha no Comensal que vinha por trás de Luna, do outro lado do castelo. E não acertava nenhum ponto vital. Fazia apenas o Comensal desmaiar. Realmente, no arco e flecha ele era bom.
Nicolas não usava armas. Contava apenas com sua mágica. Mas aprendera coisas na Itália que a Inglaterra nem sonhava em saber. Pelo menos não os bruxos normais. Lutava com três de cada vez. E quase nunca perdia. Realmente, parecia um bruxo experiente.
Luna lutava estranhamente bem. Nunca fora muito boa em duelos, mas se saía muito bem. Lutava com leveza, mas com um ar de que nem estava ali. Gina estava simplesmente liquidando Comensais. Usava uma espada velha, meio curva, usada pela família Weasley. Como Rony não estava ali, era Gina quem ficara com a espada. Juntava um monte que era dois terços o de Deryl, o que já era muita coisa.
Justino simplesmente estava deslocado ali. Não conseguia fazer muita coisa. Duelava com um Comensal de cada vez, e durante o duelo todo lutara apenas com cinco Comensais. Guilherme era muito bom, tinha um machado excelente, provavelmente de família, e juntava um monte de Comensais presos e desacordados pouco menor que o de Gina.
Jason era muito estranho. Ele não atacava ninguém. Havia uma aura branca ao seu redor. Branco-puro. Mas ele não fazia nada. Apenas fechou os olhos. Todos os Comensais que chegavam perto eram simplesmente arremessados longe. Ninguém entendia. Deryl de vez em quando olhava para ele, um pouco espantado, como se lembrasse de algo.
Em geral, todos se saíam razoavelmente bem. Os Comensais foram pouco a pouco sendo derrotados. Um dos seis a quem Harry não conhecia estava se dando particularmente bem. Ele usava a magia normal fortalecida. Um simples Estupefaça era mandado com a aura azul-escuro, circundada pela linha cinza-claro, e era capaz de desacordar cinco Comensais por horas... E ele sorria o tempo todo, como se estivesse brincando...
Mas eles eram muitos, e logo entraram no castelo. Os alunos lutavam bravamente. Um dos Comensais destacou-se dos outros e se dirigiu ao escritório de Dumbledore. Apontou a varinha para a gárgula, a explodindo. Subiu. Deu sorte, não havia ninguém lá. Olhou pela janela, esperando os três Comensais de confiança do Lorde, que iriam se encontrar lá. O que viu fez com que se espantasse: um enorme leão de fogo, saindo da varinha de Potter, nocauteara Belatrix. Reconheceu o leão na mesma hora. Era Magia Elemental. Potter era o Guardião do Fogo.
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- Harry, se você estiver me ouvindo, presta atenção. Use os feitiços exatamente na hora em que eu falar. Não pergunte, apenas faça. Podemos vencer essa luta, juntos...
- Estou ouvindo. Você pegou o livro?
- Peguei.
- E como você está falando dentro da minha cabeça?
- O colar dos Guardiões... Cuidado! Jihku!
- “Jihku!” – Harry disse, na hora exata, pois Belatrix havia invocado um raio azul escuro de aspecto poderoso. Um globo de luz vermelha o envolveu, protegendo Harry.
- Uau! Obrigado!
- De nada... Ectinger!
- “Ectinger!” – Harry lançou uma rajada de fogo em Belatrix, mas ela desviou. Mandando logo em seguida um raio azul, que Harry não teve tempo de defender. Mas, por incrível que pareça, o raio não fez nada. Hermione aproveitou para dar a Harry a chance do contra-ataque.
- Ectinger Giled!
- “Ectinger Giled!” – Um enorme leão de fogo surgiu, atacando Belatrix por trás. Enquanto ela se ocupava com o leão, Hermione escolheu um ataque poderoso.
- Voldlliturs!
- “Voldlliturs!” – Belatrix sofreu um ferimento, um corte enorme nas costas. Caiu para frente. O leão avançou, atacando por cima do ferimento que escorria sangue. Belatriz gritou de agonia. Harry se desesperou. – Hermione, eu não quero mata-la!
- Tá, eu tô pensando... Aqui! Rofemadra!
- “Rofemadra!” – O leão desapareceu. Belatrix fora nocauteada. Harry caiu de joelhos. Não sabia o que estava acontecendo. Perdera quase toda sua energia. Lembrou-se do raio azul de Belatrix, que não tinha feito nada. Aparentemente seu efeito tardio era o de drenar a energia dele... Lutava com todas as suas forças para não ficar inconsciente. Hermione correra em seu auxílio. Precisava mantê-lo acordado. Tinha que tirá-lo dali.
- Vem comigo, Harry. Vamos sair daqui. – Hermione passou o braço de Harry pelas suas costas e o ergueu.
- Hermione, espera. Ela sabe que eu sou o Guardião. Vai contar pro Voldemort.
- Hum... Espera aí. – largou ele de novo e foi até Belatrix. – Não sei se vai sair certo, mas... “Obliviate!” – Hermione fez um jato branco claro sair da ponta da varinha. Depois voltou até Harry e o carregou para dentro, por uma passagem secreta, para que não passassem pela luta. Mal chegaram lá, passou um aluno de primeiro ano que jogou uma poção Wiggenweld para eles. Hermione apanhou e deu a Harry.
- Beba. Não quero ficar te carregando pra todo lado.
Harry bebeu de um gole só. Em um instante estava de pé.
- E a batalha? Temos que continuar lutando!
- Então vamos!
Eles se dirigiram ao lado de fora do castelo. Alguns ainda lutavam, mas a maior parte dos Comensais ou fugira ou estava presa em um dos montes dos combatentes de Hogwarts. Harry e Hermione lutaram com os últimos e depois se reuniram no Grande Salão, onde os professores conferiam os alunos. Deryl se aproximou dos dois.
- Pelo que parece, nenhum aluno morreu. Alguns estão feridos, mas graças ao bom trabalho dos alunos de primeiro a quarto ano nenhum se encontra em estado grave. Se quiser me ajudar com estes presos aqui... É só juntar, o ministério já vem buscá-los...
- Claro Deryl... Vem Harry! – Hermione puxou Harry para os montes de Comensais. Harry se assustou com o desempenho de seus amigos. Não sabia que eles eram bons assim. Olhou para o monte de Gina, preocupado com o risco que ela correu. Assustou-se. Seu monte era um dos maiores, só perdia para o de Deryl, o de Jason e o daquele menino que Harry não conhecia, mas que brincava com os Comensais. Harry amarrou esses nas árvores da Floresta, junto com os que Hermione e Deryl juntaram. Os três voltaram para o salão.
- Esperem... Tem alguma coisa errada. – Deryl comentou. Harry e Hermione se entreolharam.
Deryl subiu as escadarias numa velocidade incrível. Seus pés pareciam nem tocar o chão. Os dois foram atrás dele. Chegaram na enfermaria, como furacões. Madame Pomfrey estava nervosa, cuidando daquele mesmo menino estranho que nem se importava com os Comensais, brincando com eles. Mas, aparentemente, ele tinha se descuidado, porque sua maca estava encharcada de sangue. Deryl não perdeu tempo:
- O que houve?
- Um Comensal o pegou por trás com uma Vaiolit. Não sei porque ainda não está agonizando... Mas isso é muito bom. Se puder me dar licença, tenho muito o que fazer.
Deryl já ia saindo quando Hermione alertou.
- Espera. Cadê o Rony?
Harry olhou. Ele não estava mais na enfermaria. Madame Pomfrey também olhou, assustada. Não havia sinal de Rony.
- Mas ele estava aqui há cinco minutos! – ela comentou.
- Aonde você foi nesses cinco minutos? - perguntou Deryl, prático.
- Fui buscar o Sr. Firt, ora, mas tenho certeza de que não há como nenhum Comensal comum ter entrado aqui com os feitiços de alerta que eu coloquei. Pelo menos não sem eu saber.
- Nenhum Comensal comum, você disse... Mas alguém mais poderoso conseguiria?
- Creio que sim... Nunca tive problemas com ninguém mais forte. O mais poderoso que já tentou passar foi o Dolohov... E isso não é grande coisa, mas ele mesmo assim é o mais forte dos Comensais da Morte.
- Ele é o mais forte? Ah, você tá brincando... Como ainda não pegaram todos? Eu consigo derrotar o Dolohov sem usar a minha nova habilidade... – Harry debochou.
- Eu não disse que ele era o mais forte deles, disse que ele era o mais forte dos Comensais da Morte.
- Hã?
- Existem vários níveis entre os seguidores de Voldemort. O maior, e mais temido, é o de Comensais da Morte. Mas, mesmo sendo o mais temido, ele não é o mais alto.
- Hã?
- Voldemort manda os Comensais da Morte pra todas as tarefas fáceis que ele considera banais. Matar gente, torturar gente, impor respeito, fazer a fama dele. Todos temem os Comensais porque, caso Voldemort assim decida, são eles quem vão atacar suas famílias. Mas, dentro do Departamento de Mistérios, há uma sala especialmente para coletar informações e treinar bruxos competentes para lidar com os outros níveis. O nível mais baixo é o nível conhecido como ‘Duvidoso’. São pessoas ou muito fracas, ou mestiças, ou não-confiáveis, em que Voldemort faz questão de deixar sempre meio nível abaixo dos demais. Nunca deu trabalho. Responsáveis por ‘babaquices’ como a Copa de Quadribol há dois anos ou a inexplicável atitude do assistente pessoal do 1º Ministro trouxa de virar um relógio de pêndulo pra fazer frente ao Big Ben.
- Aquilo foram eles? – Hermione riu. – Foi assunto de jornal por dias. Porque Voldemort manteria esses idiotas no seu grupo?
- Quanto mais bruxos melhor, pra guerra que está inevitavelmente por vir. E a maioria deles ou é de algum posto importante ou tem ligações com alguém que pode dar informações valiosas. Um deles estava bem próximo a vocês, Pedro Pettigrew, mais conhecido como Rabicho... Ele passou as informações de seus pais pra Voldemort, Harry, e foi isso que o promoveu de um Duvidoso a um Comensal de verdade.
Harry apertou os punhos. Ele ainda não conseguira pegar aquele rato, embora a inocência de Sirius tenha sido provada há uns quatro meses. Aquele traidor imundo que delatara seus pais, matara doze trouxas e depois colocara a culpa em seu padrinho, que passou doze anos injustos em Azkaban, e depois mais dois anos foragido.
- O próximo nível é o dos Comensais da Morte. Como já disse, coisas ‘banais’ apenas pra fazer fama e impor terror. Em seguida, Criaturas Mágicas. Eles convocam e treinam gigantes, lobisomens, vampiros, megeras, até mesmo trasgos, para servi-los em troca do prazer de provocar dor. Esse é o maior presente que se pode dar a uma criatura da noite...
- Que horror... – Hermione comentou.
- Realmente. Depois vêm os chamados Defensores da Serpente, bruxos muito mais poderosos, que servem para cumprir os planos do Lorde, mas planos sérios. Bartolomeu Crouch Júnior era um Defensor da Serpente. O líder dos Defensores é Belatrix Lestrange.
- Mas ela sempre se disse Comensal! – Harry se surpreendeu.
- Ordens restritas de Voldemort. Ninguém deve suspeitar que, enquanto os Comensais atacam os trouxas de Londres, no Ministério há Defensores roubando informações. O pouco que sabemos sobre isso se deve a alguns espiões e aliados muito bem colocados. Tivemos sorte de descobrir os outros níveis.
- Que seriam?
- Logo em seguida vem os Cavaleiros da Dor. São doze bruxos lendários que por séculos têm jurado causar a dor em todos os que os maldisseram e torturam.
- Como assim por séculos?
- Eles eram estudantes de bruxaria excluídos pela sociedade, daquele tipo que ninguém senta perto nem quer fazer dupla, e cuja diversão favorita dos outros é atormentá-los com algo equivalente à cabeças na privada pelos trouxas. Eles se uniram e juraram se vingar, acabando por fazer um pacto com forças ocultas. Sem querer, essas forças tomaram conta de seus corpos. Eles mataram todos da escola e juraram infligir dor a todos os “valentões” do mundo bruxo, dentro e fora de escolas. Sua mente, fora de controle, confundia a todos com o rosto dos seus antigos rivais, realizando um verdadeiro massacre por onde passavam. Eles nunca morriam, pois agora eram demônios e possuíam os poderes das forças que invocaram. Até que Voldemort os encontrou, os trouxe de volta à realidade e eles perceberam o que fizeram. Mas era tarde. Eram fortes, tinham gostado de matar e Voldemort, a quem eles deviam gratidão, lhes oferecia um lugar no novo mundo, um lugar onde podiam mandar e não serem mandados.
- Essa confusão toda por causa dos valentões da escola?
- Bom, em escala menor, isso é justamente o que os Comensais fazem. Você julgaria isso pequeno?
- Não.
- Mas Voldemort julga. E soube aproveitar isso pra conseguir o apoio de uma das maiores dores de cabeça do mundo bruxo: os Cavaleiros da Dor.
- Puxa...
- Pois é. Mas eles também não são os mais fortes. Ainda existe um nível, que leva o nome de os Oito Espadachins Lendários, mais conhecidos entre eles apenas como Os Oito Lendários. Voldemort encontrou oito Espadas que pertenceram a antigos heróis de povos importantes, da Idade Média para trás. Procurou a pessoa que é considerada a melhor no estilo de luta de cada um desses povos, entregando a Espada correspondente em troca dos seus serviços. Os Oito Lendários são tão, ou mais, poderosos, que os Guardiões. E, caso evoluam mais um pouco, poderão se unir e fazer frente ao próprio Voldemort...
- O QUÊ?? – disseram os dois.
- Isso aí. Por isso Voldemort os mantêm debaixo do olho. Para garantir que não evoluam, ou, caso evoluam, que estejam sob seus comandos e não se dêem conta de que podem derrota-lo. Mas...
- Tem mais um nível? – surpreendeu-se Harry.
- Sim. Mas é um nível de uma pessoa só. Além de Voldemort, atualmente, ele é o único que derrota os Lendários.
- Deixe-me adivinhar: o Malfoy traidor.
- Certo. Ele pertence a um nível isolado não só porque não está subordinado a Voldemort, e não vive com ele, como já disse. Não é espião dele e tem coisas particulares a tratar, sem Voldemort. E é mais evoluído que todos os outros Guardiões que eu já treinei. Até hoje não perdeu seus poderes, e os controla muitíssimo bem. O nível dele é o nível do Elemental. E, acima, está Voldemort.
- Mas como conseguiram controlar todos esses níveis?
- Bom, os Defensores da Serpente não nos dão mais tantos problemas desde sua descoberta, graças aos Aurines, que agora conseguem prende-los.
- O senhor quis dizer Aurores, não? – tentou Harry.
- Não, Aurines mesmo. Não falei que há um local no Departamento de Mistérios que treina bruxos capacitados para combater os níveis mais altos?
- Então os Aurines conseguem deter os Defensores da Serpente?
- Sim.
- E os Cavaleiros da Dor?
- Bem, há certos Aurines em particular, os mais poderosos, que conseguem um duelo equilibrado com oito dos doze Cavaleiros. Mas os quatro líderes, que hospedam as forças mais poderosas, não há como simples Aurines, por mais fortes que sejam, não conseguem derrotar.
- O que fazem com eles?
- Bom... Eu não sei se cheguei a comentar, mas eu tenho uma escola aonde ensino não só os Guardiões dos Elementos como outros bruxos poderosos. Já ouviram falar da Legião de Arthur? – Harry se lembrou da visão com Pansy. ‘A Legião de Arthur, reunida, gera um poder das trevas inigualável e supremo, enquanto que os Guardiões Elementais, que realmente existem, se unidos geram o contrário, um poder de luz extremo. Mas, se esses membros da Legião de Arthur, ou somente os poderes deles, forem reunidos em uma só pessoa, ela terá o Poder Supremo das Trevas, assim como o senhor já sabia que os Guardiões geram o Poder Supremo da Luz.’ Foram as palavras dela para Voldemort.
- Já. – respondeu, sem pensar.
- Não. – Hermione olhou para ele, como uma advertência.
- Bom, Hermione, pra você que não conhece, a Legião de Arthur era o nome da antiga junção dos nomes mais poderosos da época do rei Arthur. Nela estão incluídos o próprio Arthur, Lancelot, seu melhor cavaleiro e amigo, Morgana, meia irmã de Arthur e feiticeira poderosa inimiga de Merlin, Merlin, é claro, Galahad, entre outros.
- Mas todos esses não já morreram? – perguntou Harry.
- Sim, mas deixaram descendentes. Se não de seu próprio sangue, deixaram seus dons em uma criança poderosa, cuja família também herdou tal sangue, até os dias de hoje. Talvez lhe interesse saber que seu pai era descendente direto do grande Rei Arthur, e que, portanto, você também é.
- Uau. Você é tanta coisa, e nem sabia... – Hermione comentou.
- Pra começo de conversa eu nem sabia que era bruxo... – ele riu.
- Então, eu venho descobrindo e treinando a Legião de Arthur, e alguns deles já são capazes de enfrentar os líderes dos Cavaleiros da Dor.
- E quanto aos Oito Lendários?
- Os Guardiões vem muito a calhar ao enfrentar um Lendário. Mas, como não podemos dispor deles sempre, eu treino há algum tempo espadachins para fazer frente a eles. Infelizmente, ainda não encontrei ninguém suficientemente bom... Só podemos contar com o destino. E demos sorte de Dreik não ser exatamente um subordinado de Voldemort, porque ele é um dos melhores Guardiões que já vi. Consegue fazer frente a mim, e talvez até me vencer.
- Espera, estamos esquecendo o Rony! – Hermione comentou, com urgência.
- É mesmo! Então, foi um Defensor da Serpente que pegou ele?
- Não se preocupem, não esqueci o amigo de vocês. Caíque os está seguindo. Parece que estão indo para o Texas, nos EUA. Mas continuam descendo, então pode ser em qualquer lugar entre a América do Sul e o Texas.
- Eles vão de vassoura?
- Não, magonetes.
- Hã?
- É tipo uma vassoura que você anda em pé, como se surfasse, Harry. – Hermione explicou. – É bem útil porque é muito mais rápida que uma vassoura ou um tapete, mas também é rara porque é ilegal. As pessoas não conseguiam pilotar e caíam da vassoura, mesmo com os calçados especiais. É preciso uma licença pra dirigir uma. Acho que existe uma regra que permite magonetes no Quadribol, mas acho que só em casos específicos, não sei direito.
- Caíque os perdeu de vista no Panamá. É na América do Sul o esconderijo deles. Só precisamos descobrir aonde.
- Eles já chegaram do Texas ao Panamá? Esse troço é mesmo rápido!
- Tentem descansar um pouco. Vocês se esforçaram muito.
- Mas o Rony está ferido! Ele precisa de cuidados, ou pode morrer!
- Vão ter que ter fé na força dele.
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N/A: Aleluia! Não sei como eu consegui acabar, com tantos trabalhos e provas e Cefet e Coltec vindo por aí... Mas consegui! Espero terminar o sete logo! E não me matem pela saída do Rony! Foi preciso para que eu conseguisse a proeza de achar um local ilocalizável... Mas não esperem vê-lo até o capítulo nove, se tudo sair de acordo com meus planos... Mais um passo dado! Rumo ao sete! ~*Aparatei*~
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