O 1º treino dos Guardiões



O que um segundo pode fazer de diferente? Muitas coisas... Um segundo, um piscar de um olho. Um segundo que pode mudar nossas vidas. Um segundo que pode me fazer mudar de idéia. Um segundo que leva para sussurrar um nome, admitir uma culpa, mudar minha expressão para a felicidade. Um segundo que me faz mentir. Um segundo para eu finalmente me decidir.
Esse segundo, embora a maioria não perceba, pode até mesmo salvar uma vida. Uma bomba (como os filmes vivem nos lembrando) não explode se alguém a desarmar um segundo antes de explodir. Um segundo pode salvar alguém de um acidente, como o que havia deixado Rony sangrando, no chão coberto de neve do topo de uma montanha, com uma enorme estaca de gelo atravessando seu ombro direito.
Hermione correu até ele e desmanchou a estaca, fazendo-o cair (ele estava “pregado” na árvore pela estaca). Ela se ajoelhou ao seu lado e começou a chorar. Não sabia o que fazer com Rony. Fez um feitiço de cura superficial, não ia durar muito, logo ia se romper. Ela se lembrou das aulas com a AD. Lembrou de como ela ficou feliz quando estava participando ativamente de uma luta contra a injustiça, e que estava tendo efeito. Ergueu a varinha.
- Expecto Patronum!
Uma enorme lontra prateada surgiu da ponta de sua varinha. Ela não sabia como, mas sabia o que devia fazer. Encostou a varinha na garganta.
- Rony foi atingido no ombro por uma enorme estaca de gelo. Estamos na primeira montanha que se vê quando se sai pela estrada principal de Hogsmeade. Mande ajuda depressa!
Desencostou a varinha da garganta e a lontra foi em direção ao castelo. Ela se sentou e pôs a cabeça de Rony em seu colo. Ele estava consciente.
- Rony... Por favor, não desmaie... Você precisa resistir...
- Eu... Não posso... Não vou conseguir... – e fechou os olhos.
- Rony!

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Harry e Gina passearam por toda Hogsmeade, mas sempre que saíam de algum lugar Harry olhava no Mapa do Maroto para verificar se Rony estava por perto. Ele estava apagando o Mapa, depois de verificar que Rony havia saído do Corujal para conversar com Nicolas e Rebecca na Dedos de Mel. Saiu da Gostosuras ou Travessuras com Gina, até ela puxar sua mão e levá-lo a um beco vazio.
- Vamos deixar uma coisa clara: você pode até não querer contar nada pro meu irmão, mas eu não vou andar por aí olhando cada canto, parando para conferir cada esquina, como se fosse uma fugitiva! Ou a gente conta pra ele, ou fica em um lugar que ele não vai!
- Então vamos sair de Hogsmeade... Se pegarmos a estrada principal, tem uma cadeia de montanhas... Subimos em uma delas e ficamos lá, comendo esse saco imenso de doces... – Harry mostrou o saco enorme repleto de doces da loja nova, Gostosuras ou Travessuras. Ela vendia jogos, brincadeiras, como a Zonko’s, e também doces. Gina riu.
- Está bem, vamos... Ei, o que é aquilo? É uma coruja, Harry, vindo pra cá! – Gina apontava uma enorme coruja marrom, vindo na direção de Harry. Ele pegou a carta que a coruja jogou e abriu.
- É do Rony! Ele diz que ele e Hermione vão se encontrar comigo no Três Vassouras daqui a duas horas, pra poder ir embora junto, como sempre fazemos... É mesmo, hoje eu deixei eles de lado pra ficar com você... É justo que eu vá embora com eles... Você se incomoda?
- Claro que não... É meu irmão, não é? – ela estava sorrindo. – Vamos ou não?
- Vamos...

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Prof. Snow estava corrigindo um trabalho sobre a Maldição da Tortura Mental, quando algo muito brilhante entrou pela janela aberta. Ao olhar melhor, viu que era uma lontra-Patrono. Ela parou no seu tapete e falou, com a voz de Hermione (já tinha decorado a voz dela, de tanto ouvi-la dando as respostas certas):
- Rony foi atingido no ombro por uma enorme estaca de gelo. Estamos na primeira montanha que se vê quando se sai pela estrada principal de Hogsmeade. Mande ajuda depressa!
Ele se levantou imediatamente, vendo a lontra desaparecer e a sala ficar bem mais escura. Fechou os olhos, se concentrando, e de repente a água que havia em um aquário sem peixes saiu de lá e ficou em volta do professor, como se ele estivesse em um casulo de água. De repente, a água toda caiu no chão, e o professor não estava mais lá. Então, a água que encharcava o tapete da sala dele também desapareceu, sem deixar rastros.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Harry e Gina estavam subindo uma montanha, quando Harry percebeu uma linha de sangue, escorrendo montanha abaixo. Subiu o restante correndo, e a cena que viu o deixou tonto. Ele correu até o topo da montanha, onde Hermione estava sentada, abraçando o corpo de Rony, que estava deitado em seu colo e sangrando muito. Caiu de joelhos ao lado dos dois. Hermione chorava.
- Ele está... Morto?
- Não... E-Ele está respirando ai-inda... Mas está m-muito fr-raco... Harry, não deixa ele morrer... Eu não quero ser uma assassina...
- Você fez isso com ele? – Harry estava incrédulo.
- F-Foi sem querer, Harry, eu j-juro... Eu sou a Guardiã... Da Água... Estava só treinando, não vi ele atrás da árvore... Acredite em mim, eu n-nunca faria isso com ele...
- Eu acredito em você, Hermione, mas nós temos que chamar ajuda! Você não pode fazer nada?
- Eu já m-mandei um Patrono pro P-Prof. Snow, mas não sei se fiz direito... Tentei fe-fechar a ferida, mas foi sup-perficial e se rompeu... Ele está p-perdendo muito sangue, Harry, ele não pode m-morrer...
Gina conseguiu subir a montanha até o topo e se postou ao lado de Harry. Ela estava com os olhos arregalados, e muito pálida. Não pronunciou uma palavra. Até ver a neve começar a rodar como se fosse um redemoinho. Subia cada vez mais alto, até formar uma espécie de casulo de neve.
- Harry... Olha ali... – ela apontou. Harry se levantou, erguendo a varinha. Mas, de repente, a neve toda caiu como se tivesse explodido, e de dentro dela saiu o Prof. Snow. Ele guardou a varinha.
- Cadê o garoto Weasley? Ah, ali. Com licença, Hermione, deixe-me vê-lo. O que aconteceu?
- Eu sou a Guardiã da Água, professor. Estava treinando, e Rony estava atrás dessa árvore. Fiz uma estaca de gelo enorme e usei a árvore como alvo, mas não sabia que Rony estava ali atrás... Ele tentou fugir, mas não deu tempo, isso foi a única coisa que impediu a estaca de acertar o pescoço dele. Ela atravessou o ombro dele como cigarro em brasa atravessa o pergaminho... – Hermione não chorava mais. A rapidez com que a firmeza voltou à voz dela parecia ser impossível para qualquer ser normal, pensou Harry. Aparentemente, o fato de alguém saber o que fazia ali deve ter acalmado ela.
O professor Snow olhou o furo no ombro direito de Rony alguns instantes, depois se virou para os outros três e disse para irem até a enfermaria, que os dois (ele e Rony) estariam lá. Ninguém entendeu como o professor iria carregar Rony e ainda chegar na enfermaria antes dos outros, até verem ele segurar o pulso de Rony e fechar os olhos. O casulo de neve voltou a cobrir o Prof. Snow, mas cobriu Rony junto com ele. Então, quando a neve caiu, nenhum dos dois estava mais lá.
- Vamos pra enfermaria – disse Harry com firmeza, se levantando.
Hermione e Gina também se levantaram, seguindo Harry até o castelo. Subiram até o quarto andar, correndo velozmente, e Harry abriu a porta com estrondo. Madame Pomfrey já estava aplicando poções das mais variadas cores no ferimento de Rony, que continuava desacordado. Harry correu até onde ela estava, e percebeu o professor Snow sentado numa cadeira ao lado do leito de Rony.
- Então? – perguntou, olhando a enfermeira.
- Então o quê? – Harry bateu a mão na testa, impaciente. Aquela enfermeira estava brincando com ele?
- Rony! Ele vai ficar bem?
- Bom, eu fechei o ferimento, mas antes de vir pra cá ele perdeu muito sangue... E, na temperatura em que estava, o corpo dele não pôde coagular o buraco sozinho...
- Como assim? – Gina perguntou.
- O ombro dele foi atravessado por uma estaca de gelo que não teve tempo de aderir à temperatura ambiente. Quando o gelo é recém-formado, através de mágica, ele está numa temperatura que varia de acordo com o estado emocional da pessoa. Seja quem for que mandou isso nele, estava com imenso ódio no momento. O único ponto favorável para o Sr. Weasley, nesse ângulo, é que o ódio não era direcionado a uma pessoa. Se fosse, ele já teria morrido há muito tempo. Bom, voltando ao assunto principal, a pessoa estava com muito ódio, e o gelo foi criado extremamente frio.
- Como assim? Tem gelo mais quente que outro? – Gina tornou a perguntar.
- Ora, a água congela na temperatura exata de zero graus. Mas existem gelos com cem, trezentos, quatrocentos, e assim por diante, de graus negativos. Pegue um gelo de cem graus negativos e um de quinhentos e compare o frio que você vai sentir... Então, quanto mais ódio a pessoa tiver no pensamento, ou seja, se ela pensa em algo ou vê algo que a faz sentir ódio, mais frio o gelo é criado. Se for ódio a uma pessoa, a temperatura duplica.
Hermione se afastou um pouco. Como assim o ódio não era direcionado a uma pessoa? No momento ela sentia um ódio terrível do Malfoy, estava treinando justamente por causa desse ódio! Bem, se não foi de uma pessoa, do quê ela estava sentindo ódio? Madame Pomfrey continuou a explicar.
- Mas se o gelo existir tempo suficiente, ele vai aos poucos aderindo à temperatura ambiente. Porém esse não foi o caso. Assim que foi criado esse gelo acertou o Sr. Weasley. O gelo que perfurou-o estava em torno de uns novecentos graus, não dá pra dizer com certeza, porque o gelo foi desfeito e sobraram apenas vestígios dele. Nessa temperatura, o sangue que chegava até lá era imediatamente congelado, então as veias se tamparam. O corpo transporta nutrientes e leucócitos através do sangue, mas como o sangue não chegava lá, não houve coagulação.
- Mas eu vi o sangue escorrendo pela montanha! Como ele estava congelado? – Harry perguntou.
- Depois que o gelo foi retirado, o sangue descongelou, voltando a correr livremente. Porém os leucócitos haviam sido barrados antes, e não tornaram a tentar. Ele então sofreu uma hemorragia, até eu conseguir fechar o ferimento, fazendo o sangue parar de escorrer. Ele está com muita febre e perdeu bastante sangue. E... – parou bruscamente, como se tivesse se dado conta do que ia dizer.
- E? “E” o quê? Fala! – Harry perguntou.
- Bem... Talvez ele não resista. – falou muito baixo, mas sua voz ecoou pela Ala hospitalar como a batida de um tambor ressoa nas montanhas. Seguiu-se um silêncio chocado, triste e pesaroso.
- Como assim “talvez ele não resista”? Você nunca falhou, sempre... Sempre curou todo mundo que precisou da senhora... Ele tem que resistir! O Rony é mais forte do que parece, eu sei que ele consegue... – Hermione chorava novamente.
Aquele dia era com certeza o pior de sua vida. Não podia acreditar que tudo isso estava acontecendo. Era um sonho, tinha que ser um sonho... Parkinson herdou os poderes de Morgana LeFay, ela havia sido beijada por Malfoy, burlou as regras da escola pra poder vir a Hogsmeade, teve de abandonar seus melhores amigos para não ser vista chorando, (coisa que ela raramente fazia e que nesse dia parece ter sido o que ela mais havia feito) descobriu que tinha uma responsabilidade enorme sobre o mundo mágico, e atacou seu melhor amigo, agora descobrindo que pode inclusive virar uma assassina. É. Com certeza esse dia batera o recorde do antigo pior dia de sua vida, o Baile de inverno. Mesmo brigando com Rony, não havia atacado ele até quase matá-lo.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Já era tarde quando a Sra. e o Sr. Weasley, junto com os gêmeos (que conseguiram abrir sua loja de logros e faturavam milhares de galeões), Carlinhos e Gui chegaram na enfermaria correndo e perguntando por Rony. A história toda foi repetida, exceto o fato de Hermione ser uma Guardiã, já que Madame Pomfrey havia sido alertada para não comentar esse fato a ninguém. Disseram que ela estava treinando feitiços e não viu Rony, acabando por acertá-lo.
- É mentira! Eu vejo em seus olhos! Você está mentindo! – a Sra. Weasley berrava. Criar sete filhos a fizera aprender coisas sobre as pessoas que ninguém mais sabia, além das mães dedicadas. E ela via que a mentira estava nos olhos da enfermeira. – Espera aí... Você fez de propósito, não é? - Ela se virou para Hermione. - Você atacou meu filho! Eu vou te matar!
- Não! Quer dizer... Eu ataquei... Mas não foi de propósito! Eu não o vi! – Hermione se aterrorizava com o tom de voz daquela que sempre foi tão boa com ela. A Sra. Weasley, apesar de saber só de olhar quando alguém mente, naquele momento estava cega pelo ódio. Ela tinha certeza de que a enfermeira mentia quando disse que Hermione estava simplesmente treinando e não vira Rony. A única solução lógica era que a mentira era sobre o fato de Hermione não ter visto Rony, o que mais poderia ser? A Sra. Weasley puxou a varinha. Os outros Weasley tentaram impedir, mas ela enfeitiçou todos contra a parede. Apenas Harry não havia sido amarrado. Ele puxou a varinha e se colocou na frente de Hermione.
- Rony era o meu melhor amigo, e o de Hermione também. Ela nunca o atacaria de propósito, e a senhora sabe disso. Eu vi seu bicho-papão, Sra. Weasley. Eu tive que enfrentar dois dos meus bichos-papões ano passado, enquanto nenhum de vocês me falava a verdade e eu ficava confinado com pessoas que me odeiam. Rony não está morto. Você nem enfrentando o seu verdadeiro medo está. Por que então ataca pessoas inocentes? Você tem certeza de que foi mesmo Hermione? E, se foi, você tem certeza que ela fez de propósito? Pense um pouco, Sra. Weasley. E me diga se realmente quer atacar Hermione. Mas aviso: se resolver atacá-la, eu vou interferir, e você vai ter que me atacar também.
A Sra. Weasley hesitou um instante, abaixou um pouco a varinha, mas não a guardou. Harry guardou a dele. O que aconteceu a seguir foi muito rápido, mas para Hermione pareceu passar em câmera lenta. Harry guardou a varinha, a Sra. Weasley olhou de esguelha para Rony, pálido e frio desacordado na cama, e tornou a erguer a própria varinha. Prendeu Harry contra a parede, como fez com os Weasley. Depois ela virou a varinha contra Hermione e disparou um jato azul. Ela não queria atacá-la, queria apenas fazê-la pagar de alguma maneira pelo sofrimento que seu filho sentia, e que Hermione causara.
Mas, quando o jato estava a milímetros de distância de acertá-la (e ia acertar, pois Hermione ficara sem ação de susto), a água que estava dentro de um jarro, ao lado do leito de Rony, saiu de dentro do jarro e ergueu-se na frente de Hermione, solidificando-se, e levando o feitiço em seu lugar. O gelo explodiu em milhares de pedacinhos, mas Hermione permaneceu intacta. A Sra. Weasley ficou espantada, e acabou perdendo o controle da prisão dos Weasley e de Harry. Estes apontaram imediatamente a varinha para a Sra. Weasley, mas ninguém ousou atacá-la. Mesmo assim, a Sra. Weasley estava paralisada.
- Creio que ela terá que se afastar por uma semana, até que volte ao normal. – soou uma voz conhecida e calma. Todos olharam para a porta. Dumbledore se encontrava ali, calmo e sorrindo, observando todos com seus olhos azuis cintilantes. – Vou levá-la a um local isolado, por uma semana, até que ela se acalme. Srta. Granger, Papoula, fiquem aqui e esperem eu retornar. Os outros, por favor, se retirem.
Todos saíram imediatamente, exceto Madame Pomfrey e Hermione. Dumbledore saiu, levando Sra. Weasley, com a varinha, à sua frente. Depois de alguns minutos, Dumbledore retornou. Hermione, que estava sentada olhando Rony, se levantou imediatamente. O Prof. Snow veio com ele. Um pensamento completamente tolo veio à cabeça de Hermione naquele momento. McGonnagal ainda não havia chegado de sua viagem... Era para ela ter voltado ontem e dito quem seriam os monitores-chefes...
Dumbledore, Madame Pomfrey e o professor Snow começaram a falar em voz baixa por um tempo. Madame Pomfrey foi ao seu escritório. Logo um forte cheiro de enxofre começou a encher a sala. Dumbledore fez um feitiço para que o ar pudesse ficar respirável. Eles se viraram para Hermione e Dumbledore pediu que ela se sentasse. O professor Snow perguntou:
- Hermione, você tem alguma noção da responsabilidade que você tem com o mundo mágico agora?
- Sim, senhor. Sou uma das quatro pessoas que foram escolhidas para carregar um poder, que deve ser usado somente para derrotar o inimigo que ameaça o equilíbrio mágico, no caso, Voldemort.
- Muito bem, vejo que sabe muito bem seu papel como Guardiã. Agora que conhece sua responsabilidade, gostaria de lhe esclarecer algumas coisas. Tudo começou com Merlin, que foi o maior mago de todos os tempos. Ele pesquisou incansavelmente tudo o que existia no mundo mágico, e conseguiu descobrir uma forma de dominar os chamados elementos da natureza. Merlin foi o primeiro e único mago que dominou (ou guardou, como costumava dizer) todos os quatro elementos. Ele usou esse poder para derrotar os inimigos que ameaçavam o equilíbrio do mundo mágico. Quando sentiu que estava ficando mais fraco, que estava morrendo, usou uma magia, ainda desconhecida, para que seu poder de dominar, ou guardar, os elementos, fosse dividido em quatro partes e distribuído para quatro crianças, sempre que houvesse um desequilíbrio mágico forte. Foi dividido em quatro para que, caso o poder subisse à cabeça de um escolhido, ele não fosse invencível, e houvesse alguém a sua altura para derrotá-lo.
- Por séculos – continuou Dumbledore – os Guardiões se uniam e derrotavam o mal, sempre que ele surgia. Até a última geração, tudo correu conforme Merlin planejou. Mas, da última vez, uma coisa, que ninguém imaginava, aconteceu. Os guardiões vieram, com a intenção de sempre, derrotar o causador do desequilíbrio. Foram treinados como de costume, e finalmente saíram para o confronto. Mas quando chegaram, alguém já havia derrotado o inimigo. O poder deles não tinha mais sentido. A vida deles não tinha mais sentido. Mas não foi apenas isso que aconteceu de estranho.
- O quê? – Hermione deixou escapar. Quatro vidas que perdem o sentido, o que pode ter a mais?
- Isso mesmo – respondeu o prof. Snow. – Surgiram duas ameaças ao equilíbrio bem-mal em uma mesma geração de Guardiões. Merlin nunca pensou que os psicopatas doidos chegariam a esse ponto. O primeiro foi Grindelwald, que Dumbledore derrotou sem saber que essa era a tarefa de Lílian e os outros. Mas então surgiu Voldemort. Este deve ter sido uma das maiores ameaças que já existiram. Mas já haviam Guardiões, adultos e com família, quando ele se tornou uma ameaça. Portanto não se podia nascer quatro novos Guardiões. Eles tentaram lutar, mas o poder se desgastava dentro deles.
- Como assim “se desgastava”? – perguntou Hermione.
- Porquê você acha que sempre nasciam novos Guardiões? Os antigos podiam muito bem usar seus poderes pra viver por bastaaaaaaaaaaaaaante tempo, se pudessem. Os Guardiões tinham que ser sempre novos, para que tivessem força e agilidade para enfrentar o pior tipo de vilão. O poder atinge sua maturidade na adolescência, geralmente na sua idade, Hermione, porque os hormônios, que são bastante, obrigam o poder a se revelar. Nessa época, ele está em estágio inicial. Com bastante treinamento, ele atinge seu auge. Você terá cerca de vinte anos quando isso ocorrer. Depois, aos trinta e poucos, quarenta, ele começa a se desgastar. Você começa a perder o poder. Com uns cinqüenta, se tiver sorte sessenta, você o perde de vez.
- Voltando ao assunto principal, - Dumbledore cortou - os Guardiões tentaram lutar contra Voldemort, mas pouco puderam fazer. Um perdeu seu poder por completo, outro foi preso injustamente, outro fez justamente o que Merlin mais temia: o poder subiu-lhe à cabeça e ele bandeou-se para o lado de Voldemort. E Lílian foi perseguida até ser morta.
- Espera aí... Eu reconheço um deles: o preso injustamente não é o Sirius?
- Sim... O último Guardião do Vento foi Sirius. Os outros são Carlos Weasley, Guardião da Terra, e Dreik Malfoy, Guardião do Fogo.
- O Carlinhos? Irmão do Rony?
- Este mesmo. – continuou o Prof. Snow - Ele se esforçou tanto contra Voldemort que perdeu seus poderes completamente antes mesmo de chegar aos trinta. Dreik Malfoy foi para o lado de Voldemort. Bem, ninguém sabe com certeza. Dreik não é um Comensal da Morte, e não vive com Voldemort. Não é espião dele, nem segue todas as suas ordens. Ele meio que ajuda Voldemort de vez em quando, mas tem seus próprios negócios. Sirius foi preso, e Azkaban tirou não só sua vitalidade e alegria de viver, como também apagou completamente seus poderes. E Lílian, bem, Lílian foi morta.
- Mas porque vocês estão me contando tudo isso?
- Para que você entenda como estamos todos confusos. Voldemort surgiu numa época em que todos acreditavam que ia demorar no mínimo mais uma geração para que aparecesse outro desequilíbrio. Então você tem pouco tempo para aprender tudo o que os outros Guardiões aprenderam em uns cinco ou quatro anos. Agora pegue esse tempo e tire o quanto vamos precisar pra localizar os outros Guardiões... É muito pouco tempo!
- Professor... Acho que não precisamos nos preocupar com dois deles.
- Como assim? Você sabe de alguma coisa?
- Sim... Harry é o Guardião do Fogo. E nós achamos que Aisha também é uma Guardiã, só não sabemos do quê.
- Caramba... Coitado do Harry... Tanta responsabilidade que ele já tem, e agora mais essa... Dumbledore, precisamos chamá-lo. Temos que contar isso a ele o mais rápido possível, para que tenhamos mais tempo de achar os outros dois. E, Hermione, quem é Aisha?
- Irmã do meu amigo, Nicolas. Ela foi seqüestrada por Voldemort, e nós achamos que ele quer o Poder Supremo da Luz. Está descobrindo e capturando um por um, enquanto eles não sabem usar seus poderes direito. – Hermione disse, depois acrescentou, um pouco receosa – Eu acho... – O Professor Snow e Dumbledore pareceram se assustar.
- Quem... Quem te falou do Poder Supremo da Luz?
- Eu pesquisei e descobri. Temos que salvar a Aisha, professor...
- Vamos ajudar vocês a descobrir onde ela está. Mas você e Harry deverão começar o treinamento imediatamente. Serão liberados dos deveres de casa de Hogwarts, apesar de ainda comparecerem às aulas. Treinarão conosco todas as tardes, no Campo de Quadribol, e mais tarde na Floresta Proibida. Você promete que vai se empenhar ao máximo? Terá de aprender em um ano o que aprenderia em quatro...
- Vou dar tudo o que posso e mais um pouco.
- Ótimo. Agora vou buscar o Harry. – o professor fechou os olhos. A água do jarro de Rony, que havia virado milhares de pedacinhos de gelo, voltou a virar água e envolveu o professor por um tempo. Quando a água caiu, o professor não estava mais lá.
- Como ele faz isso? Eu quero aprender! – Hermione virou-se para Dumbledore, ainda encantada com aquilo apesar de já ter visto.
- Em breve, senhorita Granger... Muito em breve... – Dumbledore sorriu. Um minuto depois, a água que havia caído no chão começou a girar, formando um casulo, e quando caiu de novo surgiu o professor Snow segurando o braço de Harry. Ele o soltou, e Harry sentou-se ao lado de Hermione. Ela cochichou para ele:
- Como é?
- Eu me senti todo mole, como se fosse água, e depois me senti como se estivesse sendo sugado por um ralo. Quando cheguei, senti muito frio. É como quando você sai de uma piscina depois de um tempão lá dentro, bastante frio.
- Vocês terão tempo para cochichar depois. Agora, Harry, quero lhe explicar algumas coisas...

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

- Então, nós vamos ter de aprender em um ano o que levaríamos quatro para aprender... Confortante isso, não? – Harry ria.
- Eu que o diga... – Hermione juntou-se a ele.
- Harry, isso não é brincadeira. Você tem que dar tudo de si se quiser vencer.
- E é o que farei, mas não podemos viver de 100% trabalho...
- Eu e Dumbledore pesquisaremos onde Aisha está. Vocês preocupem-se apenas com o treinamento e com as aulas.
Nesse momento Madame Pomfrey finalmente saiu da sala. Trazia consigo uma poção preta que soltava fumaça, e era ela que fedia a enxofre. Despejou tudo na boca de Rony. Ele engasgou bastante, mas acordou. Os professores e Madame Pomfrey os deixaram a sós.
- O que houve? Hermione, porque você me atacou? – sua voz ainda estava muito fraca, mas cheia de mágoa.
- Foi sem querer... Eu não te vi atrás da árvore... Aliás, o que você fazia lá?
- Eu fui ver o que você fazia... Você não me viu quando eu subi, então eu me escondi para ver porque você queria tanto ficar sozinha...
- Se você me viu você também viu que eu estava apenas dominando a água... Eu sou a Guardiã da Água, Rony...
- Espera aí... Você não me contou que o Harry e Aisha são Guardiões também? Vocês fazem o quê, exatamente?
- Protegemos o mundo dos loucos... Ah, enquanto você dormia você não viu... Harry está namorando sua irmã...
Rony se sentou de repente. Mas foi muito brusco para seu estado delicado, e ele começou a tossir. Então, começou a vomitar sangue. Madame Pomfrey fez com que ele se deitasse e deu-lhe uma poção roxa, advertindo Hermione para que não o fizesse fazer movimentos bruscos.
- Desculpe, Rony, devia ter dito mais devagar...
- Harry, porque não me contou? – Harry, que ficara calado o tempo todo, ficou vermelho de repente.
- É que foi hoje... Foi onde eu estive a tarde toda, passeando com ela... Fiquei com medo de que você me odiasse...
- Nada... Se você não a magoar, não tem problema nenhum...
- Cara, tem uma coisa que você precisa saber...
- Ela não tá grávida, tá? – Rony se assustou, tentando se levantar, mas Hermione o empurrou de volta.
- Claro que não! Nós... Nós nem... Ah, você sabe... – disse Harry, ficando mais vermelho ainda.
- Então o que é?
- É que... Bem... Talvez... Sabe... Talvez o golpe tenha sido muito forte...
- O que ele tá querendo dizer é que você ainda não se recuperou totalmente... Você ainda corre risco de morrer... – Hermione disse, com um olhar de extrema culpa.
- Bem... Todos morrem um dia, certo? Cuide bem de minha irmã, Harry, caso eu for...
- Você não vai, Rony, você não pode ir! Precisamos de você... Eu preciso de você...
- Eu também não quero ir... Não consegui chegar no cinco mil...
- Cinco mil o quê? – perguntou Hermione, curiosa.
- Sermões relacionados à escola, deveres, e responsabilidade... Juntando você com minha mãe, e olha que eu comecei a contar no terceiro ano, já está quase no cinco mil...
Todos riram, e Rony tossiu um pouco. Madame Pomfrey chegou, pedindo que saíssem. Ela deu uma Poção do Morto-Vivo para Rony dormir. Assim que Harry e Hermione saíram, viram que os professores Snow e Dumbledore os esperavam.
- Vocês têm o restante do dia livre, portanto vão começar seu treinamento imediatamente. Sigam-me.
Eles seguiram o Prof. Snow até o Campo de Quadribol. Quando estavam se aproximando, avistaram um velho, de barba e cabelos brancos. Harry estacou. Apesar de a barba e o cabelo estarem consideravelmente menores, ele era bastante reconhecível pelos olhos e sobrancelhas, que lhe lembravam um falcão. O professor se virou, fazendo uma cara de “o que foi?”. Harry só conseguiu murmurar:
- Deryl...
- Você o conhece? – Hermione murmurou.
- Mais ou menos... Já sonhei com ele... Lembra, eu te falei...
- De onde você tirou esse nome, Harry? – Era Prof. Snow quem perguntava.
- Eu... Eu ouvi alguém falar... Acho que era o senhor... – Harry disfarçou.
O professor o olhou com desconfiança, mas continuou andando. Harry e Hermione o seguiram. Harry murmurou para Hermione:
- Posso te falar uma coisa... Esses treinos não vão ser nada fáceis... Nada mesmo...
Eles alcançaram Deryl, embaixo da baliza do meio do Campo de Quadribol. Então, o professor Snow começou a voltar para o castelo. Harry se assustou. Ele não ia ficar?
- Ele não vai ficar no primeiro dia, Harry. Quero ver como se saem comigo primeiro. – Deryl falou. Sua voz era grave e rouca, como voz de velho mesmo, mas carregada de experiência, e com um certo tom de ordem.
- Você leu minha mente?
- Nem precisei... Está escrito na sua testa. Agora, podemos começar. Vou ensinar o básico primeiro, para que eu possa ensinar os dois de uma vez. Com o tempo, vou precisar, naturalmente, de separar o treino dos dois, para que possam desenvolver o seu elemento em particular. A língua utilizada pelos Guardiões é muito antiga, e foi registrado primeiro nos feitiços dos magos de nível 3 em diante. Eles desenvolveram uma língua diferente do latim, mais poderosa, e passaram a utilizá-la em seus feitiços. Mais tarde foi adotada pelos Guardiões, para que seus poderes fossem aumentados. É chamada de Língua Antiga, ou Língua do Poder. Vou ensinar primeiro as palavras mais básicas. Quando vocês tiverem um domínio maior, vocês poderão usar apenas uma palavra para fazer o que antes precisariam dizer numa frase. Por exemplo, Ectinger, que é a palavra chave de fogo – Harry fez uma cara de compreensão. – pode ser usada tanto para fazer uma fogueira quanto para fazer de uma barra de ferro uma espada excelente.Tudo depende da concentração do invocador. Mas normalmente, para iniciantes, só serve pra queimar mesmo. Primeiro vou passar umas palavras comuns, e vocês praticarão. Depois pegarei mais pesado. Bom, vou começar com o básico: destrancar portas. Aliás, esse poder não destranca apenas portas, mas qualquer coisa que esteja trancada. Vocês devem concentrar sua energia na palma da mão.
- Concentrar o quê? – perguntou Harry.
- Ah, é... A urgência da situação me faz esquecer que vocês não tiveram nenhum tipo de treinamento anterior. Bem, para se fazer qualquer Magia Elemental, você deve concentrar energia.
- E como se faz isso?
- Cada pessoa tem um estilo próprio. Mas a Magia Elemental é alimentada pela energia de um sentimento forte, seja ele de raiva, tristeza, alegria, amor, ódio... Como aqui, neste momento, não está acontecendo nada que desperte tal sentimento, vocês devem buscar na lembrança, qualquer que seja ela, um sentimento forte, que crie essa energia. Depois, mentalize essa energia em seu corpo. Force-a para ir até sua mão. Quando ela estiver totalmente concentrada em sua mão, pegue sua varinha e coloque-a sobre a tranca deste baú. O mesmo para você, Granger. Assim que colocarem, digam a palavra Tyhred, que quer dizer “Abra”.
Ele conjurou, com sua varinha, dois baús com um enorme cadeado enferrujado em cada uma. Harry e Hermione se aproximaram dos baús, e fizeram o que Deryl lhes pediu. Harry fechou os olhos e buscou na memória algo que lhe causasse um sentimento forte. Apenas pensamentos e lembranças ruins lhe vinham à mente. Sua vida fora marcada por eles... Até que uma apareceu, nítida, provocando raiva e ódio instantâneos em Harry. A lembrança de Belatrix, empurrando com um feitiço seu padrinho para o Arco dos Mortos... Visualizou com bastante clareza quando ela saiu da sala, zombando dele... E sentiu uma estranha energia percorrendo seu corpo, uma energia que implorava pra sair. Precisava libertá-la, ou ele explodiria...
Abriu os olhos e olhou para seu braço. Estava brilhando, verde. Ele todo estava brilhando de verde. E havia uma fina linha prateada ao redor do verde, como se estivesse o contendo. Seu corpo começou a ficar dolorido. Precisava descarregar aquilo... Concentrou tudo em sua mão. Nem olhou para Hermione. Puxou a varinha de dentro das vestes e tocou com ela no cadeado, gritando:
- TYHRED!!!
Ele se abriu imediatamente. Harry sentiu um certo alívio ao sentir uma parte daquela energia sair. Porém, esse alívio durou pouco. Ainda havia bastante energia acumulada dentro de seu corpo, e ele não agüentava mais. Apontou a varinha a esmo para o céu e gritou, desesperado:
- ECTINGER!!!
Sentiu um alívio imenso, seu corpo descarregava aquela energia toda de uma só vez. Olhou para o céu, para onde sua varinha ainda apontava. Um enorme tigre feito de fogo corria pelos céus, ainda ligado por uma pata à varinha de Harry. Deryl olhava espantado.
- Você carrega muita energia dentro de você, meu jovem... Passou por muitos sofrimentos... Mas sugiro que para feitiços pequenos você pense em coisas pequenas. Guarde as lembranças fortes para feitiços fortes. Apesar de que, comparado aos outros aprendizes, você seja um dos mais fortes que treinei. É raro ver um aprendiz conjurando o fogo na forma que desejar.
Harry abaixou a varinha, fazendo o tigre e sua aura desaparecerem. Então olhou para Hermione.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Hermione aproximou-se de um dos baús, ao lado de Harry. Fechou os olhos e se concentrou. A primeira imagem que lhe veio na memória foi a do beijo de Malfoy. Porque isto a incomodava tanto assim? Mas como era a única lembrança forte que lhe vinha à mente, foi forçada a usá-la. Sentiu algo lhe percorrer a veia, algo poderoso. Abriu os olhos lentamente. Olhou para si mesma. Estava brilhando, brilhando vermelho. Mas havia uma fina linha, branca, circulando o vermelho. A energia que se encontrava dentro dela implorava pra sair, e ela olhou para Harry. Ele também estava brilhando, porém estava verde com uma linha prata. Estava de olhos fechados e parecia estar sofrendo. Apontava a varinha para o céu, conjurando uma imensa labareda de fogo que começou a tomar forma de algo. Mas antes que ela pudesse ver o que era, a energia que se acumulou dentro dela pareceu rugir, e a forçou a fechar os olhos novamente. Precisava liberar essa energia, urgente. Lembrou-se das instruções de Deryl. Apontou sua varinha para o cadeado, abrindo os olhos novamente. Então disse o feitiço, torcendo para dar certo.
- Tyhred!
O cadeado se destrancou, mas a energia ainda circulava dentro dela, ainda querendo sair. Ela fechou os olhos e se concentrou na lembrança, porém ao contrário. Forçou-a para o fundo da mente. Por estar de olhos fechados, ela não viu, mas à medida que forçava a lembrança de volta, sua aura vermelha ia diminuindo também. Até que deixou de existir. Ela abriu os olhos, aliviada. Harry estava olhando para ela. Deryl comentou:
- Vocês dois são muito talentosos. Harry, precisamos treinar a sua seleção, para que da próxima vez você escolha uma lembrança adequada para a força do feitiço. Hermione, estou impressionado com você. Mesmo com uma lembrança muito forte para o feitiço, você conseguiu controlar a energia restante para que ela fosse armazenada. Eu demorei um ano para aprender isso.
- Porque a gente estava brilhando? - Hermione perguntou.
- Isso se chama aura. A aura é a essência de qualquer magia, seja ela Elemental ou não. A diferença é que, nas magias comuns, ela não é visível, porque a quantidade de aura necessária é minúscula. Quanto maior for sua aura, mais energia você tem dentro de si. A cor da aura é a cor mais marcante para a pessoa. A do Harry eu acho que sei porque é verde: era a cor dos olhos de sua mãe, que ele mesmo herdou. Mas a sua, Hermione, eu não faço idéia.
- Eu também notei que tem uma linha branca em volta da aura. O que é?
- A minha não era branca, era cinza, meio prata...
- Aquilo mostra o tipo de energia que você está usando. Se for energia gerada por um sentimento de ódio extremo, a linha é preta. Se for de raiva intensa, é cinza-chumbo. Se for de tristeza, é cinza, da cor das cinzas de um corpo cremado. Se for de alegria, é cinza claro. Se for de uma raiva forte, porém justificada, é prata. É como nas Maldições Imperdoáveis. Raiva justificada não é um sentimento impuro, portanto não pode ser escuro. Ao contrário de outras raivas, ele é prata. Mas, se for um sentimento puro e extremo, como o amor entre pais e filhos, irmãos, amigos, ou até mesmo namorados, que muitos consideram impuros, a linha será branca.
Hermione assustou-se. Pensara no beijo de Malfoy, não podia ser um sentimento puro. Queria mata-lo, esquarteja-lo, tortura-lo. Sua linha devia ser, no mínimo, preta. Mas não, havia sido branca!
- O... O senhor tem certeza?
- Do quê, Hermione?
- De que a linha branca significa amor?
- Sim... Pode ser amizade, amor, ou qualquer coisa parecida... Mas tem que ser um sentimento puro... Por que?
- Por nada, não...
- Bem, mas a linha não serve apenas para isso. Ela também serve para conter sua aura. É como se a própria lembrança segurasse sua energia. Ela mantém sua aura num nível aceitável.
- Por que se deve manter a aura num nível aceitável? Como a intenção é aumentar os poderes, pra quê segura-los? Não seria melhor deixa-los ir ao limite que puderem? – Harry manifestou-se.
- Bem... Primeiro que poder ilimitado seria perigoso demais para o planeta, caso o Guardião se sinta tentado, como ocorreu com Dreik. Segundo que, se a carga de energia for grande demais para o corpo que a contém suportar, você pode morrer, ou ficar com seqüelas permanentes. Simples, não?
- Bastante... – disse Harry, assustado.
- Mas pode acontecer, embora nunca antes tenha ocorrido, de a aura ser grande demais para a barreira conter. Então ela se rompe. Não sabemos o que acontece, porque nunca ocorreu esse fato antes, mas sabemos que não pode ser nada bom. Agora, passemos adiante. Vão até o baú que vocês abriram. O que há lá dentro é um presente meu para vocês.
Eles foram até o baú. Ambos tiraram, ao mesmo tempo, dois colares de seus respectivos baús. Ambos deram uma exclamação. Era o mesmo colar que Harry ganhou do professor Snow. Harry lembrou-se de que o professor Snow ficou sabendo que ele era um Guardião agora a pouco, portanto quando ele lhe deu o colar achou que Harry precisava mais do que ele. Levou a mão ao pescoço. O colar em forma de G ainda estava lá. Deryl, mesmo um pouco longe, percebeu o movimento.
- O que houve, Harry?
- É que... – achou melhor não mentir. Nessa altura, qualquer informação valia algo. – Eu já tenho um desses.
- Já? Mas como... Ah, sim. Caíque. Deixe-me ver. – Harry retirou o colar do pescoço. Sentiu um frio momentâneo. – É. Foi o colar que dei para ele. Claro, me precipitei, mas todos tinham certeza de que seria ele. Uma vez dado, o colar é seu, até que você o dê para outra pessoa. E ele deu para você. – Deryl parecia estar conversando com ele mesmo. Hermione e Harry apenas o olhavam. – Entendo... Mas o que fazer? Ele era um deles, todos tinham certeza, e foi o único colar extra-Frisantr que já existiu... Tivemos que mandar fazer mais um...
- Ahhh... Deryl?
- Hum? Ah, sim. Tome Harry. Use-o, é seu.
- Ahhh... Você falava de algo... Algo parecido com “todos tinham certeza de que era ele” e “me precipitei” e “foi o único colar extra-‘frisar’ que já existiu...”.
- Disse em voz alta? Bem... Caíque deve ter comentado que todos achavam que ele seria o Guardião da Água. Então, mandei fazer os quatro colares, como de costume. Eu sempre esperei a revelação certa dos Guardiões para dar os colares, mas eu tinha certeza que seria Caíque, então eu dei o colar para ele antes. Só que não foi Caíque. Um colar dos elfos só pode funcionar para alguém se fosse dado de livre e espontânea vontade. Eu o dei para Caíque, mas não podia pedir que ele o desse para Lílian. Sofria tanto pelo fato dele não ter sido escolhido... Então mandei fazer outro para ela. E o único colar dos elfos que não foi de um guardião era dele. E não disse “extra-frisar”, Harry, disse “extra-Frisantr”. Frisantr é a palavra da língua antiga que significa “guardião”.
- Você disse que o colar foi feito por elfos? Trabalho escravo, suponho... – disse Hermione, que, apesar de não ter falado mais do F.A.L.E., ainda defendia os elfos domésticos.
- Não. Existem vários tipos de elfos, embora vocês só conheçam os elfos domésticos. Há os elfos normais, que se destacam por força física, habilidade principalmente com arco e flecha, grande destreza artesanal, embora não se compare com os anões, e por amar a natureza. Eles se destacam também por seus quase dois metros de altura, seus cabelos geralmente brancos, pratas ou negros, olhos variados entre cinza, azul e verde, e pele bastante clara. Bastante sábios e inteligentes, possuem uma vasta biblioteca. Entendem bastante de ervas, pois passam um bom tempo estudando a natureza. Ah, e são imortais. Quer dizer, em termos. Eles não morrem por velhice e são imunes a qualquer doença. Não apresentam sinais de velhice. E se sofrem um ferimento grave ou um grande desgosto, renascem no palácio de sua terra. Só que isso tudo enquanto estiverem nas florestas e locais destinados aos imortais. Fora desses locais, morrem de velhice e de ferimentos graves sem renascer, apesar de continuarem imunes a doenças. Têm uma excelente visão e igualmente uma excelente audição. Têm uma sensibilidade extrema, estando sempre muito ligados com a natureza. Percepção clara. Nunca falha um tiro com o arco. Mas é claro que essas atribuições são diferentes para cada tipo de elfo em especial. Estas características são da raça dos elfos nobres, ou Alto-elfos, que deram origem às outras raças.
- Outras raças? – perguntou Harry, interessado.
- Sim. Existem os elfos negros e cinzentos, que surgiram dos elfos nobres, mas desenvolveram características próprias. Os elfos negros tinham uma enorme sede de poder, e passaram a discutir com seus irmãos sobre o dinheiro. Claro, isso no começo dos tempos, quando os elfos eram uma só raça. Os outros, como bons elfos, adoravam a natureza e se dedicavam a protege-la e estuda-la. Mas esses elfos gostavam de dinheiro, de poder, de mandar. Eles então se uniram sob um líder e começaram a atacar. Irmãos e amigos lutavam entre si. Os elfos negros achavam que os outros elfos atrapalhavam seu crescimento. Como os elfos negros, sedentos de poder, haviam aprendido magia negra, profana, logo conseguiram avançar sobre várias cidades élficas, e tudo indicava que iriam ganhar. O criador dos elfos, vendo aquilo, resolveu interferir na luta. No final, ocorreu uma batalha entre ele e o líder dos elfos negros. O criador venceu, exilando o líder para o subterrâneo.
- E quanto aos elfos? Sem líder, fizeram o quê? – Hermione também estava interessada.
- Os elfos negros vendo aquilo, preferiram ir morar no subterrâneo a viverem com os elfos que queriam atrapalhar seu crescimento. O criador, vendo aquela traição, amaldiçoou-os, para que sua face refletisse o seu interior ganancioso. Eles têm agora a pele escura e os cabelos brancos, apesar de serem normais como os outros elfos. Porém, por viverem debaixo de montanhas ou no subsolo de florestas, começaram a adquirir características próprias dos seres noturnos. Seus olhos ficaram maiores e mais sensíveis à luz. Sua pele, por falta de vitamina D, encontrada nos raios de sol e ainda mais necessária na pele dos elfos, começou a ressecar e enrugar. Por andarem constantemente curvados, já que andam em túneis no subterrâneo, a maioria deles é corcunda, embora ainda existam exceções. Alguns elfos negros se aventuram a subir até a superfície, mas os outros elfos os odeiam, então são raros os que vão. Esses, porém, têm a pele bem melhor, pois suprem a necessidade de vitamina D de vez em quando. Ah, e eles renegaram sua condição de elfos, passando a se autonomearem “drows”. Eles são inteligentes, especialistas em magia negra e com excelente visão noturna. Na luta, são melhores na defesa. Têm uma relação de extrema desconfiança uns com os outros, pois são traidores e fazem tudo para alcançar suas metas, geralmente bens materiais.
- E a outra raça? Os elfos cinzentos? – Harry se surpreendia cada vez mais, pois estava descobrindo algo que nunca imaginou que existisse. Hermione também se mostrava empolgada, Harry imaginou que ela nunca tenha lido sobre os elfos antes. Ou, pelo menos, nunca tinha lido sobre essas duas raças de elfos.
- Os Elfos Cinzentos estão entre os mais nobres e reclusos entre a sociedade élfica. Eles os vêem como protetores do bem no mundo, mas só descerão de suas montanhas e campinas para proteger alguma raça "inferior", se esta estiver encarando um grande mal. Os Elfos Cinzentos agem muito parecidos com os Cavaleiros Humanos - arrogantes e condescendentes, cheios de importância própria. Eles normalmente são arrogantes, evitando contato com outras raças, incluindo outros elfos, tirando os Cinzentos. Suas vestes fazem deles os mais impressionantes elfos, seu porte elegante e sua beleza natural fazem com que pareçam criaturas sobrenaturais. Suas armas, criadas por mestres artesões élficos, brilham mais que qualquer outra luz. Os guerreiros montam Grifos ou Hipogrifos nas batalhas, colocando abaixo seus inimigos com uma perfeição terrível. Mais alto e magro que os outros elfos, o Elfo Cinzento tem os cabelos prateados e olhos âmbares. Alguns Elfos Cinzentos raros podem ter o cabelo dourado bem claro, e olhos roxos. Estes elfos são freqüentemente confundidos com fadas e provavelmente foram os primeiros a ter contato com os seres humanos.
- Nossa, eles parecem bem arrogantes...
- Eles não são exatamente intolerantes quanto às outras raças, mas crêem na pureza da linhagem élfica. Eles toleram o mínimo possível as outras raças, para que com isso permaneçam afastados de todos - às vezes até mesmo de outros elfos. Somente magos poderosos são permitidos em suas cidadelas nas montanhas, e mesmo assim são recebidos com grande desconfiança. Os Elfos Cinzentos não temem as raças de vida curta, mas sim a corrupção que estes podem trazer aos elfos. Por causa de sua reverência ao santificado sangue élfico, Elfos Cinzentos se esforçam para manter seus ideais originais. Eles os consideram como a forma pura dos elfos. Eles acreditam que os outros elfos não se interessam em manter sua pureza, e que seu papel no mundo é menor que dos Elfos Cinzentos. Esses elfos acreditam ser os "verdadeiros" elfos e que de alguma forma os outros são uma versão inferior. Eles acreditam firmemente nesta verdade, apesar do fato de serem apenas um rebento da linhagem dos Altos-elfos originais.
- Cidadelas? Onde ficam?
- Os Elfos Cinzentos escondem o caminho para suas campinas montanhosas e cidades remotas com mágicas poderosas, assegurando que somente os Elfos Cinzentos e seus parentes élficos possam achar o caminho. Se membros de outras raças acham seu esconderijo, os Elfos Cinzentos não são contrários a utilização de alguma magia de Esquecimento de alto nível. Eles trabalharam duro e por muito tempo para encontrar suas terras ocultas e não recebem bem quem resolve passar através delas. Para que mantenham suas cidades, eles confiam a Elfos Cinzentos "inferiores" a manutenção de seus reinos. Quando estes Elfos Cinzentos "inferiores" são conduzidos a particular atmosfera, eles acreditam que devem dedicar suas vidas para servi-los. Embora alguns abandonem suas tarefas, muitos não o fazem. Muitos são verdadeiramente felizes desempenhando tarefas para os seus mestres e não poderiam sonhar com coisa melhor.
- Eles parecem... – Harry começou.
- Os elfos domésticos dos bruxos! – Hermione completou.
- E são! A sociedade dos Elfos Cinzentos oferece conforto e segurança. Os Elfos Cinzentos não são cruéis quanto às tarefas, mas não perdoam falhas. Quando um serviçal falha em desempenhar determinada tarefa ou a desempenha inadequadamente, a punição é rápida e direta ao ponto. Poucos cometem o mesmo erro duas vezes. Esses serviçais, ao receberem tais punições, sempre ficavam com a marca, para que se lembrassem e não errassem de novo. O problema é que seus descendentes iam herdando as marcas e ganhando novas, portanto começaram a se deformar. Esses elfos originaram os atuais elfos domésticos, que são os elfos cinzentos serviçais que foram banidos das cidadelas e encontrados por bruxos. Eles ficaram particularmente felizes em poder servir de novo, mesmo que não fosse mais aos elfos.
- Mas os elfos não são criaturas que vivem em harmonia? Ou pelo menos certa igualdade?
- Uma coisa bastante interessante a ser notada, é que a maioria dos outros elfos não faz amizade prontamente com os Elfos Cinzentos, pois os consideram sérios e arrogantes demais. Alguns elfos acham que os Elfos Cinzentos são mais "humanos" que "elfos". Eles acham que os Elfos Cinzentos perderam o gosto pelos prazeres da vida élfica, acham que os Elfos Cinzentos preferem gastar seu tempo com livros, a deleitar-se com as belezas do mundo ao seu redor. Ao invés de explorar os limites da vida, preferem aprender a ser sérios e chatos. Aos olhos de alguns elfos, os Elfos Cinzentos até mesmo escravizam outros elfos - se não em fato, então ao menos espiritualmente. Os Elfos Cinzentos servos, não tem nada do típico amor élfico pela vida, e nem aquela "faísca" particularmente élfica. Por causa disto alguns elfos evitam contato com Elfos Cinzentos. Embora os servos estejam lá por vontade própria, tais ordens e submissões inerentes na sociedade dos Elfos Cinzentos são repulsivas para muitos elfos.
- Mas ninguém nunca viu uma cidade élfica?
- Viu sim. São extremamente raros os humanos, ou anões, ou qualquer outra raça, incluindo até mesmo os outros elfos, que já visitaram as cidadelas dos elfos cinzentos. Geralmente ficam nas montanhas. Quem já viu diz que não queria sair. Os Elfos Cinzentos tem um grande amor por coisas permanentes. Em suas montanhas as coisas mais permanentes que encontram são pedras e todas as suas lindas esculturas e edifícios são deste material. Embora não sejam tão bons como os Anões, eles aprenderam um ou dois truques com trabalhos em pedra, e colocaram-nos em uso em suas cidades. Quando um Anão é permitido em suas cidades, este logo tem seus olhos cheios de lágrima tamanha a beleza do trabalho dos Elfos Cinzentos. As cidades dos Elfos Cinzentos são estritamente divididas pelas classes sociais. O povo élfico de classe social baixa é muito bem guardado, embora os de classe social alta tenham um nível de segurança bem maior. Até mesmo os de classe social baixa tem suas casas construídas com materiais permanentes. Elfos Cinzentos sabem a importância de se ter uma casa segura, e fornecem este material para todos os moradores de suas cidades. Cidades de Elfos Cinzentos são divididas em pelo menos cinco muralhas em forma de anéis, onde os de classe social mais alta são os mais seguros e próximos ao centro. Fora do limite das muralhas vivem os Elfos Cinzentos que não possuem classe social, ou são de classe social extremamente baixa. Conforme o avanço por entre as muralhas, nota-se a melhoria nas construções e nos ornamentos, até que se chegue ao Palácio e outras construções governamentais que ficam no centro da cidade. Os poucos humanos e seres de outras raças que viram o centro de uma cidade dos Elfos Cinzentos juram jamais terem visto coisa mais bela em todo o mundo, e que estavam na casa dos deuses. Realmente o centro de uma cidade de Elfos Cinzentos é muito bem elaborado, mas até mesmo as classes mais baixas tem em suas esculturas uma beleza fora do comum - os artesões trabalham nestas seções quando têm tempo livre. Embora todas as classes sociais sejam bem guardadas, as partes mais importantes são extremamente bem protegidas. Além disso, todos os Elfos Cinzentos são treinados em algum armamento rudimentar, o próprio povo pode fornecer uma defesa ideal contra qualquer visitante indesejado.
- Mas a sociedade deles é como a nossa? Tipo, organizada igual? – Hermione parecia beber cada palavra que Deryl dizia.
- A sociedade dos Elfos Cinzentos está entre as mais rígidas do mundo. Eles são governados por um monarca hereditário, masculino ou feminino, que pode ser sucedido por qualquer outro membro da Casa Real. Este é um assunto que deve passar pela aprovação da maioria dos membros da Casa dos Nobres. O Governante deve ter todas as decisões ratificadas pela maioria. Abaixo dessas duas casas está a Casa dos Comerciantes, da qual a Casa da Guilda faz parte. A Casa da Proteção tem a mesma importância da Casa dos Comerciantes. Abaixo da Casa dos Comerciantes está a Casa dos Serviçais. E abaixo de todas está o povo élfico que não tem quase nenhuma voz na sociedade dos Elfos Cinzentos.
- Nossa...
- Mas o que mais marca a sociedade dos Elfos Cinzentos é a cultura. Os Elfos Cinzentos possuem as bibliotecas mais extensas do mundo. Qualquer comunidade de Elfos Cinzentos com mais de 50 anos poderá rivalizar com a biblioteca de qualquer grande cidade ou Mago. Tais bibliotecas estão abertas para qualquer elfo que deseje aumentar seus conhecimentos. Os Elfos Cinzentos dão muito valor à expansão de suas bibliotecas, muitos gastam grande parte de suas vidas pesquisando (magias ou outras ciências) e escrevendo seus aprendizados. Por gastar muito tempo em suas pesquisas os Elfos Cinzentos tem pouco tempo para trabalhos físicos, embora isto não impeça o desenvolvimento de seu artesanato.
- O artesanato? Mas você não disse que os anões, que são exímios artesãos, enchem os olhos ao entrar em uma cidade deles?
- Entretanto, como todos os elfos, seus artesões estão a séculos aperfeiçoando sua arte. Os Elfos Cinzentos são mais perfeccionistas que os outros elfos e sempre buscam a perfeição de sua arte, seus produtos estão entre os mais finos do mundo. Somente alguns Anões podem rivalizar com os Elfos Cinzentos, mas nem mesmo os Anões podem rivalizar com a beleza natural exibida pelas manufaturas élficas. Isto é uma garantia de que quase qualquer trabalho produzido por um Elfo Cinzento pode receber mágicas poderosas e encantamentos. Os produtos produzidos pelos Elfos Cinzentos possuem muitas qualidades, pois são trabalhados com grande sutileza, fazendo que com isso os mesmos sejam mais receptivos a mágicas poderosas, qualquer Mago pode perceber isso. Os Elfos Cinzentos tem produzido a maior parte dos itens mágicos atribuídos a cultura élfica. Eles são particularmente devotados a produção de Tomos e Pergaminhos.
- Você tem certeza de que não é um elfo cinzento, Hermione?
- Ah, cala a boca, Harry...
- É sério... Quer ver? Deryl, essa raça é a mais inteligente dos elfos, não é?
- Bem... De todos os elfos, os Cinzentos são os que mais confiam em sua Inteligência. Enquanto outros elfos são meio "estúpidos", Elfos Cinzentos não confiam tanto na força física quanto na força mental. Esta linhagem cria mais magos e combinações de magos que qualquer outra raça, e alguns elfos mais estimados de outras sub-raças élficas podem ser seus alunos. Sua existência inteira é baseada em desenvolver e descobrir novos conhecimentos, portanto eles gastam menos tempo em ocupações mais agradáveis a outros elfos. Seus magos estão entre os mais poderosos do mundo. Magos poderosos de outras raças, dizem que os conhecimentos dos Elfos Cinzentos não são tão dignos de fascinação. Os únicos magos especialistas disponíveis para elfos são os Feiticeiros e Adivinhos, Elfos Cinzentos normalmente não se tornam especialistas. Ao invés disto, eles preferem aprender mais sobre todas as mágicas; seu longo período de vida garante que eles estão dentre os mais sábios magos do mundo, embora não necessariamente os mais poderosos.
- Viu? Você é um elfo cinzento perdido aqui na Grã-Bretanha... – ele riu. Hermione fez cara de brava, mas acabou rindo também.
- Bem, continuando a lição, foram os altos-elfos que fizeram esse colar, portanto ele é dotado de grandes propriedades mágicas. Ele protege quem o usa de feitiços, desde os mais fracos até os fortes. Por exemplo, se você receber um feitiço de corte, o colar vai tirar três quartos da força do corte, portanto você só terá um arranhão... Só não funciona com Maldições Imperdoáveis, claro... E Magia Elemental. Além de proteger, ele serve como um meio de comunicação entre os Guardiões, e tem alguns outros poderes também, mas não são de meu conhecimento. É que os elfos sempre capricham no que fazem, mas não gostam muito de explicar... Bem, creio que já está muito tarde. Amanhã à noite teremos a próxima liç... – antes que Deryl acabasse de falar, ouviu-se um estampido enorme. Ao olharem para o castelo, os três sentiram o sangue gelar. Brilhando fantasmagoricamente no céu do crepúsculo, estava a temível Marca Negra...

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

N/A.: Primeiramente, os primeiros parágrafos dessa fic são completamente inspirados na música 30 Minutes, do T.A.T.U. Eu amo essa música! Segundamente (essa palavra existe?) eu não vou dar nenhuma desculpa ou algo do tipo. Dessa vez a demora foi por completa e total falta de tempo... Mas consegui! Está aí, para quem quiser ler! E muito obrigada a todos que comentaram! Significa muito pra mim! ~*Aparatei*~
~*Desaparatei*~ Ah é, esqueci de dizer: Clara, melful pra você! ~*Aparatei*~

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