frente a frente...
N.A.: para não confundir a todos, vou me referir tanto a Harry e a Dumbledore com a palavra passado entre parêntesis. – Harry (passado), Dumbledore (passado).
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... tudo parou. Eles ainda permaneciam no mesmo lugar. A sala do Diretor, antes iluminada pela luz dos castiçais, agora recebia através das vidraças a luz do sol. Eles haviam conseguido. - Sejam bem vindos! – Harry assustou-se ao ver um Segundo Dumbledore surgir na porta de entrada da sala. - Olá professor – disse Harry ainda atordoado com a viagem que fizera sem sair do lugar. Era muito estranho estar vendo dois Dumbledores. Agora ele realmente entendeu porque alguém poderia enlouquecer ao ver a si próprio e ficou imaginado como seria quando seu eu passado aparecesse. - Ah, sim. Harry, deixe me apresentá-lo a mim mesmo – disse Dumbledore esboçando um sorriso. - Olá professor...desculpe, mas é tudo um tanto confuso. – disse o rapaz. - Confesso Harry que para mim também foi um pouco estranho ver a mim mesmo – disse Dumbledore (passado). – Mas estou me acostumando com a idéia. "Bom, devo dizer que acabei de conversar com você Harry aqui mesmo, e lhe expliquei tudo o que irá acontecer. Também contei a ele que seu eu futuro viria, devo dizer que ele aceitou muito bem a idéia. Logo ele voltará aqui para que todos nós possamos discutir o que deve ser feito. Por favor, sentem-se." Enquanto esperava pelo seu eu passado, Harry segurava firmemente a capa de invisibilidade nas mãos, ao mesmo tempo obeservava os Dumbledores conversando como velhos amigos. - Ora, que falta de cortesia a minha – disse Dumbledore (passado) interrompendo a conversa. – Vocês aceitam uma boa xícara de chá? Ah, sim. Meu caro eu futuro, aposto que você gostaria de comer novamente os biscoitos com gotas de chocolate enviados por Madame Rosmerta, pois como imagino eles não duraram muito." - Realmente.- concordou Dumbledore – vai ser muito bom poder experimentá-los novamente, afinal eram uma raridade. Harry levantou visivelmente agitado e foi em direção às janelas da torre. Sabia que precisava aguardar o momento certo de agir. Mas a cada minuto que passava, sentia seu estômago dar saltos como se quisesse subir por sua garganta e fugir para longe. Ouvia os dois Dumbledores conversando alegremente como se estivessem apenas em uma reunião de velhos amigos, como se o que estava prestes a acontecer naquela tarde não fosse uma batalha, com feridos... e mortos. Harry começou a sentir o ar faltar em seus pulmões. Precisava sair imediatamente daquela sala, queria sentir o vento frio do inverno fora do castelo, talvez assim, pudesse ficar um pouco mais calmo. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa aos diretores à sua frente, ouviu a porta da sala se abrir e virando-se apreensivo viu a si próprio passar pela porta. "É loucura demais para uma pessoa só!" pensou enquanto via seu eu passado se aproximar com a mesma expressão de espanto que ele próprio devia estar fazendo. - Se tudo o que está prestes a acontecer for verdade, – disse Harry (passado) encarando seu eu futuro – espero que possamos impedir. Não consigo imaginar o que você está sentindo. - Espero que você não precise passar por tudo o que passei. Por isso voltamos ao até aqui. Hermione não pode morrer e temos que trabalhar juntos para salvá-la. – concluiu Harry. Dumbledore e seu eu passado observavam os dois rapazes que também se olhavam atentamente. Era como se estivessem diante de um espelho, mas na realidade ambos estavam um diante do outro. Mesmo que completamente estranha, essa experiência era interessante. - Professor... – disse Harry voltando-se aos Dumbledores que atenderam juntos - Não estou me sentindo muito bem. Preciso tomar um pouco de ar, ou vou enlouquecer. - Harry, não sei se é prudente você sair lá fora, e se for visto? – disse Dumbledore (passado). - Tomarei cuidado – disse erguendo a capa de invisibilidade. - Vá então, mas procure afastar-se dos alunos, ou você correrá o risco de ser visto e... Harry, se encontrar Hermione, não se mostre a ela. – Recomendou Dumbledore – Quanto a você Harry (passado), sente-se conosco, precisamos combinar alguns detalhes. Mais tarde você e seu eu futuro se encontrarão aqui novamente e poderão se preparar para a batalha. – Ei! – Harry (passado) dirigiu-se a seu eu futuro – Ela está na biblioteca, na mesa de sempre. O Harry sentiu seu corpo tremer com a empolgação. Poderia vê-la, mesmo que não a tocasse. Tinha se esquecido que na manhã do ataque Hermione estava estudando (para variar) na biblioteca. - Ok. Obrigado!– Disse Harry a seu eu passado enquanto colocava a capa e saía da sala. Enquanto descia a escada da gárgula e caminhava pelos corredores uma onda de euforia começou a tomar conta de Harry. Mal podia acreditar que estava indo de encontro a Hermione, que em algum lugar daquele castelo ela ainda respirava, alheia a tudo o que se passaria até o fim daquele dia. "Como a vida é estranha. Num minuto estamos bem, seguindo nossa rotina, vivendo as mesmas coisas de sempre. No minuto seguinte, podemos estar mortos e tudo o que fizemos ou deixamos de fazer, perde o sentido." Pensava ele enquanto se aproximava da biblioteca. Harry passou pela porta, madame Pince estava extremamente concentrada em seu livro e alguns alunos que tentavam se equilibrar carregando grossos volumes para fora da biblioteca. Ele parou um minuto,olhou para os próprios pés para se certificar de estava protegido e prosseguiu por entre as primeiras mesas de estudo. Sabia que Hermione sempre se escondia no fundo da Biblioteca onde não havia movimentação constante de alunos. Um aluno do primeiro ano passou muito próximo de Harry que sentiu sua capa querendo sair do lugar. Ajeitou-se novamente ainda caminhando com cuidado para não ser ouvido. Quando teve certeza de que estava bem coberto ergueu os olhos e a viu...
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