de volta ao passado...




...
- Harry. Espero que saiba dos riscos, e dos sacrifícios que terá que fazer para conseguir o que pretende. – Então o diretor aproximou-se mais para falar – Saiba que aceitei sua versão dos fatos e devo admitir que me comovi com essa versão.
“Vou ajudá-lo, tanto que irei fazer parte disso tudo. Pois, como e disse a você e à Srtª. Granger em seu terceiro ano, talvez consigamos salvar mais de uma vida nesta missão. Amanhã, a esta hora, venha até minha sala com sua capa de invisibilidade. Antes de partirmos teremos de planejar o que deve ser feito.”

Harry sentiu seu coração encher-se de esperança. Sabia que teria de se despedir de Hermione no dia seguinte em seu velório. Mas também sabia que tudo logo não passaria de um sonho ruim. Pois ele mudaria o passado.

Após sair da sala do Diretor e enquanto caminhava pelos corredores, Harry voltou à realidade. Sabia que faria o que fosse preciso para mudar o destino de Hermione agora que Dumbledore o ajudaria. Mas até que pudesse voltar no tempo, teria que viver o “agora”. E era esse “agora” que o fazia sofrer, pois teria que suportar ver o corpo sem vida de Hermione.

Antes que Harry pudesse entrar na enfermaria, Rony veio correndo a seu encontro.

- Como você está cara? – perguntou Rony

- Acho que você pode imaginar não é... – disse Harry passando pela porta da enfermaria acompanhado do amigo – Como estão os outros?

- Já foram para os dormitórios. Estão todos bem, menos Gina. – Disse Rony parando diante de Harry. – Ela esta se sentindo culpada Harry.

- Ela não deveria se sentir assim, afinal era eu que deveria ter protegido a Mione – Harry sentiu seus olhos arderem.

Harry então se afastou de Rony indo em direção ao leito onde estava Hermione, mas este estava vazio.

- Onde levaram Hermione?

- Ela foi levada ao Saint Mungus, Harry – disse Rony enquanto olhava o leito vazio. – Os pais dela foram chamados, foi uma cena realmente triste quando eles chegaram. Também foram ao hospital e Lupim e Tonks foram com eles, pois talvez ficassem perdidos dentro de um hospital bruxo.

Harry permaneceu em silêncio, apenas olhando o leito vazio. Rony então voltou sua atenção para o amigo, e vendo os ferimentos em seu rosto disse:

- Acho melhor você tratar desses machucados cara, não sei se você percebeu, mas tem um corte feio na sua testa.

- Tudo bem. Vou cuidar disso. - Harry nem se importava com seus ferimentos, preferiu mudar de assunto – Como vai ser amanhã, Rony?

- Bem, os pais de Hermione decidiram enterrá-la no cemitério de Hogsmead. Eles disseram que ela gostaria de estar sempre no mundo bruxo. Você que eu fique aqui até você tratar esses ferimentos?

- Não, tudo bem. É melhor você voltar ao dormitório. Depois eu vou. – disse Harry ainda encarando o leito e com os olhos vermelhos.

- Ok.- e antes de sair Rony abraçou seu amigo – Força cara. Hermione não ia querer te ver assim.

“Logo poderei dizer que isso jamais vai ter acontecido, e Hermione vai estar aqui”, pensava Harry enquanto retribuía o abraço de Rony.

Rony voltou ao dormitório e Harry após receber os cuidados de Madame Ponfrey também seguiu para seu dormitório.
O rapaz tomou um banho e foi se deitar. Ele sabia que dormir naquela noite seria impossível mesmo que tentasse.
Aproveitando-se do escuro do dormitório, Harry derramou todas as lágrimas que conseguiu, queria chorar apenas naquela noite. Queria que quando amanhecesse não tivesse mais nenhuma lágrima e iria se manter firme até o fim, para poupar suas energias. Assim quando a noite chegasse novamente ele teria forças suficientes para realizar seus planos juntamente com o Diretor.
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Hermione fora velada e enterrada em Hogsmead na presença de seus pais, professores, dos Weasley e a considaravam como filha, e todos os alunos de Hogwarts, mesmo aqueles que não gostavam da garota.
Harry ficou o tempo todo próximo do caixão de Hermione sem dizer uma palavra. Sabia que os pais da garota o observavam de tempos em tempos e, mesmo sem dizerem nada, Harry podia sentir que eles o culpavam.
O único momento em que Harry quebrou seu silêncio foi para consolar Gina. A Ruiva não se conformava com a perda de sua amiga e se sentia culpada pela morte dela.

Flash Back

“ Gina aproximou-se do caixão de Hermione e chorando compulsivamente, acariciou os cabelos da amiga. A seguir dirigiu-se a Harry e o abraçou.

- Me desculpe Harry! Se eu não tivesse atrapalhado, nada disso estaria acontecendo. – Harry entendia o desespero da garota.

- Você não teve culpa Gina. – A garota estranhou a frieza de Harry.- O culpado nessa historia sou eu... e... que me dera concertar tudo isso.

Gina não entendeu o que o rapaz quis dizer, era estranho para ela como Harry estava distante em um momento como aquele.

- Harry, você me parece distante de tudo o que está acontecendo aqui!O que esta havendo?

- Acredite Gina... se você fizesse idéia de como estou por dentro, você choraria por mim também.

- Me desculpe, deve estar sendo terrível para você ter que suportar mais essa perda. – “Suportarei Gina porque sei que será por pouco tempo, eu prometo que logo esse seu sentimento de culpa jamais terá existido.” Pensou o rapaz. – A garota o abraçou novamente e se afastou.

Fim do flash Back

Já era noite.
O dia havia sido difícil. Harry despediu-se de Rony após o jantar dizendo que iria tentar dormir um pouco. Foi até o dormitório, apanhou sua capa de invisibilidade e se dirigiu até a sala do Diretor.
Falou a senha, subiu as escadas e parou diante da porta da sala de Dumbledore. Antes porém que pudesse bater a porta se abriu por trás dela surgiu o diretor. Harry notou que ele tinha um olhar cansado, seu dia fora difícil.

- Que bom que veio Harry. – disse Dumbledore voltando até sua mesa. – venha, sente-se. Antes de partir temos que conversar.

- Sim senhor. – Harry sentou-se diante do diretor e aguardou.

- Você está preparado para o que vamos enfrentar Harry?

- Poderia ter partido ontem mesmo senhor... assim teria evitado tudo o que vi hoje. – Harry queria manter-se firme diante de Dumbledore, mas estava sendo esforço demais tentar não chorar, e algumas lágrimas escaparam.

- Ouça Harry. – o diretor resolveu ir direto ao ponto – Voltaremos até a manhã que antecede a invasão dos comensais. Não poderemos evitar essa invasão, mas poderemos evitar as mortes se agirmos com cautela.
“Harry, lembra-se da primeira regra ao se usar um vira-tempo?”

- Você não deve se mostrar para si mesmo, pois correria o risco de enlouquecer – o rapaz respondeu de imediato. Hermione foi quem lhe disse isso.

- Exato.

– Mas, senhor, como iremos interferir no passado sem sermos notados?

- Quebraremos essa regra, Harry. – respondeu o diretor – Antes que você viesse aqui esta noite, eu voltei para manhã antes do ataque e conversei comigo mesmo. Eu sei que soa estranho para você, mas foi a maneira que encontrei de preparar nossa chegada até aquele dia.
“Você deve estar pensando se meu eu passado não está louco a essa hora. Eu diria que não, pois senão eu também estaria louco neste instante. – O Diretor deu um pequeno sorriso ao notar o olhar espantado de Harry.

- Mas e quanto a meu eu passado, senhor... não sei se entenderia toda esta loucura.

- É exatamente por isso que eu voltei antes de você. Preparei a mim mesmo para nossa chegada e expliquei o motivo de nossa ida ao passado. Quando chegarmos lá Harry, você será chamado e ficará a par dos futuros acontecimentos, para que quando tudo começar, seu eu passado esteja preparado para agir.

Era tudo um pouco confuso para Harry, mas ele ouvia atentamente. Então percebeu algo que o incomodou de imediato.

- Mas professor Dumbledore... e eu não farei nada? – Não era isso que Harry pretendia – Simplesmente vou contar o que vai acontecer e assistir a Hermione correr o risco de morrer de novo?

- Sim Harry, você estaria correndo o risco de vê-la morrer outra vez. – Dumbledore explicava lentamente como se ensinasse a uma criança que dois mais dois são quatro – Mas somente seu eu passado poderá evitar que ela morra, porque para conseguir isto, é ele quem terá que ser atingido nesta batalha. E quando isso acontecer, você Harry que voltou para avisá-lo irá sentir o que ele sentir, e sua consciência voltará a viver a partir daquele momento. Você está entendendo?

- Sim professor. – Tudo o que Harry ouvia estava fazendo sentido. Mas ele teria que resistir ao impulso de ajudar e teria que confiar em seu eu passado. – Mas há algo que falta ser esclarecido, professor. Quando meu eu for atingido, Belatriz ainda estará ali... e poderá aproveitar para ferir Hermione mesmo assim. Sem contar com o fato de que ao ser atingido eu poderei ser morto.

- Quanto ao que acontecerá quando você ser atingido Harry, receio que teremos que contar com a sorte. Este era um dos riscos dos quais eu disse que você poderia correr, você deverá estar próximo quando tudo acontecer. E talvez você possa evitar sua própria morte atrapalhando Belatriz, usando é claro de cautela para que nem ela e nem Hermione te vejam, por isso pedi que trouxesse a capa de invisibilidade.
“Quando tudo acontecer, eu serei o elemento surpresa que a irá proteger Hermione e deter a comensal.Enquanto isso, meu eu passado estará no lugar que deveria estar durante a batalha, protegendo o castelo.

Como sempre, Dumbledore pensara em todos os detalhes. Talvez isso explicasse seu aparente cansaço. Harry confiava cegamente em tudo o que o diretor dissera. E se tudo correr como o planejado, em breve Harry irá viver num futuro diferente e comemorar a vitória contra os comensais ao lado de Hermione. Essa idéia lhe dava ainda mais coragem para seguir em frente com os planos.

Dumbledore levantou-se, foi até um armário muito antigo que ficava próximo a sua lareira e pegou o vira-tempo.

- Está pronto Harry? – perguntou - Venha. Acho que podemos ir.

Harry foi até o diretor, este colocou a delicada corrente em seu pescoço e a seguir colocou-a também no pescoço do rapaz.

- Bem, creio que desta vez não são apenas três voltas, na verdade agora são oito... – disse o diretor em tom divertido. – Vamos lá. Boa sorte para nós dois Harry!

Assim que Dumbledore deu as oito voltas no objeto, o pequeno pingente em forma de ampulheta começou a girar rapidamente e eles começaram a voltar no tempo.
Harry sentiu um pequeno desconforto em seu estômago, pois enquanto eles voltavam, apesar de estarem parados, o tempo todo à volta deles tudo girava, mostrando tudo o que se passara naquela sala. Era como estar vendo um filme trouxa sendo rebobinado.
De repente tudo parou. Eles ainda permaneciam no mesmo lugar. A sala do diretor antes iluminada pela luz dos castiçais, agora recebia através das vidraças a luz do sol. Eles haviam conseguido.

- Sejam bem vindos! – Harry assustou-se ao ver um Segundo Dumbledore surgir na porta de entrada da sala...

Continua...

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