A Cúpula e a floresta



Silêncio... Escuridão... Nancy Sharp entrou na Cúpula... O nome era engraçado... O lugar era misterioso. Abaixo dessa sala, havia um salão principal lindamente ornamentado em mármore e vidro grossos e à prova de bala. Estaria ligado à escada principal por uma escada dupla, de metal... O vidro que separava esse incrível salão da Cúpula era espelhado, tinha cinco centímetros de espessura e acusticamente vedado que dava um panorama no salão do lado de fora, ao mesmo tempo em que impedia a quem quisesse ver o salão a partir do lado de fora... Não interessava em que local estava Nancy. Para ela, aquilo era somente um dos lugares mais secretos da cidade, mas isso não impedia dela saber sua localização...

A vasta sala de mármore em cor marfim, com suas paredes de pedra polida, revestido de vidro bem escuro e com a impossibilidade de ver além dele mesmo. O vidro era totalmente reforçado e tinha centímetros e centímetros de espessura... Era somente pra dá mais charme a Cúpula com um teto arredondado e profundo com um mesmo vidro que cobria a parede. As luzes saídas de várias luminárias eram suaves mais um tom reconfortante. Boa parte do chão era coberto por um carpete com uns desenhos, totalmente macia. Ao fim da sala havia terminais de computadores, em total doze, formando um circulo. Terminais de madeira polida e com computadores de ultima geração. Tinha sofás nas paredes e mais três à frente do sofá, um virado para o outro, exceto o terceiro, que ficava virado para os terminais, e de lado paras os sofás. Tinha uma mesinha acolchoada, de pano, entre os sofás, mas, isso não importava para ela... Nancy Sharp....

Ela não sabia por que estava ali, realmente. Correndo perigo, talvez, para salvar a cidade... Que ironia: ela sempre detestara a cidade... Ela poderia ficar um pouco em um dos computadores que estavam ligados, mas ela não conseguiria se concentrar em nada. Estava perdida em devaneios. Ela, então, achou melhor tirar os sapatos: aquela seria uma longa noite. Seus sapatos Salvatore Ferragamo saíram com facilidade de seus pés, ela afundou seus pés no carpete macio. Então, ela olhou para o computador do meio... Tinha algo na cadeira de frente a ele para quem quisesse usar o computador...

Ela foi até lá, lentamente. Era estranho... Um livro esquecido ali... Isso dava a impressão de que ele não era tão importante, pois do contrario não haveria sido esquecido. Ela chegou até à cadeira e viu o computador com a tela totalmente amarela, sem nenhum desenho: papel de parede. Outro fato estranho: o computador estava ligado. Será que a pessoa que possivelmente estava ali ainda voltaria? Será que não tinha ido muito longe? Ela se assustou com a possibilidade. Não poderia ser. Ninguém poderia ver ela ali. Ela se afastou mais da cadeira, viu a capa do livro... Era verde, com as letras em douradas formando o titulo. A capa era grossa e o livro não tinha desenhos, mas era grande. Ela, então, olhou para os outros terminais. Será que todos eles estavam com algo estranho? Um livro na cadeira ou algo fora do lugar? Tudo estava sendo bem mais difícil...

Quando olhou para o ultimo terminal, porém ela sentiu um estranho cheiro, algo penetrante e que definitivamente não pertencia à Cúpula. Pensou se seria algum problema com os computadores ou, particularmente, com o que estava ligado. O cheiro era vagamente familiar e trazia consigo uma lembrança incômoda. Pensou, então, se a pessoa, que possivelmente estava utilizando a sala antes dela entrar, não tinha botado fogo em alguma coisa. Na sala tinha vários dutos de ventilação espalhados. Nancy olhou para um deles, tentando identificar o cheiro, que parecia vim de um lugar próximo. Ela então, olhou para trás, para as portas. Reconheceu o cheiro quase instantaneamente. Era colônia... E suor. Ela arregalou os olhos. Uma movimentação atrás de si fez ela virar para trás. Viu vagamente um corpo alto e musculoso, com cabelos louros e uma cova profunda no queixo. Depois não viu mais nada, as luzes da sala e de todo o salão principal do lado de fora havia se apagado, inclusive o computador ligado...

Nancy já ouviu dizer que, em estado de completo terror, as pessoas geralmente ficam paralisadas. Descobriu que aquilo era um mito. No mesmo instante que compreendeu o que estava acontecendo, começou a se mover. Saiu aos tropeções no escuro com um único pensamento: Fugir. Ela sabia quem estava na sala. Era Math Asburthert. Ele era loiro, alto, musculoso, um corpo de atleta, com olhos negros... Ela nunca se importou com isso... Agora muito menos... Ela nem ao menos conseguia o enxergar... Somente corria às cegas com as mãos estendidas, em total pânico... Ela o ouvia correndo atrás dela, suas passadas largas...

Susan derrubou uma luminária no caminho, tentando fazer com que Math tropeçasse, mas sentiu que ele pulou por cima do obstáculo sem dificuldade aproximando-se rapidamente. Quando seu braço direito agarrou a cintura de Nancy por trás, ela se sentiu como se tivesse batido em uma barra de ferro. Ficou sem ar, por conta da pancada. As mãos de Math puxaram-na pelo quadril. Nancy tentou resistir e começou a se debater ferozmente, acertando no nariz de Math com o cotovelo. Ele a soltou e caiu de joelhos no chão, as mãos segurando o nariz.

- Sua filha da... - gritou, com dor.

Nancy correu até as portas, com uma esperança vã de que restaurasse a energia naquele momento e as portas se abrissem à sua frente. Contudo, isso não aconteceu, e ela ficou socando inutilmente vidro. Math se moveu pesadamente em sua direção, com o nariz cheio de sangue. Em pouco tempo agarrou-a de novo, uma das mãos prendendo a firmemente na altura do peito esquerdo e a outra segurando sua cintura. Puxou-a para longe da porta. Ela gritou, com a mão esticada em uma tentativa fútil de impedi-lo. Ele puxou-a para trás, com a fivela de seu cinto machucando sua coluna. Nancy estava assustada com sua força. Ele arrastou-a pelo carpete, e os sapatos dela saíram. Com um gesto ágil, Math levantou-a no ar e jogou-a no chão perto de seu terminal. Nancy estava agora com as costas apoiadas no chão, à saia levantada até a metade de suas coxas. O botão superior de sua blusa tinha aberto durante a briga e seu peito arfava pesadamente sob a luz azulada do monitor. Ela olhou apavorada quando ele se lançou sobre ela, prendendo-a entre suas pernas. Não conseguia decifrar o que estava por trás dos olhos dele. Parecia medo, mas podia igualmente ser raiva.

Quando Math percorreu seu corpo com os olhos, Susan sentiu uma nova onda de pânico invadi-la. Math sentou-se firmemente sobre sua cintura, encarando-a com um olhar gélido. Nancy tentava se lembrar de tudo que havia aprendido sobre autodefesa. Tentava lutar, mas estava presa, sem ação. Fechou os olhos.

- Ai, meu Deus, por favor, não! – pensou...

- Nancy? – Math estava ofegante, com o rosto próximo ao dela. Ele estava sentado, com as pernas por cima dela, todo o peso de seu corpo jogado sobre o abdômen de Nancy. A bacia de Math estava dolorosamente apoiada no púbis dela através do tecido fino da saia. O nariz dele pingava sangue. Ela sentiu um gosto de vômito no fundo da garganta. As mãos dele estavam sobre seu peito. Em seguida, não sentiu mais nada. Ele está me bolinando? Levou algum tempo para que Nancy compreendesse que Math estava abotoando sua blusa e ajeitando sua roupa.

- Nancy - Math continuou, sem ar. - Você tem que me tirar daqui. Ela parecia estar em transe. Nada fazia sentido. - Você precisa me ajudar! Ele quer me matar, ele que matou aquele maldito homem! Eu vi tudo! - As palavras entravam por seus ouvidos, mas o cérebro ainda tentava encaixar uma coisa na outra. Ele que matou o Guarda? Ele quem?? - Math com certeza não sabia que Nancy o vira no subsolo.

- Ele sabe que eu o vi! Ele sabe!- continuou Math, apressado. - Ele vai me matar também! - Se não estivesse com tanto medo, teria rido na cara dele. Ela reconheceu a tática de dividir para conquistar típica. Inventar mentiras, jogar seus inimigos um contra o outro.

- É verdade! - ele gritou. - Temos que pedir ajuda! Acho que ambos corremos perigo! - Ela não acreditava em nada do que ele dizia. A perna a musculosa de Math estava sem circulação e ele mudou de posição para se apoiar na outra perna. Abriu a boca para continuar falando, mas não teve tempo. Assim que Math levantou um pouco o corpo, Nancy sentiu o sangue voltar às suas próprias pernas. Antes que soubesse o que acontecera, com um reflexo instintivo deu a joelhada mais forte que pôde meio das pernas de Math. Sentiu seu joelho esmagando o tecido fino entre as pernas dele. Math gemeu de dor e jogou-se para o lado, contorcendo-se. Nancy foi em direção à porta, sabendo que jamais conseguiria abri-la.

Tomando uma decisão rápida, ela se posicionou atrás da mesa de reuniões de madeira e enfiou seus pés fundo no carpete. Felizmente a mesa tinha rodas. Reunindo todas as suas forças, empurrou a mesa à sua frente na direção da parede de vidro curvo. Graças às rodas, a mesa corria bem sobre o carpete. Na metade do caminho já tinha tomado uma boa velocidade. A pouco mais de um metro de distância do vidro, Nancy empurrou a mesa com força e soltou-a. Jogou-se no chão e cobriu a cabeça. Após um estalo forte, a janela explodiu em uma chuva de pequenos cacos de vidro. Os sons do salão da Criptografia entraram na Cúpula pela primeira vez desde sua construção Nancy abriu os olhos. Pelo buraco irregular, ela podia ver a mesa correndo pelo salão e girando sobre si mesma até desaparecer na escuridão. Ela enfiou o pé de volta em seu Ferra gamo, já bastante torcido, deu uma última olhada para Math Asbuthert, que continuava no chão, e saiu correndo pelo mar de cacos para o salão a sua frente, escuro...


Eles estavam de frente pra escada... Eles sabiam que devia estar ali... Era o ultimo lugar a procurá-lo... Harry Potter sumiu, definitivamente. Desde a hora em que os três pararam de conversar, embaixo daquela arvore, e que o enterro acabou, Harry mandou Rony e Hermione seguirem em frente, pois ele queria ficar sozinho... Ele queria ficar no completo silêncio com Dumbledore morto... É, parece que ele não quer largar da solitária visita ao túmulo do diretor... Mas, como? Estava chovendo demais... Ninguém se atrevia a ir lá fora... Não, Harry não ia querer ficar doente logo agora... Seria ilógico... Ele também poderia já ter entrado no castelo... Mas, as esperanças de Rony e Hermione se esvaíram... Se Harry já tivesse entrado, ele, com certeza, estaria em um lugar onde lembrasse Dumbledore, onde tivesse silêncio...

O que ele queria mais agora era pensar... Pensar nas palavras de Dumbledore, nas aulas extras com ele, no que ele teria que fazer de agora em diante... Mas, o problema é que Rony e Hermione já o tinham procurado em quase todos os lugares em que poderia ter haver com Dumbledore... Menos lá fora... E na torre de Astronomia... E era de frente a escada que levava a esse lugar que eles estavam: Rony e Hermione... Eles poderiam não ter tantos motivos, a não ser preocupação com o garoto, para ir atrás dele assim... Mas, caso é que tinham. Eles não poderiam deixar de contar ao Harry o que eles ouviram. Era algo importante que eles acabaram de encontrar, mas ainda tem o que eles ouviram...

- Você leu a carta, Rony? – perguntou Hermione... Ela segurou o braço do garoto e sentiu ele se aproximar mais. Ela olhava pra frente, alarmada, respirando aceleradamente. O suor caminhando por sua testa...

- Não li... Preferi não ler... – ele olhou para ela, olhou para o seu rosto virado para frente... Ela era tão inteligente... Ele estava respirando acelerado também... Talvez tenha sido pelo fato dos terem vindo correndo... Ela corre rápido quando quer... Ela parece ter sentido olhar dele sobre ela, pois virou a cabeça...

Eles se olharam por um segundo... Ela virou o rosto rapidamente pra escada. Subiu apressada por ela... Rony demorou um pouco pra subir. Ela virou o rosto rapidamente, por quê? Ele subiu, rapidamente também... Tinha que acompanhar ela do mesmo jeito... Ela sempre conseguia ser simplesmente ela...

Hermione chegou em frente a porta, ela parou. Ela estava lenta demais... Mas, saber de tudo isso era muito duro.... Ela tinha que encontrar o Harry na torre, tinha que ser mais rápida com isso, mas ela sabia que não era assim... Tinha coisas acontecendo rápido demais... Dumbledore estava morto, agora isso... Rony estava poucos Degraus dela... Ele estava do mesmo jeito que ela. Ela abriu a porta no mesmo impulso que a fez subir rápido na escada lá embaixo... Ela saiu na chuva, na torre, bem na hora em que Rony entrou atrás dela... A chuva molhava o corpo dos dois. Hermione começou a sentir frio. A chuva estava ensurdecedora, forte... O barulho de trovões misturado com o choque entre os pingos em encontro comas águas, o chão, os telhados de muitas torres... A torre era um pouco espaçosa... Estava totalmente molhada...

- Eu olho se ele está lá embaixo... – ela ainda estava alarmada.... Não olhava para os lados, somente para frente... E caminhou até a ponta da torre que dava para os jardins e atrás do portão negro de Hogwarts... Rony não demorou a se movimentar e olhar todos os cantos da torre... Ele consegue ser rápido, inteligente e hábil quando se é preciso... Pena que não é sempre, pelo menos para Hermione... Ela chegou à mureta da torre... Curvou-se um pouco sobre ela, para ver o que acontecia lá embaixo... Não via muita coisa... A chuva atrapalhava...

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Gina estava andando pelo salão principal... Andando, mesmo parecendo estar flutuando... Flutuando sobre o chão onde se espalhava um monte de mochilas, livros, tinteiros, penas, pergaminhos, até mesmo pessoas... Pessoas desoladas, solitárias, com medos, inseguras... Não tinha como ficar de outro jeito... Eles queriam ficar ali, eles tinham paz ali. Lembrava Dumbledore aquele lugar, e além do mais, ali era um lugar grande, confortável, claro. Dava um ar que eles precisavam, um ar amigo... Precisavam de um lugar assim.... Onde todos ficassem juntos, era caloroso, esquentava o frio que tudo aquilo fazia... Um era companheiro do outro, apagando a solidão deles, pelo menos em pequeno porte... Todos estavam ali... Todos juntos pareciam mais corajosos, apagavam os medos... Até os professores estavam ali, para vigiar, mas, com certeza, também precisavam de um companheiro, de ficar juntos com os outros, de calor... Os corredores eram frios, ninguém queriam estar ali... Estavam pouco iluminados também...

As quatro mesas e todas para o canto: duas para um lado e outras duas para o outro... Assim, teriam mais espaço, pois, aliás, não tem como não ficar inquieto com tamanha angustia... Muitos ficavam andando, outros deitados ou sentados conversando, muitos namorando em algum canto, outros chorando, uns até dormindo... E Gina passando por todos eles, até exatamente as portas, vendo os professores passando por cada aluno ou então conversando com eles, ou com outros professores, sentados, deitados, em pé. Como todo mundo... A parte perto da porta era um pouco menos barulhenta... O salão estava mais barulhento que o normal... Todos tinham tantos assuntos para conversar...

Gina estava indo exatamente para porta... Ela estava perdida em devaneios. Desde que Harry levantou daquela cadeira... Levantou e seguiu para o castelo sem ao menos perceber... Até agora não derrubou uma lagrima... Só estava sentindo-se um pouco tonta... Mas, quem não estava agora? Ela também sentia uma leve dor no peito, uma dor insignificante, imperceptível... Era normal... Para ela e para qualquer pessoa que tivesse ouvido do namorado que queria terminar por um motivo mais assustador do que o fato em si. Ela estava um pouco pensativa demais em tudo isso, mas sabia que uma hora era iria parar ou não... Hermione é uma menina muito esperta... Quando ela o estava esquecendo, ele se lembra dela... Por causa da dica de Hermione. Ela saiu com outros rapazes, mas não foi com estes que viveu os momentos mais felizes de sua vida. Afinal, ela havia conseguido... E agora tudo era uma mera lembrança. Era tudo meio triste, mas também previsível. Ela tinha que saber como terminariam.

- Gina? - Gina saiu de seus pensamentos... A voz era distante, a pessoa que a falava estava distante... Ela a reconheceu... Era Luna... Desde a morte de Dumbledore, a menina parecia distante do mundo, perdida em devaneios como Gina, só que um pouco mais tonta, um pouco mais decepcionada... A voz vinha de seu lado, Gina virou a cabeça... Atrás dela estavam duas pessoas sentadas, conversando... Elas estavam com os olhos brilhantes e vermelhos... Veio em direção a Gina, passando pelo lado das duas pessoas... Parou em frente à garota... Estava com os cabelos presos, ao contrario de Gina.

- Ah... Oi, Luna... Err... – Gina começou atrapalhada. Não estava preparada pra conversar com ninguém. Estava tão absorta em sua própria cabeça. Não soube o que falar mais. Luna não esperou, também.

- Gi, vou buscar o Neville na ala... Ele teve que ir rápido... Poderíamos ir juntos na mesma carruagem... Chame os outros três... Seria bom... – Ela estava encabulada, inquieta, apressada... Gina sentiu um pouco de pena dela... Talvez ela estivesse mesmo mais tonta que ela.

- Claro, será ótimo... Devemos conversar mesmo... – Gina falou rapidamente, porém simpática... A Luna estava com um brilho forte nos olhos, parecia que logo iria derramar as lagrimas... Então, ela sorriu para Gina, um sorriso triste e cansado, porém agradecido. Ela se virou e foi caminhando rapidamente em direção a porta, abriu ela e saiu do salão principal. A porta fechada. Gina não estava pensando igual a todos. Ela queria ficar sozinha, sem o barulho. E dentro do salão principal estava muito barulhento. Ela também não queria ficar nos corredores e nem no salão. Era escuro e frio... Ela poderia ficar perto da porta do salão, encostada na parede... Era uma ótima idéia...

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Hermione continuou curvada na mureta olhando para baixo... Não estava encontrando nenhum sinal de Harry... Daquele lugar não dava para ver muita coisa do local onde Dumbledore fora enterrado, somente as cadeiras finais... E Harry não seria tão ilógico a ponto de ficar do lado de fora do castelo com uma chuva dessas... Mas, ela e Rony estavam...

Hermione poderia tentar arranjar uma resposta para isso, mas não o fez. Acabara de ver uma coisa... Parecia ser um corpo... Ele estava andando, cambaleando, não parecia estar bem, se segurava pelas cadeiras, manco... Parecia desnorteado, pois olhava para os lados e para trás toda hora, parecia confuso... Estava usando uma capa, com certeza a que faz parte da farda de Hogwarts. Hermione realmente se enganou em pensar que não tinha ninguém do lado de fora do colégio. Seus cabelos eram negros e parecia ser despenteado, não dava para ver direito... Ele não estava mais andando... Estava parado, agora estava de um jeito alarmado, pois não se movimentava muito como antes...

Olhava para um lado, quando do seu lado aconteceu a coisa mais improvável para Hermione... Um garoto do mesmo tamanho, mais alto um pouco, que o moreno aparatou ao seu lado, de frente para o perfil do garoto... Mas, aparatar em Hogwarts? Como? Não se pode! Hermione não podia acreditar... Estava tudo tão improvável... Continuou olhando para o garoto de cabelos loiros, bem claros.... Ele tinha uma pele bem alva e uma postura arrogante.

Ele estava usando uma camisa rasgada em vários cantos de cor azul-marinho, uma calça curta, que com certeza na cabia nele, de cor marrom que agora estava muito suja, rasgada também... Somente seus braços estavam de fora... Mas, Hermione não podia reparar muito mais nele... Pois este saiu correndo... Correndo muito rápido, por sinal... Mas, por quê? Ele malmente conversou com o garoto... Porque ele correria? Estava tudo tão estranho... Ela viu o garoto moreno, então, saiu correndo...

Um correndo e o outro atrás... Eles corriam o mais rápido que podia, pelo que Hermione notou... Mas, Hermione parou de notar de novo... Ela reconheceu os dois garotos... Harry Potter e Draco Malfoy... Hermione ficou ereta, largou a mureta, olhou para as arvores da floresta. Tinha um lugar que a trilha que os dois pegaram correndo levava: floresta proibida... Floresta proibida! Draco Malfoy em Hogwarts. Mas, ele não estava fugido com Snape? Como ele conseguiu estar ali aparatando? Estava tudo tão estranho...


Hermione se bateu em algo. Virou-se totalmente com um grito de susto... Era Rony, mas mesmo assim suas pernas estavam bambeando com o susto. Ele a segurou pelos braços, firme. Estava sem entender nada.

- Draco Malfoy está aqui... Eu o vi correndo, com o Harry o seguindo.... Harry está lá fora... Draco aqui... – Sua voz estava tremida, ela sentia seu sangue correr com mais rapidez por suas veias... Ela falou tudo tão apressada com algumas pausas... Estava tremendo-se por inteira...

- O que? Draco? – Rony estava abismado. Não entendia nada. Estava tudo confuso. Draco estava fugido com Snape. Como ele havia entrado em Hogwarts assim? O ministro ainda estava em Hogwarts com a Umbridge. Era tudo muito arriscado. E além do mais, o que o Malfoy poderia querer em Hogwarts quando metade do mundo bruxo quer saber dele? Parecia uma piada... Mas, os olhos de Hermione tinham um brilho sincero, verdadeiro. Ele tinha que acreditar.

- Sim, eles estão indo em direção a floresta... – Falou ainda mais assustada... Ela não poderia nem imaginar no que aconteceria naquele lugar tão sombrio, ela se arrepiava, sentia mais frio... Mas, parou de pensar nisso... Pois Rony largou seus braços: acreditou nela. Virou-se respirando profundamente e sem esperar por nada, saiu correndo em direção a porta... Ainda estava aberta. Ele sabia que no que estava fazendo, Harry faria o mesmo por ele, eles eram amigos, ele tinha que ajudar Harry, não podia esperar, nem pensar ao contrario... Ele chegou à porta, ele sumiu por ela... Hermione correu, chegou à porta saiu por ela, fechou a porta. Saiu da chuva, entrou em, o que ela sentiu ser, um pesadelo... Ela desceu as escadas de madeira polida e paredes de pedras correndo mais apressada que nunca, Rony estava quase no corredor... Ele agora estava mais rápido que ela... o

Ela chegou ao corredor, Rony estava na metade dele... Hermione nem sabia para onde eles estavam correndo exatamente... Era lógico que estavam indo para a floresta proibida, mas eles nem sabiam em que lugar Harry estava exatamente... Mas, eles tinham que ir... Eles tinham que tentar ajudar o Harry, pelo menos tentar... Hermione vinha logo atrás, Rony ouvia os passos dela um pouco perto dele... Ele já estava no fim do corredor, estava tudo tão escuro... Ele virou o corredor... Continuava correndo rápido... Não parou nem quando algo passou de raspão pela sua perna direita, pois não percebeu... Ele não sabia o que era, por isso não descobrir porque estava ali e ele mas iria descobrir mais tarde sem nem ao menos querer... Era com certeza algo escuro, pois ele não enxergou nada, não prestou também nem havia reparado, não saberia que nada passara pelo seu pé... Nem atenção, só continuou correndo, passando direto pela coisa silenciosa...

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Gina estava sentada no chão frio e nem se importava com isso. Ainda estava perdida em devaneios. Seus pais estavam dentro do salão, na câmara no canto de uma extremidade do mesmo... Estava com McGonagall, Hagrid, o Primeiro-ministro e Umbridge. Não sabia por que seus pais estavam envolvidos nessa pequena reuniãozinha organizada pelo ministro... Também não se importava muito, devia ser por algo grande, importante... Estava tudo escondido hoje... Rony e Hermione sumiram e Harry também... Ela não viu os três desde quando estavam no enterro... Ela enrolava uma mecha de seu cabelo no dedo, olhando para o infinito.

Olhava para frente, quando ouviu um ruído alto e agudo perto dela... Ela se assustou, endureceu corpo. O que poderia ter causado aquele ruído? Parecia que todos estavam no salão principal... Ela olhou para os lados rapidamente... Não viu nada... Levantou-se do canto perto da porta onde estava sentada... Ela olhava para cima, ao seu redor, para baixo, tão alarmada e não encontrava nada.. Estava tudo mal iluminado naquele saguão. Poderia sair andando para ver se encontrava o dono do ruído e saiu.

Deu alguns passos para frente olhando ao redor, prestando bem atenção, poderia continuar, mas ouviu barulho de passos acima de si. Ela parou de andar... Ficou ali parada no silêncio da noite. Passos eram apressados, rápidos e irregulares parecia ficar mais perto a cada instante. Parecia que alguém estava correndo... Mas, logo ouviu barulho de mais passos, um longe do outro. Parecia ser duas pessoas correndo apressados. Ela olhou para as escadas agora a sua frente... Os passos pareciam cada vez mais rápidos... Até, que do alto da escada, apareceu uma das duas pessoas... Era Rony... Ele parou, não pareceu ter notado Gina, mas, também não tinha como, pois mesmo Gina estando a muitos metros de distancia da porta do salão, ela não estava em um lugar onde a vista era muito privilegiada para a escada...

Rony parecia estar esperando alguém, pois olhou para o lado rapidamente com a respiração descompassada... Gina ficou sem entender mais ainda, mas, nem procurou, pois Rony voltou à ativa e desceu as escadas correndo fortemente como antes, transpirando, assustado... Gina olhava tudo em silêncio. Porque o Rony estaria tão apressado? E porque ele parecia tão assustado?

Mas, ela novamente foi interrompida de seus devaneios por uma imagem... Pouco de 4 degraus pra Rony descer a escada inteira, a figura de Hermione apareceu no alto da escada do mesmo jeito que o garoto: de respiração descompassada, assustada e transpirando... Sem nem ao menos parar, ela começou a descer as escadas e Rony chegou ao final desta, no chão. Ele então, saiu correndo pelo saguão em direção ao portão de entrada... Gina o acompanhou com os olhos e sem esperar, gritou o nome do garoto... Rony parou de súbito e olhou rapidamente para o lado, onde Gina estava... Seus olhos estavam alarmados... Sua respiração ainda era descompassada...

- Agora não, Gina – Ele respondeu rapidamente e antes que Gina pudesse falar qualquer outra coisa, ele saiu correndo em direção as portas... Nesse meio tempo, Hermione já estava correndo pelo saguão... Gina sabia o que fazer. Tinha que parar Hermione e saber o que estava acontecendo...

Saiu correndo em disparada a altura em que Hermione se aproximava do local onde Rony parou há pouco. Gina ia em caminho reto... Iria parar no exato local. Apressou bem os passos, quando viu que Hermione estava ainda mais perto. Ficou visível pra escada e pra Hermione que viu ela primeiramente, diminuindo os passos, quando viu que a menina iria parar em sua frente... Ia desviar para não esbarrarem, mas Gina gritou alto o nome de Hermione, à medida que Rony abre com pequeno estrondo as portas para sair e os sons da chuva e dos raios entram e ecoam pelo saguão ensurdecedoramente. Hermione parou um pouco e respirou fundo... Parecia bastante cansada... Rony já havia saído pela forte chuva. E ela parecia ainda mais preocupada...

- Hermione, o que está acontecendo? – Perguntou Gina, lentamente, alarmada, pois Hermione poderia se desviar a qualquer momento e sair correndo, mas a garota a sua frente não fez isso... Olhou Gina e falou apressada...

- Gina, Draco está em Hogwarts! Não sei como ele entrou, mas eu vi que ele saiu correndo e Harry foi atrás dele a caminho da floresta proibida e estamos indo atrás também... Agora me deixe passar! – Hermione estava impaciente e apressada a cada segundo e Gina agora estava completamente paralisada... Draco em Hogwarts? Harry atrás dele para a floresta proibida? Harry estava correndo perigo? Ela transformou tudo em afirmação, juntou-os e leu a mensagem que ficou... Assustou-se...

Nesse tempo em que pensava, Gina ouviu distante os passos de alguém correndo... Hermione desviou de Gina. Ela rapidamente acordou do transe. Harry estava em perigo! Ela tinha que ajudar... Virou-se de frente para a porta, rapidamente... Hermione estava bem perto da porta... Ela não podia esperar mais nada... Draco Malfoy na escola... Ela saiu correndo em disparada em direção a saída... A porta ainda estava aberta e depois de metros percorrido por Gina, Hermione já estava fora do castelo...

Gina corria, olhava a chuva que estava a acontecer do lado de fora do castelo, os raios que riscavam o céu, caindo distante, via o céu escuro, mesmo sendo em um meio de tarde... Estava tudo incrivelmente negro... Parecia ser noite, era o dia mais negro que Gina havia presenciado. O chão do castelo perto da porta já estava totalmente molhado pelo fato da chuva entrar. Hermione saiu do castelo. Gina viu seu corpo molhando incrivelmente por alguns tempos, sua cabeça baixa se protegendo do vento que assobiavam, fazendo tudo como uma grande mistura de sons horríveis. O vento estava bastante frio, Gina já o sentia. Aliás, com certeza, o saguão inteiro já sentia. E ela já estava perto da porta.

O barulho aumentava, o vento se tornava mais frio. Estava tudo se tornando cada vez mais insuportável. Ela estava no final, a porta estava poucos metros, seu corpo estava sendo molhado com aos pingos com os fortes e pesados pingos de chuva que chegavam até a garota. Ela não ligava, não podia parar. O chão encharcado fazia pingos salpicarem em sua roupa, melar suas pernas. A água cobria toda a frente de seu sapato. Estava em alta quantidade... Era impressionante a força da chuva... Chegou à porta, ao lado de fora.

Foi inevitável não parar o corpo. A chuva caiu sobre ela como algo se cai nas costas de uma pessoa na altura de metros. Seu corpo foi totalmente coberto por água em questão de segundos. Hermione estava na metade do caminho e Rony faltava muito poucos metros pra floresta. O barulho e o frio chegaram a ser insuportável, então. Mas, ela tinha que agüentar... Gritou o mais alto que podia o nome de Hermione.

O seu grito foi levado pelo vento até Hermione, pois esta virou bruscamente para Gina, que estava no topo da escada de poucos degraus que a levaria ao chão... Gina, então, desceu correndo as escadas rapidamente, mas ao mesmo tempo, cautelosa para não escorregar... Estava tudo tão molhado. Ela mal via os pés coberto pela água, pois à medida que ela descia subia pelo tornozelo... Ela chegou até o chão, a água ultrapassava seus tornozelos agora, e correu em direção a Hermione que continuava parada, olhando para ela, arfando...

Gina ia pensando, sem se importar com a chuva em seu corpo, só com o pensamento no que Harry poderia está fazendo agora na floresta proibida, se ele estaria correndo perigo... Ela queria tanto o ver de novo. Ela ainda tinha a pequena dor que sentia no seu peito, estava menos tonta, talvez pela adrenalina de salvar Harry, mas ainda sim sentia dor e a angustia guardada no peito... Eles eram namorados a menos de 4 horas e agora não eram mais. Estava sendo tudo tão rápido... Ela chegou perto de Hermione. Ficaram uma de frente para a outra. Hermione tinha a roupa colada ao corpo, seus cabelos colados as costas. Estava como antes: alarmada.

- Eu não podia ficar lá... Harry corre perigo... – Falou Gina, ofegante agora que havia corrido. Hermione a olhava com os olhos arregalados... As águas iam até os joelhos de Gina, por causa do terreno ladeirado, mesmo que mais perto do castelo a água só cobria o tornozelo...

- Ele terminou com você, não foi? – Hermione entedia tudo perfeitamente, mesmo assustada. Ela conhecia bem Harry. Ela sabia que Harry não envolveria a Gina em seus problemas, ele não deixaria Gina correr perigo e era perigoso ela namorar com ele, agora, enquanto ele destruía pessoalmente as Horcruxes de Voldemort. Ele sabia que Voldemort poderia usar a garota para atingir ele... Hermione sabia que ele ia terminar, e agora percebia que era hoje. Harry por muito tempo perto do túmulo sem ligar pra muita coisa e agora, na floresta proibida através de Draco Malfoy.

Ela estava tendo atitudes insanas, porque estava perdido. Havia acabado de terminar com a mulher que amava... A mulher que estava na frente de Hermione com os olhos brilhando mais que o normal. Não era por causa da preocupação por Harry está em um lugar sombrio ou por causa do dia triste que estava. Brilharam daquele jeito de repente. Ela prendia o choro, o próprio choro, tentava ser forte. Hermione não precisava da resposta da garota mais.

Gina tinha uma expressão de dor física, mas Hermione sabia que era de dor emocional: ela tinha as testas franzida e os lábios abriam e fechavam... Ela queria falar, mas estava sufocada com a própria dor... Hermione sentiu um aperto no coração... Ela sentiu-se pena e ao mesmo tempo, culpada por estar ajudando Harry nessa loucura, mas ela não poderia o deixar fazer sozinho. E sabia que a felicidade de Harry só se concretizaria com Voldemort morto. Na verdade, ela estava fazendo um favor para os dois...

- Porque ele tem que sempre tentar salvar o mundo? Ele é tão jovem... - Gina falou. Sua voz saiu falha, desafinada, um pouco aguda... Parecia que sua dor aumentava e que ela finalmente se entregou ao choro. Hermione não via as lagrimas, mas a garota soluçava... Lutava para não faze-lo, mas Hermione sabia o quão era difícil isso... Ela sentia no fundo de seu coração o sofrimento da ruiva, queria até chorar junto a ela, mas tinha que se mostrar forte para Gina, tinha que dar o devido apoio. Mas, ela tinha que dar a resposta certa, tinha que ajuda-la...

- Ele não quer salvar o mundo dessa vez... Ele quer salvar a ele mesmo e a você... – Hermione disse, olhando Gina, que já chorava, com os braços soltos ao seu lado... Hermione não queria vê-la assim, ela sentia dó, sentia uma tristeza também e a vontade de chorar junto era forte, mas porque chorar? Hermione não tinha motivos para isso... Mas, no fundo de si mesmo ela sabia por quê... A historia de Hermione estava quase como a de Gina: Dentro da angustia e da dor e isso tudo por causa de um certo trapalhão que estava se tornando mais que isso... Hermione levantou o braço, a sua mão e colocou duas mexas do cabelo da garota para trás da orelha. Ela queria que Gina se sentisse acolhida, mas ela sabia que isso não aconteceria tão cedo... Ela continuou alisando ao lado da cabeça de Gina, enquanto a outra chorava...

- Mas, ele está me matando aos poucos... – Gina falou, sentindo sua angustia aumentar... Hermione respirou, então, rapidamente, enquanto sua mão descia, lentamente e cautelosa, dos cabelos da outra até as mãos, passando por seus braços. Gina não se sentia mais segura com esse gesto e Hermione sabia disso. Ela não queria fazer Gina parar de chorar ou contar a ela que Harry logo, logo voltaria pra ela... Não podia iludir a garota, nem falar de coisas que ela não sabia... Ela tinha que ser apenas realista. Harry poderia voltar pra ela, mas não seria nem amanhã e nem no final de semana...

- Você não sabe o que é morrer... E é por isso que ele tanto te protege... Não chore, ele ainda pode voltar pra você, acredite... Ele te ama. - Hermione não poderia segurar mais o choro. Apertou sem querer um pouco mais forte uma das mãos de Gina, enquanto a outra, que segurava sua varinha, afrouxou um pouco a mesma... Gina parece que não percebeu...

- Eu também o amo... Porque tudo é tão injusto? – Gina falou ainda com a voz falha, fraca... Ela não entendia muito bem. Quando Harry terminou, ela entendeu, não questionou, mas então ela, após Harry sair de perto dela, uma tristeza, um aperto tão forte em seu peito, lhe causando dor... Hermione soltou sua mão. Gina estava tão absorta em sua tristeza... Chorava pouco demais para demonstrar a vastidão dela, mas ela não conseguia fazer mais que isso, a dor não deixava... Hermione virou de costas rapidamente, Gina não ligou... Hermione ficou parada, com a varinha em punhos...

- Não temos respostas para tudo, mas vocês podem vencer, podem ter esperanças... – Hermione falou incerta do que realmente estava fazendo... Ela não podia dar falsas esperanças a Gina, mas também não podia simplesmente dizer que ela e o Harry tinham 14% de chances, somente, para ficarem juntos... Ela então começou a andar em direção a floresta... Harry ainda estava nela por algum motivo, eles não podiam deixar de procurá-los... E, além do mais, agora o Rony também está nela... Hermione foi caminhando a passos rápidos, incertos em direção a floresta...

Gina continuou tendo lagrimas correndo pelo seu rosto... Hermione estava começando a andar em direção a floresta... É, eles tinham que ajudar Harry... Ela tinha que encara-lo de novo, não poderia ser mais difícil... Ela não podia voltar. Estava preocupada, pois o amava e sabia que nunca deixaria de amá-lo, mas e se ele deixasse? Ela tinha que ser mais positiva, ela podia voltar ao Harry... Mas, poderia não voltar... Ela sentiu seu estômago girar, náusea só em pensar na suposição... Ela estava indo mais forte que imaginava, mas ao mesmo tempo, sabia que não... Ela, então, deu alguns passos, iria seguir Hermione... Essa, porém, não estava muito de Gina e as duas estavam só a poucos metros da floresta proibida. Hermione continuou andando até entrar na floresta, por entre as arvores sem folhas, mortas... Gina sentia a água muito perto de seus joelhos. Era incrível como chovia tão forte... Ela estava chegando às arvores altas e grossas não tão próximos uma as outras, com um espaço entre elas para a passagem, mas Gina sabia que mais a dentro era estreito... Ela acabou entrando na floresta também...

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As arvores muito juntas uma da outra, altas, grossas e cheia de nós... Arbustos ao lado de cada uma delas, a água cobrindo-lhe boa parte... Harry não se importava no qual estava assustador naquele lado da floresta proibida... Ele preocupava-se apenas em uma coisa... Olhava para os lados, varinha em punho, andando vagarosamente, silenciosamente...

A chuva forte, barulhenta que caia sobre si, molhando-o, não lhe era problema, ele só se preocupava em achá-lo... Seus ouvidos aguçados, pronto pra captar qualquer sinal, qualquer som... Seus olhos bem aberto, prontos para perceber qualquer vulto, qualquer forma... Ele ia passando pelas arvores, ultrapassando os arbustos e galhos espalhados pelo chão, evitando-os para não fazer barulho... Ele simplesmente não podia perder Draco de foco, ele fez Harry colocar todos os seus sentidos sobre ele quando fez aquela piada infame... Ele ainda caminhava pelo corredor de cadeiras com o malão em uma mão e a varinha em outra, chega ao final, mas para, algo apareceu ao seu lado... Ele olha ao lado e ver Draco Malfoy, encarando-o com um olhar penetrante e uma expressão ativa... Harry fica alguns segundos, o encarando e ele pergunta, com voz de desdém, arrastada, típica: Como vai o Dumbledore?... Mas, antes que Harry pudesse entender, ele corre a todo vapor... Harry ainda pensava em como ele apareceu ali, mas quando havia desistido de pensar, ele já estava dentro da floresta proibida... Seu sangue quente, enquanto Malfoy falava às escondidas para ele coisas e mais coisas... Harry a procurá-lo e ele no escuro, falando, fugindo quando Harry estava muito perto... Às vezes seu vulto aparecia, como recentemente...

Harry caminhava a cada minuto mais devagar. Afastava galhos, arbustos... Qualquer coisa que impedisse sua passagem... Abria caminho, e quando afastou dois galhos grandes, pode ver uma área limpa... De arvores ou de folhas... Era apenas uma cratera arrodeada da floresta... Era arredondada e lamacenta... A lama enchia todo o lugar... Mas, o olhar de Harry se deteve ao meio da lareira de metros de profundidade... Draco Malfoy estava parado lá, ainda com as vestes de Hogwarts, apenas sem a capa. Com pontos em várias partes rasgados como a calça que de tão rasgada estava muito curta, parecendo que não lhe cabia. As vestes também estavam muito sujas e com vários pontos em azul-marinho e com a manga quase toda rasgada, deixando seus braços cobertos apenas por pequenas tiras. As calças estavam com um forte cor marrom, com certeza da lama, quase não parecendo ser negra a cor verdadeira e como tudo no dia, molhadas, encharcadas... Ele tinha um sorriso de desdém no rosto e uma respiração descompassada, seu suor misturado à água da chuva... Ele olhava diretamente a Harry e piscava frequentemente... “Sabe de uma coisa, Potter? Eu sabia que você iria vir, porque você simplesmente é tão patético...” sua voz arrastada estava alta, fazendo-se ouvir entre a barulheira da chuva... As palavras do loiro ecoaram pelo seu ouvido assim que elas foram ditas... Malfoy estava com a varinha na mão e parecia caçoar dele...

Harry sentiu a raiva crescer em seu ser... Não pensava em muita coisa a não ser em ferir Malfoy... Ele se divertia com isso tudo, com o sofrimento de Harry, não sentia um remorso contra Dumbledore, era tão horrível quanto qualquer comensal... Harry não podia o deixar rir pela morte do diretor, seria ultrajante! Harry queria causar dor em Draco, faze-lo sentir o que ele sentia agora... Ele levantou a sua varinha...

- Estupore! – bradou alto, decidido, o feitiço voou contra Draco, mas a meio caminho, Draco com a varinha erguida, vez um movimento com a varinha, e simplesmente o feitiço desapareceu no ar a poucos centímetros de Draco. Então, ele apontou a varinha a Harry e de repente, como se uma mão invisível o empurrasse, o garoto caiu no chão, girando ladeira a baixo, entre lamas e caiu estendido na poça grande de água que a chuva formava, mergulhando, praticamente, as gargalhadas de Draco “veja, veja! E aprenda, Pootteerr!” e gargalha mais, energeticamente, maligno... Harry se levantou completamente, totalmente sujo de lama, mas, conseguindo enxergar Draco que ainda ria... Levantou a varinha de novo...

- Estupefaça! - gritou e o feixe de luz vermelha saiu de sua varinha chegando a Malfoy, sem bloqueio... Mas, Malfoy não caiu no chão ou cambaleou, tampouco voou... Não dava sinais de ter sido atingido... O feitiço bateu simplesmente nele e se extinguiu... Enquanto Malfoy o encarava com desdém...

- Tão fraco... Vi como aprendi? Artes das trevas são realmente agradáveis... – ele falava em um sussurro... Como Draco Malfoy aprendera essas defesas? Estava tendo aulas com alguém? Estava de volta com Voldemort? Ou era o Snape que o ensinara? Então, ela estava aprendendo magia negra avançada? Harry agora poderia estar correndo perigo?

- o que você quer? – perguntou Harry, atento a tudo a sua volta, enquanto Malfoy começa a andar para trás, a varinha apontada para Harry que também mantinha a sua levantada... Malfoy caminhava lentamente de costas enquanto Harry dava passos lentos em direção a Malfoy, pois não podia deixar este escapar... Ele estava começando a gerar duvidas em Harry que olhava Malfoy encara-lo satisfeito, enquanto salpicava lamas em si por estar andando por elas.

- Talvez somente amostrar... Se você caminhar na direção certa poderá ver... Mas, você não sabe a direção certa! Eu sei! – disse Malfoy, a voz mais arrastada que nunca, um olhar penetrante e significativo, como se quisesse dizer algo, mas o que? O que Malfoy estava dizendo parecia não fazer sentido... Parecia... A pergunta rodava na cabeça de Harry, deixando o mais tonto que antes... Malfoy queria mostrar-lhe algo? Mas, o que? Harry teria que segui-lo para ver o que ele queria mostrar? Era isso que Malfoy queria dizer? Mas, e se fosse uma armadilha? E se Malfoy estivesse colocando-o em perigo? Harry só descobriria se o seguisse, se visse o que era exatamente... Ele tinha que arriscar, a duvida foi implantada de modo certeiro em Harry. Harry tinha que ver para se livrar dela... E se fosse algo importante que Malfoy queria lhe amostrar? Mas, desde quando Malfoy amostra algo que vá ser importante pra Harry? Harry estava tão atordoado que mal ouviu sua voz após...

- O que você quer me amostrar? – perguntou Harry tonto a cada minuto que passava, sua voz demonstrava isso, sua voz falha... Malfoy então sorriu mais ainda, abaixou há cabeça um pouco, com os olhos levantados para Harry, fixos, ainda significativos e brilhantes... Ainda continuava andando, subindo a ladeira agora, a cabeça baixa, olhando Harry... Porque ele estava fazendo isso! Ele parecia diabólico! Malfoy andava, mas Harry não o seguia, não andava atento enquanto Malfoy fazia o mesmo... Estava tão perdido em seus próprios devaneios... Mas, a varinha continuava apontada para o peito de Malfoy.

- Você vai ver... – falou Malfoy ainda com a cabeça um pouco baixa, em um sussurro arrastado, seus olhos brilharam no escuro e ele riu alto... Parecia estar se divertindo com Harry, zombando do garoto... Ele estava quase em cima do monte, já tinha subido mais da metade da ladeira... Harry não o seguia... Seu coração estava acelerado, ele estava excitado... Então, seus olhos ficaram vagos, ele não estava mais prestando atenção em Malfoy, só em suas próprias duvidas... Malfoy percebeu isso e então parou de sorrir... Chegou hora de agir... E então, sem esperar, a cabeça agora levantada, os olhos cinzas brilhando mais que nunca... Ele saiu correndo por entre os galhos e musgos desabalado... Harry percebeu e olhou... Malfoy não estava mais ali... Ele ainda viu a ponta de seus cabelos loiros... Então, saiu correndo, ele não podia perder Malfoy de vista...

Subiu a ladeira o mais rápido possível... Chegou ao topo e sem ao menos respirar, correu pelos musgos e galhos, arvores... Então, saiu correndo separando com as mãos e braços as folhas e galhos, desejando encontrar Draco com todas as suas forças, não encontrava mais vestígios dele, mas iria encontrá-lo...

&&&&&&&&

Desciam os degraus da escada o mais devagar possível... Estava ele mais recuperado... Ela sorriu com esse pensamento, o primeiro sorriso de tempos... Luna Lovegood descia as escadas que dava ao saguão de entrada com o braço de Neville Longbottom ao redor de seu pescoço talvez por precaução... Ele estava levando alta completa da ala hospitalar... Ele tinha ido após o enterro de Dumbledore até a ala hospitalar para ter uma ultima observação de Madame Pomfrey e Luna estava agora ajudando a ele a descer as escadas, fazendo ele se sentir cada vez mais feliz por ter uma companheira mais ativa como ele nunca teve... Talvez isso seja um dos motivos do rápido recuperamento de Neville.

- Você está realmente melhor! Parabéns! – disse Luna entusiasmada, sorrindo para Neville, parecendo mais confiante, dando confiança ao garoto...

- É, é bom sair daquele lugar... – disse Neville descendo o ultimo degrau, parecendo aliviado e dando um fraco sorriso, sem olhar para Luna.

Luna continuou olhando Neville, mas agora sério... Ela desceu o ultimo degrau da escada ao mesmo tempo em que Neville, que olhava agora para baixo. Então, tirou seus braços do pescoço de Luna... Ele só precisava de apoio para descer de escadas agora, depois de uma poção da Pomfrey... E olhou para Luna que ainda estava o olhando e então eles andaram em direção a porta do salão principal...

- Os malões estão no dormitório... Depois pegamos... – falou Luna caminhando, sem olhar para Neville que consentiu levemente. Com a sobrancelha levantada, ela olhava para a porta de entrada de Hogwarts que estava aberta, mesmo com o temporal lá fora, fazendo até metade do saguão... Parecia que Neville percebia o mesmo, pois olhava para o chão molhado totalmente... Luna se perguntava por que a porta estaria aberta... Quem devia ter saído com essa chuva toda? O que estaria fazendo lá fora? Ela ia rapidamente andando, olhando a porta, Neville logo atrás, também olhando... Eles já estavam perto da porta, quando Luna, distraída, chutou algo duro e pesado no chão... Ela parou no mesmo instante e Neville fez o mesmo logo atrás, olhando pra ela sem entender porque parou... Luna olhou pra baixo e viu um malão, que com o chute dela, abriu-se...

- Estranho... Quem deixaria um malão no saguão? - falou Neville com a testa franzida, olhando o malão por cima dos ombros de Luna que o encarava confusa... Ela se abaixou devagar e olhou a parte de dentro da porta do malão, onde tinha um pedaço de pergaminho colado com um nome escrito... Ela franziu um pouco os olhos para ler melhor e viu o nome ao mesmo tempo em que arregalou um pouco os olhos...

O malão era de Gina Weasley, Grifinória... Era assim que estava escrito... Então era Gina que havia saído do castelo para fora? Mas, será que ela já voltara? Mas, se sim, porque deixar o malão ainda ali, no chão? Só podia ser: Gina saiu do castelo por algum motivo, com certeza por um motivo serio, se não levaria o malão, e ainda nem voltara... E se Gina estivesse correndo perigo? Nesses tempos tudo era tão incerto... E com certeza uma pessoa em sã consciência não sairia nesse temporal todo... O céu parecia que ia desabar! Luna, então, olhou pensativa para Neville que vira o nome, provavelmente, ou não estaria com uma cara tão confusa...

- Se eu falasse pra você ficar no salão principal, enquanto eu ia em algum lugar, você não ficaria, não é Neville? – perguntou Luna com a voz cautelosa, olhando Neville que também olhava ela...

- Não, não ficaria Luna... A Gina saiu do castelo e você vai atrás? – perguntou Neville, olhando fixamente Luna que começava a se levantar lentamente...

- Ela pode estar correndo perigo... Eu sinto isso... – Ela deu um fraco sorriso e Neville falou um pouco alarmado após isso...

- Eu vou com você porque você me ajudou... – Falou ele e sem saber por que seu rosto corou. Sua expressão alarmada ficou em um tom vermelho, enquanto os olhos de Luna brilhavam... Mas, neste instante as portas do salão principal se abriram e quando Luna virou-se para ver e Neville olhava sem piscar, saia a professora Trelawney saia pela porta, seu rosto em uma expressão dramática, a mão ao peito e os olhos arregalados, enquanto as portas do salão fechava-se atrás dela, com seus xales e vestidos longos, com correntes grandes ao pescoço... Ela olhou para Neville e Luna com os olhos aumentados em muitas vezes por causa dos óculos...

- Estrada, eu vejo uma estrada sim... Então, vem um rio, a escuridão, a névoa, e depois o sangue, para vir à morte... Tudo hoje a noite... Protejam-se!! Está tudo em perigo hoje... – falou ela com a voz baixa demais e falha, muito falha... Então, quando acabou, saiu rapidamente em direção a escadaria que levava aos outros andares, ofegante, a mão ainda ao peito, murmurando ainda o que Neville e Luna ouviram-na dizer... Assim que ela desapareceu, seguida pelos olhares dos dois garotos ainda em silêncio, Luna virou-se para Neville, ofegando um pouco, sentindo seu pulso acelerar... Ela acreditava nas predições de Trelawney, sempre acreditou... Neville parecia que não...

- Olha, eu acho que ela está certa... Isso pode querer dizer sobre a Gina... – Ela deu uma grande pausa e respirou fundo ao olhar preocupado de Neville – vamos lá... – e com um ultimo olhar para Neville, virou-se para a porta de entrada do castelo...

E quando Neville virou-se também para a porta, Luna andou apressada, quase correndo, em direção a porta, Neville em seu encalço, respirando rápido e forte... Ele estava tão perto de Luna que ela sentia o seu ar quente em seu pescoço... Ela então começou a correr fracamente e Neville também, sempre juntos, enquanto atravessava o malhado completo do chão do saguão, enquanto o vento trazia a pesada chuva de fora e os molhava cá dentro, deixando-os encharcados à pouquíssimos metros do portão... Então, eles pararam de correr porque ali estava impossivelmente escorregadio e andaram rapidamente novamente em direção a porta...

Chegaram lá ficando molhados e molhados, a roupa pesada por causa da água em seus corpos... Eles, então, enquanto o vento passava cortando os rostos dos dois, chegaram ao lado de fora do castelo onde o barulho da chuva era em um volume absurdo e os pingos pesados estavam imaginavelmente fortes... Luna ainda estava na frente, a testa franzida, olhando ao redor, procurando talvez algum vestígio de pessoa... Então, olhou a copa das arvores da floresta proibida, onde tinha por perto a cabana carbonizada e destruída de Hagrid... Ela por um momento viu uma pessoa de cabelos muito ruivos e um segundo depois desapareceu por entre as arvores... Luna então prendeu a respiração e olhou para Neville que estava olhando ao redor também, procurando vestígios que Luna já encontrara...

- A floresta proibida... Está na floresta proibida... – Gritou Luna rapidamente, para fazer-se ouvir sob o barulho da chuva... Neville olhou-a em silêncio, como estivesse pensando em algo e então, veio para perto de Luna, ao lado dela e então, passou a mão pelo pescoço dela, apoiando-se bem fracamente... Luna olhou-o e viu seus olhos cheios de determinação e um segundo depois, eles desciam à escadaria que levava ao chão, cambaleando e escorregando, mas ainda sim, Luna fazia-se o equilíbrio de Neville... Eles quase caiam, mas se recuperava sucessivamente...

&&&&&&&&

A sala tinha a parede repleta de quadros a óleo de bruxos e bruxas, um belo fogo rugia na lareira a frente, tinha algumas cadeiras e mesas... Era assim a câmara atrás do salão principal de Hogwarts... Ela agora estava com algumas poucas pessoas, enquanto os quadros ouviam o que falavam, desiludidos, até triste, como Minerva McGonagall estava agora, apoiada no console da lareira, a cabeça abaixada e as mãos em cima do console, fechadas rudemente... Ao lado dela, alguns metros apenas de distancia estava uma mulher baixa e gorda, com um vestido de veludo cor-de-rosa, com mangas compridas, tinha os cabelos de ratos... E logo atrás de si, apoiado em uma negra bengala, estava Rufus Scrimgeour, com seus cabelos parecendo jubas leoninas, com mechas grisalhas em um mar de cabelos marrom-amarelados... Minerva parecia chorando, Umbridge satisfeita e Rufus esperando como se uma bomba pequena, mas uma bomba, fosse explodir...

- Ora, Minerva, será melhor... – falou Umbridge, com sua voz doce, um pouco mais grave e sem piscar...

- Não será... Hogwarts ainda tem alunos que querem voltar... – disse ela olhando para Umbridge, seus olhos fixos e levemente arregalados e a boca crispada mais que nunca... Umbridge apenas piscou levemente...

- Não, Minerva... Os pais não vão achar seguros... Eles estarão assustados... Por Deus! Você parecia concordar antes... – Falou Rufus, caminhando mancando para mais perto de Minerva e Umbridge... Sua voz estava mais grave que a de Umbridge e baixa...

- Mas, que agora é tão difícil aceitar, Ministro, entenda... Porque não fazer reuniões com os pais? Até com os alunos presentes? Eles sabem mais que nós... – começou ela com um tom um pouco, muito pouco desesperado em sua voz... Ela não podia pensar em Hogwarts com as portas fechadas para os alunos depois de um milênio inteiro aberta para eles... Ela começou, mas Umbridge interrompeu com sua voz fina e ainda doce...

- O ministério está aqui para decidir a segurança... É nosso dever essa decisão... Precisamos demonstrar o nosso poder para deixá-los confiante... – Falou ela com cautela, parecendo seria, mas Minerva viu um quase sorriso formado no canto de seus lábios... Olhou rispidamente para Umbridge...

- Cada um de nós sabemos o que é bom para nós... – falou Minerva, fria... A voz seguida pelo silêncio e a resposta depois de segundos e segundos...

- Eles estão precisando de ajuda e nós vamos ajudar, fazendo o nosso trabalho... – Falou o ministro, ligeiramente rouco, enquanto Minerva virava a cabeça lentamente para ele, seus olhos arregalaram mais um pouco... Parecia pensar, apenas pensar... Umbridge avaliou-a de cima a baixo com um olhar penetrante...

- Dumbledore sabe... Aqui sempre tem alguém que quer vir e a escola sempre ajudará... Hogwarts é uma casa! Não podem fecha-la! – Falou McGonagall se desapoiando do console da lareira, se afastando de Umbridge e Rufus, de frente para a porta e então viraram para os dois esperando a resposta, respirando fundo, o coração batendo forte...

- Dumbledore está morto, Minerva... E esse é o ponto... – Disse Rufus virando para Minerva, mas não a encarando... Encarava fixamente um quadro atrás dela, seus óculos de metais brilhando... Era a tarde mais sombria que Minerva já vira e com essas palavras, ela ficou mais escura...

- Essa é a palavra final... – Falou Umbridge e finalmente o sorriso no canto de seus lábios que a tantos minutos arriscava brotar, brotou... Minerva exasperou-se...

- Palavra final?? Palavra final?? – falou ela, gesticulando com as mãos para o nada. – a palavra final foi do ministério também quando ele resolveu colocar essa mulher – e apontou impaciente, enraivada para Umbridge que simplesmente fitou-a, tirando o seu sorrisinho e ficando serio, a sobrancelha levemente levantada... Mas, o ministro abaixou levemente a cabeça e fechou os olhos, e com uma de suas mãos empurrou os óculos para mais perto de seus olhos...

- Lamento por você... Eu admiro muito você e os outros professores... Lamento por eles e por Hogwarts... Lamento por Dumbledore... Mas, estamos em meio a uma guerra, e Hogwarts sem Dumbledore e com Voldemort ativo, entra em declínio... – falou ele tão lentamente que parecia que estava tudo em câmara lenta... Mas, para Minerva o tempo parou, seu coração estava batendo e ao mesmo tempo falhando batidas... O ministro começou a andar em direção a porta, em uma caminhada difícil... Minerva o acompanhava com o olhar, como se só isso pudesse faze-lo mudar de opinião, mas não fez... O ministro a encarava sem dizer nada, suava, pingos caiam por seu rosto... Chegou perto de Minerva, ao seu lado e então, colocou sua mão em seu ombro, de forma consoladora, mas nada podia consolar Minerva... Eles se encararam por um momento e então, o ministro começou a andar novamente, sempre em direção a porta, mancando, a capa negra balançando atrás... Minerva virou rapidamente de costa para Umbridge que se esforçava para não rir um pouco mais alto do que devia... Minerva olhava com os lábios abrindo e fechando, como um peixe fora da água novamente... E então, o ministro chegou perante a porta e lentamente levantou o braço trêmulo para segurar a maçaneta da porta de madeira...

E com as mãos na maçaneta da porta, o ministro olha para trás, lentamente como se fosse mais que difícil e com pesar descrito em seu rosto, ele sussurra:

- O trem de Hogwarts e as carruagens estão atrasados... Eu descobrirei o que está acontecendo... – E então, com um suspiro, virou-se mais rápido para a porta, girou a maçaneta e abriu... Saiu rapidamente da sala, sua capa balançando atrás de si... Minerva continua olhando a porta... Não falara nada quando o ministério falou e agora também não queria falar... Seu estômago estava levemente embrulhado... Ela ouviu passos atrás de si, passos lentos, mas decididos... Lentos como se fosse cautelosos por algum motivo... Era Umbridge que, pelo o que McGonagall sentiu, parara a um metro de distancia de suas costas... Umbridge falou em um tom formal...

- Mandaremos uma carta para você amanhã dizendo a data e a hora em que deve comparecer rapidamente ao ministério... Lamento... – Falou a ultima palavra quase a soletrando, sem o tom formal, agora parecendo em parte risonho e em parte sério...

- Não precisa fingir para mim, Umbridge... Vejo que os centauros não ensinaram a você a ser menos hipócrita... – Falou Minerva polidamente e rápida... E sem dá chance de Umbridge responder qualquer coisa, fazer até qualquer coisa a não ser arfar pesadamente, Minerva caminhou até a porta, em direção aos alunos lá fora amedrontados, sem esperança, sentindo o real peso de uma guerra que eles não deviam estar participando... Afinal, ninguém deveria estar...


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N/A.: Zilhões, Zilhões, Zilhões, Zilhões e Zilhões de desculpas por esse tempo todo de demora, mas é que o PC e outros problemas fizeram ocorrer esse atrasso, mas prometo que por mim não acontecerá... Mas, bem, aqui está o Segundo capitulo... Estou escrevendo o terceiro e não deve demorar... XD... Bom, então, por favor comente, pois se eu tiver erros com esse capitulo, até a fic, eu saberei através da opinião de vocês e com ela, procurarei melhorar...XDXD... Mas,bom, então... Boa leitura... hehe...

Obs.: um novo site nasce:www.magids.net/... entrem e participe, acredite: não se arrependerá nem um pouco XD...

beijos e chau...

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