Feliz Natal



Minha cor
Minha flor
Minha cara

Quarta estrela
Letras, três
Uma estrada

Não sei se o mundo é bão
Mas ele ficou melhor
Quando você chegou
e perguntou:
Tem lugar pra mim?

Espatódea
Gineceu
Cor de pólen

Sol do dia
Nuvem branca
Sem sardas

Não sei quanto o mundo é bão
Mas ele está melhor
Desde que você chegou
E explicou
O mundo pra mim

Não sei se esse mundo estã são
Mas pro mundo que eu vim já não era
Meu mundo não teria razão
Se não fosse a Zoé


Espatódea

Nando Reis




20 – Feliz Natal


Abriu os olhos lentamente, estava escuro, seu corpo estava envolvido pelos braços dele, podia sentir o batimento ritmado de seu coração e o subir e descer de seu peito, tudo aquilo lhe transmitia tanta paz.
Levantou a cabeça para admirar seu rosto e sorriu ao ver que dormia tranqüilo, nem parecia o Draco de sempre.
Acariciou de leve seu cabelo, antes de beijar-lhe suavemente os lábios.
- Se eu acordar é bom você estar disposta. – murmurou sonolento em tom de brincadeira, trazendo-a para mais perto pela cintura .
Sorriu e beijou seu rosto, puxou-a pelo braço para que se abraçassem novamente. Logo em seguida, além dos braços, as pernas também a cobriram. Sorriu ao lembrar que antigamente reclamava por ele tratá-la como um travesseiro ou um bichinho de pelúcia, mas agora, tinha total consciência do quanto sentiu falta do peso do corpo dele sobre o seu. Voltou a relaxar e dormiu.




- Preguiçosa. –chamou-a beijando seu ombro.
- Hum? – reclamou.
- Amor, passou da hora... perdemos o café da manhã.
- Estou com fome. – ficou de frente para ele, ainda sem abrir os olhos.
Ele sorriu, beijando-a brevemente.
- Roubamos alguma coisa da cozinha.
- Então me deixa dormir.
- Até deixaria, mas logo mais teremos aulas.
- AULAS? – levantou num pulo. – Que dia é hoje?
- Quinta-feira.
- Por Merlin, Draco, por que não me acordou antes?
- Porque eu também estava dormindo. – respondeu calmamente.
- Que horas são? – perguntou levantando, procurando as roupas espalhadas pelo chão para se vestir.
- Calma, temos trinta minutos até as aulas começarem...
- TRINTA MINUTOS? Você fala como se tivéssemos tempo!
Ele levantou e a segurou pelos ombros.
- Calma, vamos chegar a tempo, é só nos apressarmos um pouco.
- Prá você é fácil falar. – respondeu tentando se acalmar. – Preciso ir para o meu quarto e me arrumar.
- Isso, vai dar tudo certo. – concluiu acariciando o rosto dela.
Hermione sorriu em resposta.
- Vou indo, então.
- Hei... não sem antes se despedir de mim.
- Draco, estamos atrasados...
- Um beijinho e não se fala mais nisso.
Foi até ele e beijou seu rosto. Ele a segurou.
- Nem pensar.
Puxou-a para um beijo calmo e rápido.
- Agora sim. E não se atreva a se despedir de outra maneira daqui pra frente.
- Tá bom, amor, posso ir agora? – já estava impaciente, odiava se atrasar.
- Me chamou de amor? –puxou-a novamente pela cintura.
- Desse jeito não vamos chegar nem para o almoço. –repreendeu-o, mas sem evitar um sorriso.
- Você me convenceu, vou ser bonzinho e te deixar partir, mas mais tarde vou cobrar pela minha bondade.
Ela fez um sinal negativo.
- Você não tem jeito mesmo! – comentou sorrindo. – Vou embora.
- Vá! Vá antes que eu te agarre e te prenda aqui! – brincou, indo em sua direção, Ela se esquivou e saiu do quarto.




Draco e Hermione estavam juntos há uma semana, mantinham discrição, já que o divórcio saíra há poucos dias e ela não gostava da idéia da escola inteira saber que estava com Draco.
Porém, mesmo não sendo vistos juntos ou demonstrando carinho em público, não tinha a menor possibilidade de esconder o relacionamento de algumas pessoas.

- Então vocês estão realmente juntos?
- Essa conversa de novo não, Harry!
O moreno bufou.
- Você está feliz?
Hermione o encarou, estava com o cabelo preso em uma trança perfeita, os olhos brilhando e um sorriso bobo no rosto.
- Ok, não precisa responder. – concluiu ligeiramente emburrado. – Apesar de tudo, ainda sinto um pouco de ciúme de você. – comentou ameno.
- Eu entendo, também sinto de você, mas de uma maneira diferente.
Ele sorriu.
- Mas fico feliz em ver que você está assim.
- Não saberia definir como estou feliz, Harry, está tudo perfeito, estamos muito bem, Draco e eu, os meninos “aceitando-o”, você do meu lado e a Meg está cedendo...
- Ouvindo você falar assim, nem dá pra perceber que a Meg tem me evitado há dias!
- A culpa é sua!
- Minha? – perguntou com a voz alterada. – Eu definitivamente não sei o que fiz pra ela não querer falar comigo!
- Não fez nada. – respondeu Hermione calmamente.
- Então, isso que não entendo!
- Harry, o problema é exatamente esse, você não fez nada. Nosso divórcio já saiu e com isso a Meg certamente relutaria menos, mas você não faz nada. Quando ela chega perto você fica quieto e sem ação! Juro que estou me lembrando do Harry de 15 anos que tinha medo de falar com a Cho.
Essa mania de falar como se estivesse explicando a uma criança o resultado de uma soma irritava muito Harry, ainda pior, o desarmava por completo, pois se sentia exatamente como uma.
- Não está acontecendo isso! Eu só... só... a Mione é estranho, estou inseguro, ela é tão... tão... perfeita.
- Que lindo! Você está realmente apaixonado! – falou apertando a bochecha dele.
- Pára você sabe que não gosto disso!
- Desculpe, não faço mais. – respondeu sorrindo arteira.

Draco entrou no salão comunal e olhou pra cena com ar superior.

- Certo, saia de perto da minha mulher, Potter!
Harry bufou.
- Mal estão juntos e ele já está possessivo assim? – perguntou a Hermione, mas não esperou resposta. – Vou para o quarto!
- Você não vai a lugar algum! Draco, deixe de ser bobo, estamos conversando. Está na hora de se darem bem, afinal, os meninos são diretamente afetados com o relacionamento de vocês.
Os dois fizeram barulhos estranhos de reprovação, mas não contestaram. Draco sentou em uma poltrona ao lado de Hermione e perguntou:
- Sobre o que estavam conversando?
- Nada. – respondeu Harry de malgrado.
Draco ia começar uma discussão com o “oponente”, quando Neville, Ron, Meg e Gina entraram animados na sala comunal.
- É evidente que o Chudley Cannons vai vencer a Liga esse ano!
- Holyhead Harpies e não se fala mais nisso!
- Ron! Gina! Vocês dois estão cegos ou o quê? É claro que Montrose Magpies vai vencer mais uma vez, diga-se de passagem! – Meg comentou orgulhosa.
- Francamente, eles dão sorte, Meg, no ano passado ganharam por 10 pontos!
- Sorte não, Ron, competência!
Ron girou os olhos e comentou num muxoxo: - Se as mulheres continuassem se preocupando apenas com suas famílias e com o que devem fazer para o almoço ou o jantar, o mundo certamente seria um lugar melhor .
- RONALD! – repreenderam todas as mulheres reunidas.
Ele ao redor e informou rápido: - E-eu vou para o meu quarto, a Luninha está me esperando lá! Er... ela não precisa saber disso, ok?
Hermione jogou uma almofada no amigo antes que saísse.
Gina e Neville também se retiraram, alegando que tinham que terminar de montar as aulas da manhã seguinte, e logo Meg informou que tinha esquecido algo na biblioteca e iria buscar.
Depois que a amiga saiu pela porta, Hermione repreendeu Harry.
- Por que não vai atrás dela?
- Hermione, não acho que seja a hora certa para falarmos sobre isso. – advertiu-a.
- Então o Potter está interessado na Madison!?
- Cale a boca Malfoy! – Harry se levantou num pulo da poltrona, sobressaltando Hermione, que tentou acalmar os ânimos antes que as coisas saíssem do controle, mas Draco foi mais rápido quando se levantou e retrucou:
- Por que calaria? Sabe, Potter, mesmo depois de tanto tempo você continua burro e idiota em relação às mulheres! O que está esperando para ir atrás dela? Alguém pedi-la em casamento antes que você o faça?
- Fala como se fosse expert no assunto. Quantas vezes foi casado mesmo?
Draco o observou por algum tempo, provavelmente definindo se o azararia ou manteria a compostura.
- Nenhuma, mas não cometeria o mesmo erro novamente, pelo visto, o senhor “eu-sou-perfeito” Potter, não aprende com os próprios erros.
Harry se calou. No fundo sabia que Draco tinha razão. Os olhos se perfuraram por segundos antes que Harry saísse pelo retrato de um coronel para fora da sala comunal.
- Por que fez isso?
Draco olhou para a mulher e no momento em que viu a expressão insatisfeita no rosto dela puxou-a pela cintura, trazendo-a para um beijo que não foi correspondido, já que ela virara o rosto esperando por uma resposta. Eles não brigariam por causa do Potter, não mesmo!
- Ora, Mione, apenas quis fazer com que o Potter acordasse! Se não for atrás dela, a Madison não vai se jogar nos braços dele!
- Você foi ignorante!
Beijou a bochecha dela, e em seguida a testa, o nariz, a outra bochecha, já não estava mais brava.
- Não vai me convencer assim...
Pescoço... Ombros... Braços...
- Draco, pára!
- Só estou tentando me redimir! – disse entre um beijo e outro, sorrindo.
- Por favor. – pediu enquanto ele beijava seu pescoço e ela o alongava, a fim de abrir espaço.
- Não quero que me ache ignorante, meu amor! Preciso que me perdoe!
- Sei! Mas aqui não é lugar pra isso. – disse rendida.
- Absolutamente, seu quarto ou o meu?




- Meg? Meg?
Estava procurando por ela na biblioteca já escura e fechada. Só convenceu madame Pince a deixá-lo entrar por alegar ser professor e precisar usar um material importante. Ela reclamou e saiu da biblioteca dizendo que os antigos professores jamais fariam isso com ela: - Uma falta de respeito! Fiquem aí então, você e a professora Madison!
E saiu sem dizer mais nada. Harry continuava a procurá-la.
- Meg? Você poderia respond...
- Te peguei!
Ela saiu de trás de uma prateleira parando atrás dele para assustá-lo. Ao ver que tinha alcançado seu objetivo começou a rir descontroladamente, apoiando-se ns joelhos, quase sem ar.
- Tinha que ver... a sua... a sua cara! Tão, mas tão engraçada...
Ele, que inicialmente ficou irritado com o susto, não resistiu ao sorriso encantador da mulher e sorriu com o canto dos lábios.
- Você me paga senhorita Madison! Escute o que estou falando.
- Ahhh sim! Estou com muuuito medo do grande Harry Potter! Afinal de contas, ele se assusta com um simples buh em uma biblioteca escura. – provocou, entre risos.
Esperou o riso cessar, ela ficava absolutamente linda daquela maneira, então Meg se deu conta que Harry já não sorria.
- Você ficou bravo? Quero dizer, desculpe, mas não resisti eu...
- Não fiquei bravo. – acalmou-a segurando seus braços gentilmente.
Ela ficou sem jeito com a maneira que a segurava e a encarava. Seus olhos pareciam querer desvendá-la.
- Que bom, nesse caso, vou indo já peguei o que precisava. – comentou mostrando um livro grosso.
- Espere! Realmente preciso conversar com você!
- Não sei por que insiste, não temos nada sobre o que conversar...
Virou as costas para sair, mas Harry foi mais rápido e a segurou.
- Não vai mais fugir, vai me escutar, querendo ou não!
- Eu não...
- Escute Meg, não sei o que está acontecendo, mas não há como negar que algo existe entre nós.
Ele se aproximava ao passo que falava, sua voz estava rouca e Meg fechou os olhos.
- Me sinto feliz ao seu lado, muitas coisas começaram a fazer sentido agora.
- E a Mi...mione... – gaguejou ela.
- Mione e eu não somos mais casados, mas ainda somos amigos, não faz sentido continuar fugindo. Até porque ela dá o maior apoio para nós.
- Ela o quê? – abriu os olhos abruptamente e se arrependeu logo em seguida. Seus olhos dele de tão perto eram mais encantadores. Tinham um brilho intenso e único.
- Ela sabe, eu não contei nada, mas é realmente difícil esconder algo dela.
Aproximou seu rosto do rosto dela, as respirações aceleradas e mãos trêmulas.
- Mas não é certo. – sua voz saiu com dificuldade, Harry passava seus lábios pelo rosto da mulher que respirava lenta e profundamente.
- E por que não seria? Você também quer.
Sem esperar por mais resistência Harry segurou com delicadeza seu rosto entre as mãos e a beijou.
Meg estremeceu os lábios de Harry, tinham um gosto de hortelã e seu toque era gentil, toda e qualquer resistência foi por água baixo. Afinal, pra que fugir se ela também o queria?




- Mãe.
- Phil, Tiago! – Hermione os abraçou com vontade. Fazia tempo que não ouvia os filhos a chamarem daquele jeito quase possessivo, na verdade não via a hora daquilo tudo acabar para que pudesse voltar a ser apenas a mãe deles. – Que saudades de vocês.
- Nos vemos todo dia, não sei como consegue sentir nossa falta! – falou Philip.
- Está fazendo tipo, foi ele quem me disse: “Vamos lá falar com a mamãe. Estou com saudades dela”. – Tiago engrossou a voz, fazendo uma imitação perfeita do irmão, tirando sorrisos da mãe.
- Eu sei que sentem minha falta. – ao ver a expressão emburrada do primogênito, completou. – E sei que são dois machões também. – Tiago riu. – Mas me digam o que vieram fazer aqui? Quase não os vejo na biblioteca.
Philip rolou os olhos.
- Porque aqui é chato!
- Aham. Phil quantas vezes vou ter que te falar que a bibli...
- Antes que vocês comecem a discutir a importância da biblioteca, vamos conversar sobre o que realmente interessa. – os dois encararam Tiago surpresos, definitivamente ter se transformado em apanhador fez muito bem a ele, jamais os interromperia em outras circunstâncias. – Nós vamos passar o natal aonde?
Hermione ficou sem reação por um momento, não tinha pensado nisso.
Seria estranho passar como sempre na casa de campo que eles tinham, mas por outro lado, seria bom para seus filhos entenderem que os pais podem ficar bem juntos sem serem um casal.
- Hum, não sei, o que sugerem?
- Falamos com o papai, e ele falou que você decide, mas nós queremos ir para a nossa casa de campo como sempre. – falou Philip.
- Têm certeza que não preferem ficar por aqui? Afinal, já estamos todos reunidos, poderíamos fazer algo...
- Não! – responderam os dois em uníssimo.
- Ok! Vou falar com o pai de vocês, já que realmente insistem.
Os meninos sorriram e Philip completou antes de sair.
- E mãe, convide o meu pai.
Ela ficou estática por alguns minutos, de tudo o que podia pensar essa era a última coisa que esperava ouvir, Philip tinha acabado de convidar Draco para passar o natal com eles! Definitivamente, estavam se entendendo. Tinha certeza que Draco ficaria realizado.




- Fez o que combinamos?
- Sim, mas não sei. Estive pensando que talvez estejamos indo longe demais com tudo isso!
- Escute aqui seu Malfoyzinho de meia tigela, você vai fazer tudo o que eu mandar! O passo já foi dado e o Draco vai nessa maldita viagem com vocês. Quando voltarem... – a pessoa sorriu debilmente. – tudo estará perfeito para eu fazer o que preciso. Nem pense em voltar atrás, está me ouvindo? – a pessoa o segurou bruscamente pelo braço.
- O que vai acontecer se eu fizer isso? – perguntou, não deixando a arrogância morrer.
- Mato a sua mãe.




Era uma quarta-feira e quando começou a aula do sexto ano, notou que os alunos estavam eufóricos e dispersos. Hermione estranhou, já que a aula era Cornival e Grifinória.
- O que está acontecendo aqui hoje? Por que estão tão desatentos? – interrogou irritada.
- Você sabe, professora, eles sempre ficam assim em véspera de jogo! – comentou uma menina da Cornival.
- Jogo? Que jogo? Ah meu Deus, é amanhã o jogo entre a Grifinória e a Sonserina!
Anne Wood, capitã da Grifinória, sorriu e comentou:
- Eles não sabem o que espera por eles, aquelas cobras... – os olhos da garota brilhavam. – Voa “baixo” o Potter. Amo aquele garoto!
O estômago de Hermione embrulhou, tinha se esquecido completamente do jogo.
- Não fale assim da Sonserina, senhorita Wood! – repreendeu-a.
- Ah sim, desculpe professora. – pediu rapidamente, Hermione já havia ameaçado tirá-la do time, e ela não queria problemas.
- E quanto a vocês. – falou irritada pra sala. – Quero que prestem atenção na minha aula ou terão problemas, logo começam as provas e não quero notas baixas!

O maldito jogo acabou com o seu humor. Não queria que o filho jogasse, mas não tinha nada que pudesse fazer.

Passou o resto do dia ansiosa e, para completar, encontrou com Jeanne no meio do caminho para o Salão Principal na hora do jantar.

- Granger!
- O que quer Vasseur? - perguntou impaciente.
- Apenas lembrá-la que não vou deixar barato, você e o Draco.
- Ah, cale essa boca!
A loira a segurou pelo braço.
- Ele vai ser meu.
- Quer saber de uma coisa? Vá para o inferno você e essa sua paranóia!

Jeanne ficou olhando Hermione ir embora, ela teria o que merecia, cedo ou tarde...

Era tudo o que faltava, aquela francesinha de meia tigela a ameaçando, como se não bastassem seus problemas. Com os nervos à flor da pele entrou no Salão Principal, que estava uma loucura, alunos eufóricos e, para seu desespero, os professores também. A noite foi conturbada, Hermione não conseguiu pregar os olhos.

Na manhã seguinte, o Salão Principal estava tomado por vermelho e dourado de um lado, incluindo alunos da Lufa-Lufa e Cornival, e verde e prata do outro, que também tinham o apoio de alguns Corvinais.
Harry e Hermione mal tiveram tempo de desejar boa sorte a Tiago e logo o garoto desapareceu na multidão.
- Não vai dar certo, Harry! – o pânico expresso na voz.
- Relaxa Mi, o Ti vai arrasar!
Odiava quando Harry fazia com que suas preocupações parecerem ridículas, e para completar não sabia onde Draco estava.




As arquibancadas lotadas, todos eufóricos. Mal tinha conseguido falar com o filho. Um aperto forte no peito, uma sensação ruim no estômago. Estava divagando em tudo o que podia dar errado quando um homem esguio, loiro e sorridente se sentou ao seu lado.

- Onde você estava? – sua voz soou quase assustadora.
- Calma, amor, estava resolvendo algumas coisas!
Os olhos de Hermione estavam arregalados e ela estava pálida. Draco teve a sensação de tê-la visto assim durante o período de provas, principalmente nos N.O.M.S.
- Que coisas?
- Quanta curiosidade, não!
Encarou-o perplexa, mas antes que pudesse argumentar qualquer coisa ouviu uma voz magicamente aumentada anunciar a entrada dos times em campo.
- Oh meu Deus! Chegou a hora! – desesperou-se cobrindo o rosto com uma das mãos.
Draco discretamente segurou a mão dela que estava livre e apertou, passando segurança.
- Vai ficar tudo bem.
- Está certo, vai ficar.

- e... TIAGO POTTER, o apanhador.
Gritos de vivas e vaias foram ouvidos. Hermione sentia o coração bater acelerado e os minutos pareceram se arrastar.
Logo o jogo começou e a mulher apertou com força a mão que Draco oferecia.

- GOOOOOL DA GRIFINÓRIA! ANNE WOOD! ESSE TIME DA GRIFINÓRIA ESTÁ MUITO DIFERENTE DO QUE ERA PREVISTO, MAS PARECE ESTAR DANDO CERTO. DEZ A ZERO.

Tiago voava alto, procurando o pomo, a neve havia cessado, mas o vento atrapalhava na localização do objeto dourado.
Não ouvia tudo o que o narrador dizia, o jogo parecia estar disputado, a última coisa que ouvira foi um gol da Sonserina.
“Preciso pegar o pomo!”

Quarenta minutos de jogo e nada! O jogo estava 110 a 90 para a Sonserina e nenhum dos apanhadores parecia estar próximo ao pomo.
Hermione acompanhava o filho atentamente, como se caso tirasse os olhos dele, o garoto pudesse se ferir ou algo do tipo. O pequeno parecia tão concentrado procurando pelo pomo...
Os batedores da sonserina jogavam balaços aleatoriamente para acertar o apanhador, isso quando não passavam pelos artilheiros tentando os derrubá-los das vassouras.
Draco estava possesso com a situação.
- Ninguém vai fazer nada? Esses garotos vão causar um acidente. Estão jogando sujo!
Harry o encarou com uma sobrancelha erguida e respondeu:
- Não sei por que está falando isso. A Sonserina nunca jogou diferente.
- Ah Potter, isso não é verdade!
- Claro que é! Vocês nunca jogaram limpo!
- Não diga bobagens...
- Vocês podem calar a boca! – Hermione reclamou irritada os encarando brevemente.
Assim que voltou a atenção ao jogo, piscou várias vezes para entender o que tinha acontecido, Tiago estava tão compenetrado em sua tarefa que também não viu o balaço vir rapidamente e atingi-lo no peito.
Gritos de susto saíram das arquibancadas e Hermione levou ambas às mãos a boca ao ver que o menino perdia altura. Ficou sem reação. Foi quando Jackie Golden, um batedor da Grifinória, mergulhou rapidamente e teve tempo de segurar o amigo.

- Bem Potter?
Tiago o encarou um pouco desnorteado, olhos fora de foco, mas logo assentiu positivamente e agradeceu, voltando ao jogo.
E o batedor berrou com um companheiro:
- Mark, sua obrigação era cuidar do Potter e daquele balaço! Fique mais atento ao jogo!

Grande parte da platéia aplaudiu quando Tiago voltou ao jogo, não houve vaias.

Hermione estava aos prantos.
- Calma, ele está bem!
Draco a abraçou ternamente, e Harry apareceu ao lado deles colocando a mão sobre o ombro dela.
- Relaxa Mi, ele está bem... OLHEM!

Ao virar, Hermione viu o filho mergulhar novamente, mas dessa vez no comando da vassoura em busca de um objeto dourado, Maicon Tompson o acompanhava, tentando ser mais rápido. Estavam próximos ao solo, e Tiago impulsionou o corpo para frente e esticou as mãos.

O público explodiu em aplausos e vivas.
A Grifinória havia vencido.




- Por que não está na festa?
Philip estava sentado em frente ao lago da Lula Gigante, ignorando completamente o frio e a neve, que voltara a cair, desenhando no chão com um pequeno graveto.
- Não estou afim.
Draco se sentou ao lado do filho olhando para a mesma direção que o garoto.
- Acho que seu irmão vai gostar de te ver lá.
- Eu quem devia estar lá! – confessou chateado.
- Mas você sabe que só não está lá por estar de castigo, não sabe?
- Sei.
- Então, depois você volta a jogar!
- Acho que não, o Tiago é excelente, como você pode ver.
- Sei.
Ficaram em silêncio, Draco olhando para o lago e Phil para o desenho.
- Mas ele é muito novo.
- Meu pai também era! – Philip olhou para Draco. – Me desculpe. Quero dizer, bem, eu não sei como chamar vocês.
Draco riu.
- Não se preocupe, imagino que deve ser confuso.
O garoto esboçou um sorriso.
- Não está com frio?
O menino estava agasalhado, mas não o bastante para o frio que fazia.
- Talvez um pouco.
- Acho que lá dentro vamos sentir menos frio. O salão comunal da Grifinória deve estar cheio e quente, tenho certeza que vão gostar de te acolher, principalmente porque, pelo que já soube, é o queridinho de muitas garotas. – comentou casualmente.
- Essa é uma tentativa de me fazer ir à festa? – perguntou sorrindo sarcástico.
- Acho que você vai se arrepender se não for.
Philip encarou o pai sentado ao seu lado, de repente sentia-se bem por ele estar ali, poderiam ficar conversando por horas, e ainda assim, teriam assunto.
- Talvez tenha razão.
- Acredite filho, eu tenho.
Draco se levantou e ofereceu a mão ao garoto, que logo aceitou. - Ok, vamos lá! Er... Você tem uma blusa a mais aí? – perguntou sem graça.
Draco colocou os braços sobre os ombros do filho e o trouxe para perto.
- Não tenho aqui, mas existem muitas formas de se esquentar.
Phil ficou sem reação no início, mas aos poucos se acostumou com o contato.
- As pessoas não podem me ver abraçados a um professor. – comentou quando estavam próximos à entrada Principal.
- Você tem razão. Boa festa então!
- Obrigado!




A festa no Salão Comunal da Grifinória era interminável, mas ele ainda não tinha avistado alguém que desejava muito.
Estava perdendo a esperança de ver o irmão entrar pelo retrato, a fim de parabenizá-lo. Pelo visto, ainda não o tinha perdoado por ter aceitado ser o apanhador no lugar dele. Apenas após duas horas de festa, Philip entrou o olhando diretamente nos olhos, com um meio sorriso. Esperou que se aproximasse.
- Você foi perfeito, baixinho, parabéns!
- Obrigado, sei que você teria feito melhor.
- Não diga tolices, Tiago! – repreendeu-o. – Você é excelente!
- Eu capturei o pomo por você, Phil, não queria que a Grifinória perdesse, achei que você se sentiria culpado.
O loiro sorriu e abraçou o irmão e, em seguida, se afastou.
- Obrigado Ti, foi muito importante pra mim.
- Sabe, você precisa parar com essa mania da nossa mãe de abraçar todo mundo por aí. – debochou o caçula.
- Ah pirralho! Vem aqui que eu te pego!




- Estava resolvendo o quê agora? – perguntou com as mãos na cintura e a cara amarrada.
- Estava com o Phill, Mione. Você anda muito possessiva. – comentou, puxando-a pela cintura.
Encarou-o, talvez devesse falar da ameaça de Jeanne e o quanto se sentia insegura, mas achou que seria patético e resolveu se calar.
- Ok, você tem razão, desculpe. O que estava falando com ele?
- Coisas de pai e filho. – retrucou orgulhoso.
- Certo, não vai me contar, né?
Ele negou com a cabeça.
- Então eu não te conto do convite que ele te fez! – informou vitoriosa.
- Você não faria isso?!
- Eu faria sim!
- O que aconteceu, me fala! – pediu ansioso.
- Apenas porque sou boazinha! – adotou um tom mais sério. – Philip quer que passe o natal conosco.
Draco abriu a boca para falar, mas as palavras não saíam, até porque não havia palavra que definisse como se sentia.
- Sério?
- Sim, querido, me pediu pra te convidar.
- Não acredito!
Beijou docemente os lábios da mulher e perguntou curioso: - Onde vamos passar?
- No mesmo lugar que passamos sempre.
- Mas lá é sua casa com o Potter! – reclamou irritado.
- Eu sei, e conversei com Harry sobre isso, tínhamos pensado em ficar por aqui, mas os meninos pediram para irmos para lá, sempre gostaram muito.
Ele respirou fundo.
- Tudo bem, fico feliz de poder passar o nosso primeiro natal em família... sem brigas.
- É, vai ser fantástico.
- Tenho que conversar com o Potter, prometi no ano passado que daria a vassoura ao Tiago. Ele não pode dar a mesma coisa.
Hermione sorriu com o comentário de Draco, ficou feliz ao ver que seu futuro companheiro se preocupava com os seus dois filhos.
- Fale com ele, tenho certeza que não terá problemas!




A casa estava inteira enfeitada, luzes e todo o resto. Haviam cuidado da decoração com carinho, a casa estava cheia e todos ajudaram. A Casa de Campo dos Potter, mais um ano, estava cheia e tomada pelo clima natalino.
Nada de preocupações ou intrigas, estavam felizes.
Fred e Jorge faziam com que qualquer momento parecesse uma festa, Ron e Luna, sempre sorridentes, Molly e Arthur satisfeitos com o rumo que sua família tomara, Gui e Fleur, pareciam cada dia mais apaixonados e Carlinhos, agora, arranjara uma namorada russa bastante simpática.

O filho de Sirius e Marieta, agora com um ano, carregava o ar superior de um Black. O pai se gabava dizendo que seria tão garanhão quanto ele.

Estavam tão envolvidos no clima natalino que se esqueceram por alguns dias da realidade, se esqueceram de Lucius.

Depois de algumas discussões, Draco e Harry chegaram a um consenso sobre o presente de Tiago. Draco cumpriu a promessa e lhe deu a vassoura e Harry um estojo e guia para usá-la.
Philip já havia superado o ciúme e não pestanejou em pedir ao irmão para dar uma volta.


- Fico tão feliz que esteja tudo correndo tão bem, chega a ser até estranho.
Hermione e Draco se encontravam de madrugada para conversar e ficarem juntos.
Tinham certeza que Meg e Harry fariam o mesmo. Decidiram não deixar explícito nenhum dos relacionamentos, para que os garotos não criassem caso. Eles sabiam, mas não eram obrigados a vê-los com outras pessoas o tempo todo.
- Eu também. – respondeu com os olhos fechados enquanto ela acariciava o seu cabelo. Estavam há aproximadamente duas horas conversando, Draco deitado em seu colo na cama, enquanto ela acariciava seu rosto e cabelo. – Não achei que fosse ser assim. Está tudo dando certo para nós. – ele suspirou longamente. – Nem nos meus melhores sonhos pensei que pudesse acontecer.
Hermione sorriu e inclinou um pouco o corpo para beijá-lo suavemente.
- Meus natais sempre foram horríveis, minha mãe tentava fazer com que eu me sentisse feliz como qualquer criança, ganhasse presentes e me sentisse amado. Já meu pai sempre me falou que isso era coisa para fracos. – ficou em silêncio por um momento. – Agora ele quer destruir tudo o que tenho.
- Não pense nisso agora, amor, vai dar tudo certo! Estamos juntos e felizes. Também não esperava que tudo desse tão certo assim! Até com o Harry você está se entendendo.
- Não é pra tanto. – disse contrariado. – Não quero falar do Harry agora!
- Ah! Então ele voltou a ser o Harry!
- Hermione, páre com isso ou então...
- Ou então o quê Draco? – perguntou desafiadora.
Encarou-a com falsa indignação e levantou lentamente a encarando. Ela tentava conter o riso.
- Ou então o quê, Draco?
Ele não respondeu, deitou-a e ficou sobre ela.
- Ainda preciso responder?




Os dias passaram tão rápidos que na hora de voltar a Hogwarts todos já estavam saudosistas.
No último dia a casa estava mais quieta que o normal, e Draco se encontrou com Philip no jardim, coberto pela neve, estava com um pedaço de madeira afastando pequenas pedras.
- Phil, está muito frio aqui fora, melhor entrar, filho.
O garoto não o encarou, estava concentrado em sua tarefa.
- Gosto do frio.
- Mas pode pegar um resfriado.
- Está parecendo com a minha mãe! – retrucou impaciente.
- Está me chamando de maníaco na maior cara de pau? – perguntou zombeteiro.
O menino riu de canto de boca. Draco o acompanhou, era incrível como aquele moleque era parecido com ele. Os trejeitos, o rosto, o corpo, a personalidade... e mais fantástico ainda era reparar que ele tinha coisas de Hermione, como o olhar de repreensão ou a mania de morder os lábios quando estava nervoso. Era a mistura, quase que perfeita, dos dois. A prova de que se amaram um dia, e no caso deles, que se amariam para sempre... Nada mudaria isso.
- Deixa ela te ouvir falando isso.
- Ela sabe que é paranóica.
Mais sorrisos compartilhados.
Philip bateu em outra pedra e acertou uma lata que havia colocado há alguns metros de distância.
- Realmente quis acertar lá? – perguntou desconfiado.
O garoto rolou os olhos.
- É claro que sim!
Os olhos de Draco se iluminaram.
- Se você está chateado por talvez não voltar a ser o apanhador da Grifinória... Phil, faça o teste para batedor! O time precisa. O balaço que seu irmão levou foi culpa de um dos batedores... você é bom!
Philip o encarou com uma sobrancelha erguida.
- Sério?
- Sim! Não estou tentando te agradar, estou sendo sincero!
O garoto encarou o pai por alguns segundos, como se pudesse, dessa maneira, entender o que ele realmente sentia.
- Eu acredito em você!
Draco sorriu satisfeito.
- É melhor entrarmos, pai, ou quem vai ficar doente é você.
Draco ficou estático, em estado de choque, ele havia o chamado de pai! Finalmente! Uma onda quente invadiu o seu peito e os olhos começaram a arder. Desejou tanto tempo por aquilo, tanto tempo, mas naquele momento não sabia o que fazer.
- Sem sentimentalismos, certo?
O homem assentiu com a cabeça.
- Gosto de você. Realmente gosto. – concluiu pensativo.
- Eu te amo, filho! Agora vamos entrar ou eu realmente vou ficar doente.


PS: Bom, como muitas receberam, estou respondendo aos coments via e-mail... vou postar aqui apenas os e-mails que voltaram....

Quem não tiver msg aqui, tem no e-mail... ;)

Mari Evans Potter,
Bella Malfoy #),
Carla Ligia Ferreira ,

Christine Martins,Obrigada pelo comentário!!!
Fico feliz que tenha gostado!
APS é muito boa, né?!
BjauM!!!!

Teresa,
Lenα Rαdcliffe Mαlfoy,
Kate Black e Mari Evans,
Anna Malfoy,
Christine Martins,
Malu Chan ,
grunginha W. ,

Gabih Potter Granger!*, Fico muito feliz que esteja gostando...
É tão bom saber que procurou por ela.. *___*

Lá no 3v tá um pouquinho atrasada... rs... mas vou atualizar....
Não tem idéia de quanto seu comentário é importante... fico muito feliz de
ter prendido a sua atenção...
Obrigada!

Espero que você continue acompanhando, gostando e comentando!!! ^^
Muito obrigada!
BeijoS!

Leti .
É isso aí, espero que gostem, apesar de não termos muito D/Hr nesse cap.!
BjS!
Até a próxima!

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