Uma ajudinha do ex e eles se a



Remus fechou a porta e jogou-se na poltrona. Sua eterna guerra travava mais uma sangrenta batalha. De um lado sua razão dizia que isto havia sido o melhor. Do outro seu coração sangrava dizendo que ele havia deixado ir a mulher da sua vida.

I can't fight this feeling any longer
(Eu não consigo mais lutar contra este sentimento)

And yet I'm still afraid to let it flow
(E no entanto, tenho medo de deixá-lo fluir.)

What started out as friendship has grown stronger
(O que começou como uma amizade tornou-se mais forte.)

I only wish I had the strength to let it show
(Eu só queria ter a força para demonstrar isso.)

Nos dias que seguiram aquela fatídica noite de sábado ele apenas existiu. Mal se lembrava de comer. Estava no automático. No terceiro dia, ele tomou uma decisão. Estava apaixonado por Nimphadora e ela por ele. Ela sabia o que ele era e isso não parecia ter importância. Ele se lembrou do que Sírius falou sobre a prima “Ela é do tipo que faria qualquer coisa se estivesse apaixonada”. Não sabia se ia durar para sempre, mas ele deveria ao menos tentar ser feliz e principalmente fazê-la feliz.

I tell myself that I can't hold out forever
(Eu digo a mim mesmo que não posso resistir eternamente,)

I say there is no reason for my fear
(Eu digo que não há motivo para meu receio,)

'Coz I feel so secure when we're together
(Pois me sinto tão seguro quando estamos juntos.)

You give my life direction, you make everything so clear
(Você dá rumo a minha vida, Você deixa tudo tão evidente.)

Ele precisava encontrá-la, mas não tinha idéia de como. Talvez lhe mandar uma coruja pedindo que ela o encontrasse? Sim faria isto.

Vinha andando pensativo pelo Beco Diagonal na quarta-feira à noite após sair do trabalho. Então ouviu:

-- Me solte! Você está me machucando!

Por um segundo, Remus achou que estava enlouquecendo, podia jurar que a voz era de Tonks. Ouviu uma outra voz que disse algo que ele não entendeu e novamente Tonks – agora ele não teve dúvidas de que era ela.

-- Steve, você esta bêbado! Me largue..... – Algo fez com que ela parasse de falar.

Remus correu para o local de onde vinham as vozes, já com a varinha em punho. Entrou na mesma rua onde havia visto a auror e o ex-namorado discutindo alguns dias antes.

Steve limpava o sangue que lhe escorria do lábio na manga de sua camisa. Tonks também tinha sangue nos lábios. Lupin impressionou-se com a cena. O Auror segurava os braços da moça sobre a cabeça dela e com o seu corpo a pressionava contra o muro da rua impedindo-a de se mover. A mão livre dele estava na cintura dela entrando por baixo da blusa justa. Eles estavam tão próximo que se ela o encarasse seus lábios se encontrariam.

Remus apontou a varinha para o rapaz e falou alto e imperativo.

-- Largue ela!

O outro o olhou por um segundo, o avaliando e então disse com um sorriso sarcástico.

-- Não se preocupe Tio – a voz tentava ser firme, mas era óbvio que ele estava alcoolizado – Eu e minha garota estamos apenas tendo uma discussão amigável.

Nimphadora aprecia que ia retrucar, mas Remus se aproximou e apontou varinha para o pescoço de Steve.

-- Eu mandei largá-la, moleque! – Sua voz era baixa e ameaçadora. Os olhos dele brilhavam de ira.

O auror soltou os braços de Tonks e deu espaço permitindo que ela se afastasse. Havia se dado conta de que estava desarmado. Tonks aproximou-se de Remus massageando os pulsos que apresentavam marcas vermelhas do aperto de Steve.

-- Você está bem? – perguntou sem desgrudar os olhos do rapaz ou mover sua varinha.

-- Estou bem, Remus! – confirmou com um aceno. – Só quero sair daqui!

Ele percebeu que a voz dela tremia um pouco.

-- E o que faremos com ele? – fez um movimento com a cabeça indicando o homem paralisado a sua frente.

Tonks lançou um olhar a Steve seus olhos negros emanaram um ódio gelado. Novamente seu parentesco com Bellatrix Lestrange se fazia óbvio.

-- Nunca mais se aproxime de mim, Steve. Ou você vai descobrir da pior forma porque até hoje os Black são conhecidos como bruxos das Trevas!

Remus teve certeza de que o rapaz havia tremido. Ele afastou-se, ainda apontando a varinha para o pescoço do auror, segurou Tonks pela cintura e aparatou ambos para a porta de seu apartamento.

And ever as I wander I'm keeping you in sight
(E mesmo enquanto eu vagueio, Estou mantendo você à vista.)

You're a candle in the window on a cold dark winter's night
(Você é uma vela ao vento, Numa fria e escura noite de inverno.)

And I'm getting closer than I every thought I might
(E estou me aproximando mais do que jamais pensei que poderia.)

Ele a fez entrar rapidamente e assim que a porta foi fechada Nimphadora caiu no choro. Ele a levou até o sofá e a abraçou deixando que ela chorasse. Acariciava seus cabelos tentando passar-lhe segurança. Depois de um tempo que pareceu infinito ela parou de chorar e falou:

-- Obrigado, Remus. E me desculpe por isso – secou as lágrimas.

-- Não precisa me agradecer Nim.... – parou, não queria irritá-la, mas era difícil pensar nela como Tonks – E você não tem nada que pedir desculpas – afastou-a um pouco para olhá-la.

Retirou uma mecha de cabelo que caia em seu rosto. Os olhos dela agora estavam azuis e eram lindos.

-- Eu juro que não foi minha culpa! – A moça falou um pouco mais alto do que pretendia. Como se precisasse se convencer daquela afirmação.

-- É claro que não foi sua culpa, Nim... Tonks! Aquele moleque é que..... – não conseguiu terminar a frase. Só de pensar naquele *ser* beijando a sua Nym à força ele tinha vontade de voltar lá e lançar algumas maldições nele.

-- Ele te machucou? – falou num tom mais ameno.

Aproximou os dedos dos lábios dela, mas ela foi mais rápida em limpar o sangue.

-- Não! Quando ele tentou me beijar eu o mordi.

Quando ela movimentou as mãos, Remus percebeu as marcas vermelhas nos pulsos.

-- Mas isso precisa de cuidados – disse segurando delicadamente as mãos dela.

-- Não se preocupe Remus – mas ele já havia levantado e seguia para o quarto. – Daqui alguns dias estará bom. – completou.

Ele retornou trazendo um pote de pomada.

-- É claro que sim, mas com isto estará bom amanhã. É como mágica! – Sorriu e ela lhe devolveu o sorriso.

Era incrível como ele tinha o dom de fazê-la se sentir bem.

-- Nos dias que seguem a lua cheia fico com marcas que... – hesitou por um momento – Bem, basta dizer que não e nada fácil manter um emprego tendo que faltar ao trabalho dois ou três dias por mês. Principalmente se aparecer sempre parecendo que brigou na rua – deu de ombros.

Ele estava decidido a aproveitar a oportunidade e conversar com ela sobre eles. Mas achou que era melhor deixar claro que as coisas para ele eram complicadas, não queria que ela se iludisse. De qualquer forma primeiro queria saber como ela estava em relação ao ato covarde do ex-namorado.

Mesmo após parar de passar a pomada continuou a segurar as mãos dela.

-- Quer falar sobre o que aconteceu?

-- Não há muito que falar. – baixou os olhos e respirou fundo. – Eu estava distraída, quando ele chegou dizendo que queria falar comigo. Eu sou mesmo uma tonta! Que bela auror! – falou irritada consigo – Mas nunca podia imaginar que ele fosse uma ameaça.

Soltou-se das mãos de Remus e levantou-se.

-- Eu devia ter desconfiado quando ele me chamou de ‘Nimphadora Tonks’, mas ele foi mais rápido, me empurrou para aquela ruela e me prendeu contra a parede – deu um bufo e sentou-se – Começou a falar algo sobre eu estar com outro e outras coisas que eu não entendi, porque ele estava bêbado. Então tentou me beijar – Fez uma careta de nojo.

-- Me desculpe Tonks! Eu devia ter te avisado. – falou sem conseguir encará-la.

Ela o olhou interrogativa e Remus contou que havia visto a discussão dela com Steve no sábado. Ela corou, mas ele estava muito constrangido para perceber tal reação.

-- Me desculpe se pareço intrometido, mas é que quando o vi segurar o seu braço daquela forma, me preocupei. Achei que não era seguro deixá-la sozinha com ele. Depois que você desaparatou o ouvi ameaçar “descobrir quem era ele e porque você o escondia” – ele estava se sentindo um pouco culpado, pois sabia que essa pessoa era ele.

-- Idiota! – Tonks bufou – Ele cismou que eu estava com outro.

Remus não queria dar nenhuma razão ao auror, mas não pode deixar de pensar que também não se sentiria seguro se sua namorada dissesse que iria visitar uma pessoa e não quisesse dizer quem era.

Tonks interrompeu os pensamentos dele.

-- Eu sei o que você deve estar pensando, Remus – falou encostando a cabeça no sofá e fechando os olhos. Ele ia se defender, mas ela continuou – Eu não podia contar a ele que queria ver você – os olhos dela marejaram – Não teria como explicar e eu precisava saber se você estava bem. Eu sei que eu sou impulsiva, mas eu não teria te beijado se não tivesse terminado com ele.

Ela sentou-se melhor no sofá ficando de frente para ele.

-- Eu percebi que estava apaixonada quando você voltou da Albânia. – suspirou.

Encostou a mão no rosto dele. Remus quase fechou os olhos para aproveitar ao máximo aquele carinho, mas manteve o contato visual.

-- Eu achei que você estivesse com alguém. Você sempre foi tão reservado – sorriu – E não quis ir a festa de ano novo comigo. Eu não conseguia acreditar que um homem como você ficasse sozinho.

Ele franziu a testa, não entendia o que ela estava tentando dizer.

-- Não me olhe assim! – riu – Ou eu estou mesmo muito apaixonada ou as outras são muito idiotas, Remus. Você é perfeito!

Então o olhar dela entristeceu, ele havia dito que às vezes não se pode ter quem se deseja; provavelmente a burra de quem ele gostava não o via do mesmo jeito que ela.

-- Não quis arriscar a nossa amizade dando em cima de você – ela deixou a mão cair em seu colo.

Ele teve uma sensação de perda pela quebra do contato.

-- Se bem que foi isso que fiz no sábado – Duas lágrimas rolaram por sua face. – Desculpe, estou sendo uma péssima companhia hoje. Acho melhor ir embora.

Ela ia se levantar, mas ele a impediu. Ele não poderia deixá-la ir de novo achando que ele não gostava dela. Antes mesmo de tudo o que ela havia dito hoje ele já estava decidido a dar uma chance a eles.

And I can't fight this feeling anymore
(E eu não consigo mais lutar contra este sentimento,)

I've forgotten what I've started fighting for
(Eu esqueci pelo que comecei a lutar.)

It's time to bring this ship into the shore
(Está na hora de trazer este navio para a praia,)

And throw away the oars forever
(E jogar fora os remos, para sempre.)

'Cause I can't fight this feeling anymore
(Pois eu não consigo mais lutar contra este sentimento,)

I've forgotten what I've started fighting for
(Eu esqueci pelo que comecei a lutar.)

And if I have to crawl upon the floor
(E se eu tiver de rastejar no chão)

Come crashing through your door
(Chegarei derrubando sua porta.)

Baby I can't fight this feeling anymore
(Baby, não consigo mais lutar contra este sentimento.)

-- Não vá...., Nym – ela o olhou e ele quase se perdeu naqueles olhos azuis como o mar em um dia de verão. Desviou dos olhos dela para os lábios, aproximou-se lentamente dando-lhe todo o tempo para se afastar. Mas ela não fugiu. Os lábios se encontraram. Ele abraçou-a pela cintura e ela o enlaçou pelo pescoço.

O beijo era lento e cheio de significado. Remus tentava dizer através dele tudo que não conseguia pôr em palavras, tentava lhe dar a certeza da paixão que sentia.

O beijo terminou tranquilamente e os olhos dela estavam iluminados, não havia dúvidas ele também a queria.

-- Eu também estou apaixonado por você, me desculpe se a deixei pensar diferente – acariciou o rosto dela, ela sorriu. – Eu passei toda a minha vida me convencendo que não devia me apaixonar, mas com você foi algo tão natural que quando percebi... – balançou a cabeça, mas continuou a sorrir.

-- Você só percebeu o que sentia quando eu te beijei no sábado? – Aproximou-se dele dando-lhe breves beijinhos. Ele suspirou.

-- Não! – Sorriu. – Eu soube quando voltei da Albânia e percebi que não havia deixado de pensar em você um dia sequer – acariciou o rosto dela novamente – Mas pensando bem já estava antes.

Interrompeu-se percebendo que estava falando demais. Tonks franziu a testa, ele tentou desviar a atenção dela beijando-a novamente.

My life has been such a whirlwind since I saw you
(Minha vida tem sido como um vendaval desde que vi você,)

I've been runnin' round in circles in my mind
(Eu tenho corrido em círculos dentro de minha mente)

And it always seems that I'm following you girl
(E sempre parece que estou seguindo você, garota.)

'Cause you take me to the places that alone I'd never find
(Pois você me leva aos lugares que eu pensava que nunca encontraria.)

Este não era um beijo tão inocente quanto o primeiro. Uma das mãos dela acariciou a nuca dele trazendo a boca mais próxima. A outra acariciou o tórax, descendo e retirando a camisa dele de dentro da calça e então chegando às costas.

As duas mãos dele entraram por baixo da blusa justa de Tonks acariciando a barriga e as costas dela.

Remus sempre havia sido controlado e imaginava que depois do acontecido com Steve mais cedo Nimphadora precisava de um tempo. Ele não queria apressar as coisas, queria que tudo fosse perfeito entre eles.

Racionalmente falando, é claro! Eles estavam muito próximos da lua cheia, seus instintos estavam exacerbados. Ele havia controlado toda a paixão e desejo que sentia por aquela mulher por quase três meses, e agora ele sentia o cheiro de excitação dela, a boca, a língua dela nele, as mãos acariciando sua pele. O corpo dele dava todos os sinais de que queria apressar as coisas entre eles. Ele estava a ponto de perder o controle. Um dos dois interrompeu o contato dos lábios, mas Remus se concentrou em beijar o pescoço de Tonks. Ela gemeu baixinho em agrado e se aproximou da orelha dele. Com o último sopro de autocontrole ele a afastou delicadamente.

A respiração de ambos era superficial.

-- Nym.... Tonks! Nós não precisamos ter pressa – sorriu – Você já passou por muitas emoções hoje.

Ela teve um tremor involuntário discreto, mas que o fez ter certeza de que o episódio com o ex-namorado a tinha perturbado mais do que ela queria admitir.

-- Sabe que eu gosto quando você me chama de Nym! – sorriu desviando do assunto desagradável. Ele a olhou curioso – É, você fez isso várias vezes hoje e no sábado.

-- Então a partir de agora só vou chamá-la assim – baixou a voz e se aproximou da orelha dela – principalmente quando estivermos sozinhos! – ela teve um arrepio, mas sorriu marota.

-- Porque você disse que achava que já estava apaixonado antes de voltar da Albânia? – sorria, mas estava claro que não deixaria que ele escapasse da pergunta.

-- Sei lá! – Corou levemente.

-- Remus John Lupin! – Colocou as mãos na cintura e falou séria.

Ele desviou os olhos dela e respondeu rapidamente.

-- Tive vontade de azarar Padfoot quando ele me contou o que aconteceu entre vocês em Athenas! Pronto falei!

-- Vocês homens não tem jeito! – riu – tem sempre que contar para o melhor amigo.

Ela não parecia constrangida por Remus saber de seu caso com Sírius, e também não parecia ter raiva do primo por ele ter contado. Mesmo assim Lupin se sentiu fofoqueiro, pois não queria “queimar o filme” do amigo com Tonks.

-- Não foi bem assim, Nym. Eu percebi que vocês estavam muito entrosados para quem só tinha se encontrado uma vez e ele terminou me dizendo que você tinha ido à Grécia.

Ela ainda tinha um sorriso e o olhava tranqüila.

-- Bom, eu conheço Sírius há muito tempo. Sei como ele é – falou um pouco constrangido.

-- Sabe é – Riu novamente, então piscou para ele e disse num tom de brincadeira – então me conta, você achou que ele tinha me seduzido?

-- Nym!! – falou chocado. – Claro que não?!

Ela estava rindo dele. Ele riu de volta, mas continuou explicando.

-- Sírius é um conquistador. Só achei que...., hum – hesitou – era difícil acreditar que ele não ia tentar nada. – Respirou fundo e decidiu contar logo tudo – Quando vocês se encontraram pela primeira vez, eu percebi o quanto você havia ficado impressionada com Padfoot. Na época isso me incomodou, mas eu não quis pensar sobre o assunto. – Desviou os olhos – Quando ele me contou que você tinha ido para a Grécia.... – não completou o pensamento porque estava constrangido de falar isso para ela.

Ele sabia que não tinha o direito de querer saber sobre os relacionamentos anteriores dela. Ele não gostaria que ela ficasse perguntando sobre os dele.

-- Você tem razão, eu fiquei mesmo encantada por ele, tipo quando você adora um cantor ou um ator, mas eles não parecem reais, são inatingíveis. Eu achava isso de Sírius. Ouvia minha mãe contar como ele era e as coisas que aprontava sem falar que achava ele lindo!

Remo cruzou os braços um pouco aborrecido e comentou baixinho “você e a torcida do Chudley Cannons!”. Ele nunca teve inveja da popularidade do amigo, mas ouvir a sua Nym assumir que o outro era lindo estava sendo um pouquinho demais.

Tonks riu do comentário

-- Com ciúmes?!! – se aproximou dando-lhe um beijinho.

Remus a abraçou grudando novamente seus corpos, os beijos, as carícias. E novamente foi ele quem interrompeu.

-- Nym, está sendo muito difícil resistir a você – falou ofegante.

-- E porque quer resistir a mim, Remus? – sorriu quase tímida

-- Porque quero que as coisas entre nós sejam perfeitas. – acariciou o rosto dela.

-- Certo Sr. Lupin – falou tentando ficar séria – argumento aceito. – Então sorrindo novamente – Ele te contou, e você teve vontade de lançar uma imperdoável nele, como Sírius te convenceu que tal atitude seria exagerada?

Ele riu.

-- Ele me disse que havia tentado resistir, acho que ainda estava se sentindo um pouco culpado por ter cedido.

--Eu não acredito! – bufou verdadeiramente irritada. – Homens! – rolou os olhos – eu falei para ele “sem culpas ou arrependimentos” e ele concordou! Devia existir uma matéria na escola “como entender os homens!”

Remus a olhava segurando o riso pela explosão dela. Aquela mulher não existia, não ficou chateada pela indiscrição de Sírius, mas sim por ele ter “mentido” em relação a não achar errado o que havia acontecido.

-- Se você dorme com eles porque “ta a fim” – continuou sem dar atenção a Remus – se sentem culpados, se você não dorme te agarram na primeira esquina escura – fez uma careta.

Apesar da referência ao acontecido mais cedo, Remus não conseguiu esconder o sorriso ao ver a forma como Tonks encarava a relação dela com Sírius.

-- Hei acalme-se, mocinha – acariciou o rosto dela – Nós não somos tão complicados. Padfoot principalmente, mas outro dia te ensino a “entender” melhor o seu primo – Remus ainda estava um pouco enciumado.

Nimphadora se aproximou e falou com um olhar sapeca.

-- Você sabe que eu não sou nenhuma mocinha – Deu-lhe um beijo rápido.

O corpo dele reagiu. “Por Merlin, essa mulher vai me deixar louco!” – pensou.

-- Nym, não faz isso! – respirou fundo se controlando, ela sorriu travessa – Acho que já está bem tarde, vou levar você para casa.

-- Não precisa Remus – disse já se levantando.

Ele segurou a mão dela.

-- Eu sei que não precisa, mas eu quero! – Sorriu.

Ela sorriu de volta concordando, ele era um perfeito cavalheiro.

Aparataram em frente da casa dos Tonks e logo ela o abraçou e lhe deu um beijo avassalador.

Remus até se esqueceu de que estavam quase na porta da casa dela. A encostou contra a parede e lhe devolveu o beijo voluptuoso.

And ever as I wander I'm keeping you in sight
(E mesmo enquanto eu vagueio, estou mantendo você à vista.)

You're a candle in the window on a cold dark winter's night
(Você é uma vela ao vento, numa fria e escura noite de inverno.)

And I'm getting closer than I every thought I might
(E estou me aproximando mais do que jamais pensei que poderia.)

Ele novamente chegou ao limite de seu controle e começava a achar interessante a idéia de aparatar com Tonks de volta para o seu quarto, mas ainda conseguiu interromper o beijo.

-- Nym, eu acho que seus pais não vão gostar de ver isso! – falou dando-lhe breves beijinhos nos lábios, mas sem desgrudar seu corpo do dela.

Tonks ainda tinha os olhos fechados quando respondeu:

-- Não posso ter certeza – falou ofegante – não costumo trazer meus namorados aqui.

-- Namorado?! – perguntou sorrindo – acho que não tenho mais idade para ser “um namorado”.

-- Você e suas besteiras sobre idade! – falou rindo – Desde quando existe limite de idade para namorar?! – lhe deu novos beijinhos e falou baixinho – Acho que até o Prof. Dumbledore tem namorada e você é um pouco mais jovem que ele, não é? – terminou fingindo-se pensativa.

Remus riu divertido imaginando a cena de Dumbledore passeando de mãos dadas com uma bruxa à luz do luar. Fez cócegas nela enquanto dizia:

-- Só um pouco mais novo!

Tonks riu alto e deu gritinhos enquanto tentava fugir das mãos dele. Remus também riu mais alto. Ela o fazia se sentir leve, jovem, feliz.

Felizmente eles já estavam mais afastados quando a porta da rua se abriu e um homem no máximo cinco anos mais velho que Lupin apareceu emoldurado pela luz do interior da casa.

-- Nimphadora?! – perguntou sério.

Tonks sorriu e Remus agradeceu a Merlin que Ted Tonks não tivesse aberto a porta enquanto ele agarrava a moça encostado na parede da casa.

-- Oi pai! – falou tranqüila e deu um beijo carinhoso no rosto dele.

-- Sua mãe já estava preocupada – olhou-a severamente, mais por hábito porque ambos sabiam que tal olhar não tinha mais o menor efeito nela.

Então se virando para Remus falou formal.

-- Boa Noite, Sr..... – esticou a mão em cumprimento.

Remus adiantou-se rapidamente e apertou a mão do Sr. Tonks, mas foi Nimphadora que completou:

-- Remus Lupin, pai! Você sabe aquele que é amigo “do primo” – lançou um olhar significativo.

Ted confirmou que sabia a quem ela se referia e então convidou.

-- Não quer entrar Sr. Lupin? – Afastou-se para dar passagem e ela entrou primeiro.

-- Venha Remus, tenho certeza de que mamãe vai gostar de revê-lo.

Ele não pretendia demorar, mas achou que seria grosseiro recusar o convite. Por outro lado estava sentindo-se muito constrangido por ser chamado de “Sr. Lupin” pelo pai de Nimphadora. Novamente agradeceu por terem escapado do flagrante e entrou.

Andrômeda apareceu em seguida:

-- Há quanto tempo, Remus! Que bons ventos o trazem? – ele sentiu-se um pouco melhor com a recepção calorosa de Andie.

-- Vim apenas acompanhar Nym..... Tonks – se corrigiu rápido. Ted não parecia ter percebido o deslize, mas Andrômeda sorriu.

Ela pensou em perguntar por que ele veio acompanhando a filha, mas achou melhor conversar sozinha com ela depois.

-- Mas já está ficando tarde – continuou Remus – Tenho que ir. – Despediu-se formalmente dos três e saiu.

And I can't fight this feeling anymore
(E eu não consigo mais lutar contra este sentimento,)

I've forgotten what I've started fighting for
(Eu esqueci pelo que comecei a lutar.)

It's time to bring this ship into the shore
(Está na hora de trazer este navio para a praia,)

And throw away the oars forever
(E jogar fora os remos, para sempre.)

'Cause I can't fight this feeling anymore
(Pois eu não consigo mais lutar contra este sentimento,)

I've forgotten what I've started fighting for
(Eu esqueci pelo que comecei a lutar.)

And if I have to crawl upon the floor
(E se eu tiver de rastejar no chão)

Come crashing through your door
(Chegarei derrubando sua porta.)

Baby I can't fight this feeling anymore
(Baby, não consigo mais lutar contra este sentimento.)

**********************************************************************

Quase uma hora após a chegada da filha Andrômeda foi ao quarto dela e a encontrou pensativa.

-- Então Nimphadora, não vai me contar o que aconteceu?

A moça sorriu. Contava tudo para sua mãe, até mesmo do breve “caso” com Sírius a mãe soube.

-- Você quer saber a parte boa ou ruim?!

Andrômeda a olhou curiosa.

-- Comece pelo princípio, é sempre mais fácil! – falou entrando no quarto e sentando-se ao lado da filha.

-- Em resumo: O idiota do Steve tomou um porre e decidiu me agarrar numa ruela do Beco Diagonal.

Andrômeda arregalou os olhos surpresa. Nunca havia gostado daquele rapaz, mas não imaginava que ele seria capaz de algo assim.

-- Remus me salvou – ela sorriu sonhadora – Me levou para a casa dele, nós conversamos e nos acertamos – Seus olhos brilharam e seu sorriso se alargou.

-- Se acertaram?! – perguntou marota.

-- Estamos namorando – suspirou – Mas antes que a Sra. pergunte, não aconteceu nada. Ainda!!! – frisou bem.

Era verdade que ela tinha ficado um pouco abalada com a atitude do ex-namorado, mas se sentia tão segura com Remus que tinha certeza de que se eles tivessem feito amor teria sido maravilhoso. Por outro lado, ela teria que voltar para casa essa noite e assim como ele queria que a primeira vez deles fosse perfeita! Em uma outra oportunidade poderia passar a noite toda com ele, acordar ao lado dele. Suspirou novamente.

Andrômeda sorriu, nunca havia visto sua filha daquela forma, com aquele brilho no olhar.

-- Namorando?! Mas você não disse que essa estória de namoro era algo antiquado? – Implicou.

-- Falei?! É acho que falei mesmo, mas Remus é diferente, mãe! – Abraçou uma almofada em forma de coração e seus olhos saíram de foco, sonhadores. – Estou apaixonada por ele. E por Merlin! Não se parece com nada que eu tenha sentido antes. É uma sensação tão boa! Como se para eu ser feliz bastasse ficar ao lado dele, simples assim! – sorriu.

-- Céus Nimphadora! Você está amando – Andrômeda sorriu ainda mais e abraçou a filha com força. – Estou tão feliz por você! – Tonks sorriu – E ele?

-- Acho que também está apaixonado por mim. Pelo que pude perceber ele não aceitou isso tão facilmente quanto eu – deu de ombros.

Andie a olhou interrogativa.

-- Como assim?! – perguntou mais para confirmar, pois tinha certeza de quais eram os motivos para Remus ter demorado tanto em assumir algo com a filha.

-- Acho que a nossa diferença de idade o incomoda – A mãe sorria novamente – e acho que ele mencionou algo sobre a licantropia dele também – balançou a mão dizendo que isso era uma besteira.

-- Pelo que me lembro de quando éramos jovens, não esperaria nada menos de Remus. Eu não sabia sobre a licantropia, mas Sírius sempre deixou claro que existia algo que dificultava a vida dele.

-- Ah sim, também tem o fato de eu ser prima de Sírius.

Andrômeda riu, mas em seguida baixou a voz.

-- Você contou a ele sobre você e Sírius?

-- Não precisei, ele já sabia.

-- Sírius não se emenda nunca – falou balançando a cabeça.

-- Acho que foi melhor assim. O primo deve ter deixado claro para Remus que não havia nada entre nós, não acredito que ele tivesse ficado comigo se achasse que ainda havia alguma coisa entre eu e o melhor amigo. – terminou pensativa.

Andie concordou, ela ainda achava muito estranho esse jeito meio descompromissado dos jovens de encarar o sexo, mas se eles se entendiam, ela é que não ia tentar mudá-los. Ficou feliz que tudo tivesse entrado nos eixos.

Tonks se recostou na cabeceira e seus olhos se perderam pelo quarto, ela sorriu.

-- Logo eu fui me apaixonar pelo maroto certinho – riu – O que importa qualquer dessas coisas idade, maldição, casos anteriores? Eu o amo, o resto a gente dá um jeito.

Andrômeda abraçou a filha novamente. Ela sabia que nem tudo seria fácil para esses dois. Eles iriam enfrentar muitos preconceitos, mas ela estaria ao lado de sua filha sempre! Levantou-se.

-- Depois que passar a lua cheia temos que chamá-lo para um jantar.

-- Droga! – fez uma careta – esqueci da lua – suspirou e mudou de assunto – não vai assustá-lo com essa história de jantar em família, heim mãe?! Ele pode achar que estou, sei lá, querendo casar com ele – Fez outra careta.

-- Pode deixar Nimphadora – riu alto – Sem noivados, só um jantar informal para Remus saber que é bem vindo.


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A música que coloquei nesse capítulo é Can’t fight this feeling de um grupo chamado REO Speedwagon. Meu inglês é péssimo, mas quando vi a tradução da música achei que encaixava como uma luva em Remus, por isso coloquei-a nesse capítulo. Nunca escrevi uma songfic e espero que tenha ficado boa.

Demorei horrores né?! Mas aqui está mais um capítulo, acho que o outro vai demorar também, pois é NC e eu não estou muito feliz com o que escrevi terei que revisar. Não fiquem tristes, deixem um review que quando eu atualizar aviso.

Um beijão Diana Black

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