O torneio do rei



CAP 18 - O torneio do rei

O Sol brindou a todos com um espetacular alvorecer, e seus raios correram e aqueceram as ruas ainda vazias na vila do castelo. Alguns comerciantes já saiam de suas casas para montarem suas barraquinhas, pois era um dia especial, um dia de festa.
Às sete horas já era mais do que notável a diferença na vila, estava cheia de barraquinhas de tecidos, jóias, doces e tudo mais que se poderia imaginar ou não. A festa de São Petencostes sempre fora um dia notável, e todos trabalhariam para que esta não fosse diferente.

A arena já estava montada magicamente para receber os cavaleiros que lutariam pela princesa. Uma arquibancada foi montada ao redor da arena redonda, um lugar especialmente feito para os reis e rainhas convidados, e claro, para o próprio rei de Avalon.

As ruas já estavam cheias de aldeões e convidados. Fitas, faixas e flores enfeitavam as ruas. Era um dia de festa.

No castelo de Avalon naquele momento, os príncipes, princesas, reis e rainhas acordavam depois da noite de festa, energias agora recuperadas para mais um dia cheio de surpresas.

Quando o sino bateu oito horas, as pessoas seguiram para a igreja, Avalon há muitos e muitos anos atrás, fora um reino inteiramente trouxa, e o que predominava lá era a igreja católica. Porém havia liberdade de escolha, apenas para aqueles que desejavam ir, não uma obrigação. Ninguém iria para o “inferno”se não fosse rezar aos domingos. Mas no dia de São Petencostes, era diferente, todos queriam ir a igreja, pois era um dia especial.

A igreja era pequena para aquele numero de pessoas, suas portas se abriram as nove em ponto, e o padre ficou ali, na porta, aguardando seus fieis, e os cumprimentando um a um. Era o único dia do ano, em que o rei ia à igreja, neste dia fazia questão de se sentar junto aos seus súditos, ali onde todos são iguais, ninguém é maior ou melhor que ninguém, nem mesmo o rei.

Harry adorava o dia de São Petencostes. Ele sorria abertamente enquanto caminhava pelas ruas, de braços dados com Hermione. Os dois seguiram para a igreja juntos, Gina iria junto com a família. Eles lembravam muito bem das festas em que participavam, a favorita de Harry foi quando Sirius venceu o torneio do rei, e roubou um beijo estalado dos lábios de sua mãe. Ele imaginou que seu pai mataria o padrinho, mas Tiago apenas deu um tapinha de leve no ombro do amigo e o felicitou. Era dia de São Petencostes, dia de festa, ele não brigaria com o melhor amigo naquele dia. Harry ouviu falar que Sirius ficou três dias de cama depois daquela data. Pelo menos ele não viu o padrinho nos dias que sucederam a festa.

Para Hermione, a festa também era um dia de lembranças boas. Ela sempre usava o seu vestido favorito naquele dia, ficou muito triste quando completou dez anos e o vestido não lhe servia mais, era creme e tinha uma linda fita cor-de-rosa na cintura, era lindo. Hoje ela também vestia um vestido muito simples, se comparado ao que usara na noite do baile. Ele era de um azul muito claro, e uma fita azul escura na cintura, estava muito bonita, com os cabelos apenas presos por uma fita igualmente azul, que rodeava sua cintura.

A missa foi rápida, como sempre, nesse dia o padre não seguia todos os rituais, ele apenas falava da importância das coisas simples, da amizade e do amor, falava do respeito e da bondade, e da importância de que todos fossem unidos para “o bem maior”, a paz.

Todos saiam com sorrisos amorosos da igreja, Harry e Hermione demoraram em seguir até as barraquinhas da vila, pois muitos súditos queriam cumprimentar o rei.




Não podia acreditar em sua sorte. Ela sorriu. Muita sorte. Seu pai havia bebido, talvez um barril de cerveja amanteigada sozinho, e neste momento estava desmaiado em seu quarto no castelo, roncando e dormindo pesadamente.
Débora seguia sorridente pelas ruas de Avalon, era sua primeira vez lá, antes seu pai nunca a havia levado a festa de São Petencostes.
Avistou mais à frente Mariane Trindade , sua amiga de muitos anos.

_Mari! – Ela chamou.

Mari voltou-se para Débora e sorriu abertamente, até que alguém lhe puxasse a saia do vestido.

_Você não poderia ficar quieta apenas uma vez, Sarah? – Perguntou para a irmã de 6 anos que lhe pedia para comprar flocos de nuvem doce.

Débora seguiu ate a amiga e se juntou às duas princesas.

_Então, para onde vamos primeiro? – Perguntou alegre.

_Comprar flocos de nuvem doce!!!! – Gritou Sarah alto e alegre.

_Ok, você venceu. (pirralha).

As três seguiram pela vila entre as barraquinhas, até chegar a uma barraca que vendia flocos de nuvens. Era toda enfeitada com fitas grossas e faixas cor de rosa, o que encantou muito as princesas, principalmente Sarah, que pulava alegre por ganhar seu doce favorito.

_Agora você se comporta. – Disse Mari entregando o doce à irmã.

_Hey Dé, quem era aquele gatinho que dançava com você ontem? Pensei que seu pai ia expulsar a todos. – Disse Mari, próximo ao ouvido da amiga.

_Era Fred Weasley, e meu pai só o deixou dançar comigo por que é irmão da acompanhante do rei.

_E você sabe quem é ela?

_Bom, os boatos dizem que ela não é nobre, mas que Harry se encantou por ela. Alguns falam em amortência.

_Sério?

_Sim, mas veja... Ela é muito bonita, e se for tão simpática e alegre quanto seu irmão, não vejo por que Harry não se apaixonaria por ela.

_Isso quer dizer que temos aqui uma princesa apaixonada por um plebeu?

_Que logo se tornará Cavaleiro de Gondor, o que o eleva a nobre, minha amiga. – As duas riram alto, o que fez Sarah lhes lançar um olhar desconfiado.

_Vamos a uma barraquinha de prendas!- Gritou Sarah.

_Só se você aprender a falar, ao invés de gritar toda vez que quer algo.

A menina fez um bico e cruzou os braços em frente ao corpo.

_Ela muito linda Mari, não sei como você consegue brigar com ela.

E realmente era. Sarah tinha cabelos longos, os quais eram sempre trançados por alguma criada. Eram dourados, e na luz brilhavam como ouro. Era muito diferente da irmã, pois tinha olhos azuis, era muito sapeca, o que sempre deixava Mari irritada, pois suas traquinagens sempre eram fazer alguma coisa com a irmã...
Mari tinha acabado de completar 17 anos. Era de uma altura média, tinha o corpo esguio, cabelos castanhos longos, que como os da irmã, estavam presas em uma trança. Tinha olhos castanhos muito expressivos, por eles poderíamos ver tudo o que a princesa estava sentindo.

_Linda. - Disse para a amiga. – Mas é uma peste! Acredita que meu pai havia me trazido um lindo vestido de Bertram,e esta (grunhido de raiva) o rasgou todinho! Todinho, por que queria diminuir as saias para ela poder vestir.

Débora gargalhou, mas estancou os sorrisos a avistar alguém logo a sua frente.

_Mérlin! – Exclamou.

_O que foi? – Perguntou Mari tentando olhar na mesma direção da amiga.

_São dois!

______________________________________________________________

Fazia vinte anos que não colocava os pés em Avalon. Vinte longos anos. Lembrava de todas as festas que participou. Tendo como irmão um dos melhores amigos do príncipe daquela época, ela, junto com Remus eram convidados de honra no palácio.

“Bons tempos” suspirou.

Usava sobre a cabeça um capuz, para que ninguém a reconhecesse. A idéia era encontrarem Harry primeiro e não alarmar sobre ela ter deixado de ser uma vampira. Poderia ser uma arma secreta. Ela poderia ser uma espiã, no exercito inimigo.

Uma ou duas pessoas esbarraram nela, mas ela não ligou. Remus e Tonks vinham atrás dela. Era a primeira vez de Tonks em Avalon e a jovem estava só sorrisos, tentando ver cada canto da cidade por onde passavam.

_É tão bonito aqui, tão alegre. – Comentou a jovem.

_Avalon é um reino muito justo com seus súditos, por isso todos estão satisfeitos.

_Todos os reinos são assim?

Linda riu, mas deixou seu irmão responder.

_Não, há reis muito cruéis, mesmo entre os aliados de Avalon. Há reis que cobram altas taxas de impostos dos súditos apenas para satisfazerem seus caprichos. Harry não. A família Potter era muito rica antes de tomar o trono de Avalon, então os impostos daqui são justos e tudo é utilizado em prol do povo, para auxiliar as vilas, nas plantações e no comércio.

_Uma perfeita utopia. – Comentou linda.

_Vocês viviam aqui?

_Náo. - Respondeu Remus novamente. – Vivíamos em Eravem, o reino vizinho. São quatro ou cindo dias de viagem, e tem que se atravessar as terras sem reis, dizem que agora os orcs as dominaram, então não deve ser muito segura cruzá-las.

_Orcs? Pensei que eles haviam desaparecido depois da “guerra do anel”. – Comentou Tonks.

_Não, mas tiveram grandes perdas. Mas eles se reproduzem rápido, então começaram a aumentar seus números gradativamente.

_E agora este tal de Voldemort está se unindo a eles – Concluiu linda.

_O rei de Eravem. – Disse Tonks só para si, mas Remus pode ouvi-la.

_Como você sabe?

Ela fitou Remus e sorriu.

_Intuição. – disse. “a profecia...a maldição e a benção, ela as conhecia, todas as fadas conheciam...Voldemort o senhor da morte, acordou...”

_Nimpha? Está tudo bem? – Perguntou Remus parando em frente a ela.

_Sim. – Ela respondeu sorrindo para ele. – Está tudo ótimo.

Ela sorriu e continuaram a seguir Linda pelas ruas da vila.

Pouco tempo depois avistaram Harry. Estava junto a uma bela jovem ruiva em uma das barracas de prenda. Estava fazendo tiro ao alvo, com arco e flecha.

_Tão cego quanto o pai. – Brincou Remus para chamar a atenção do rei.

Harry se virou, e soltou o arco quando reconheceu Remus. Sorriu abertamente.

_Tio Remus! – Disse ele abraçando o outro. – Você sumiu de Avalon.

_Você sabe harry...

_Sei, mas nunca entendi. – E virando-se para Tonks perguntou – E quem é esta jovem que está com você?

_Nimphadora Tonks. – Ela se apresentou. – É uma prazer conhecê-lo Harry Potter, só ouço coisas boas sobre você e seu reino.

_O prazer é meu Srta. Tonks.

_Senhora Lupim. – Comentou a terceira pessoa, Linda, que estava por baixo do capuz negro. Harry virou-se para ela.

_Se fosse noite eu apostaria mil galeões de ouro que esta é a famosa Linda Lupin, a qual nunca tive o prazer de conhecer, mas já ouvi fantásticas histórias.

_Sorte minha que você não apostaria se fosse dia. – Ela disse tirando o capuz, e abraçando Harry. – Nossa, mal tive notícia de seu nascimento e você já é um adulto. Mérlin, estou velha. Onde está o filhinho de Tiago Potter?

_Ele se tornou rei. - Disse Harry.

_OH! – Exclamou Linda. – Só não espere que eu me curve, nunca fiz isso para seu pai e jamais farei para você.

Ele riu.

_Então terei que prendê-la por desrespeito ao rei.

Todos riram.

_Mas me diga majestade, quem é essa jovem com você? – Perguntou linda.

_Esta é Gina Weasley.

Gina cumprimentou a todos com uma leve reverência.

Linda sorriu.

_Agora eu entendo por que nunca tive chance com seu pai.

_Você nunca quis. – Disse Remus. – corria atrás de Sirius, sempre.

Ela socou de leve o braço do irmão.

_Não é por isso Remus. É por que não sou ruiva. Olha, até a esposa do rei James, a rainha Aracela era ruiva. É algum pacto? – Perguntou ela brincando.

Harry riu.

_Não apenas bom gosto. – Disse ele, enlaçando sua mão com a de Gina. – Mas eu estou realmente surpreso em lhes ver aqui. E Linda, as últimas noticias que tive de você foram... Que você havia se tornado uma...

_Temos algum lugar mais discreto para conversarmos?

_Com certeza.

_Eu vou procurar a Hermione – Disse Gina para Harry. - Assim vocês podem conversar em particular.

_Você pode ir com a gente Gina. – Ele disse carinhosamente para ela.

_Não, prefiro aproveitar a festa Harry, ao invés de ficar trancada em uma sala. – Ela lhe beijou a bochecha, cumprimentou os outros e saiu.

_Vamos. - Falou Harry. – Acho que a biblioteca seria o melhor lugar.

--------------

Haviam se passado quatro anos desde que ele entrara em Avalon, e mesmo assim, somente de pisar ali, já se sentia em casa.

Avalon o havia recolhido quando tinha 10 anos de idade. O Rei James o acolheu, e deixou Nicolau, o encarregado das poções, como seu tutor.
Trinta anos se passaram... E ele se tornou muito melhor que Nicolau.

Ao seu lado estava, em sua opinião, a pior pessoa que poderia estar junto a ele. Desde que se casara com Lestrange, Belatriz se tornou ano após ano, uma bruxa pior e pior. Ela hoje vestia um vestido negro de veludo, sem nenhuma outra cor. Parecia de luto. Os cabelos estavam soltos e batiam na metade das costas, eram crespos e negros.

_Por onde iremos começar? – Perguntou ela.

_Acho que devemos nos separar. – Ele disse.

_Por que? – Ela quis saber.

_O reino é extenso, e o castelo tão grande quanto. Acredito que você deva entrar no castelo, já que deve estar praticamente vazio. E eu irei procurar nos arredores, conheço muito bem a propriedade, assim será fácil.

_Mas eu não conheço o castelo – Ela contestou.

_Passará a conhecer. – Ele falou soltando o braço dela e indicando-lhe uma direção.

Ela o olhou de cara feia, mas seguiu o caminho indicado.

“Preciso achar Harry Potter, urgente”.

Ele seguiu pela vila, observando por todos os lados a procura de Harry, mas não o encontrou. Foi encontrado por Hermione.

_Severus! – Ela gritou e correu na direção dele, jogando-se em seus braços e o abraçando forte. As pessoas ao redor a olhavam com estranheza, era um comportamento muito baixo para uma princesa. – Que saudade. – Ela o abraçou mais forte.

_Hei princesinha, vamos... Você não quer me matar, quer? – Ele disse para ela.

Ela o soltou e o encarou.

_Você esta mais magro, e parece triste, acho que sair de Avalon não lhe fez bem.

_Eu não suportaria viver aqui e lembrar todos os dias que não pude salvá-los.

_Severos, você fez tudo que pôde...

_Mas não foi o suficiente para salvar meus melhores amigos.

Severos Snape, foi por muitos anos, o preparador de poções. Tomou o lugar de Nicolau quando este faleceu. Ele, Snape, era perito em poções de cura. Há quatro anos deixara Avalon, depois de ter tentado ao máximo conseguir uma cura para o mal que assolava aquele reino, mas não foi rápido o bastante. Quando a cura foi encontrada e ministrada aos doentes, alguns já haviam sucumbido e dentre eles, estavam Lílian e Tiago Potter.

_Sentimos sua falta. – Ela continuou. – Eu e Harry.

_Eu também. – Ele disse sorrindo e acariciando os cabelos dela.

_E onde esta o rei de Avalon?

_Eu não sei, não o vejo desde missa desta manhã.

_Me ajuda a procurá-lo?- Perguntou ele oferecendo o braço para ela.

_Mas é claro. – Ela respondeu feliz – Só precisamos avisar a Gina e o Rony.

_E quem são eles?

_Amigos, meus e do Harry.

_Tudo bem. – Ele respondeu e seguiu com ela a uma barraquinha de prendas, onde Rony tentava lançar arcos.

_Gina, Rony, este é Severos Snape, é meu tio. – Ela disse olhando para Snape e sorrindo.

_É um prazer, Senhor. – Cumprimentou Ronald, apertando a mão do homem.

Gina apenas lhe sorriu e reverenciou.

_Imagino que esta jovem seja a próxima senhora Potter. – Comentou ele ao ouvido de Hermione.

_Sim, eu também imagino isso. – Ela respondeu para ele, em tom baixo, sorrindo.

_Eu vou com Severos procurar Harry, tudo bem?

_Claro, responderam os dois irmãos.

Quando se afastaram dos Weasleys, Snape falou.

_Não venho aqui de visita, Hermione. Não sei se você sabe, mas estou trabalhando para Harry, em um outro reino. Na verdade, Dumbledore pediu para eu ficar de olho por ele, ficar de olho no rei de Eravem. - Ela lhe fitou, desconfiada. – Estou trabalhando para Voldemort, e hoje ele me mandou a Avalon junto com outra bruxa, uma mulher muito ruim e má. Ela está a caminho do castelo, está atrás do ovo que Gina Weasley roubou.

_Como você sabe? – Ela perguntou assustada.

_Sei mais do que imagina menina. – Ele disse - Dumbledore me mantém informado, mas o pior é que Voldemort sabe que foi Gina que o pegou, e deixou bem claro para mim e Belatriz que se um de nós encontrarmos a garota, devemos levá-la para ele.

_Então... Gina corre perigo.

_Mais do que você imagina. – Disse ele – Precisamos encontrar Harry e verificar onde está o ovo, e se está em segurança, mandei Belatriz para o castelo, por que sei que ele não o guardou lá. Imagino que esteja com Hagrid, estou certo?

_Sim, Hagrid o está guardando.

_Há muitas coisas envolvidas, Hermione, e Voldemort quer uma guerra. Eu ainda não entendi todos os seus objetivos, mas sei que um deles é ter Draco Malfoy em seu exército, quer que Harry sofra uma traição.

_Draco jamais trairia Harry.

_Eu sei, mas Voldemort tem suas armas, Hermione. E ele fará de tudo para conseguir o que quer.

_Precisamos encontrar meu irmão.

_Rápido. – Ele concluiu.


_Então...Você era uma vampira e agora... Uau... Isso é incrível. E você Remus, não é mais um lobisomem?

_Não, de certa forma me tornei um animago.

_Incrível! Precisamos encontrar Hermione e contar as boas novas.

_Eu vou ficar por aqui. - Disse linda. Ela mantinha a capa negra sobre o corpo. – Não estou acostumada a ficar acordada durando o dia, e como viajamos um bocado para chegar até aqui estou esgotada.

_Queres que eu fique com você? –Perguntou Tonks.

_Não, vá e aproveite a festa. – Ela disse - E Harry, quando será o torneio?

_Dentro em breve, começara ainda esta manhã, terminando antes do por do sol.

_Ótimo, quero estar presente. Como será este ano?

_Não sei, Hermione que criou as regras este ano, e ela não me contou nada.

_Mas que justo – Comentou remus.

_Eu também acho, já que ela é o prêmio.


Os três voltaram para a cidade, conversavam banalidades quando encontraram Sirius, sozinho.

_Remus? Eu não acredito. – Ele abraçou forte o amigo. – Que milagre o traz a Avalon?

_Soubemos sobre Voldemort, e decidimos nos juntar a vocês.

_Souberam...Quem está com você?

_Nimphadora – Ele disse, apontando Tonks a Sirius. - E Linda.

_Linda? Ela está aqui?

_Sim, está na biblioteca, descansando um pouco.

_Entendo...

_Acredito que ela gostaria de lhe ver, Sr. Black. – Disse tonks.

_Olá fada. Então, anda enganando muitos Cavaleiros por aí?

_Não, apenas enganei um, e acredito que já foi o suficiente.

_Vocês se conhecem? – Perguntou Harry.

_Longa historia, sabe, não lhe contamos todos os detalhes.

_Entendo.

_Acho que vou à biblioteca, então. Tomara que ela não me morda novamente. – Disse Sirius, saindo em direção ao castelo.

_Ele nem imagina, não é? – Perguntou Harry.

Tonks e Lupin balançaram a cabeça, negando.

_Será uma ótima surpresa.

Todos riram.

Continuaram seu caminho pela vila, compraram alguns doces, e passaram em uma ou duas barraquinhas até encontrarem Hermione e Snape. Harry ficou muito feliz por encontrar novamente o grande amigo de sua família. Remus, não ficou muito feliz, ele e Sirius, nunca gostaram muito de Snape.

_Estou muito feliz com você, Harry. – Disse Snape lhe segurando os ombros. –Você é um homem forte, e um rei tão bom quando seu pai e avô.

_Obrigado Severos. – Ele disse – Mas me diga, que bons ventos o trazem aqui?

_São ventos negros meu caro amigo. Precisamos conversar. Todos nós. – Ele disse, apontando para Remus e Hermione.

_Acredito que não poderemos usar minha biblioteca, mas podemos ir para o grande salão, que está vazio.

_Para mim está ótimo.

Os cinco seguiram de volta ao castelo, o que para Harry já estava se tornando cansativo, um dia de festa, era para ser festejado, a noticia de Tonks e Lupin era fantástica, mas ambos vieram para uma guerra. O que será que havia trazido Severos de volta a Avalon?

_Não posso lhes contar tudo. Acredito que como de costume, amanhã a Távora se reunirá, então Dumbledore lhe irá explicar cada detalhe, só preciso lhe dizer que além de mim, veio também Belatriz Lestrange para Avalon, e ela deve estar rondando o castelo em busca do ovo.

Harry o fitou, espantado.

_O ovo esta seguro.

_Eu sei, agora o que você precisa fazer é mandar seus guardas a encontrarem, e prender por traição.

_Traição?

_Belatriz lestrange vem da família Black, Harry. É prima de Sirius, e se aliou a Voldemort.
Deverá ser detida por traição.

_Mas e você? Se Voldemort...

_Ele não ira desconfiar, direi que ela foi pega, e eu não pois você confia em mim. Farei-o acreditar que sou fiel a Voldemort e não a Avalon e a você.

_Obrigado.

_Pelo que?

_Por ter tentado salvá-los. Enquanto eu já não tinha mais esperança, você continuava atrás de uma cura. Obrigado por acreditar que haveria um jeito, e por ser tão fiel a eles.

_Seus pais eram as únicas pessoas que acreditavam em mim, e seu avô me acolheu de bom grado. Devo minha vida a Avalon, e lutarei por este reino até o final de meus dias.

_Fico feliz por ter um aliado tão poderoso.

_Harry, preciso lhe avisar...Voldemort, esta atrás de uma poção muito poderosa. Ele me incumbiu de decifrar os versos que indicam quais são os seus ingredientes, estou fazendo o possível para não encontrá-los. Já descobri um, com certeza. - Ele tomou fôlego – Preciso falar com o seu preparador de poções.

_Chamarei Neville. – Anunciou Hermione. E saiu correndo em direção das cozinhas.

_Longbotton? – Perguntou Snape, perplexo.

_Sim, ele é ótimo. E principalmente com plantas.

_Eu fiquei cinco anos tentando ensiná-lo uma poção decente. Bom, mas Malfoy ainda o vence...Lembra quando ele tentou...

_Sim, dar Amortência para Hermione. Quase se converteu em um veneno.

Tonks e Lupin riram junto com eles, e aproveitaram aquele tempo, enquanto esperavam Hermione voltar, para contar histórias da infância de Harry, Hermione e Draco.


_Onde esta o Sr. Black? – Perguntou Snape de repente.

_Conversando com Linda. – Respondeu Tonks.

_Linda Lupin?

_Sim, Severos, com minha irmã.

_E como ela está?

_Melhor que em anos. – Respondeu Remus – Conseguimos reverter a maldição.

_Fico feliz por isso. Acredito que devo lhe contar algo - Ele limpou a garganta, nervoso - Eu descobri aquele ritual, o qual transformou Linda em um vampiro.Voldemort ficou sabendo dele e o usou.

_Voldemort? – Perguntou Harry.

_Sim, éramos jovens e eu era amigo dele...Contei-lhe sobre o ritual, e ele se interessou muito, naquela época eu achava que ele era apenas um jovem príncipe mimado, até ele fazer o que fez.

- Você deu a Voldemort um caminho para tornar minha irmã em um vampiro! – Gritou Lupin com raiva. – Eu vou matar você. – Um grunhido de raiva espalhou-se pelo salão, Snape levantou-se apressadamente de seu lugar e sacou a varinha.

Lupin saltou pela mesa e caiu sobre Snape já em sua forma animaga, um lobo.

Barulho de passos o fez tirar sua atenção de seu alvo, mirando a entrada do salão, onde pode ver uma jovem de cabelos vermelhos. Não dando importância para ela, voltou a virar-se para Snape, e grunhir em sua face.

_Cheguei em má hora? – Perguntou Gina.

_Não. - Respondeu Tonks alegre - Remus só esta brincando com o Snape. – Disse ela levantando-se e indo até o lobo. – Vamos Remus, larga ele, senão não vai ganhar cafuné na barriga.

O lobo rosnou para a jovem que o desafiou com o olhar, em segundos, o lobo voltou a ser homem, que fitava a jovem com um sorriso divertido nos lábios.

_Acho que ele ficou com medo. – Disse ele brincalhão. Depois se virou para Snape. – Desculpe, eu não queria ir tão longe, as vezes passo dos limites. Sorte sua Tonks estar por perto, na última vez que ela não estava Linda quase escalou um carvalho de 30 metros para fugir de mim.

_E o que ela fez? – Perguntou Hermione divertida.

_Me chamou de bola de pelo eu não gostei. – Todos caíram na gargalhada. Lupin ajudou Severus a levantar e ambos voltaram a seus lugares.

_Posso ficar aqui com vocês? – Perguntou Gina - Eu estava com o Rony, mas ele encontrou uma barraca de tiro ao alvo, e descobriu que é bom nisso. Está gastando todos os seus nuques lá, acho que quer ganhar todas as prendas...Só não sei para que, nem namorada ele tem para dar a ela as prendas...

_Vamos Gina, sente-se aqui. Já conheceu Severus?- Disse Hermione dando espaço para a outra se sentar ao seu lado.

_Sim, já fomos apresentados.

_Então Severos, mais o que tem a nos dizer?- Perguntou Harry.

_Aproveite e nos diga... O que você faz para Voldemort? – Disse lupin.

_Voldemort? – Perguntou Gina levantando-se – Você trabalha para ele?

_Espere Gina, ele é nosso espião lá. – Todos fitaram Harry, inclusive Hermione.

_Como assim espião?- Perguntou Hermione - Vocês nunca me falaram nada.

_Mione...- Começou Harry - Existem muitas coisas que não falo com você.

Ela abriu a boca várias vezes como se fosse falar, mas desistiu.

_Avalon possui inimigos. - Começou Snape - Que por muitos anos nos deram trégua por temerem James - Começou Snape- Mas com sua morte tivemos receio destes reinos se revelarem, e como eu conhecia a ganância de Voldemort, decidi me instalar em seu castelo, aproveitando para espiar seus passos. - Ele secou a testa com as mãos e continuou - Não e fácil segui-lo, é liso como um cobra...Mas você pode sentir sua maldade de longe.

_E você ajudou-o. - Disse Lupin com desprezo.

Snape não respondeu, apenas abaixou a cabeça. Sentia-se derrotado, e realmente arrependido, foi uma estupidez juvenil, um grande erro.
Gina o observava, curiosa, até que seu rosto pareceu se iluminar por algum esclarecimento.

_Isso foi há muito tempo...Eu fui tolo em acreditar que ele não usaria minha descoberta.

_Vamos deixar isto de lado, sim. - Disse Hermione – Já passou e Linda está bem...Precisamos entender o que Voldemort quer com aquele ovo.

_Não é obvio? - Perguntou Harry. -Ele quer o dragão.

_Harry, o dragão só irá nascer para o seu verdadeiro cavaleiro.

_Ele quer impedir que o dragão nasça - Disse Gina de repente - Ele quer impedir que o cavaleiro o encontre por que, talvez, ele saiba que o dragão e seu cavaleiro tornar-se-iam seus inimigos.

Todos a olharam.

_Gina...Você sabe de alguma coisa que anda não nos contou? - Perguntou Hermione fitando a ruiva.

Gina levantou seus olhos e encarou os de Hermione.

_Sei que Voldemort é tão mal e mata sem se importar com quantidade...Sem se importar...

Snape a fitava curioso, mantinha um sorriso enviesado nos lábios.

_Ele ia matar a minha família...Ele mandou os Orcs atacarem as vilas. - Os olhos dela estavam cheios de lágrimas - Eu vi um amigo meu morrer nas mãos de um Orc...E meus irmãos, só foram salvos...Por que...Por que fugiram...

_Está tudo bem agora menina. - Disse Snape com a voz baixa - As vilas foram quase todas esvaziadas, e muitos foram para as terras ao sul, longe de tudo isso. Os únicos que permanecem em Eravem são os que estão ao lado de Voldemort.

Harry levantou-se de repente.

_Remus, você se lembra onde fica a sala das armas?

_Sim, Harry. - Respondeu o outro.

_Então vá buscar uma espada para você, e mais homens. Vamos atrás de Belatriz. - virando para Hermione ele disse - Mantenha sua varinha em pulso, e fique perto da Tonks. Severo, proteja-as. - E virando-se para Gina ele disse duramente. - Você vem comigo.

Saiu em direção às escadarias. Gina olhou para os outros sem entender, e o seguiu.

___________________________________________________________

_Mérlin, são dois. - Exclamou ela assustada - E agora como eu vou saber quem...

_Débora - Um dos ruivos chamou levantando o braço e sorrindo.

_Acho que é ele. - Disse Mari.

Os dois ruivos seguiram em direção às princesas, ambos sorridentes e conversavam um com o outro.

_Princesa, este é meu irmão Jorge - Apresentou Fred quando chegaram a elas.

_Encantada. – disse Débora, fazendo uma leve reverência.

Jorge lhe sorriu e também lhe reverenciou.

_Esta é minha amiga Mari e sua irmã Sarah.

Ambos se cumprimentaram.

Sarah olhava para os dois irmãos com curiosidade.

_Por que vocês são iguais? - Perguntou a menina com curiosidade.

_Por que somos gêmeos - Respondeu Jorge sorrindo para ela.

_O que e gêmeos Mari?- Perguntou a menina virando-se para a irmã.

_Eu explico - Disse Jorge ao ver a cara de Mari, ela não sabia o que responder. - É que quando a nossa mamãe nos ganhou a gente veio junto.

A menina passou uma mão sobre seu queixo, pensando.

_Hummm, então a fadas que traz as crianças trouxe dois iguais?- Perguntou ela dando um pulinho de empolgação.

_Fada? -Perguntou Fred baixinho perto do ouvido de Débora.

_Isso. - Respondeu Jorge sorrindo ainda mais.

_Mas e daí...

_Sarah, chega de perguntas. - Disse Mari.

_Vocês querem dar uma volta coma gente?- Perguntou Fred. - Estávamos indo tomar um sorvete.

_Sorvete!Sorvete!- Gritou Sarah animada.

Mari revirou os olhos.

_Vamos Mari. - disse Débora - Quem sabe assim a Sarah fica um pouco mais calminha.

A pequena olhou desconfiada para Débora.

_Eu sou uma princesa, Lady Débora, é claro que eu sou calma. - Disse ela como se estivesse instruindo Débora - Minha mãe disse que a voz de uma dama deve ser baixa como um sussurro e doce como mo canto do rouxinol.

_Idêntica “- sussurrou para si Mari, com ironia”.

__________________________________

Harry a arrastava escadas a cima, em direção aos dormitórios. Ela já estava ficando furiosa com ele, devido à falta de gentilezas.

Chegaram em frente ao quarto dela, de Hermione e de Harry. Ele pareceu um pouco confuso ante a qual deles escolher, por fim escolheu o de Gina. Entrou.

_Harry, agora por favor, você pode parar de me arrastar e dizer o que quer? - Perguntou ela já irritada com as mãos pousadas na cintura.

Ele fechou a porta e se virou para ela.

_Você fica aqui, e não saia por nada. Vou lacrar a porta com um feitiço e quando tudo estiver bem eu voltarei e irei te libertar. - Ele disse e simplesmente abriu a porta e saiu, não antes de a lacrar com um feitiço.

_Haaa!!! - Gritou gina irritada - O QUE VOCE PENSA QUE ESTA FAZENDO HARRY POTTER? TIRE-ME JÁ DAQUI.

Do outro lado da porta ela apenas obteve o silêncio, e mais nada.


No salão principal acabara de chegar Remus, trazendo consigo quinze soldados da guarda, inclusive o comandante Malfoy.
Draco cumprimentou Hermione com uma meia reverência e a Tonks do mesmo modo. Virando-se para Snape ele sorriu enviesado e disse.

_Severus, o bom filho a casa torna?

_Por pouco tempo, infelizmente.

_E como esta sua vida em Eravem?

_Não tão boa quanto a sua, jovem Malfoy.

_Ainda nessa de "jovem malfoy"? Agora sou o comandante da guarda e deves me respeitar como tal.

_Sim, senhor. - Disse Snape em tom de deboche, nunca havia gostado de Draco Malfoy, confiante demais, jovem demais e imaturo demais. Não confiava nele e em seu temperamento.

_O que estamos esperando? - Perguntou Draco – Remus, por que nos chamou?

_Harry logo voltará, Draco - Quem lhe respondeu foi Hermione - E por favor, trate nossos convidados com mais respeito, Snape é da família.

Draco engoliu seco, mas não teve tempo para mais nada. Harry havia voltado.

_Draco, você e mais três vão pela ala norte, estamos procurando Belatriz Lestrange. Você se lembra como ela é? - Perguntou Harry firme e autoritário.

_Sim senhor, mas ouso perguntar o que minha tia faz aqui?

_Ela veio nos roubar. Quando a encontrar traga-a aqui e de um jeito de nos avisar.

_Sim senhor. - Respondeu Draco, com um movimento das mãos chamou três dos soldados que estavam na sala e seguiu em direção ao norte.

_Severus, você ficará aqui e ira conferir o pátio junto com Hermione e Tonks. Remus, ala leste com mais três. Eu irei pela ala sul, e os outros pela ala oeste. Quero os quatro cantos deste castelo revidados, e Belatriz aqui neste salão em menos de uma hora. Entendido?

_Sim senhor. - Responderam os soldados em coro.

_Então vamos. - Ele seguiu seu caminho assim como todos os outros.


Quando todos saíram, Snape fitou Hermione e Tonks.

_Vamos? - Perguntou estendo a mão.

_Onde Harry levou Gina? - Perguntou hermione sem ligar para Snape. - Onde ele a levou? - Ela parecia falar sozinha.

_Talvez ele a colocou em um lugar seguro? - sugeriu Tonks.

_Hermione... Princesa... Precisamos seguir as ordens de harry. - Insistiu Snape.

_Não. - Respondeu ela secamente. - Seguirão as minhas, quero saber onde Gina está. E tenho o meu palpite. Qual o lugar mais seguro deste castelo Severos, a não ser a Távora redonda?

_________________________________________________________________________

Vasculhou por todos os cantos que pode, mas sabia que ali não estaria. Seguiu escadas acima, e vasculhou andar por andar, chegou à ultima torre, vasculhou um dos quartos, quando ouviu vozes.
Aproximou-se da porta para ouvir melhor.


_Harry, agora por favor, você pode parar de me arrastar e dizer o que quer?

"Então era Harry Potter...E quem será sua companhia?"

Ela ouviu a porta ao lado ser fechada uma vez e logo em seguida novamente. E passos a sumirem pelo corredor os quais foram abafados por gritos furiosos.

_HARRY POTTER EU VOU MATAR VOCE QUANDO TE ENCONTAR...

"Por que ele trancou a lady em um dos quartos? Curiosidade não e algo bom Belatriz” ela pensou.

Mas não seguiu seu próprio conselho, abriu a porta e olhou pelo corredor. Vazio. Seguiu até a porta ao lado e bateu com força para ser ouvida.

_Quem esta aí?

_Sou Clarissa senhorita, está tudo bem? Ouvi gritos. - Ela disse com a voz mais delicada possível.

_Está tudo HORRÍVEL! Você é bruxa?

_Sim, senhorita.

_Pode desfazer o feitiço que ele pôs na porta?

_Quem e você senhorita? E quem a trancou aí? Perguntou com um tom falso.

_Ginevra Weasley...E quem me colocou aqui foi o futuro ex-rei de Avalon...Ah, Harry Potter, quando eu te encontrar...

A porta se abriu. E Belatriz deu um passo para trás ao visualizar a jovem. A conhecia, mas de onde?

_Obrigada senhora...- Disse Gina quase sem fôlego de tanto gritar - Agora eu vou atrás dele.

Bela passou a língua nos lábios e fitou Gina friamente.

_Acho que você deve ir comigo.

O tom de voz da mulher fez Gina recuar e a fitar com curiosidade.

_Por que?

_Bom, preciso sair daqui de qualquer modo, e se o jovem rei lhe colocou aqui, você deve ter o seu valor.

_Quem é você?-Perguntou Gina pondo-se na defensiva.

_Sou Belatriz Lestrange, senhorita, fiel serva do senhor da morte.

____________________________________________________

Hermione correu escadas acima, sabia que Harry só poderia ter posto Gina em um lugar, em seu quarto. Lógico, para ele um lugar seguro, para ela, um lugar onde deixaria Gina muito mais indefesa. Mas por que ele tomara tal atitude com ela...Por que proteger Gina?

_Vamos Tonks - Chamou ela sobre a escada – Severos?

_Hermione, eu irei ficar por aqui, vou procurar pela entrada, tudo bem? Você e Nimphadora irão procurar a garota.

_Tudo bem...Tonks?

_Vamos. – Disse a outra não antes de se virar para Severus - É Tonks, ok?

Ele balançou a cabeça e seguiu para fora do salão.

_O que tem contra o seu nome?

_Você também não gostaria do seu nome se fosse Nimphadora.

Hermione sorriu e continuou a subir as escadas.

Quando chegaram no último andar puderam ouvir vozes.

_É a gina. – Sussurrou Hermione baixinho.


“Sou Belatriz Lestrange, senhorita, fiel serva do senhor da morte.”

Hermione tapou a boca com as mãos para se conter, encarou Tonks e em um diálogo mudo pediu para que ela fosse buscar ajuda.

“E você?” – Sussurrou a outra.

“Eu sei me virar, vai logo.”

Tonks saiu escadas abaixo e Hermione seguiu ate onde Gina e Belatriz estavam.

_Que surpresa maravilhosa condessa Lestrange. – Ela disse ironicamente.

Belatriz não se virou para ela, com uma agilidade desconhecida trouxe Gina para si, a fazendo de escudo e posicionou sua varinha no pescoço da ruiva. Então falou com a princesa.

_Olá majestade. Sinto não poder lhe reverenciar, mas você pode ver o por que. – Ela sorriu.

_Não entendo o que você quer com Ginevra. Ela á uma de nossas convidadas, por acaso lhe fez algo?

_Há, acredito que esta menina tenha o seu valor. Senão seu irmão não a trancaria aqui, sim?

“Pense, Hermione, pense”

_Gina ‘r nossa amiga, claro que tem valor.

_Acredito que ela valha mais do que você imagina, princesa.

Gina fitava Belatriz com ódio, e Hermione com incredibilidade. Não estava com medo da situação, mas sim irritada com tudo aquilo, tudo culpa do Harry.

_Senhora. – Disse Gina – Poderia fazer o favor de me soltar? Essa brincadeira já...

_Brincadeira senhorita? Você é minha chave para a saída deste lugar. Mas claro que antes, terei o ovo que meu mestre tanto deseja.

_Não o terá. – Desta vez foi Harry quem falou, com a voz firme e decidida. Mas sua pose mudou ao ver Gina nos braços de Belatriz, uma dor latente cruzou seu peito. Medo. Sentiu a cor esvair de seu rosto e as pernas amolecerem. - Gina...

_Há majestade...Conheci a sua amiguinha, ela não e um amor? Prontificou-se a me ajudar a sair do castelo...Você sabe...Ou eu saio ilesa, ou ela morre...

_Você acha que será fácil Bela? Há muitos guardas por aqui. – Era Snape que acabara de chegar.

_Severos, vejo que não estamos em situações semelhantes.

_Nunca estivemos, Bela.

_Posso ver, o mestre ficará furioso quando souber.

_Ele não saberá.

_Ha sim, eu irei...

_Você não irá a lugar nenhum Belatriz. – Disse Snape firmemente. – Você irá largar esta jovem e seguir cordialmente até as masmorras.

Háháhá - Ela gargalhou alto.

_Não, querido, eu irei até meu mestre...E vocês...

_Harry, Hermione e seja mais quem estiver aqui, por favor façam essa maluca me largar, para eu poder ter as minhas mãos livres e te estrangular, HARRY POTTER!!!

Hermione quase riu, diante da explosão de Gina. Ela não estava com medo, e sim irritada, e com o Harry.

_Eu quero o ovo, então eu entrego a garota.

Harry fitou Hermione. E a garota o encarou.

_No salão das jóias da coroa irmã, lá está o ovo, traga-o para nós.

_Mas Harry...

_Por favor.

Belatriz sorriu.

_Há, ruivinha, eu sabia que você deveria valer algo.

_Muito mais que você. – Disse Tonks.

_Fique quieta...- Disse a mulher irritada.

_Está aqui. – Disse Hermione – Você estava perto Belatriz.

_Vamos, me entregue o ovo! – disse ela estendendo a mão da varinha.

Harry pegou o ovo azul das mãos de Hermione e caminhou ate chegar a Belatriz. Estendeu o ovo ate tocar nas mãos dela. Então, sem dar tempo, ele arrancou a varinha da mulher e jogou o ovo para ela, o que a fez soltar Gina para agarrá-lo. Harry puxou Gina para si, e apontou sua varinha para Belatriz.

_Acho que é melhor você desistir Lestrange, agora você não tem mais nada para barganhar.

_Eu tenho o ovo, Harry Potter! O precioso ovo de dragão.

_Não o tem. – Disse Hermione calmamente – Sabe um dos feitiços em que eu sou melhor são os de transfiguração. Eu apenas peguei uma pedra no meio do caminho e o transformei em ovo. Você realmente acredita que guardaríamos o ovo no salão das jóias?

A mulher ficou furiosa, o que não adiantou, pois os guardas que acompanhavam Harry a seguraram, e a prenderam com correntes.

_Coloquem-na nas masmorras, mais tarde iremos conversar com ela. Hoje não é dia para isso. Temos ainda um torneio para celebrar.

_E eu ainda vou te matar, Harry Potter. – Disse Gina se esquivando dos braços dele, e dando socos do peito do rapaz. – como você ousa me prender naquele quarto?

_Gina..- Ele tentou segurar os pulsos dela.

Tonks olhou para os outros e fez sinal para deixá-los a sós.

_Não devemos nos meter em brigas de casais. – Disse ela para Hermione.

_Harry e Gina não são um casal. – Disse Hermione.

_Não?- Perguntou a outra.



_Gina...Eu fiz isso para..

_Me proteger? E olha no que deu, uma maluca abre a porta e me prende...ARGH!

_Gina...

_Você pensa o que? Que não sei me defender? Posso não ser muito boa em feitiços e tal, mas me de uma espada e eu garanto que venço você!

Ele recuou.

_Gina...eu...

_Meus irmãos não sabem, mas eu participava escondida de treinamentos que aconteciam na vila, enquanto eles tinham que cuidar das plantações...Eu sou muito boa Sr. Potter.

_Gina, eu não suportaria ver que algo aconteceu a você.

Ela parou.

_E você não acha que seria mais seguro eu estar ao seu lado, e não longe de você?

_Mas se alguém atacar você...Se não fosse somente Belatriz que estivesse aqui...Se tivéssemos que lutar...

_Eu lutaria com vocês, para defender este lugar, são meus amigos, ora...Vocês me ajudaram...

Ele se aproximou dela.

_Tudo bem, você venceu. Na próxima vez você ficará ao meu lado. Mas olhe ruivinha, não quero perder você de vista.

Ela balançou a cabeça.

_Você não tem jeito majestade.

_A culpa é sua se eu me apaixonei por você. – Disse ele antes de beijá-la com paixão.


O torneio do rei era um lendário torneio criado muito antes da era arturiana, antes ate mesmo de Uther, mas ainda na era dos reis de Cammelot. O rei oferecia na festa de São Petencostes um desafio, a todos que quisessem o desafiar. Por anos e anos, ninguém conseguiu vencer o árduo percurso que foi criado, em busca do prêmio, um beijo da rainha de Cammelot. Quando Arthur era rei, o torneio continuou a existir e foi nesta época que houve o primeiro vencedor. Ele passou através de laminas afiadas, troncos altos, e perigos, e ganhou como prêmio um beijo da doce rainha Guinever, mas naquela época, o que o jovem Lancelot ganhou não foi apenas um beijo, mas sim o coração da rainha.

Tendo um vencedor, o torneio mudou, e mudou, ano após anos, até chegarmos em Avalon. No ano anterior o torneio havia sido uma disputa de justa (cavalos e lanças), Hermione achou violento demais, mas deu um delicado beijo na face do comandante Malfoy, o vencedor.
Este ano ela que iria ditar as regras. Sem sangue, sem cortes, sem morte. Eram as regras da princesa. E se possível, sem Malfoy como vencedor.

As arquibancadas que estavam quase lotadas quando o sino tocou avisando que eram onze horas. Os que estavam pelas ruas, comprando doces ou tecidos, pararam na mesma hora, as barracas fecharam e as ruas se esvaziaram, todos queriam ver o torneio.

Quando não havia mais lugares para serem ocupados, um dos cavalariços anunciou a entrada do rei e da princesa. Harry sentou-se em seu trono, ao seu lado Hermione, atrás deles havia os reis de gondor, Nárnia, Rohan, e claro, os Weasleys.
Harry levantou-se.

_Bom dia. – Cumprimentou ele a todos – Estamos aqui mais uma vez para festejar o dia de São Pentecostes, reunidos nesta arena, para prestigiar o torneio. Como de costume, aquele cavaleiro que for o melhor dentre os reinos, receberá como recompensa um beijo da senhora de Avalon. Assim como no passado esta honra foi de minha mãe e antes dela, de minha avó, hoje a dama que concederá o prêmio é minha irmã, lady Hermione. Este ano, porém, teremos algumas mudanças nas regras do torneio. Regras estas, sugeridas por vossa princesa, e ninguém melhor para explicá-las do que ela mesma. - Ele foi ovacionado por palmas e sentou-se, Hermione se levantou timidamente e sorriu.

_Apesar de entender perfeitamente que este torneio é uma tradição, e de como toda a tradição deve ser incentivada, todos vocês sabem que sou avessa à violência. Por mim, não haveria luta alguma, não vejo como motivo suficiente, tantos bravos cavaleiros arriscarem suas vidas para ganhar apenas um beijo meu. – A platéia protestou, deixando-a ainda mais envergonhada – Porém como disse, não estragarei a festa, tão aguardada por todos. Então, propus a meu irmão algumas mudanças nas regras, visando manter o máximo possível, a integridade física dos participantes, e reduzir ao máximo o derramamento de sangue.
Nenhuma alteração ocorrerá na prova preliminar, pois o risco é mínimo. Porém, para aqueles que se classificarem para a fase seguinte, eu irei lançar um feitiço em cada um dos participantes, impedindo que qualquer arma os machuque fatalmente. Sentirão a dor, mas não se machucarão em demasiado. No decorrer do torneio, explicarei melhor as novas regras. Agora: que se inicie a disputa.


A primeira fase do torneio consistia em uma prova de perícia com arco e flecha. Todos saíram novamente da arena, dirigindo-se até um campo ao lado. O campo tinha mais de cento e cinqüenta jardas de comprimento. Numa das extremidades, alvos fixados, na outra, uma linha branca delimitava a distância a que os competidores deveriam lançar suas setas. Em uma das laterais, uma tenda havia sido montada, para proteger a nobreza do sol. Aos poucos, todos aqueles que desejavam participar estavam por ali, testando seus arcos. Uma das maiores vantagens, e conseqüentemente, maior atrativo do torneio, era que não havia distinção entre os nobres e a plebe. Todo homem podia competir, independente de sua classe social, e sonhar em receber um beijo de sua senhora. Assim, em torno de oitenta jovens, ou até não tão jovens assim, eram separados em grupos para competir. Entre eles, alguns ruivos.

- Hei Rony! – Chamou Fred – Pensei que não aprovasse essa história toda de torneio, só pra ganhar o beijo de uma princesa.

- Bom, todo mundo pode mudar de idéia, não pode? – Respondeu Rony, encabulado.

- Minha curiosidade é saber o que fez com que mudasse de idéia, Roniquinho. – Jorge cutucou, olhando em direção à tenda.

- Só mudei de idéia, não posso? – Rony respondeu defensivamente, olhando também para a tenda e sorrindo. Podia ser loucura dele, mas tivera a impressão de que seu olhar se encontrara com outro, e havia recebido um belo sorriso.

Ela não sabia por que resolvera olhar para aquele lado justamente naquele momento. Desde que deixaram a arena, a maioria dos Weasleys havia se separado deles na intenção de participar do torneio. Ela havia desejado boa sorte de uma maneira genérica. Não podia deixar transparecer nenhuma preferência. Mas naquele momento, ao olhar para a multidão de pretensos vencedores, ela se surpreendeu ao encontrar o olhar dele, e ainda mais sorrindo.

Esquecendo-se de que seria um absurdo o que estava fazendo, ela sorriu de volta, em sinal de apoio. E o sorriso dele aumentou ainda mais, o que fez com que seu coração disparasse. Até que sua atenção foi atraída por algo que o Sr. Weasley, que se encontrava com eles sob a tenda, conversava com Gina.

- Estou admirado que Ronald irá competir. Ele havia dito que não usaria o que estava aprendendo para algo tão, como ele havia se referido, “fútil” como um torneio. Disse que treinava para estar pronto numa nova situação em que estivéssemos em risco. Espero que ele consiga passar da primeira etapa, seria muito importante para ele melhorar sua autoconfiança.

- Já é uma grata surpresa ele estar competindo, papai. Ele sempre se sentia inferior aos outros. Nem acreditei quando vocês me disseram que ele estava praticando com armas, imagino o que Fred e Jorge devem ter aprontado com ele por causa disso. Mas acredito que ele deve ter ido muito bem nos treinos e que teve um bom motivo para competir – Respondeu a jovem, que estava ao lado de Hermione , a qual escutava a conversa interessada.

- Se está surpresa em vê-lo no torneio, aguarde até ver como se sai. – Respondeu o homem, nitidamente orgulhoso.



Os competidores foram separados em grupos de dez, pois este era o número de alvos. Este, por sinal, era um círculo, dividido em várias cores, pintado sobre uma prancha de madeira. Quanto mais próximo ao centro, maior a pontuação atingida. Cada um poderia disparar cinco flechas, e ao final de cada série eram vencedores os dois melhores. Estes eram separados, e permaneciam assistindo o desenrolar da prova ao lado dos nobres, sob a tenda.

Apesar de brincar e fingir calma, os gêmeos sentiram a pressão. O objetivo deles era no mínimo não perder para os irmãos. Fred participou da primeira eliminatória, e apesar de acertar todas às vezes o alvo, ficou em quinto lugar e foi desclassificado. Jorge foi ainda pior, ficando em nono. Na segunda rodada, o vencedor foi Draco Malfoy, que sorriu satisfeito e procurou o olhar de Hermione, mas esta permanecia impassível em seu lugar. Ele fez uma careta de desagrado e se posicionou onde era indicado, para assistir os próximos competidores.

Rony só entrou no campo de prova na sétima eliminatória. Com ele, alguns dos melhores cavaleiros, inclusive um de Rohan, um nobre chamado Victor Krum. Foi a eliminatória mais acirrada, que mais aplausos arrancou da platéia, pois terminou em empate triplo. Tanto Rony, quanto Krum e Gui Weasley atingiram o mesmo número de pontos, todos acertaram todas as flechas no centro do alvo. Para desempatar, apenas os três tiveram direito a mais três flechas. Os alvos foram afastados mais dez metros. No final, os juizes classificaram Rony e Krum, pois Gui havia errado por pouco um dos lançamentos. Sorrindo, este abraçou o irmão mais novo, desarrumando seus cabelos, feliz por sua vitória. Rony ficou extremamente vermelho, mas seguiu Krum rumo à sombra. Parou, e instintivamente olhou para Hermione, que retribuiu o olhar e o cumprimentou, com um leve aceno de cabeça, imediatamente correspondido, discretamente, mas que não passou despercebido a Draco, que assistia a tudo e parecia prestes a avançar sobre Rony e desafiá-lo para uma disputa.

Ao fim de uma hora, a eliminatória estava encerrada. Harry voltou a se levantar, para seu pronunciamento.

- Dentro de uma hora, terá início a próxima fase do torneio. Que os classificados se apresentem à platéia.

Os competidores, um a um começaram a dar um passo a frente, fazendo uma reverência ao senhor daquelas terras e se apresentando.

- Sou Draco Malfoy, comandante da guarda real de Avalon. – E retornou para seu lugar.

- Meu nome é Victor Krum, conde das terras dos Cavaleiros de Rohan.

- Sou Collin Creevey, capitão da guarda de Avalon.

- Eu sou o campeão deste torneio, e meu nome é Gregory Goyle, príncipe da Terra da Noite, a maior das oito terras que compõe as Terras Emersas. (Uma vaia surgiu entre a platéia, imediatamente silenciada pelo movimento da mão do rei).

- Sou Pedro, o grande rei de Nárnia.

- Sou Edmundo, rei de Nárnia.
- Sou Ronald Weasley, cavaleiro de Gondor.

- Se me permite, meu senhor. – Começou o último competidor, fazendo uma reverência mais acentuada. O homem era alto e forte, tinha a postura ereta e as pernas afastadas, as mãos cruzavam as costas. Portava um capuz que cobria totalmente seu rosto. Usava uma capa de viagem verde escura, que resvalava no chão, mas mesmo assim ainda era possível ver a ponta da bainha de sua espada conforme se movia – Rogo a prerrogativa de não revelar minha identidade neste momento.

- As regras do torneio determinam que os competidores não são obrigados a revelar suas identidades no início da competição. – Disse Harry, um tanto contrariado. - E acredito que todos aqui querem conhecer todos os campeões. Mas, concordo que continue anônimo por enquanto, cavaleiro misterioso. Porém, se vencer sua luta e passar para a fase semifinal, deverá revelar quem és e de onde vem. Concorda?

- Sim majestade. – Anuiu o assim denominado Cavaleiro Misterioso.

A platéia se dissipou, procurando algo para fazer até o horário determinado para o início da próxima fase, ou até mesmo já buscando o melhor lugar na arquibancada. Enquanto saiam, a maioria olhava com curiosidade para o encapuzado, tentando adivinhar o motivo de ocultar sua identidade e sua origem. Rony foi cercado por sua família, que o cumprimentava efusivamente. Harry assistia Gina pular sobre o pescoço do irmão, aguardava pacientemente para que a jovem a acompanhasse de volta ao castelo, e não reparou quando Suzana passou, de braços dados com Pedro, demonstrando repúdio à cena. A seu lado, Hermione também aguardava, ignorando completamente Malfoy, que saiu sozinho.

- Parabéns, Cavaleiro. – Cumprimentou ela, quando viu uma brecha no mar vermelho que cobria o rapaz.

- Obrigado, majestade. – Agradeceu ele, num tom de pele mais rubro que seus cabelos.

- Parece que o braço de meu irmão já está ocupado. – Continuou ela, olhando para Harry, que já seguia de volta ao castelo – Pode me emprestar o seu?

- Cla... Claro, princesa. Será uma honra. – Respondeu ele, tropeçando em seu arco, quase caindo mas recuperando-se logo, ainda a tempo de ver um sorriso no rosto da princesa. Jogou a arma sobre Fred, atingindo a testa do irmão, que só não proferiu um impropério, por ele estar acompanhado – Desculpe, sou um pouco desastrado.

- Não acho. – Respondeu ela, mas olhou para a cara dele de incredulidade, e completou – Tudo bem, só um pouquinho.

Ambos gargalharam juntos, e foram se refrescar no castelo. Na hora marcada, as arquibancadas já estavam repletas novamente. Os participantes, ocupavam uma área coberta. Hermione passou por cada um deles, lançando o feitiço que os protegia de maiores danos, depois se juntou a Harry, que tomou a palavra.


- Cada competidor retirará desta urna em minhas mãos, um dobrão com uma runa desenhada, representando os quatro elementos e que indicará seu oponente. Ela também indicará a ordem das lutas, que será a seguinte: Fogo, Terra, Água e Ar.

Dito isto, um a um os candidatos retiraram suas fichas, mantendo-as em suas mãos abertas. Uma ordenança se aproximou, verificou os símbolos e anunciou os pares.

- Primeira Luta: Rei Edmundo x Conde Victor Krum;

- Segunda Luta: Comandante Malfoy x Príncipe Goyle;

- Terceira Luta: Rei Pedro x Sir Weasley;

- Quarta e última luta: Sir Creevey x Cavaleiro Misterioso.

A cada embate anunciado, o público aplaudia, antevendo a emoção que seria a competição daquele ano. Assim que a turba silenciou, Harry retomou a palavra.

- Competidores... Apesar do feitiço lançado por minha irmã, que impedirá maiores ferimentos, esta luta não é brincadeira. Os golpes serão verdadeiros, as armas são reais e o objetivo é a vitória. Portanto, tomem o máximo de cuidado, não queremos mortes neste dia de festa. – Olhou para todos os competidores, demorando-se um pouco mais no cavaleiro encapuzado, então continuou – Como regra de combate, informo que não há regra alguma. Tudo é valido para alcançar a vitória. A única proibição que existe, é com relação às armas. Escolham sabiamente, pois durante a luta não é permitido trocar de armas. Aquele que o fizer, estará sumariamente desclassificado. Agora, que se iniciem os combates!

Um grande alarido percorreu a platéia, enquanto os competidores das lutas seguintes se sentavam para assistir a primeira.

Edmundo, trajando sua armadura prateada completa, dirigiu-se para o centro da arena. Portava sua espada na mão direita, e seu escudo, com o emblema de Nárnia (o leão amarelo sob fundo vermelho), muito bem fixado em seu antebraço esquerdo. Parecia certo da vitória, e seu sorriso era pura arrogância. Krum andava pela murada da arena, repleta de armas e apetrechos, procurando algo, apesar da bela espada em sua bainha. Quando voltou para o centro da arena, trazia um belo escudo, e uma maça na mão, uma bola de ferro repleta de cravos pontiagudos, presa a uma corrente longa, e que ele parecia manejar muito bem.

Os combatentes começaram a se estudar, olhar fixo no oponente, buscando qualquer brecha, qualquer fraqueza que pudessem usar para tirar vantagem. Num rompante de velocidade, Krum avançou contra Edmundo, girando a maça no ar e desferindo um forte golpe, mirando sua cabeça, que atingiu seu escudo. Edmundo deu dois passos para trás devido à força do impacto, muito maior do que ele esperava, mas se recuperou rápido. Girou sua espada por sobre a cabeça, visando atingir o pescoço grosso de seu oponente, mas este se esquivou com um movimento rápido, abaixando sua cabeça para o lado. Mas ainda assim, a lamina arrancou alguns fios de seus cabelos negros. Victor afastou-se para ganhar impulso novamente, mas quando avançou já era esperado, e enquanto girava sua arma de um lado e outro do corpo, buscando atingir seu alvo, este se esquivava, andando de costas, desviando-se o melhor possível, numa coreografia linda e mortal. Pararam para respirar. Então foi a vez de Edmundo atacar, desferindo sucessivos golpes com sua espada, que eram bloqueados pelo escudo de Krum. Os dois homens respiravam com dificuldade, devido ao cansaço.

Edmundo, que achou que venceria a luta com facilidade, começava a transparecer preocupação. Seria uma grande humilhação se um governante de Nárnia perdesse a luta para um reles nobre. Estava impaciente, pois estava calor e a armadura pesava bastante. Respirou fundo e, com um brado de guerra, avançou uma vez mais sobre Krum. Este, mais uma vez, conteve o golpe com seu escudo, forçando-o para o alto, abrindo uma brecha em sua guarda. Então, girou sua maça. Edmundo percebeu sua intenção e tentou se esquivar, mas ainda sim foi atingido violentamente em seu flanco direito, tendo sua armadura amassada. Caiu no chão, e seu escudo voou de sua mão. Pela primeira vez desde que a luta começara, Krum sorriu. Se bem que estava mais para um arremedo de sorriso, pois o máximo que conseguiu foi entortar um pouco a boca. Não querendo desperdiçar a oportunidade, avançou contra seu oponente caído, voltando a desferir violentos golpes, forçando Edmundo a rolar pelo chão, para não ser novamente atingido. Edmundo percebeu que se não tomasse novamente a ofensiva, estaria derrotado. Desesperado, encheu a mão com areia e, ao desviar-se de mais um golpe, jogou-a nos olhos de Krum. Este gritou, ensandecido, ao ver a vitória escorregar-lhe pelos dedos. Edmundo não desperdiçou a oportunidade, levantou-se de um salto, jogando-se contra seu oponente e jogando-o no chão. Pegou sua espada e encostou o fio no pescoço grosso, sob uma veia que pulsava forte.

- O vencedor! – Gritou o juiz - Rei Edmundo, de Nárnia.

Edmundo ergueu sua espada no ar, sob gritos e aplausos da assistência. Mas a vitória lhe custara caro, pois ao sair da arena, mancava visivelmente. E ao chegar sob a tenda, sentou-se com dificuldade em uma cadeira, logo sendo atendido por seu ajudante, o velho Castor, acompanhado de sua irmã, Lucia. Enquanto isso, Krum deixava a arena por outro lado, visivelmente contrariado. Garotos entraram correndo, trazendo enormes rodos de madeira, e rapidamente ajeitaram a areia, deixando tudo pronto para a próxima luta.

Assim que terminaram, os novos competidores se apresentaram. Draco trazia sua espada na mão, e sua varinha embainhada em sua túnica. Goyle trazia um chicote enrolado no antebraço direito. Cumprimentaram os soberanos e depois se viraram, um de frente para o outro.

- Então eis o grande comandante Malfoy. – Disse Goyle, sarcasticamente.

- Isso. Sou eu mesmo. – Respondeu o loiro, estufando o peito.

- Já ouvi muito a seu respeito. És o comandante que vive correndo atrás de sua princesa, a irmã do rei, e nunca consegue nada. – Riu Goyle.

- Como ousas? – Bufou Malfoy.

- E sabes o que é pior? – Continuou o outro, provocativo – É que você não percebe que não tem a mínima chance. Eu andei observando a moça o tempo todo, sabe? Ela não tirava os olhos do ruivo. Não cansava de lhe mandar sorrisinhos tolos.

- É mentira, seu bastardo! Hermione nunca se interessaria por um plebeu como aquele Weasley. Não vou permitir que ofenda minha senhora, venha você de onde vier.

- Então vamos, loirinho. Vou acabar com a sua raça, ganhar este torneio e roubar um belo beijo da sua princesa.

Nenhum dos presentes chegou a ouvir esta conversa. Do palanque, a impressão que se tinha era de que os dois conversavam, quando de repente, sem o menor aviso, contrariando sua característica, Malfoy avançou sobre seu inimigo. Mas não conseguiu avançar muito, pois Goyle, num movimento rápido, desfraldou seu chicote e lançou-o contra o comandante. Um silvo ao vento, um ardor na face, e Draco parou de Chofre. Levou a mão ao local atingido, onde agora havia um vergão roxo. Se não fosse o feitiço protetor, certamente haveria um corte profundo no local.

- Não pode se aproximar de mim, caro comandante. Infelizmente não posso fazê-lo em pedaços, mas garanto que sentirá como se o fatiasse como a um peru assado. – Riu Goyle, brandindo o chicote violentamente.

Draco não podia avançar. Se tentasse se aproximar, se entrasse no alcance do chicote, realmente poderia ser fatiado. Nunca lutara contra uma arma como aquela, mal dava para ver Goyle mexer a mão, quanto mais enxergar os caminhos que o chicote fazia no ar para atingi-lo. Mas ele não tinha outra opção, precisava atacar ou não venceria a luta. Respirou fundo e avançou, tentando esquivar-se das chibatadas.

Goyle sorriu maldosamente, e começou a executar golpes cada vez mais próximos a Malfoy, porém sem atingi-lo, apenas para fazê-lo ficar pulando e se esquivando. Draco recuou novamente, lívido de raiva. Estava fazendo papel de palhaço, e isto era algo inadmissível. Resolveu tentar inutilizar a arma de seu oponente, então avançou novamente, de espada em riste. Quando o chicote veio em sua direção, tentou cortá-lo com sua lâmina, mas ao invés disso o que aconteceu foi que a espada ficou enrolada pela tira de couro, e imediatamente Goyle deu um puxão e a arrancou de sua mão, jogando-a longe. Caíra muito longe, não conseguiria recuperá-la a tempo. Sua única saída era recorrer à magia. Agilmente sacou sua varinha, enquanto uma nova chicotada atingia seu braço, cortando o tecido e marcando sua carne. Quando outro golpe veio em sua direção, conjurou um escudo para se proteger.

Draco estava com raiva, muita raiva. Não bastaria vencer seu inimigo agora, teria que humilhá-lo, como ele mesmo acabara de ser humilhado. Protegido pelo escudo, podia se acalmar e pensar friamente. Uma idéia se formou, e ele sorriu. Assim que Goyle deu uma parada, com o intuito de descansar, ele baixou seu escudo e lançou um feitiço, mirando na arena atrás de Goyle, onde transformou a areia em um lamaçal fétido, um verdadeiro chiqueiro. Goyle olhou para trás assustado, sem nada entender, e também sorriu, acreditando que Draco errara o alvo. A audiência, atrás do chiqueiro, cobriu os narizes para evitar o ar poluído, o fétido cheiro que subia do local e infestava a arena. No palanque, Harry fez uma careta, enquanto Mione escondia o rosto em seu lenço, também na tentativa de se proteger.

- Está perdendo a prática, comandante? Ou será que está tão nervoso, que suas mãos estão tremendo e nem consegue se concentrar na luta? Se é que podemos chamar isto de luta, é claro.

- Concordo que isto nem possa ser considerada uma luta, pois já acabou. Se não reparou, meu caro, você está cercado. – Respondeu Malfoy, com desdém.

- Mas ainda estou armado, e você não pode me tocar. – Revidou o outro.

- Tem certeza que está armado? – Perguntou Draco, e com um trejeito da varinha, transformou seu chicote numa cobra.

Pego de surpresa, ao sentir o cabo em sua mão transformar-se na fria e viscosa pele de uma negra serpente, Goyle a largou com um grito. A cobra caiu no chão, ergue-se ameaçadoramente e então desapareceu, sob um novo feitiço lançado pelo comandante, que se aproximava agora com passos decididos.


- Onde está sua empáfia agora, príncipe?

- Isto é covardia. Estou desarmado, e você com a varinha, não é justo. – Goyle andava para trás, mas estava acuado e não tinha para onde correr.


- Não preciso da varinha para acabar com você. – Respondeu Draco, guardando novamente a varinha em seu bolso.


Achando que teria novamente uma chance, Goyle voltou a sorrir e se preparou para um combate corpo a corpo. Quando Draco se aproximou, tentou desferir um gancho de esquerda, mas o militar se esquivou facilmente, e aplicou-lhe um jeb de direita na altura do rim. Goyle perdeu o fôlego e capengou de lado, mas Draco não o deixou escapar. Agarrou-o pela bufante gola de sua vestimenta, trazendo-o de volta para si e desferiu mais um direto na altura do abdômen. Para finalizar, um gancho de baixo para cima, no queixo, lançou Goyle para trás.

Ele deu um giro no ar, e caiu de cara sobre o lamaçal fétido às suas costas. A audiência explodiu numa estrondosa gargalhada, assim como todos os governantes presentes. Draco ajoelhou-se, visivelmente enojado, agarrou-lhe os cabelos no alto da cabeça, levantando-a de modo que ficassem no mesmo nível dos olhos.

- Este é seu devido lugar, seu porco. Nunca mais se atreva a desonrar minha senhora, entendeu bem? – E afundou-lhe a cabeça novamente na lama.

Ergueu-se então, capturou sua espada caída e ergueu-a, recebendo os aplausos entusiasmados do público. Em seguida virou-se para o palanque, e com um gesto fleumático com a espada, ofereceu a vitória para Hermione, que constrangida apenas cingiu levemente a cabeça em sinal de agradecimento.

- O vencedor do segundo embate! – Anunciou o juiz – Comandante Draco Malfoy, de Avalon.

Malfoy aproveitou um pouco mais a vitória, enquanto dois pajens retiravam seu adversário da lama, então fez com que tudo desaparecesse e finalmente deixou a arena, indo se sentar ao lado de Edmundo. Uma rápida troca de olhares entre os dois, deixou bem claro que ambos aguardavam ansiosamente o momento em que combateriam.

O ritual que antecedia uma nova contenda se deu, como de praxe, e pouco depois os dois próximos competidores entraram na arena, repetindo todo o cerimonial que os outros já haviam cumprido. Uma leve reverência para Harry e Mione, cumprimentaram-se formalmente e posicionaram-se um de frente para o outro, prontos para o combate. De um lado, o rei de Nárnia, Pedro. Alto, forte, confiante, decidido. Sabidamente, o melhor espadachim de seu reino, alguém que, apesar da pouca idade já demonstrara seu valor em combate, já comandara um exército na guerra contra a rainha Branca. Do outro, Ronald Weasley, Cavaleiro de Gondor. Também alto, forte, porém sem experiência em combate. Mas com uma determinação férrea, e um desejo escondido que ninguém, nem mesmo um rei, poderia se interpor que o atingisse.

Eram tão díspares quanto a água e o vinho. A diferença entre eles era tão pungente, que Rony sentia-se intimidado, envergonhado de estar ali. Mas então olhou para o palanque, e mais uma vez seu olhar cruzou com o de Hermione, e ela lhe passou toda a confiança e segurança de que necessitava. Respirou fundo e arqueou os ombros, empertigando-se novamente.

Não era apenas o porte dos dois que era diferente. Suas apresentações também. Enquanto Pedro vestia uma garbosa armadura dourada, segurando em sua mão um magnífico escudo com o emblema de seu país e sua longa espada, Rony não usava nada seu. Nunca usara uma armadura, então pegara uma emprestada de um soldado de Avalon. A placa que protegia seu peito apertava um pouco, e o elmo machucava suas orelhas. O escudo, grande e desconfortável, também era um estorvo. Sua espada era a mesma que ganhara em Gondor, do rei Aragorn. Por isso sentira-se diminuto frente ao rei. Mas isso não lhe importava mais, pois o sorriso recebido apagara tudo de sua mente.

Pedro fez um cumprimento formal com sua espada, prontamente respondido por Rony. Fecharam as viseiras de seus elmos, e colocaram-se em guarda. Começaram a circundar a arena, andando lateralmente, estudando um ao outro. Então, sem aviso, Pedro atacou, dando um golpe de cima para baixo, visando a cabeça de Rony. Este aparou o golpe bem a tempo, e usando toda a sua força empurrou o monarca para trás. Este deu dois passos de costas, então retomou a carga. As espadas se chocaram no ar, o clangor do aço reverberando pela arena. Pedro começou uma seqüência de golpes rápidos, achando que subjugaria Rony facilmente, e se surpreendeu ao perceber que o rapaz, apesar de recuar, defendia todos os seus golpes. Resolveu mudar de técnica, na intenção de surpreender, mas também foi em vão. Resolveu recuar para tomar fôlego, sem conseguir reprimir uma certa surpresa.


Para Rony, isto foi uma benção, pois estava quase sem forças, não teria agüentado manter o ritmo por mais um minuto sequer.


- Parabéns, Weasley. É melhor do que parece. Poucos homens conseguem bater espadas comigo desta maneira. Não é tão patético quanto imaginei. – Disse o rei, zombeteiro.
- Sei. Era pra interpretar isso como um elogio? – Devolveu Rony, fingindo estar em dúvida, e continuou – Sabe, acho que vou levar como elogio mesmo, pois tenho certeza de que um nobre rei como és, não faria menos de um competidor que, afinal de contas, pode vencê-lo em combate, não é?

- Não seja ridículo! Nunca alguém como você poderia me vencer em uma luta com espadas.

- Bom, só tem um jeito de sabermos, não é mesmo majestade? Que tal pararmos de bater papo e descobrirmos isto de uma vez?


Possesso, Pedro avançou novamente, agora tentando atingir a perna de Rony. Mas este saltou, e tentou aplicar um golpe mirando o peito do rei, que se esquivou no último momento. Afastaram-se, mas logo voltaram a se atracar, as espadas se chocaram no ar, expelindo fagulhas devido o atrito. Ambos eram fortes, praticamente da mesma altura, e a luta estava equilibrada. Pedro enfiou seu escudo entre os dois, e com ele acabou empurrando Rony.
Avançou em seguida, desferindo nova série de golpes, que Rony ora aparava com seu escudo, ora com sua espada. A experiência do monarca começava a pesar, e ele assumia o controle da luta. Mas Rony era persistente e tentava se manter firme. Afastou-se, para conseguir respirar um pouco, e partiu para o revide. Quando as espadas se chocaram, Pedro tentou prendê-la, na intenção de desarmar seu oponente, mas Rony conseguiu manter-se com ela em sua mão, auxiliado por seu escudo. Apesar de nunca ter usado um escudo, ele tinha que reconhecer que ajudava, e muito.


Porém a sua falta de experiência quase o condenou. Pedro deu um voleio com sua espada, desferindo um forte golpe contra a parte interna de seu escudo, atingindo seu braço esquerdo violentamente e fazendo o escudo voar de sua mão. Rony gritou de dor ao ouvir o som de osso se partindo. Um novo golpe, agora com o escudo, derrubou Rony no chão, que rolou aninhando o braço ferido junto ao corpo, seu elmo quicou no chão e rolou para longe.


No palanque, Gina ergueu-se de um pulo, gritando pelo irmão. Hermione tentou fazer o mesmo, mas foi contida por Harry, que lhe lançou um olhar significativo, de que ela não podia demonstrar preferência alguma nos combates. Seu olhar era de desespero, ela apertava as dobras do vestido com toda a sua força. Mas ela se mantinha no lugar, tentando transparecer uma calma que não sentia.


Rony estava deitado de bruços, arfando pesadamente. O juiz da luta se aproximou dele, então se virou para a platéia para anunciar o resultado.



- O vencedor é... – Mas foi interrompido.

- Espere! Eu não me entreguei ainda. Não estou derrotado. – Disse Rony, levantando-se com dificuldade, com o braço apoiado no peito.

- Não seja ridículo, Weasley. A luta está acabada, você está com o braço quebrado. – Objetou Pedro.
- Uso a outra mão para segurar a espada, majestade. Esta só serve para segurar o escudo, e nem costumo usá-lo. Posso me virar muito bem só com essa. – Respondeu o ruivo, rilhando os dentes, mostrando a mão que segurava a espada.

- Se insiste... – Pedro deu de ombros – A vida é sua, Weasley. Mas saiba que não terei clemência pelo fato de já estar ferido.

- Tudo bem. Isso nem me passou pela cabeça. – Respondeu ele, fincando a espada na areia e puxando as amarras de sua armadura, fazendo com que as pesadas placas de metal que lhe protegiam o tórax e as costas batessem com um ruído seco no chão. Depois fez o mesmo com as ombreiras e tornozeleiras. Quando terminou, pegou novamente a espada, olhou para o adversário e sorriu – Pronto. Agora está bem melhor.


Pedro, que ficara observando o que ele fazia, completamente sem ação, pareceu se recobrar. Balançou a cabeça, ainda incrédulo em sua sorte, e sorriu. Assim ficava fácil demais. Fechou a viseira de seu elmo e colocou-se em guarda. No palanque, passada a surpresa inicial, veio a revolta na voz de Hermione.



- Gina, por acaso seu irmão é louco? Ou suicida? – Esbravejou ela, visivelmente irritada.

- Não que eu saiba. Mas tenho que admitir que não entendo por que ele fez uma coisa dessas. Vai ser massacrado, ferido assim e ainda mais sem uma armadura para lhe proteger. – Respondeu a ruiva, apreensiva.

- Será que ele não percebeu que Pedro quer atingir a mim e a Harry, através dele? Ele sabe que Ronald é seu irmão, é bem capaz de tentar matá-lo, só para nos atingir. – Continuou Mione, virando-se então para o irmão, que possuía um sorriso enigmático no rosto – Harry, você não pode fazer algo?

- Você sabe que não, Mione. Se interferir, invalido a luta. Mas eu não me preocuparia tanto se fosse vocês. – E seu sorriso alargou ainda mais, e encarando as duas continuou – Ronald é mais esperto do que vocês imaginam. Não cometeu nenhuma loucura, muito pelo contrário.
Mudou de tática. Não pode mais contar com um escudo para se proteger, perdeu o uso de um dos braços. Sua única chance agora, é ser mais rápido, mais ágil do que Pedro. Por isso se livrou da armadura. O peso dela retardava seus movimentos. Não pode lutar mais com a mesma força que seu adversário, então vai compensar com rapidez. É sua única chance. Gostei disso. – Dito isso, voltou sua atenção novamente para a arena.

As duas entreolharam-se, e ficou claro que não enxergavam como Harry, vantagem alguma naquela atitude. Continuavam temerosas, mas nada disseram. Também voltaram a assistir o que se passava na arena.

Os lutadores voltavam a se estudar. Se Pedro havia percebido a intenção de Rony, não demonstrava. Continuava agindo da mesma forma que iniciara a luta, demonstrava a mesma atenção, a mesma concentração. Rony, por sua vez, tinha grande dificuldade em se concentrar. Aninhara o braço esquerdo na altura de seu abdome, mas a dor era incisiva. Parecia que centenas de agulhas eram fincadas em seu braço, que começava a inchar. Cada passo que dava era uma tortura, e um suor frio começava a escorrer de sua testa. Mas não iria desistir. Sabia que não seria fácil, mas ainda tinha uma chance de vencer, e se agarraria a ela com todas as suas forças.

Pedro finalmente avançou, visando atingir sua cabeça. Rony se esquivou, jogando-se no chão com uma cambalhota. Sem a armadura, ficava muito mais fácil escapar. Levantou-se rapidamente, e atacou. Não podia mirar o escudo, concentrou-se em cruzar espadas. Trocaram uma série rápida de golpes, acima, abaixo, pela direita. Evitava a todo custo o lado esquerdo, pois se o fizesse estaria perdido, pois abriria sua guarda para o outro. Tentava encontrar uma brecha na defesa adversária, mas estava praticamente impossível. Mas em compensação, estava muito mais leve, e conseguia manter o ataque por um tempo muito maior, ao contrário de Pedro, que mostrava sinais de cansaço muito mais rápido. Quando isto acontecia, tentava afastar Rony usando o escudo, e nem sempre Rony conseguia se esquivar a tempo, o que lhe causava uma nova onda de dor pelo corpo. Então, ambos precisavam de um tempo para se recuperar, e logo partiam para um novo assalto. Aquele era, até então, o combate mais demorado do dia.

Rony sentia que precisava encerrar logo aquela luta, pois não agüentaria muito mais. Teria que ser mais eficaz . Retomou o ataque, e quando Pedro tentou acertá-lo com um voleio, Esquivou-se com um giro e desferiu um golpe contra as costas de seu oponente, amassando sua armadura. Pedro perdeu o fôlego, titubeou, largou o escudo e Rony se aproveitou para desferir outro golpe. Não desejava ferir um rei, então virou sua espada, de modo que pudesse usar a parte chata da lâmina, e atingiu-o na lateral da cabeça. Completamente zonzo, Pedro deu alguns passos e caiu de joelhos, enquanto seu elmo também caia e rolava pela areia. Rony foi em sua direção, e este desesperado, se jogou contra ele, os corpos se trombando. Visou atingir o braço ferido, e o ruivo gritou de dor quando se atracaram. Cego de dor, desesperado para se livrar de seu algoz, ignorou a dor e apoiou seu braço, no pescoço de Pedro, afastando-o e desferiu um poderoso soco, mantendo o cabo de sua espada muito bem preso em sua mão, que atingiu o maxilar do rei.

Um jorro de sangue voou , o maxilar visivelmente deslocado e um corte na parte interna de sua boca. Pedro cambaleou novamente, caindo de costas no chão. Rony, ainda cego de raiva, foi até ele, pisou em seu pulso direito, então desferiu um violento golpe, em direção a sua cabeça, arrancando gritos de pavor da platéia. Mas a espada fincou na areia, ao lado da orelha esquerda. Pedro arfava, de olhos arregalados, com o filete de sangue escorrendo de sua boca.

- Parece que o feitiço só nos protege por fora, majestade. – Disse Rony, com voz rouca, devido a dor que sentia.

Pedro nada respondeu, limitando-se a limpar o sangue que escorria. O juiz se apresentou, anunciando o vencedor.

- O vencedor da terceira luta é sir Ronald Weasley, cavaleiro de Gondor.

O público explodiu em palmas, extasiados com a magnífica luta que acabavam de assistir. Rony a nada ouvia. Largou sua espada, deu dois passos em direção à tenda, e caiu de joelhos, agarrando o braço que doía tanto que ele achava que poderia morrer. Mal sentiu seus irmãos, Fred e Jorge, entrarem na arena, erguerem-no e conduzirem-no até a tenda, onde o colocaram sentado. No palanque, mais uma vez Gina se levantou, decidida..

- Vou cuidar de meu irmão. – Olhou para Harry, que anuiu calmamente, ciente do quanto era importante para ela ver de perto como estava Rony e fazer o possível para ajudá-lo.

- Gina! – Chamou Mione, mas nada disse. Trocaram um breve olhar, que muito disse, e Gina deixou claro que entendera a mensagem.

Pedro foi socorrido por seu conselheiro e suas irmãs, e logo as coisas se acalmaram, à espera da quarta e última luta que definiria os semifinalistas. Enquanto isso não acontecia, Gina chegava até seu irmão, que estava sentado em uma cadeira. Jogou-se de joelhos a sua frente, erguendo seu queixo para que a encarasse.

- Rony! Você á maluco? O que acha que está fazendo? Você não é um guerreiro, nunca foi a favor da violência. – Disse ela, enquanto examinava a extensão de seus ferimentos.

- Oi maninha. Talvez seja, sabia? Mas alguma coisa me diz que estou fazendo o que é certo. O que devo realmente fazer. – Respondeu ele, tentando sorrir.

- Bom, agora não importa. Vamos tratar deste braço, você tem outra luta daqui a pouco. – Resignou-se ela, pegando delicadamente o braço ferido.

- Não podemos usar magia para curá-lo. – Informou Fred, que estava a seu lado – É contra as regras do torneio. Rony terá que lutar a próxima luta assim mesmo, ferido.

- Odeio esse torneio! – Exclamou Gina, bufando – Pelo menos podemos imobilizar o braço, para que não doa tanto, não podemos?


Os gêmeos deram de ombros, indicando que nada havia que impedisse isto. Então Gina arrancou a própria capa, cortou-a em longas tiras e começou a imobilizar o braço de Rony. Primeiro envolveu o braço, muito bem apertado, arrancando gemidos do irmão. Mas assim que terminou, Rony sentiu certo alívio, pois a pressão em volta do braço fizera com que a dor diminuísse consideravelmente. Depois, fez uma tipóia, onde envolveu o braço e o fixou sobre seu tórax, tentando protegê-lo da melhor maneira possível. Ao terminar, Rony estava com praticamente todo o seu tronco enfaixado, e seguramente perdera parte de seus movimentos, mas pelo menos a cor voltara a sua face. O tratamento durara todo o intervalo, e a próxima luta já estava para se iniciar. Gina sorriu para o irmão, aproximou-se e lhe deu um beijo no rosto. Aproveitou para sussurrar.

- Alguém mandou dizer que está preocupada com você e lhe desejando toda a sorte do mundo.

Rony sorriu, enquanto a jovem voltava para seu lugar. Lá chegando, foi recebida pelos olhares curiosos de Harry e Mione. Percebeu que estragara sua roupa nova, e se sentiu na obrigação de se justificar.

- Desculpem pela roupa. Usei minha capa para tratar de meu irmão.

Harry nada disse, apenas pegou sua mão, beijou-a e a conduziu novamente para seu lugar. Mione, não agüentando a curiosidade, acabou perguntando.

- Como ele está? Está muito ferido?

- O braço está quebrado, mal se agüenta de dor. Imobilizei da melhor maneira possível, mas não sei se agüentará a próxima luta.

- Ele devia desistir, já fez demais. Não precisa se arriscar tanto neste torneio idiota. Não vale a pena. – Disse a princesa, aflita.

- Talvez ele ache que o prêmio vale sim todo o sofrimento. – Harry falou, olhando de soslaio para a irmã, com um sorriso maroto no rosto, deixando sua irmã extremamente envergonhada.
A arena já estava pronta. Os dois últimos combatentes se apresentaram, repetindo os ritos de praxe. Colin pensara muito enquanto aguardava a sua luta. Seu adversário era alto e forte, mas parecia pesado. Num combate de espadas, poderia ficar em desvantagem, de forma que optou por usar uma arma que pudesse manejar a certa distância. Assim, escolheu uma lança. Era uma arma leve, que somada a sua agilidade, lhe daria alguma vantagem. Cumprimentou o cavaleiro com uma meia reverência e postou-se em guarda.

O cavaleiro, que nada dissera até então, retribuiu a reverência. Em nenhum momento abaixara o capuz ou despira a capa. Mas agora, com a luta prestes a se iniciar, ele fez um movimento largo com a mão, deixando a mostra sua vestimenta. Não usava armadura. Portava uma roupa totalmente preta, um conjunto formado por uma camisa simples, de algodão, fechada até a altura do seu tórax por cordões. Um colete de couro, aberto na frente, mas com vários pequenos bolsos e suportes, alguns portando pequenas adagas e um cantil. Uma calça justa, também de couro e botas de campanha. Em sua cintura, a bainha de uma espada, que ele sacou garbosamente. A espada completava o quadro. Também era negra, de um material desconhecido por aquelas terras. Parecia ser de vidro ou cristal, linda e mortal, translúcida e poderosa. Saudou seu adversário, e preparou-se para a contenda.

Collin não conseguiu reprimir um sorriso. Não poderia ser sério que alguém tentasse lutar com uma arma tão frágil. Avançou, tentando estocar seu adversário, mas este se esquivava facilmente, sem sequer mover os pés. Girava o corpo de um lado para outro, e vez ou outra aparava algum golpe com sua espada. Collin girava a lança, mas este se abaixava e escapava. Parou, arfante, tentando pensar em alguma alternativa. Começou a girar rapidamente a arma nas mãos, na esperança de surpreender o cavaleiro, que continuava impassível e sequer começara a suar. Deu um grito furioso, e correu com a lança em riste contra seu oponente. Tentou, novamente, empalá-lo, mas este deu dois passos para trás, deixou a lança passar ao lado de seu corpo, e com um movimento de cima para baixo de sua espada, partiu-a ao meio. Em seguida girou a espada em seu punho, num voleio, virando o ângulo da decida e pousou o fio da lâmina sob o queixo de seu atacante.

Collin arregalou os olhos. No único e primeiro movimento de ataque de seu oponente, havia sido derrotado. Esperava alguma interjeição, ou mesmo uma risada de escárnio por parte do vencedor, mas mais uma vez se surpreendeu. Nada aconteceu. O homem embainhou sua espada e o cumprimentou, com uma reverência, enquanto o juiz se aproximava.

- O vencedor da última seleção. O assim denominado, Cavaleiro Misterioso.

A platéia prorrompeu em aplausos, entre extasiada e surpresa. O vencedor agradeceu, com mais uma reverência, voltada ao público. Mais uma, para os monarcas, fechou sua capa e retirou-se para a tenda. O juiz retomou a palavra.

- Teremos um intervalo de dez minutos, antes da fase semifinal do torneio.

E deixou a arena, para confirmar as próximas chaves.

No palanque, Gina estava preocupada.

- Vocês, que estão acostumados com estes torneios, me digam uma coisa. – E continuou, assim que obteve a atenção de Harry e Hermione – Já viram uma luta terminar tão rápido? Ele nem suou, e o cavaleiro Creevey é um ótimo soldado, pelo que ouvi falar.
- Nunca! – Antecipou-se Harry – Sem dúvida, este cavaleiro é um exímio combatente. É um sério candidato a campeão.

- E contra quem será que ele deve lutar? – Perguntou ela, mas já sabia a resposta.
- Isso mesmo, Gina. Contra Rony.

Gina suspirou, conformada. Não podiam fazer nada, a não ser aguardar o desenrolar das próximas lutas.

A arena foi preparada, e então o juiz voltou para anunciar a próxima luta.

- Como primeira semifinal, teremos o embate entre o príncipe Edmundo, de Nárnia e o comandante Draco Malfoy, de Avalon.

Os dois combatentes entraram na arena. Ambos portavam espadas, e Edmundo mancava da perna atingida. Cumprimentaram os nobres no palanque, depois se cumprimentaram e prepararam-se para o início da luta. Estava claro, pelo olhar de determinação de ambos, que não seria uma luta fácil. Em suas cabeças, naquele momento, passava a lembrança de duelos passados. Os dois já haviam lutado por diversas vezes e se respeitavam muito. Mas neste dia, cada um tinha uma motivação a mais para vencer, não era apenas o título de vencedor.

Edmundo queria vencer para lavar a honra da família, que ele julgava humilhada pelos governantes daquele reino. Pois, além de Harry negar a mão de sua irmã para Pedro, comprometendo-se a assumir um compromisso com sua irmã, Suzana, ele acabara rompendo este compromisso em prol de uma jovem plebéia. Um duplo insulto que eles não poderiam admitir. Assim, ele e Pedro concorriam no torneio, com a intenção de, quem vencesse, humilhar Harry e Hermione em frente a seu povo.

Por sua vez, Draco lutava única e exclusivamente pensando em Hermione. Ele percebera que a sua princesa ficara abalada com a chegada do irmão de Gina. Não podia correr o risco dela esquecer quem era seu verdadeiro amor, quem era o homem que a ela se dedicava desde sempre. Ele precisava vencer, pois se vencesse, mostraria que era melhor que qualquer outro, o pretendente ideal para ela, e ele tinha certeza de que finalmente ela cederia a seu cortejo. Não lutava apenas pelo beijo, lutava pelo amor de sua vida.

Começaram a circundar a arena, avaliando-se mutuamente. Draco sabia que tinha uma pequena vantagem, devido ao ferimento de Edmundo. Mas não poderia e não iria subestimá-lo por isso. Edmundo era, sem sombra de dúvidas, um dos melhores espadachins que conhecia. Mas era impulsivo e impaciente, e ele poderia se aproveitar disto. Com efeito, em pouco tempo o rei pareceu perder a paciência e avançou contra ele. As espadas se chocaram, e a luta começou.

Edmundo tentou um golpe por cima, que Draco defendeu sem problemas. Desviou então sua espada, visando atingir-lhe o flanco oposto, e novamente Draco acompanhou o movimento, aparando o golpe bem a tempo. Resolveu dar o troco, e ensaiou uma estocada, a qual Edmundo desviou no último instante. Puxou a espada, e aproveitando o movimento, girou seu corpo 180 graus e tentou atingir Edmundo por cima, mas este deu dois passos para trás e se defendeu. Voltou a atacar, aproveitando-se do desequilíbrio de seu oponente após o último golpe, e este passou bem perto, resvalando em sua armadura, no ombro.

Afastaram-se um momento para respirar, mas retomaram o combate em seguida. Pareciam dois titãs, furiosos, grandiosos. Uma longa seqüência de golpes, de ambos os lados, com estocadas, voleios, e defesas praticamente impossíveis. Os dois pareciam incansáveis, invencíveis. Ambos estavam lutando sem seus escudos e logo um ou outro golpe começou a encontrar o alvo, riscando a armadura ou amassando-a levemente. Mas nada de grave. Estavam começando a sentir o cansaço atingir-lhes, e sabiam que não poderiam agüentar muito mais pelo desfecho da luta. Draco resolver explorar o ponto fraco de seu oponente, e começou a investir seus ataques no lado onde Edmundo não conseguia se apoiar direito, devido à perna. O rapaz sentiu o perigo e tentou inverter a situação, mas era muito penoso.

Depois de insistir algumas vezes, finalmente Draco conseguiu atingir o local, arrancando um agudo grito de dor de Edmundo, que se afastou imediatamente, na tentativa de se recuperar. Dirigiu-lhe um olhar fulminante, e disse.

- Então resolveu apelar, Draco?

- Não, só decidi acabar com a luta, majestade. – Respondeu o loiro, calmamente.

- Vejo que continua com aquela idéia fixa de que pode conquistar Hermione se vencer todos os torneios que disputar.

- Por que todos têm esta idéia fixa de que eu só desejo me mostrar para a princesa? – Bufou Draco, revirando os olhos.

- Por que você não consegue mais disfarçar, talvez. Todo mundo, em todas as cortes, sabe de sua paixão antiga por ela, e de como ela continua ignorando-o. Você não se cansa de se humilhar atrás de alguém que não lhe ama? Que não o enxerga como homem?

- Você só está dizendo isto por que ela não quis saber de seu irmão. – Sorriu Draco, friamente – Um dia, Hermione vai olhar para mim e reconhecer que eu sou o homem da vida dela. Mas Pedro nunca terá esta chance, e isto o deixa possesso. Assim como Suzana nunca terá Harry, tão pouco.

- Harry é um mentiroso, um falso, que quebrou sua palavra. Prometeu se casar com minha irmã, e agora voltou atrás em sua palavra. – Rebateu Edmundo, num tom alto o suficiente para que algumas pessoas na platéia ouvissem e aguçassem os ouvidos, curiosas.

- Meu rei nunca quebraria a sua palavra. Nunca houve um compromisso formal quanto a isto. – Respondeu Draco, no mesmo tom – O rei de Avalon tem o direito de poder escolher a quem ama, quem se tornará rainha de seu povo. Não deve fazê-lo apenas movido pela política e alianças.

- Pois é isto o que eu penso de você e de seus governantes, comandante. – Respondeu Edmundo, cuspindo no chão, o que causou uma extensa vaia e impropérios por parte da audiência.

- Muito bem, majestade. Vejo que os argumentos chegaram ao fim. Então deixemos que nossas espadas falem, agora. – Disse Draco, visivelmente se contendo em sua fúria.

A luta recomeçou, muito mais violenta. Não havia mais o cavalheirismo ou a honra entre os competidores. Cada um tentava ferir o adversário, fazê-lo sentir dor e clamar por misericórdia. Num destes golpes, Edmundo conseguiu atingir Draco no peito, jogando-o no chão. Partiu sobre ele, desferindo um golpe contra sua cabeça, mas este conseguiu rolar de lado e escapar. No caminho, deu uma rasteira em Edmundo, que também foi ao chão. Ambos se levantaram e se atracaram, numa rápida e violenta troca de golpes com a empunhadura da espada, visando as costas, o ombro ou a lateral da cabeça. Quando se afastaram, Draco ainda conseguiu desferir um golpe horizontal, que atingiu o braço direito de Edmundo, que com efeito sentiu o novo ferimento. Mas não se deu por vencido. Ignorando a tontura, a dor e o fato de mal conseguir levantar a espada, avançou novamente. Draco, que apesar de também estar com muitas dores estava em melhores condições, conseguiu esquivar-se, e quando Edmundo passou por ele, atingiu-lhe em cheio nas costas. Edmundo caiu chapado na areia, largando sua espada no caminho. Ainda tonto, virou-se, e viu um vulto avançando sobre ele, girando a espada e prestes a desferir o golpe de misericórdia, um golpe que certamente lhe partiria o crânio. Mas isto não aconteceu. Quando a espada desceu, parou exatamente entre seus olhos.

Edmundo ficou olhando para o fio da espada por alguns instantes, incrédulo, depois cruzou o olhar com o de Draco. Este ainda exalava fúria, e dava para perceber que ele se controlara por pouco, a custo de muita força de vontade. Lentamente a espada foi recolhida e embainhada, e logo a voz do juiz se pronunciou.

- O primeiro finalista do torneio é o comandante Draco Malfoy, de Avalon.

Uma salva de palmas saudou o vencedor, enquanto este deixava a arena. Edmundo se levantou, foi até os seus, onde foi abraçado carinhosamente por Lucia e se recompôs. A comitiva de Nárnia deixou a arena, antes da luta seguinte.

No palanque, um misto de alívio e apreensão tomou conta de todos. Alívio por Draco ter vencido sem ferir seriamente o adversário, coisa que todos julgaram que faria após as ofensas proferidas. E apreensão pois agora seria Rony a entrar na arena. Gina mordeu o lábio inferior, ao ver o irmão se levantar, visivelmente debilitado, e dirigir-se para o centro da arena. Olhou o outro competidor, e este caminhava com passos firmes e seguros. Quando os dois se posicionaram, no entanto, Harry se levantou.

- Como determina as regras do combate, a partir deste ponto só poderão continuar no torneio os competidores que tiverem se revelado plenamente. Assim, peço ao senhor que se revele. – Dito isto, voltou a se sentar.

- Que assim seja, majestade. – Anuiu o cavaleiro misterioso. Desatou o nó em seu pescoço, que prendia a capa e o capuz, e num movimento gracioso, retirou-os.

Sob o capuz, surgiu um jovem loiro, cabelos compridos, na altura dos ombros, olhos extremamente azuis. Ombros largos, tórax muito bem definido pelas longas horas de treinamento. Ele sorriu, fez uma respeitosa mesura e retomou a palavra. Sua voz era grave e ressonante, indicava confiança e sobriedade.

- Meu nome é Alec Kinkaid. Sou o representante das Altas Terras, localizadas na Terra dos Dias, no grande conselho de nossa ilha-nação, a qual chamamos de Mundo Emerso. Fui eleito por meus pares, embaixador de minhas terras para vir a Avalon, majestades.
- Já tinha ouvido rumores sobre estas terras longínquas, senhor. – Respondeu o rei – Mas nunca tivemos nenhum contato. Nunca houve nenhuma missão diplomática entre nossos países, e fico surpreso ao receber hoje, dois representantes destas terras.

- Meu senhor... – Retomou o embaixador – Há apenas um representante oficial de nossa nação em sua pátria, e este representante sou eu. Também me surpreendi ao encontrar aqui um representante da Terra da Noite. Foi por isto que não me revelei de imediato. Apesar de lorde Goyle pertencer sim a um ramo nobre, sinto informar que ele não possui o título de príncipe, conforme foi anunciado para os presentes. Mantém um título de nobre, porém desde o final de nossa guerra de 50 anos contra o Tirano que tentou dominar todas as nossas nações, nosso país é governado por um único rei e uma única rainha, aos quais eu sirvo fielmente, pois foram eles a vencerem a grande batalha e libertarem o povo da opressão e da escravidão.

- Ficamos felizes em saber que a opressão acabou em seu país. Um dos motivos pelo qual nunca tentamos criar um canal de relacionamento, foi justamente não apoiarmos o que o antigo governante fazia com seu povo. Nosso pai sempre foi contra a opressão e escravidão. - Interrompeu Hermione.

- Mas isto é passado, minha senhora. Agora, o povo pode escolher seu governante, e aclamou quase por unanimidade como rei o mago Senar, da Terra do Mar, e como rainha, Nihal, a guerreira da Terra do Vento. Nosso rei pertence também ao conselho dos magos, e numa das reuniões do conselho foi revelado que uma sombra paira sobre estas terras. Ciente disto, minha rainha resolveu enviar um embaixador, para trazer-lhes a saudação e amizade de todo a nossa nação. Minha missão era apenas uma reunião com vossas majestades, não sabia do torneio. Mas não resisti à tentação em participar quando vi a oportunidade. É para mim uma honra poder estar participando deste embate.

- Muito bem, embaixador. Marcaremos uma reunião para logo mais. Agora, vamos continuar com o torneio. – Finalizou Harry, voltando a se sentar.

- Majestade, posso fazer um pedido à linda dama a seu lado, antes da luta se iniciar? – Perguntou o cavaleiro.

- Claro. – Anuiu Harry, após alguns segundos de estranheza e de uma rápida troca de olhares com Gina.

O cavaleiro se aproximou do palanque, e dirigindo-se a Gina, com a sua capa ainda nas mãos, disse.

- Linda dama. Poderia fazer o mesmo que fez com meu nobre adversário? Poderia prender-me o braço esquerdo junto a meu corpo, imobilizando-o?

- O quê? – Assombrou-se Gina – Por quê? O senhor não está ferido, nem nada parecido.

- Não, não estou. Mas não seria justo para com meu adversário, uma vez que ele não pode contar com seu braço esquerdo, eu fazê-lo. Nada posso fazer quanto ao cansaço, mas minha honra me impede de tirar proveito quanto às condições físicas. Se ganhar a luta, quero que seja nas mesmas condições que meu oponente. – Justificou ele.

- Sua atitude é louvável, meu caro embaixador. – Disse Harry, com um sorriso, dando um sinal para que Gina fizesse o que lhe era solicitado.

Gina pegou a capa verde que lhe era entregue e com ela, prendeu o braço esquerdo do cavaleiro, exatamente como fizera com seu irmão. Ao final, sussurrou em seu ouvido – Obrigada! - Recebendo um lindo sorriso em resposta, e voltou a seu lugar. O cavaleiro voltou a se posicionar no centro da arena, sacou sua espada e se preparou para a batalha. A sua frente, um atônito Rony pareceu se recobrar do susto, ao ver aquele homem, por livre e espontânea vontade se privar de um braço para lutar. Também sacou sua espada, cumprimentou seu oponente e a luta teve início.

Gina sentou-se em seu lugar e sussurrou baixinho apenas para Hermione ouvir. “Encantador”. Ambas riram do comentário, o que chamou a atenção de Harry que as olhou de soslaio.

Até aquele momento, Rony não havia percebido o quanto a restrição causada pelo braço seria importante. Nunca reparara no quanto dependia dele para manter o equilíbrio. Agora, parecia que mal sabia andar. Sentia-se penso para um lado, e a espada parecia pesar muito mais do que o normal. Percebera que seu lado esquerdo estava totalmente vulnerável, e que teria que tomar um cuidado redobrado ali, pois qualquer golpe que entrasse por sua defesa por ali poderia ser decisivo. Seu único conforto, era saber que seu adversário enfrentava a mesma situação que ele, que apesar de demonstrar tranqüilidade e estar visivelmente descansado, também tinha problemas de equilíbrio.

Estudaram-se por algum tempo, girando as espadas no ar. Na platéia, nenhum som era ouvido, nem mesmo o da respiração. Todos pareciam estar prendendo-a, de pura anciosidade. Então, Rony atacou. Bramindo sua espada ferozmente, partiu para o ataque, e as espadas se chocaram ruidosamente. Seguiu-se uma sucessão de golpes, ataque e defesa muito bem orquestrados, onde nenhum dos lutadores dava brecha para que o golpe adversário entrasse. A única exceção era o lado esquerdo, de ambos os competidores. Parecia haver um acordo não verbal entre eles, de que aquele lado não deveria ser visado. Assim, todos os golpes visavam um lugar que pudesse ser protegido pela espada, nunca aquele ponto cego.

Afastaram-se, na tentativa de recuperar o fôlego, mas logo retomaram a carga. Num gesto desesperado, na tentativa de surpreender o oponente, Rony inverteu a forma de empunhar a espada. Agora a segurava da mesma maneira que se segura um punhal. Nesta posição, ele não podia dar nenhuma estocada, mas em compensação, os golpes que desferia eram muito mais agressivos. A maioria vinha de baixo para cima, ou na horizontal, e o cavaleiro tinha que se defender ou se esquivar com muito mais habilidade do que até então. A espada negra em sua mão brilhava sob o pálido sol do entardecer, deixando um rastro no ar. Em certo momento, inverteu a direção de sua arma, esquivando-se do ataque de Rony com uma finta de corpo e desferindo um golpe contra seu flanco direito, atingindo-o em cheio. Rony afastou-se com um urro de dor, e por um segundo achou que tivesse sido seriamente ferido. Mas foi apenas impressão.

Estava sem armadura, e o impacto da lâmina pareceu cortar fundo sua carne. Mas quando olhou para o local atingido, viu que havia apenas um fino risco roxo em sua pele, mas que doía de maneira aguda e profunda. Respirou pesadamente, tentando controlar o início de pânico que começava a querer dominá-lo. Se não fosse o feitiço lançado por Hermione, ele estaria mortalmente ferido agora, e a luta definitivamente perdida. O cavaleiro não atacou, lhe dando a oportunidade para se recuperar. Alguns instantes se passaram, até que isto aconteceu. Quando se sentiu sob controle novamente, fez um sinal ao outro, indicando que poderiam retomar o combate. Agora, além do incomodo do braço esquerdo, sentia muita dor no novo ferimento. Mas não permitiria que isso o derrotasse. Retomou o ataque, um tanto capenga no começo, mas logo retomou a confiança.


Percebeu que o Cavaleiro acreditava estar em franca vantagem e aliviara a intensidade dos golpes. Resolveu se aproveitar deste momento, e intensificou o ataque, desferindo uma nova seqüência de ataques, acima e abaixo, visando sua perna direita e o ombro, até que finalmente uma estocada passou, atingindo-o na altura do ombro direito. O cavaleiro deu dois passos para trás, sentindo o golpe, e a espada quase lhe escorregou da mão. Em respeito ao adversário, Rony não insistiu no ataque, dando-lhe tempo para se recuperar e avaliar o ferimento. O golpe atingira em cheio. Não perfurara, mas um hematoma era visível no local atingido, quando este abrira a blusa para conferir. Agora, estavam novamente empatados, ambos feridos. Ajeitou-se novamente, mas quando retomou a posição de combate, Rony percebeu que não segurava a espada com a mesma firmeza de antes.

O cavaleiro admirava o rapaz a sua frente. Mesmo ferido e com tudo contra, continuava insistindo em combater. E se superava, nos momentos de maior desespero, buscando forças num local para ele inimaginável. O golpe que aplicara contra ele naquele momento era grave, provavelmente não tinha como ele saber, mas atingira um nervo, e quase deixara seu braço inútil. Mal conseguia segurar a espada, e certamente teria problemas para continuar o embate. Mas também não se renderia facilmente.

Agora, com os dois feridos, a cautela imperava no combate. Nenhum dos dois queria dar uma brecha para o outro, pois sabiam que poderia ser decisivo o próximo golpe. Passavam a maior parte do tempo se estudando, e quando atacavam, eram golpes curtos e rápidos. Numa distração de Rony, o Cavaleiro conseguiu atingi-lo novamente, com uma estocada em sua perna. Rony cambaleou, caiu no chão de joelhos, e uma comoção geral tomou conta do público. Agora, a dor era quase insuportável. Apoiando-se na espada, Rony levantou-se uma vez mais.

- Tem certeza de que deseja insistir, Sir Weasley? – Perguntou o Cavaleiro, abaixando sua espada – Não está mais em condições de lutar, e não gostaria de feri-lo.

- Eu estou bem, senhor. Obrigado. – Respondeu este, sofregamente.

- Já provou que é um combatente honrado, de fibra. Não precisa provar mais nada a ninguém. – Retrucou o outro, dando uma olhadela significativa para o palanque, onde certo alguém aguardava ansiosamente o desfecho da luta.

- Só preciso provar a mim mesmo. Eu nunca termino o que começo, sabe? Decidi que já está mais do que na hora de mudar este meu jeito de ser. – Rony deu uma risadinha sem graça, mas que durou pouco, devido a intensa dor que sentia pelo corpo – Ainda tenho forças para mais uma tentativa.

- Muito bem, a decisão é sua. Mas, mesmo que me vença, o que é praticamente impossível agora, não terá a menor condição de encarar o comandante na próxima luta.

- Bom, até lá eu penso em alguma coisa. – Novamente Rony sorriu – Vamos acabar logo com isso?

- Como queira. – Anuiu o outro, novamente assumindo posição de combate.

Não havia motivo para prolongar a luta. O Cavaleiro achou que seria mais bondoso de sua parte se desferisse um golpe decisivo, derrubando Rony de forma definitiva. Com este pensamento, partiu para o ataque, mas para sua surpresa, Rony veio em seu encontro. Mas antes que as espadas se chocassem, Rony girou no ar e desapareceu. Pasmo, demorou alguns segundos para entender o que estava acontecendo, e estes segundos foram cruciais. Ouviu um som às suas costas, mas quando tentou se virar, sua nuca encostou-se à lâmina da espada de seu adversário. Rony desaparatara e reaparecera atrás dele, pegando-o de surpresa e vencendo a luta.

Era uma medida desesperada. Não tinha mais forças para continuar lutando, não tinha alternativa senão recorrer à magia. Quando seu oponente avançou em sua direção, resoluto, surgiu em sua mente a única possibilidade. Foi em sua direção, e quando estavam próximos o bastante, mas não o suficiente para ser atingido pela espada, girou no ar apoiando-se na perna boa e desapareceu, focando com toda a força de sua mente, reaparecer atrás do Cavaleiro. E deu certo. Quando abriu os olhos, viu o outro fitando o vazio, a sua procura. Levantou sua espada e tocou-lhe a nuca gentilmente, não havia motivo para mais violência. O homem estacou. Depois, virou-se lentamente. Rony, que esperava encontrar ódio ou revolta no olhar de sir Alec, admirou-se ao deparar-se com um sorriso franco e sincero.

- Então, o nobre Cavaleiro também domina as artes mágicas? Conseguistes me surpreender, meus parabéns. – Cumprimentou o Cavaleiro.

- Peço perdão se fui apelativo, mas não tive alternativa. – Justificou-se Rony.

- Não há do que se desculpar, meu caro. Você tinha a possibilidade de usar todas as suas aptidões no torneio, e a usou com sabedoria. Apenas como último recurso, e de maneira decisiva. – Respondeu o Cavaleiro, levando sua mão ao ombro de Rony – Foi um verdadeiro prazer medir forças com o senhor. E sua vitória foi merecida. Espero que vença o torneio.

Rony ia responder, mas mais uma fisgada em sua perna o fez perder o equilíbrio, e se não fosse pelo Cavaleiro que rapidamente o amparou, teria caído ao chão. O juiz entrara na arena, e neste momento anunciava Rony como vencedor. Mas nenhuns dos dois davam ouvidos a isto, e deixavam a arena apoiados um ao outro.


No meio do caminho encontraram os irmãos deste, desesperados. Antes de se separarem porém, o cavaleiro se dirigiu ao ruivo novamente.


- Sir Weasley, espero encontrá-lo novamente. Foi um prazer e uma honra cruzar espadas contigo.
- Obrigado. – Respondeu este, com um sorriso forçado, devido as dores que sentia pelo corpo – O senhor é realmente um nobre cavaleiro, em todo o teor da palavra.


Trocaram mais um gesto de cortesia e separaram-se. Enquanto um serviçal ajudava o cavaleiro a soltar seu braço, Carlinhos e Gui socorriam Rony, fazendo com que se sentasse em uma cadeira, próximo a Draco. Gina surgiu em seguida, abraçando o irmão.


- Rony! Ah, Rony, como você está? Olhe só para você, meu irmão. Todo machucado, se não fosse o feitiço de Hermione, talvez até morto. – Disse ela.
- Para com isso, Gina. Ele venceu, não venceu? – Fred, que também se aproximava, disse.
- É, quem diria, hein? Nosso Roniquinho, finalista do torneio. – Emendou Jorge, ao lado do irmão – Se bem que ele não agüenta nem uma disputa de sopros, quanto mais de espadas.
- Calem a boca, os dois. – Interrompeu Gui, veementemente – Rony já conseguiu um grande feito, chegando até aqui. Já é um vitorioso.
- Gui tem razão. – Completou Gina, enquanto avaliava mais a fundo o estado de saúde de Rony.



Não houve contestação e logo o juiz entrava novamente na arena, após esta ser preparada para a próxima luta.



- Finalmente, senhoras e senhores, conheceremos o campeão do torneio deste ano. Os finalistas são o Comandante Draco Malfoy, e sir Ronald Weasley. E a luta se iniciará imediatamente. – E este fez um sinal aos lutadores para que se encaminhassem para o centro da arena.


Draco levantou-se imediatamente, com um sorriso vitorioso no rosto, olhando para Rony com desdém. Rony respondeu o olhar com um determinado, mas cheio de dor. Tentou levantar-se, mas suas pernas falharam e ele teve que se apoiar em Gina para não cair sentado novamente.



- Ele não pode entrar lá de novo, não assim. Não podem esperar um pouco? – Implorou ela para o juiz, que negou com um gesto de cabeça.
- Tudo bem, Gina. Eu agüento. – Garantiu este, voltando a se levantar. Com dificuldade, ele caminhou de volta ao centro da arena, e estava prestes a cumprimentar seu adversário quando ouviu uma voz que falava com urgência.
- Esperem! – E todos olharam para o palanque, onde Hermione levantara-se e torcia as mãos, nervosamente.



Harry conhecia sua irmã. Aquele gesto significava que ela estava aflita e pensando rapidamente, ela sempre fazia aquilo quando tentava pensar em algo rápido, significava que ela estava analisando a situação, por todos os ângulos possíveis, para ter certeza absoluta do que iria falar. Com efeito, logo em seguida ela continuou.


- Como eu disse no início do torneio, fizemos algumas alterações nas regras. A última, é com relação à luta final. – Ela respirou fundo, para se acalmar, e continuou – As provas que foram disputadas até agora, serviram para comprovar a perícia, destreza, coragem e garra dos candidatos. O que foi muito bem testado, como todos puderam comprovar. Mas um verdadeiro campeão, um verdadeiro líder, precisa mais do que isso. Precisa ser um grande estrategista. Por isso, o campeão de nosso torneio será decidido através de uma partida de xadrez.



Um murmúrio de surpresa percorreu a assembléia, mas Harry sorriu e também se levantou.


- Que assim seja! Minha irmã está certa, nem sempre o melhor combatente é o melhor estrategista. E para garantir a idoneidade da prova, peço que os árbitros da disputa sejam dois homens acima de qualquer suspeita. Os magos, Alvo Dumbledore e Gandalf o branco.



Os magos, que estavam sentados próximos a eles no palanque, levantaram-se de pronto e saudaram o rei, em concordância. Desceram e foram também para a arena, de onde o juiz que presenciara as lutas até então, saia discretamente. Então, Gandalf falou.


- É com muita honra que aceitamos a incumbência, majestades.
- Porém, se nos é permitido dar um palpite... – Emendou Dumbledore, continuando ao sinal de Harry permitindo - Uma simples partida de xadrez não poderia ser devidamente acompanhada por todos os presentes. Sugiro então, que seja uma partida de xadrez humano.
- Como assim? Nunca ouvi falar em xadrez humano. – Questionou Harry, curioso.
- Com um feitiço, criaremos um tabuleiro gigante na arena. – Começou a explicar o mago – E as peças serão pessoas. Que se movimentarão pelo tabuleiro, executando as jogadas, de acordo com a orientação dos jogadores.
- Brilhante idéia, Dumbledore. – Anuiu Harry, satisfeito – Vamos fazer da maneira como sugere. E os lutadores, ou melhor, jogadores, poderão escolher quem representará cada peça de seu exército.
- Perdoe-me majestade! – Interrompeu Draco, visivelmente contrariado – Mas isto é contra os costumes do torneio, que sempre consistiu em lutas até o fim. Não vejo motivo para mudar as regras desta forma.
- Draco, você não quer mudança por que odeia xadrez. – Cortou Harry – Mas eu apóio a decisão de Hermione.

Draco não ousou responder, mas ficou lívido de raiva. Realmente ele não gostava de xadrez. Sempre que jogava contra Harry ou Hermione, acabava perdendo. Seu consolo era que, afinal, estes eram os melhores jogadores do reino, e aprendera muito com eles. Resignado, olhou para seu adversário, e não gostou do que viu. No olhar do ruivo, que até aquele momento não expressava nada além de dor e preocupação, agora brilhava esperança. Deixaram novamente a arena, para que os magos executassem seu feitiço. No palanque, Harry e Hermione voltavam a se sentar, ao mesmo tempo em que Gina retornava para seu lugar. Antes porém de se sentar, aproximou-se de Hermione e sussurrou.


- Obrigada! Você teve uma ótima idéia.
- Foi o melhor que eu pude pensar. Ele não agüentaria uma luta contra Draco. – Respondeu Mione, no mesmo tom – Espero que ele saiba jogar xadrez.
- Fique tranqüila. – Sorriu a ruiva – Rony era campeão em nosso país.


Hermione também sorriu, satisfeita, e Gina se sentou, apertando a mão de Harry entre as suas, em sinal mudo de agradecimento. Este respondeu com uma leve piscadela, e voltaram as atenções para a arena, onde agora havia um enorme tabuleiro, com quadrados brancos e pretos. Rony e Draco caminhavam por ele, ao encontro dos magos, e assim que chegaram, Gandalf disse.



- Agora, vocês precisam escolher as pessoas que representarão as peças no jogo. Um de cada vez, anuncie a pessoa e a peça. O comandante Malfoy poderá ter as peças brancas, uma vez que foi o primeiro a se consagrar finalista. Conseqüentemente, sir Weasley ficará com as peças pretas. Comandante Malfoy, pode começar.
- Como minha rainha, convido lady Hermione. – Disse, rapidamente.



Hermione fez uma careta, mas não tinha como recusar, pois o povo aplaudia com entusiasmo. Assim, transformou a careta em sorriso e levantou-se, desceu do palanque e foi em direção à posição que deveria assumir no tabuleiro. Gandalf se virou para Rony, que prontamente falou.


- Para minha rainha, chamo minha irmã, Gina Weasley.


Gina levantou-se sorrindo, desceu do palanque, correu até Rony e o abraçou, desejando-lhe boa sorte ao pé do ouvido e assumiu sua posição.


- Como rei branco, convido o Rei Elessar, de Gondor. – Imediatamente, Aragorn deixou seu lugar e foi se postar ao lado de Hermione.
- O meu será Arthur Weasley, meu pai. – Anunciou Rony, e acompanhou seu pai, que até então estivera quieto no palanque se levantar e posicionar-se ao lado da filha.



A convocação continuou por algum tempo. Draco chamava os nobres, de vários reinos, para representarem as peças mais importantes do tabuleiro. Como peões, chamou vários oficiais da guarda do palácio. Rony, por sua vez, chamou quase toda a sua família. Depois de seu pai, chamou Gui e Carlinhos como cavalos e Fred e Jorge como as torres. Percy, que aceitou de má vontade, tornou-se um dos bispos, e o cavaleiro Alec o outro. Como peões, ele chamou crianças da platéia. Com as peças no lugar, estavam prontos para iniciar a partida. Os magos entreolharam-se, depois confirmaram com os jogadores, então retomaram a palavra.


- As regras são as mesmas do jogo habitual. Porém, como as peças são animadas, não poderão se negar a fazer o que lhes for ordenado, em hipótese alguma. Ou expressar sua opinião a respeito de qualquer jogada. O descumprimento destas normas acarretará em desclassificação. Estamos entendidos? – Perguntou Dumbledore, recebendo um meneio de cabeça em resposta.
- Devido o avançado da hora, a partida terá duração máxima de uma hora. Ao final deste período, caso não haja um vencedor, faremos a contagem de pontos, baseados nas peças que cada um perder até então. Agora... Que comece a partida. – Anunciou Gandalf.

Como Draco tinha as peças brancas, anunciou de imediato.

- Peão, da torre da rainha, na h4. – E o soldado indicado andou até a casa em referência.
- Peão do rei para a e6. – Começou Rony, concentrado.
- Peão da rainha na e4. – E Draco travou o peão adversário, sorrindo discretamente.
- Peão, do bispo do rei na c6. – Rony ordenou de pronto, sem se intimidar pela jogada adversária e liberando assim, o caminho para sua rainha.

As jogadas continuaram, ininterruptamente. Draco era muito mais ofensivo, e logo havia “comido” vários peões pretos. Rony, por sua vez, era mais cuidadoso. Em poucos minutos várias peças importantes estavam espalhadas pelo tabuleiro, e quando “comia” alguma, era por extrema necessidade. Não se preocupava muito com os peões, sua atenção estava mais focada nas peças mais nobres da partida.

A tarde já se encaminhava para o seu final, o sol já começava a se por no horizonte. Mas ninguém queria deixar a arena, pois ao invés das pessoas estarem ficando entediadas ou cansadas, como era de se esperar, levando em consideração que muitos não conheciam ou entendiam as regras do jogo, isso não acontecia. A partida transcorria com seus personagens atuando prazerosamente. No caso dos gêmeos, toda vez que Rony os movia de lugar, faziam graça, e quando retiravam alguma peça do tabuleiro, era normal fingirem que estavam degolando ou empalando o adversário, e quando este se retirava do tabuleiro, ficavam fazendo caretas pelas suas costas. Quando havia uma jogada ousada, ou muito bem planejada, aplausos, até mesmo dos participantes do jogo eram ouvidos, mas os jogadores tentavam manter ao máximo a concentração.

Depois de mais de meia hora de jogo, Draco já estava perdendo a paciência. Apesar de já ter tirado quase todos os peões adversários da partida, as únicas peças que ele conseguira pegar eram o Bispo-Percy e o Cavalo-Carlinhos, e já havia perdido os dois cavalos, uma torre e um bispo. Rony fazia uma jogada com sua Rainha-Gina, e sentiu seu coração saltar no peito. Ele a deixara numa posição perigosa, à mercê de seu bispo restante, Goyle, que sorriu prazerosamente. Draco não perdeu tempo, e afoitamente direcionou seu bispo para lá, excluindo Gina do jogo. A platéia reclamou, achando que Rony cometera um engano primário, mas este não se deixou abater pela perda da peça. Pelo contrário, quando Draco olhou para ele, esperando ver um olhar derrotado, este sorria e olhava o tabuleiro, enquanto tamborilava os dedos da mão direita sobre seu braço imobilizado. Em seguida, moveu seu Bispo- Alec para uma casa onde estaria ameaçado por Goyle até aquela jogada. E anunciou.


- Xeque-Mate!

A platéia exultou. Draco gritou, frustrado.


- Não! Não pode ser.
- Mas é! – Interveio Dumbledore – Veja você mesmo, meu rapaz. Ao tirar seu bispo, que protegia seu rei do local, você deixou o caminho livre para esta jogada.
- A torre e o cavalo já estavam posicionados há várias jogadas, cercando seu rei, meu jovem. Porém você se deixou levar quando viu a possibilidade de capturar a rainha. Perdeu numa jogada muito bem planejada e conduzida. – Continuou Gandalf, sorrindo, e falando em tom alto – Como se costuma dizer, uma jogada de mestre. O vencedor do torneio é sir Ronald Weasley.



A platéia urrou uma vez mais, e os Weasleys correram a abraçar o rapaz, felizes pela vitória. Gina se jogou sobre os ombros do irmão de tal maneira que o monopolizou por algum tempo, a jovem tinha o rosto vermelho, por causa das lagrimas de alegria. Molly soluçava orgulhosa, seu filho era o campeão, o melhor de todos os cavaleiros que haviam competido, e tudo isso ele fez com um braço machucado, era o que ela dizia a todos que a cumprimentavam, ela era a mãe do vencedor.

Fred e Jorge admitiram ao irmão que estavam orgulhosos, mas pediram para que essa notícia não se espalhasse. Persy cumprimentou Ronald pomposamente como se fosse algum Conde ou Marques. O senhor weasley abraçou o filho orgulhoso, com lágrimas nos olhos. Carlinhos e Gui, também cumprimentaram o irmão, com palmadinhas nos ombros tão fortes que quase o derrubaram.

Quando a maré de Weasleys liberou sua visão, Ronald olhou para o palanque, onde a viu. Ele não sabia se era a euforia ou a dor, mas naquele momento, ela parecia muito mais bela do que em qualquer outro momento que a vira, e pensou que tudo o que passou realmente valera a pena. Franziu o cenho ao pensar nisso. Eram pensamentos tolos.

Quando Hermione percebeu seu olhar sobre ela, sentiu seu estômago se retorcer, como se milhares de fadinhas estivessem voando ali dentro. Ele venceu. Seu coração palpitou mais depressa. E agora ela deveria lhe entregar o prêmio, ela levou a mão ate seu lábio. Ela o beijaria. Ela já havia premiado anos e anos Malfoy, e nunca se sentira daquela maneira, nervosa e ansiosa ao mesmo tempo, como se algo grande ou terrível fosse acontecer. Ela o iria premiar...Mas lhe daria um delicado beijo nas faces, ou um leve encontro de lábios? Mérlin, não sabia o que fazer.

O sol já havia se escondido no horizonte, e toda a arena era agora iluminada por tochas. Ronald subia as escadas do palanque, agora com braço medicado, e os ferimentos curados. Sentia-se mais ansioso do que nunca, suas mãos estavam frias, e seu estomago se retorcia, não sabia se de ansiedade ou fome, pois agora que sua mente estava de volta, ele lembrou-se que não tocou em nada, quase durante todo o dia. A ansiedade e o nervosismo do torneio, não o deixaram comer.

Quando ele enfim chegou ao palanque ao lado do rei, Harry o cumprimentou.

_Parabéns Cavaleiro, fostes realmente muito bem, e demonstraste todas as habilidades as quais prezamos aqui em Avalon em nossos homens. Entrego a você como prêmio deste torneio, uma espada forjada pelos anões de Mória e um convite para ingressar em minha guarda. Porém, o prêmio maior, minha irmã lhe dará.

Ronald não soube o que dizer, apenas sorriu para Harry, embainhou a espada prateada, cuja bainha era adornada por rubis, vermelhos e brilhantes. Quando se virou e encarou Hermione, não sabia o que fazer, se sentia o Ronald de 11 anos em frente a Patrícia, em seu primeiro beijo.

Ela sorriu nervosa, e ele se aproximou. Hermione falou baixo para apenas ele ouvir.

_Então campeão, você lutou e sofreu tudo isso apenas por um beijo? – Perguntou ela tentando disfarçar o nervosismo.

_Dizem que é o beijo de uma bela princesa. – Disse ele com a voz tremula.

_Ronald, você foi muito corajoso, fiquei com medo. Você lutou com um braço...

_Faria tudo novamente. – Sim, o faria, pensou ele.

_Você sabe que eu irei apenas beijar sua face.

_Lutaria novamente para poder apenas beijar sua mão. – Ele falou sem ao menos pensar.

Ela sorriu.

_Então feche os olhos, Cavaleiro, que irei lhe dar seu prêmio.

Ele os fechou, e ela se concentrou em sua face. Tinha no rosto uma expressão suave, que não combinava com a pulsação forte e rápida que ela sentiu ao tocar seu pescoço. Ela ficou apenas nas pontas dos pés, assim pode o encarar, ele era muito alto. Sua outra mão pousou na face lisa e macia dele. O encarou novamente e tomou sua decisão.

Aproximou seu rosto do dele vagarosamente, até poder sentir a respiração dele se misturar com a dela. Então, levemente tocou os lábios dele com os seus, em um beijo simples e delicado.

Toda aquela revolta que acontecia em seu estomago se esvaiu, ele tinha os braços jogados ao lado do corpo, e sentiu todos os seus músculos se retesarem ao sentir o delicado toque da mão dela em seu pescoço. Quando ela tocou sua face, teve que se segurar para não abrir os olhos e quem sabe, estragar o momento. Seu coração quase pulou quando sentiu a respiração dela, quando adivinhou o que ela iria fazer. Ao sentir os lábios dela nos seus, seu mundo inteiro pareceu de inverter, ou talvez nem existir mais. Ele não ouviu as palmas, as vivas ou os urros de protesto, não viu Malfoy sair da arena batendo os pés, ou a expressão de Harry. Não pode ver Gina dar pulinhos, ou Fred e Jorge quase engasgarem. Ele não viu nada disso, apenas manteve seus olhos fechados, e seus lábios juntos ao dela.



Respostas aos comentarios:

Felipe: Maldades a parte esta ai o cap. E me diz quando foi a ultima vez que o Sr. Comentou hemm? Achas que nao senti falta hem hem?? Espero que tenha gostado hehehe...beijao

Carol: Sei que vc nao curte comentar mas: COMENTAAAA!!! Poxa vc foi super VIP nesse cap entao me deve hehehehhe, espero que tenha curtido ele....beijao

Pandora Potter: Obriigada por comentar, adoro seus comentarios, entao caprixa ai no seu sobre este cap hehehe beijao/

Jean V. Morais: O guri mas encomoda neh hehehehhe!!!! Bom depois daquela declaracao por e-mail hehehe, apaixonei !!!!! Espero que tenha gostado do cap, eu amei ele hehehe...beijao e continue me encomodando muitoooo!!!!!

Lola Potter: Valew pelo comentario!!!!!!bjs

Lune: Entao princesa de Trevi, que bom que vc gostou de vc mesma...queria poder escrever mais sobre vc e o fred, mas nao da, mas pensa assim quem sabe ele levou vc para traz da barraquinha de maca do amor e te beijou!!!! Obaaaa!!!!

Hehehe
Obrigada por comentar e por tudo mais...minha querida amada amigona do coracao e madrinha da Luiza hehehe....beijao

Lari foster black: Acho que acabei com a suzana na minha fic, agora ninguem amis ira ler narnia com os mesmo olhos hehehehe, tadinha. Ela nao e má, so ta com ciumes e quer o harry....e quem nao quer neh? Ehhee Beijao

Clara: Clarisbela, nao sei se vc merece heheh mais vai la. To agora com os bracos esticados para poder tocar o teclado, e o lupin quase pedindo divorsio, de tanto chocolate que vc me deu...merlin TO GORDAAA heheeh – Linda, obrigada por comentar , por brigar comigo, por me ajudar em tudo, por seu essa pessoa linda que és...Adoro vc !!!

Saraaah Potter: Que bom que vc gosotu do baile, eu tamb achei muito fofo hehe. Espero que goste do torneio.

DrBlack: Obrigada por comentar a fic. Espero que vc tenha terminado de ler e que tenha gostado. Quando der passo na sua fic. Bjs.

Maira Daróz: Obaa leitora nova eee!!!! Obrigada por ler a fic, e fico muiiito feliz por estares curtindo ela, O Draco e um cara complicado hehe, mas vamos ver o que acontece.

Renata Di lua – Reeeeeeeeee o que foi quele seu cap NC merlin tive ate sonhos com ele hehehe, fiz o lupin ler umas dez vezes e disse: aprende ai, e assi que eu quero heheheheh...Adoro seus comentarios entaio continue em frente, ainda ano li seu cap mas eu irei: I will!!!! Hehe Beijao

Janaina Potter ,Tamyh, Vivi Santos, : Obrigada por comentar.

NA.: Ola galera!!! Espero que tenham curtido o cap, por que deu um trabalhao. Tive que recorrer a ajuda do Sr. Kinkaid para escrever aquele toreneio, etao praticamos transmimento de pensação e ele saiu hehee...A partir daqui a historia começa a se desenrolar. E se nao me engano no proximo cap saberemos o cavaleiro do dragao oops....Clara e nessa hora que vc entra e me lembra o nome do bichinhu afinal, vc e a madrinha heheheh!!!!agradeço especialmente ao Sr. Souza pela ajuda, paciencia e tudo mais (hidromel ja foi enviado por corujas), agradeço tamb a clarisbela que ta sempre me dando o maior apoio, a dona Carol que ODEIA comentar, mas me ajudou tamb...
É isso...enfim a fic esta na reta final....COMO??? Eu ano contei para voces, mas...sera uma trilogia, entao elas nao vao ter assim um FIM de vez hehe... Isso por que senoa a fic teria 100 caps e isso seria horrivel heheh....bom acho que e isso... o cap 19 vai demorar, o 20 tamb, por que estou em uma fase pessima, meu trabalho nao me deixa parada para escrever, entao, nao e facil....é isso Beijao!





Beijos!!!

comenten!!!

tonks B.

OBS.: A fic fez um ano e eu nem fiz nada hehehe, bom parabéns pra todos nos , nao é? Sem voces eu ano continuaria a escreve-la entao...Parabéns!!!!!!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.