Seres insistentes!
--Olá Phillipa! – cumprimentou Karina sentando-se de frente para a amiga.
--Oi, bom ver-te sem ser maldisposta. O que foi? Pareces pensativa. – observou Phillipa tirando os óculos.
--Yap. Ontem aconteceu uma coisa imensamente estranha. – murmurou Karina cruzando as pernas.
--Conta, conta. – pediu a amiga, inclinando-se e fitando Karina atentamente.
--Bem... é mesmo muito estranho, ontem à noite apareceu um tipo em minha casa, não sei como. Num momento não estava lá e no outro já estava e, nós... enfim... – murmurou Karina.
--Ah?! Mas quem era ele? – perguntou Phillipa franzindo as sobrancelhas.
--Não sei...
--Não sabes? Quer dizer, aparece um tipo em tua casa que nunca viste em lado nenhum, dormes com ele e dizes simplesmente “não sei”? – inquiriu Phillipa estupefacta.
--Foi estranho. – repetiu Karina. – Eu não queria, mas era como se uma força me obrigasse.
--A isso chama-se dependência por sexo. – disse Phillipa maldosamente.
--Por favor! – advertiu Karina. – O que estás a insinuar?! Não tem nada a ver com isso... eu não sou como tu. Foi como se ele me tivesse prendido com um feitiço...
Phillipa olhou desconfiada para a amiga, como se esta estivesse a ficar maluca. No final de contas tudo aquilo era no minimo estranho.
--É verdade! – protestou Karina. – E quando acordei hoje de manhã ele tinha desaparecido.
--Cá para mim tiveste um sonho erótico. – observou Phillipa.
--O tanas! Tinha uma rosa em cima da mesa-de-cabeceira quando acordei. – informou Karina como se aquilo fosse uma grande prova.
--Há explicação. Já te perguntaste se és sonâmbula? – inquiriu Phillipa
Karina não lhe respondeu e olhou-a friamente abanando o pé.
--‘Tava a brincar, calma! – pediu Phillipa levantando as mãos.
--Será que poderia ter sido vodoo? – perguntou-se Karina coçando a cabeça.
– Hum... e quem pensas que é? O Draco Malfoy? – inquiriu Phillipa não tomando atenção ao que Karina dizia.
--O Draco? Não estou a vê-lo a praticar vodoo. – riu-se Karina. - A espetar alfinetes num bonequinho com um bocado de roupa minha ou cabelo... na!
--Não é nada isso! Quem falou em vodoo? Eu perguntei se teria sido o Draco Malfoy a invadir-te o quarto! – explicou Phillipa.
--O Draco invadir o meu quarto a meio da noite?
--E porque invadiria eu o teu quarto a meio da noite? – perguntou uma voz friamente.
Draco tinha acabado de entrar no departamento de Karina e quando ela olhou para si desviou o olhar.
--Mete-te na tua vida. – ordenou Karina.
--Vocês estavam a falar de mim! – acusou Draco.
--Não estávamos a falar de ti. – negou Phillipa. – Só dissemos que tu não eras capaz de...
--Está calada! – ordenou Karina. – Não lhe diz respeito.
--Karina, eu não vim aqui para discutir contigo. – informou Draco friamente. – Vim convidar a Phillipa para jantar.
--Eu gostaria imenso, mas o meu namorado não iria gostar. – respondeu Phillipa sorrindo-lhe amavelmente.
--Que pena! Mas fica para a próxima. – sorriu-lhe Draco. – Se mudares de ideias já sabes.
--Vou para o meu escritório. – informou Karina levantando-se. – Até logo.
--Tchau. – despediu-se Phillipa.
Quando Karina já tinha entrado no gabinete Phillipa olhou para Draco seriamente.
--Preciso de falar contigo. – informou.
--O quê? Mudaste de ideias depois de a Karina ter saído de ao pé de nós? Ela oprime-te é? É que se for assim eu vou lá falar com ela! – declarou Draco.
--Não tem nada a ver com isso. – negou Phillipa num murmúrio. – Eu não quero sair contigo. Quero falar sobre a Karina.
--Ela fez-te algum mal? – quis saber o rapaz franzindo as sobrancelhas.
--Não me fez mal nenhum!!!! – respondeu Phillipa indignada. – A Karina não é nenhuma selvagem!
--Não é? Isso é novidade para mim. – Disse Draco olhando para o tecto.
--Vocês são piores que as cabras! Nunca vi dois tipos tão teimosos. – queixou-se Phillipa. – Isto é assim, andasse a passar alguma coisa com a Karina e ela acabou de me contar algo muito estranho.
--Agora a Dra. ficou maluca, foi? Não me espantava nada. – murmurou Draco.
--A Karina não é maluca, está muito longe disso. – defendeu Phillipa, mesmo que às vezes não tivesse tanta certeza.
--Claro que não, eu é que estou. – constatou ironicamente.
--Posso ter uma conversa sossegada sobre a Karina? – inquiriu Phillipa secamente.
--Aqui? Duvido muito. – respondeu Draco. – A probabilidade de ela nos ouvir é imensa.
--Muito bem, então eu hoje vou sair mais cedo do emprego e encontramo-nos no parque que fica aqui ao pé. Estamos de acordo?
--Um encontro para falarmos da Karina... não parece muito tentador. – mentiu Draco olhando para o chão.
--Estou à tua espera às 17 horas e não te atrases. – ordenou Phillipa.
--Vou tentar, mas não prometo nada. Um homem como eu tem muitos assuntos para tratar por aí. – disse Draco.
--Ai de ti que não apareças, e eu vou-me queixar ao meu namorado de assédio pela tua parte. – ameaçou Phillipa.
--Ai sim? Eu tenho um medo imenso do teu namorado, seja ele quem for. – comentou Draco sarcasticamente.
--Acredito que por mais que disfarces não tenhas medo. – disse Phillipa. – O meu namorado é teu superior e superior da Karina.
--Não estás a querer dizer que és... namorada do Potter! – Exclamou o rapaz chocado.
--Podes apostar que sou.
--Que mau gosto... - murmruou Draco com um ar de nauseas.
***
Antes de Draco e Phillipa começarem a sua conversa Karina fechou a porta lentamente e sentou-se à secretária fechando os olhos, mal sabia que tinha uma desagradável surpresa
--Aquele loiro oxigenado... – rosnou. – Já me estragou o dia...
--Bom-dia Miss Riddle. – cumprimentou uma voz suave e simpática.
Karina abriu os olhos e deu de caras com Leonard, o dono da empresa de investigação.
--Como é que o senhor entrou? – perguntou Karina.
--Pela porta, a sua secretária deixou-me entrar. – respondeu Leonard encolhendo os ombros.
--Então saia imediatamente. – ordenou Karina.
Leonard ignorou-a.
--Vá lá Miss Riddle, ainda não mudou de ideias? – quis saber Leonard.
--Absolutamente não. Agora saia imediatamente antes que eu me passe. – ordenou Karina tirando a varinha do bolso.
--OK, OK, eu vou. Mas tenha cuidado, porque não vou desistir, ouviu? – Inquiriu Leonard dirigindo-se para a porta.
--Isso é uma ameaça? – rosnou Karina segurando no pisa papeis com força e se Leonard lhe tivesse respondido talvez lho mandasse à cara.
--Que melga! – exclamou Karina revirando os olhos.
Levantou-se e foi até à porta onde viu Phillipa e Draco a olharem para a porta que dava para fora do departamento.
--Phillipa. – chamou Karina.
A amiga voltou-se rapidamente, tinha um ar muito comprometido.
--Podes dizer. – afirmou.
--Se esse homem cá voltar diz-lhe que morri. – informou Karina. – E por nada o deixes entrar no meu gabinete.
--Como quiseres, sempre às ordens. – declarou Phillipa pondo-se em sentido.
--Óptimo. – sorriu-lhe Karina.
O dia passou-se vagarosamente e Karina entreteve-se a jogar num dos vários Game Boy’s que o irmão, Tom, tinha. A meio da tarde Karina foi supervisionar os laboratórios e de seguida foi para casa. Mal chegou pegou no telefone e ligou para a sua amiga Hermione Granger que já não via há algum tempo.
--Oi Mione! Como vai isso? – quis saber Karina.
«Karina! É bom ouvir-te! Vou bem e tu?» Inquiriu Hermione.
--Vai-se andando. – respondeu Karina. – Não há nada de interessante para se fazer. Olha, queres vir cá jantar hoje?
«Hoje?» Inquiriu e fez-se silêncio do lado da linha em que estava Hermione.
--Miga... Alô... – disse Karina.
«Acho que pode ser.» Respondeu Hermione.
--Tanto tempo para pensares e ainda “achas”? – inquiriu a auror sarcasticamente.
--Eu vou! – confirmou Hermione rindo-se.
--Assim está melhor. ‘Bigada miga. ‘Té logo! – despediu-se e desligou, voltando a levantar o auscultador e telefonou para Harry para Ron e para Phillipa.
O jantar correu às mil maravilhas e Karina só se foi deitar às 2:30.
Adormeceu mal lá chegou.
Não tinha passado muito tempo desde que adormeceu quando abriu um olho. Estava alguém no seu quarto. Sentiu esse alguém a sentar-se à ponta da sua cama e uma mão a passar-lhe sobre a cara.
--Dorme minha princesa. – murmurou uma voz serena.
«Este gajo outra vez...» Pensou Karina.
Sentiu o homem a dar-lhe um beijo na cara e fez um grande esforço para não lhe dar um murro. Ele podia ser muito simpático, mas já era a segunda vez que lhe invadia a casa.
--Ai Karina, se eu te pudesse ter para mim, minha donzela rebelde...
«Controla-te Karina, controla-te.» Pensou Karina para si.
--Desde o dia que te conheci que senti uma força enorme a impelir-me para ti. – murmurou o homem pondo-lhe o cabelo atrás das orelhas. – E sem ti sinto-me vazio, preciso de estar perto de ti, mesmo que passes a vida a discutir comigo.
Karina tentava raciocinar o mais depressa que conseguia. Com quem é que ela passava a vida a discutir? Com o Draco Malfoy, mas aquele tipo não era o Draco, não fazia o género deste invadir assim a casa de uma pessoa.
--És tão bonita e... e diferente de muitas mulheres que conheço. Se pelo menos me aceitasses... eu não sou assim tão má pessoa! – murmurou o homem tocando no ombro de Karina e deu-lhe outro beijo.
Karina mexeu-se e o homem levantou-se da cama. Karina sentou-se rapidamente e olhou em volta, mas não viu ninguém.
--Será que estou a ficar maluca? – perguntou Karina passando a mão pela testa. – Mas o que... – murmurou, vendo uma réstia de nevoeiro a sair por debaixo da vidraça.
--Aquilo o que... era? – murmurou Karina passando a mão pelo pescoço. – Seria um... vampiro?!
Levantou-se subitamente e correu para a casa de banho onde se olhou ao espelho.
--Pareço normal. – murmurou.
Tinha o mesmo ar pálido de sempre devido à sua mãe que era russa, os mesmos olhos azuis fortes, os mesmos cabelos negros e compridos com pequenas ondulações...
--Que estranho... – disse Karina fechando a mão e dando um murro no lavatório. – Merda, aleijei-me! – exclamou abanando a mão.
Voltou para a cama e sentou-se a pensar.
--Quem é aquele tipo? Eu não conheço muitos vampiros. Será que o Karl saberá de alguma coisa? – murmurou.
Foi até à secretária, pegou num pergaminho e numa pena e começou a escrever.
Querido Karl
Há quanto tempo!!! Está tudo bem contigo? Espero bem que sim, e a Lenita? Vocês já se casaram? Já tiveram muitos filhos? Se vocês não me convidaram para ser madrinha eu mata-vos... outra vez! Por aqui as coisas vão andando. Nestes últimos dias têm acontecido coisas mui estranhas... acreditas que me apareceu um vampiro em casa e que me conhece?! Não acreditas? Nem eu! Não saberás se será um amiguinho teu que me conheça? É que eu não faço a mínima ideia.
Não tenho mais nada para dizer e novidades é coisa que não há por aqui.
Muitos beijos e abraços da tua amiga
Karina Stella Luna Riddle
Karina abriu a vidraça e assobiou três vezes. Um bonito falcão castanho apareceu a voar e aterrou-lhe no braço.
--Boa-noite Falcus. – cumprimentou Karina dando-lhe um beijo na cabeça. – Preciso que me faças um favor, levas-me esta carta até ao meu amigo Karl Van Morth? – perguntou atando-lhe a carta à pata.
O falcão piou baixinho.
--Agora vai e porta-te bem. – murmurou-lhe Karina.
Fez um gesto com o braço e o falcão levantou voou afastando-se no horizonte.
Karina fechou as vidraças e as cortinas e foi para a sua confortável cama. Não conseguiu dormir durante uma hora e de vez em quando pensava que até gostaria de ter companhia, alguém que a pudesse compreender, alguém como... Draco. Porque se haveriam de dar tão mal? Desde o dia que, em Hogwarts, Karina o apanhara aos beijos a uma jovem dos Ravenclaw que se passaram a dar como cão e gato. Mas Karina pensava ter razão. No final de contas nessa altura eram namorados... Karina pensara que ele seria incapaz de lhe fazer tal coisa, mas enganara-se, ele era como Leopold, que, tal como Draco, a traíra. Será que tinha a traição escrita na sina? Ela amara-o e ainda o amava, mas não queria ter nenhum relacionamento com ele. Draco não passava de um menino mimado demais.
Karina virou-se para o seu lado esquerdo e olhou para as cortinas que estavam imóveis, a sua vida também estava assim, imóvel, não andava para a frente, estava estagnada.
Como ela gostaria de puder abraçar Draco e de ser abraçada por ele, de o puder beijar e de ser beijada... seria um sonho! Mas ele faria a mesma coisa... promessas e mais promessas, mas no fim... acabaria talvez na cama com outra.
Nota: Mto obrigada s leram até aki, é sinal que estão a gostar, e s assim é, n percam os próximos capítulos! =D e vão comentando, é bom saber a opinião dos leitores =P
bjx***
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