CAPÍTULO 8



Então eu o James ficamos ali uns bons dez minutos discutindo quais maçãs pegar. Eu queria verde, ele queria a vermelha. Por fim nós acabamos pegando as duas. Enquanto eu pegava as verdes, ele pegava as vermelhas.

-Ahhh! – gritei quando peguei uma maçã com uma minhoca.

-O que foi, Lily? – ele perguntou correndo até mim.

-Tem uma minhoca naquela maçã. – eu apontei.

Foi patético. Eu sei.

-Qual é, Lily. – ele disse assanhando os cabelos (DE NOVO, DE NOVO, DE NOVO!!!). – É só uma minhoca de fruta. Não é venenosa.

-Tem certeza? – perguntei.

-Meu Deus! A Srta. Perfeição Em Herbologia está com medo de uma minhoquinha inofensiva?

-Estou.

Nunca pensei que poderia admitir isso.

-Esquece as maçãs verdes. Vem me ajudar a pegar as vermelhas. – ele pediu.

-Tá bom. – concordei.

O que eu queria era ficar o mais longe possível daquela árvore. Sei que eu estava sendo uma medrosa boba, mas eu prefiro não manter contato com criaturas que rastejam. Isso inclui cobras, lagartas, minhocas e sei lá mais o que.

Fui com James para a árvore de maçãs vermelhas e colhemos algumas. Voltamos para dentro da casa.

-Que demora, Meu Deus. – Save comentou enquanto esperava a pizza assar.

-Estávamos discutindo que tipo de maçãs pegar. – contei colocando as maçãs na bancada.

Nos sentamos à mesa e ficamos em silêncio por algum tempo sem nem saber o por quê. James ficou fitando Remo, e pelo visto ele não estava gostando muito. Remo, quero dizer, não o James.

-O que você quer, James? – Remo exclamou. – Da última vez que você me olhou assim você tinha enchido o travesseiro do Sirius com lagartas.

-Foi você! – Sirius exclamou espantado. – Pensei que tinha sido o Pedro!

James começou a rir.

-Tinha que ter visto a sua cara aquele dia. – ele disse imitando a careta que Sirius havia feito. – De qualquer forma... Reminho, querido ... Quando você vai contar pra todos sobre a sua pequena aventura no armário?

Remo gelou. Não sabia que o Potter tinha tanto poder de persuasão.

-N-não sei do que você está falando. – Remo gaguejou.

-Ah, conta Remo! – pediu Mandy.

-Não esconda nada de nós, Remito. – disse Sirius provocando.

-O James bateu a cabeça e não sabe do que está falando. – Remo tentou mudar de assunto.

-Acho que o que o nosso amiguinho quer dizer é que ele e a nossa amiga Jessy estavam de amassos no armário do corredor. – James relatou deixando todos boquiabertos.

-Não acredito que você contou! – Jessy exclamou ultrajada.

Jessy se levantou e sair correndo. Acho que ela foi pra praia. Tenho certeza que tão cedo ela não vai perdoar o James. Também! Ninguém mandou aquele cabeçudo abrir o bocão e contar pra todo mundo sobre o caso entre a Jessy e o Remo. Acho que vou ter uma boa conversa com ele depois sobre essa mania de falar tudo.

Então todos comemos pizza. Depois comemos as maçãs carameladas a Save, e, como sempre, cada um foi pro seu canto. Só na hora das maçãs, pois enquanto comíamos pizza nós ficamos sentados na mesa. Com exceção da Jessy, que ainda estava na praia. Quando eu peguei a minha maçã eu fui para aquele jardim de rosas em frente à casa. Fiquei ali, escondida no meio das rosas amarelas, observando Jessy sentada na areia da praia, abraçada nas pernas, olhando tristemente para as ondas.

Remo se aproximou e sentou-se ao lado dela.

-Jessy... – pude ouvir ele dizer. – Por que você se importa tanto com o que o James disse? Você sabe que ele é um bobão.

Foi inevitável. Eu ri, mas baixo. Ainda bem! Imagina se eu tivesse explodido numa gargalhada. Eles iam pensar que sou uma xereta. Mas eu estava sendo. Naquele momento. Ah, esquece...

-Pensei que não se importasse com o que os outros pensam. – ele disse deslizando a mão pelos cabelos dela.

-Eu não me importo, Remo. Eu realmente não me importo. – ela se levantou, largou as sandálias na areia e começou a correr, molhando os pés na água.

-Jessy! Jessy, espera! – Remo gritou correndo atrás dela.

Que lindo, pensei. Ele corre atrás dela, declara o seu amor e os dois se beijam em meio a fogos de artifício. Seria algo muito romântico. Mesmo.

-Jessy... – ele disse segurando o braço dela – Não ligue pra eles. Não ligue pro bobão do James. O que realmente importa é o que nós sentimos um pelo outro nesse momento. – ele sorriu de leve. – Eu te amo, Jessy.

OHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

-Eu também te amo, Remo. – ela disse abraçando-o fortemente.- Muito, muito, muito.

MIL VEZES OHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

E pensar que o James “quase” estragou esse lindo relacionamento. Lembre-me de dar um chute no traseiro dele mais tarde.

Voltei para dentro da casa e resolvi subir na cobertura. Antes larguei o prato de maçã na cozinha, peguei um casaco, pois estava ficando frio, e subi lá. James, surpreendentemente, estava lá.

-James! – eu disse sorrindo.

Ele virou-se para mim. Parecia meio abatido, triste, ou algo do tipo.

-Lily... – ele disse em voz baixa.

Mas eu ouvi, tá?

-James, o que houve? – perguntei, preocupada, caminhando até ele.

Ele parecia realmente triste. Os olhos expressavam tudo. Ele suspirava de vez em quando, tristemente, é claro. Eu estava muito preocupada. Muito mesmo.

Coloquei minha mão sobre o ombro dele e tentei descobrir o que tinha acontecido para ele estar daquele jeito.

-Me conte... – pedi, calmamente.

-Eu só estava observando o Remo e a Jessy... – ele disse em voz baixa.

-Eu também. – comentei, num tom de voz gentil, para que ele notasse que eu me preocupava com ele.

-É assim que eu quero que seja. – ele disse.

-Que seja o que? – eu quis saber.

-A minha vida. – ele suspirou. – Eu quero encontrar uma garota que me faça sentir feliz... – olhou para mim. – completo... – olhou nos meus olhos. – como se nada no mundo importasse.

Olhei para a praia. Remo e Jessy ainda estava lá. Deitaram de bruços na areia e ficaram desenhando coraçõezinhos flechados com os nomes deles dentro. Era tão lindo...

-Fico vendo os dois e... – ele continuou. – milhões de coisas passam pela minha mente. – olhou para mim novamente. – Lembranças... Momentos que eu gostaria de reviver e... talvez... fazer tudo diferente. Fazer tudo valer a pena.

-James... – suspirei.

Ficamos em silêncio. Eu, ingenuamente, não fazia idéia sobre o que ele estava dizendo, ou o que estava insinuando ou o que queria realmente. Acho que se fossemos amigos há mais tempo eu, provavelmente, já poderia ler a mente dele. Certo! Talvez não a mente, mas os olhos. Como a Save faz com o Jack e vice-versa.

James voltou a olhar para o mar. Não olhava mais para Jessy e Remo. Observava o movimento das ondas, sentia o vento no rosto... Eu queria fazer alguma coisa para ele sorrir. O abracei por trás e encostei meu queixo no ombro dele, no caso, naquela curva entre o pescoço e o ombro. Ele sorriu. Fracamente, mas sorriu. Já era algum progresso. Não grande, mas significava alguma coisa. Para mim, pelo menos.

-Quais momentos... – eu disse num tom que só ele pudesse ouvir. – você gostaria de reviver?

-Os momentos... – ele respondeu com um leve sorriso. – com você.

-James... – por que eu não parava de dizer o nome dele? Quantas vezes eu já havia dito “James?”, afinal? Umas quatro vezes, eu acho.

-Eu só queria voltar no tempo e nunca ter... – ele continuou. – nunca ter...

-Nunca ter o que? – perguntei.

-Nunca ter me apaixonado por você. – ele disse de uma vez.

Olhei para ele com o coração batendo acelerado. Não sei porque eu estava me sentindo daquela maneira. Era estranho, era bizarro... Mas eu estava começando a gostar.

-Se tivéssemos sido apenas amigos... quem sabe melhores amigos... aconteceria comigo e com você o mesmo que aconteceu com a Save e o Jack. – ele confessou. – É isso que eu desejo... todos os dias.

-James, nós somos amigos! – eu disse. – Isso deve significar alguma coisa pra você.

Ele se virou pra mim, segurou as minhas duas mãos e olhos nos meus olhos.

-Significa, Lílian. – disse. – Você não faz idéia de quanto isso significa pra mim. Poder estar com você, poder dizer tudo que passa pela minha cabeça... Significa muito. Muito mesmo, Lily.

Continuou me olhando como se fosse mergulhar no oceano, ou algo do tipo.

-Um dia poderemos nos tornar melhores amigos. – ele disse. – Mas eu não sei se algum dia você vai abrir o seu coração para alguma coisa mais forte.

Meu coração acelerava mais a cada palavra que ele dizia. Daqui a pouco passava do limite de velocidade. Eu seria multada! Mas pelo quê, afinal?

-Eu não direi nada agora, pois eu sei... – ele continuou. – pois eu sei que isso pode estragar tudo.

AI MEU DEUS!

-Isso seria pior do que não poder ter você. – finalizou antes de voltar para dentro da casa e entrar no quarto dos meninos, fechando a porta atrás de si.

Sei disso porque o segui até lá, com o coração na boca e os olhos um pouco marejados.

O QUE, AFINAL, ESTAVA ACONTECENDO?






¬¬ Comentem caramba! Já tem 8 caps e só 2 coments! Assim nao dá! As aulas comecam depois de amanha e eu quero ter tempo de postar os caps, mas para isso eu preciso de mais coments. Eu vejo quem entra, mas quase ngm comenta! A fic é tao ruim assim? Uma critica tambem é bem vinda! Sério, galera. ALOHA e até o proximo capitulo. ¬¬

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