A terrivel viajem para hogwart

A terrivel viajem para hogwart



Ele segurava fortemente na crina penosa de Bicuço, cada batida de asa significava um perigo, monta-lo não era nem de longe um ato simples, na verdade, agora ele estava desejando ter tentado arranjar duas vassouras para a viajem ao invés de ter pedido o hipogrifo emprestado.

Ele odiava voar, a ultima vez que ele havia se proposto a subir em uma vassoura, foi na ocasião do primeiro ano de escola de Potter, quando, para tentar defender o garoto, ele se propôs apitar um jogo de Quadribol. Sua coluna até hoje ainda não avia se recuperado daquele dia.

As suas costas eles podia sentir o calor que emanava do corpo da mulher, mas ela não se atrevia a tocá-lo, nem para estar mais segura na montaria. Desde a saída da casa de Sírius, ela não havia dito mais nada, a viajem permanecia silenciosa. Esse era o momento para que ele dissesse algo, esse era o momento que ele poderia tentar pedir perdão... Devia falar. Decididamente ele iria falar!

- Então você voltou para ficar ao lado daquele moleque... - Disse Snape e logo em seguida se arrependendo - “NÃO!!! Porque eu estou sendo agressivo???” - Pensou.

Sentiu um arrepio involuntário com a bufada zangada que a bruxa deu em seu cangote.

- Sim, foi por isso mesmo. Eu não tenho nada além do meu afilhado, que me prenda a essa maldita terra! – Disse a mulher.

- Entendo. Mas achei você muito feliz quando viu aquele cachorro velho do Sírius.- Provocou Snape.

- Ah sim, é muito bom re-ver velhos amigos, mas também é muito desgastante a presença inoportuna daqueles que nós não suportamos. – Disse com veneno a bruxa.

Ela o odiava. Era muito estranho o sentimento que ele estava tendo no momento. Ele estava sentindo prazer em vê-la com raiva. A aversão dela por ele, era simplesmente, adoravelmente, prazerosa. Ela não o ignorava, muito longe disto, ela o odiava! Ele podia sentir as entranha da mulher fervendo em rancor às suas costas. Ele tinha que continuar, ele queria ver até onde suas provocações a levariam.

- Sim, sim, também acho um aborrecimento ter que ficar ao lado de uma pessoa tão insuportável. Sabe, eu sempre nutri uma grande aversão aos ‘intragáveis metidos à popular’. Mas agora, é como se eu estivesse pagando meus pecados... – Disse virando o tronco para encarar a expressão de raiva da mulher às suas costas - Tenho que ficar fazendo favores para esse tipo de pessoa tão deplorável – Disse exibindo um sorrisinho de desdém no canto da boca.

Ele pode ver uma expressão de fúria no rosto dela, e ficou muito satisfeito com isso. Porém, como se tivesse arrancado uma máscara e colocado outra no lugar com expressão totalmente oposta, o rosto da bruxa adquiriu um tom zombeteiro e ardiloso digno de uma verdadeira Sonserina, era como se ela tivesse pensado em algo realmente maquiavélico. – Pensou Snape – Ele continuou a observá-la, mas agora um pouco temeroso.

E foi tarde de mais quando ele percebeu os movimentos da bruxa: Ela estava tentando ficar de joelhos em cima de Bicuço. Já havia desencaixado as pernas de traz das asas do hipogrifo, e agora um dos pés estava apoiado no lombo do animal, enquanto um joelho estava dobrado, era a típica posição em que os homens se ajoelham aos pés da mulher para pedir em casamento. Então ela disse:

- Sei que minha presença é intolerável para você, mais saiba, a sua é muito pior para mim. Por isso prefiro a queda livre de centenas de metros de altitude para um mergulho no chão duro do que ficar ao seu lado mais um minuto! – Dito isso ela bateu no lombo de Bicuço e disse: - Até a vista meu querido amigo!

O Hipogrifo levantou a cabeça estranhamente excitado, enquanto ela com o pé apoiado deu um impulso para cima mas ao mesmo tempo para trás, e começou cair de costas em queda livre rumo ao chão. Snape no mesmo instante adquiriu um tom esverdeado de pavor. – Seu cérebro pensou em questão de segundos nas possibilidades: “Ela tinha se jogado! O que ela estava pensando? Não tem como ela fazer uma magia em si mesma para flutuar! Ela não poderia aparatar até o chão se não se desintegraria em fumaça! E agora ela o pegara desprevenindo, até que ele pudesse pegar sua varinha para fazê-la levitar ela já estaria longe de mais de seu campo de ação! Ela irá morrer!”

Tudo isso passou em questão de 2 ou 3 segundos. Então o Hipogrifo deu uma batida possante de asas e levou-o mais para cima ainda, e com a velocidade, o corpo de Snape colou no pescoço do animal, que agora estava voando de costa. Ao levantar um pouco a cabeça Snape pode ver que estava momentaneamente de cabeça para baixo, ele podia ver a bruxa em queda livre no espaço. Quando sentiu uma nova batida de asas de Bicuço, que agora havia se colocado em uma posição vertical ao solo e estava em queda também. O bicho havia feito um lupping para trás e agora estava batendo asas esporadicamente para acelerar a queda, Snape sentia os músculos da boca frouxos sendo empurrados para trás com a pressão do vento devido à velocidade vertical. E quando achou que iria morrer também, ele viu que o animal estava paralelo ao corpo da bruxa que lhe ria muito destemidamente para alguém que estava em queda livre sem nenhum tipo de proteção ante-quedas.

Ela colocou-se em pé no espaço, seu vestido e sua capa levantam-se sobre a cabeça, mostrando pernas cumpridas cobertas com uma meia grossa de listas bancas e vermelha que ia até o início da coxa, estas estavam presas com um espartilho curto em uma calcinha de algodão vermelha, da tonalidade das listas da meia, que parecia um micro shorts. Ela tirou o vestido do rosto e prendeu uma parte entre as pernas e tocou no lombo de Bicuço para se aproximar, passou uma das pernas por ele conseguiu montar de novo, e quando ela estava segura, o bicho, rápida e brandamente recuperou-se do mergulho vertical para uma postura horizontal, retomando o vôo como se nada houvesse acontecido.

Snape estava perplexo quando disse ao Hipogrifo:

- Pare! Pare! Eu preciso descer!

O animal entendeu o desespero do homem, e placidamente aproximou-se do chão, e eles puderam sentir o solavanco das patas no gramado verde escuro em uma montanha. Logo em seguida Snape, na tentativa de descer das costas do hipogrifo, caiu pesadamente com um barulho fofo de vestes no chão. Com as mãos no gramado ele agradeceu à Mérlin pelo chão tão estável e sólido. Ele estava verde e ofegante agarrando a grama, como se ainda não pudesse acreditar não havia morrido.

Sentiu um barulho de pulo ao seu lado, olhou para cima e viu os pés esfumaçados de Hafsa a sua frente. Levantou um pouco mais os olhos e pode ver o rosto dela figurando uma expressão zombeteira. Ela estendeu-lhe a mão e disse:

- Levanta Ranhoso. Tantos anos e você ainda têm medo de voar?

Snape olhou para a bruxa com uma carranca assassina, e apoiando-se num braço levantou o outro e bateu na mão da bruxa com as costas da própria mão recusando a ajuda.

- Sua bruxinha descarada e desprezível! Você e aquele cão sarnento planejaram tudo isso! – Disse snape exasperado.

- Por Mérlin Snape. Já se passaram quase 20 anos, e você não mudou nada. Sempre achando que o mundo gira em torno do seu umbigo! Sempre achado que todos estão mancomunados há tempos para te destruir! Isso é a coisa mais infantil do mundo! Você age como uma criança na ‘fase perseguição’. – A bruxa suspirou - Como seus alunos levam você à serio? – Perguntou olhando para cara azeda do bruxo que tentava em vão se levantar - Hum, já sei, com essa cara de morcego velho homicida! É uma boa técnica, -avaliou a mulher - mas não funciona comigo.

Vamos, me dê a sua mão, eu te ajudo a levantar – E ofereceu a mão novamente.

- NÃO! Eu consigo sozinho! – Disse o homem exasperado. Tentou novamente se por em pé. Suas pernas estavam tremulas, e ele conseguiu parar um momento sobre as pernas e logo em seguida caiu de joelhos no chão novamente.

A mulher bufou e virou os olhos como se estivesse buscando a paciência no fundo da alma, e disse:

- Escuta, eu não planejei nada, isso que eu fiz foi improvisado. Sabe, uma vez, quando eu e Lílian estávamos dando um passeio nele durante o verão, eu cai das costa de bicuço e ele fez a mesma coisa para me pegar: deu um mergulho e me pegou no ar. – disse a bruxa sonhadora - Depois disso, tornou-se corriqueiro para mim pular de cima dele em pleno vôo. Eu adorava fazer isso só para ver Lílian apavorada... Ela morria de medo.

- M-mas e se ele tivesse esquecido? Ou então, e se ele não tivesse conseguido te alcançar? – Perguntou Snape raivoso – Você foi imprudente! – Concluiu.

- Bom, é claro que antes de subir no Hipogrifo, ainda na ‘Ordem’, eu fiz em mim mesma um ‘feitiço de queda suave’ bem complicado. Quando eu cai do lombo dele pela primeira vez eu aprendi que voar nesses bichos é muito perigoso – disse a bruxa em tom de escárnio - Portanto eu sabia que não iria morrer caso Bicuço não conseguisse me pegar. Quando meu corpo estivesse à alguns metros do chão o feitiço agiria.

- Mas e se eu tivesse caído devido à acrobacia que ele fez pra te pegar? – Snape perguntou apreensivo. Ainda não tinha cogitado a própria queda.

- Bom, eu não pensei nisso... Mas acho que talvez você teria morrido... É muito difícil pensar quando se está caindo de uma altura tão espetacular. Principalmente quando se tem medo de altura – Avaliou ela.

- Hunm, como eu havia imaginado: você quer me ver morto. – Disse Snape com naturalidade.

- Ai ‘Severo’, você sempre leva tudo à ferro e fogo não é mesmo? É claro que eu teria te ajudado. Se isso acontecesse, eu iria gastar minha vitalidade com meus poderes ‘Gênios’ e desejaria que você flutuasse até o chão, você sabe que eles não precisam de alcance como os poderes bruxos... – Disse a moça, estendendo novamente as mãos para ajudá-lo a se levantar.

Ele registrou que a bruxa havia chamado-o pelo primeiro nome, e o fato de ela oferecer gastar parte de sua juventude para salva-lo sensibilizou-o. Ele Sabia que assim como os gênios ‘normais’ - Aqueles que ficam escravos ao mestre que encontrar a sua lâmpada – ela também só envelhecia (ou seja, caminhava para morte) quando utilizava seus poderes gênios, por isso ela ainda guardava as feições juvenis. Nunca usava os poderes da raça à qual descendia a não ser que fosse extremamente necessário.

Dessa vez Snape aceitou a mão ofertada.

-Obrigado – disse ele pegando nas mãos quentes e macias. Levantou-se mole sobre as pernas trêmulas. Cambaleou um pouco para trás, e foi puxado para frente pelas mãos da bruxa. Cambaleou agora para frente e ela o abraçou para que ele não caísse novamente de joelhos. E se ele não estivesse tão mole e tonto, teria ficado excitado com o calor do corpo da dela. Ele nunca havia estado tão próximo do corpo de uma mulher. Sim ele já tinha abraçado uma ou outra bruxa abusada que cumprimentavam desse jeito as pessoas que acabavam de conhecer, geralmente as mães bruxas dos alunos latinos agiam assim devido à cultura acalorada de seus paises, mas em nenhuma das vezes os quadris havia se encostado como da forma que ele estava sentido agora.

Ele ainda dissimulou um pouco antes de afastar-se, para poder registrar a sensação daquele calor e daquelas formas. Sentia os quadris, a barriga, e os seios dela em seu corpo. Podia também sentir ao lado de sua cabeça o rosto quente que só não tinha contato entre a pele deles por causa do cabelo cumprido de ambos.

- Você esta melhor? – Perguntou ela ainda no abraço.

- Érr. Sim. Acho que sim. – E sentindo o cheiro de canela nos cabelos dela perguntou. – Essência de canela?

- É... É sim... – Disse a bruxa pouco à vontade.

- Você sempre teve criatividade para seus perfumes... – Disse o homem.

Ela finalmente percebeu a proximidade dos corpos e as segundas intenções de Snape. Ela sentiu um arrepio no corpo devido à respiração ofegante do bruxo em seu pescoço. Ele estava com o nariz enterrado nos cabelos dela cheirando sua fragrância - “Filho de uma Bruxa!” pensou ela, “ele esta fingindo que ainda esta tonto!” – Um pouco ‘bamba’ pelo arrepio ela afastou-se do bruxo descarado que estava aproveitando-se dela, e disse:

- É melhor montarmos de novo, ainda estamos longe do castelo, e devemos chegar antes do amanhecer.

Com o coração apaziguado pelos momentos haviam acabado de compartilhar, os dois se olharam e decidiram num acordo mudo e subentendido, que não iriam mais se agredir por enquanto.

Ela pegou sua longa varinha, e murmurou um feitiço de ‘queda suave’ sobre ela, e logo depois sobre Snape também. Então ele montou novamente no Hipogrifo, e ajudou com uma das mãos a bruxa a subir no bicho. Ela subiu encaixando as perna entre as asas de Bicuço, porém dessa vez ela aproximou o quadril até que este tocasse nas costas de Snape, e segurou-se firmemente nos quadris dele. Ele sentiu um frisson, e deu graças à Mérlin por ela não poder ver o que estava acontecendo na frente um pouco abaixo de onde as mãos de bruxa se encontravam. E algumas horas mais tarde chegaram ao castelo.

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