Capítulo 2
Enfim o dia chegou e meu pai ia ao meu lado me dando mil e uma recomendações, do tipo, “fique calma, não vá arranjar briga com todos”. Mas o que ele mais falava era:
− Um Black vai voltar para Hogwarts, não quero você, de modo algum, se misture com ele ou qualquer amigo dele.
− Por que, papai?
− Não gosto deles e de qualquer um que eles achem que merece confiança. − Disse papai não querendo se estender muito.
− Tudo bem então. − Limitei-me a dizer enquanto soava o apito para os alunos embarcarem.
− Boa viagem, te escrevo amanhã, se cuida.
− Tchau, pai! − Disse eu correndo para subir no trem que já soltava enormes baforadas de fumaça.
Fui andando pelos corredores cheios de estudantes barulhentos até encontrar uma cabine com só uma garota que tinha mais ou menos a minha idade.
− Posso? − Perguntei à garota.
− Claro.
Entrei, arrumei o malão no bagageiro e me sentei de frente para ela, tinha cabelos ruivos e olhos verdes muito vivos.
− Meu nome é Lily Evans. − Disse ela.
− Annie Backer. Primeiro ano também?
− Sim, eu estou realmente nervosa, sabe ninguém na minha família é bruxo.
− Ah, entendo. Eu estou mais é ansiosa. Meu pai é bruxo e sempre me fala sobre Hogwarts.
Nesse momento entraram mais duas garotas perguntando se podiam ficar.
− Eu sou Mary Diaz. − Disse uma garota baixinha com cabelos castanhos e crespos.
− E eu sou Shelli Sunders.
Essa outra era loira e tinha olhos azuis.
Ah, se não me engano, esqueci de mencionar a minha aparência. Bom, nessa época eu tinha longos cabelos pretos e muito lisos, tenho olhos castanhos escuros, nunca fui muito alta, mas sempre chamei atenção pela minha beleza, de fato isso me incomodou algumas vezes, mas não pode se dizer que eu não goste de ser assim.
− Em que Casa vocês acham que vão ficar? − Perguntei à elas após as apresentações, todas nós estávamos começando.
− Eu não sei realmente, mas queria ir para Gryffindor. − Disse a garota chamada Mary.
− Como assim Casa? − Perguntou Lily.
− Lá tem quatro Casas, Gryffindor, Slytherin, Ravenclaw e Hufflepuff. − Explicou Mary.
− A Gryffindor é para os mais nobres e corajosos; a Slytherin é parecida, mas lá eles são mis arrogantes; a Ravenclaw é para os mais inteligentes e a Hufflepuff fica com o resto, eu acho que é a Casa mais boba. − Terminei de explicar.
− Bom, eu acho que talvez eu vá para a Hufflepuff. − Disse Lily. − Eu não sei nada sobre magia!
− Acho que eu poderia ir para a Gryffindor, mas não tenho certeza. − falou Shelli considerando as Casas.
− Você não precisa realmente saber de magia. − Animou-a Mary.
− Ah, que bom, porque eu já achei realmente incrível eu conseguir uma varinha! − Disse Lily.
− Homenzinho estranho aquele Sr. Olivaras, não?! − Comentou Shelli.
Ficamos só nós quatro na cabine o tempo todo conversando. Quando foi chegando a hora do almoço uma mulher passou arrastando um carrinho de comida, compramos um pouco de cada, Lily e Shelli eram trouxas de nascença e não conheciam os doces e comidas comuns dos bruxos, só a Mary era inteiramente bruxa.
Quando o sol ralo tinha desaparecido e deixado uma chuva que fustigava violentamente as janelas do trem, nós trocamos as nossas roupas pelos novos uniformes de Hogwarts.
Descemos do trem e uma figura maciça gritava com uma lanterna na mão:
− Alunos do primeiro ano, por aqui! Primeiro ano!
Quando chegaram todos os alunos o homem, que tinha duas vezes o tamanho de um homem normal e pelo menos quatro vezes a largura, nos levou até o lago onde tinha uma frotinha de barquinhos, dali se via todo o castelo de Hogwarts.
− Uau! − Exclamou Shelli, coisa que muitas outras pessoas também exclamaram.
Quando terminamos a travessia lenta em direção ao castelo o homem falou para esperarmos que uma professora McGonagall nos levaria dali em diante. Esperamos ali nervosos e molhados que a professora chegasse.
− Olá. − Cumprimentou uma mulher de aspecto severo. − A Cerimônia de Seleção já vai começar, queiram me acompanhar.
Entramos no Salão Principal lotado, a maioria parou de falar quando entramos. Na frente da mesa dos professores, a profª. McGonagall colocou um chapéu muito velho. Todos no Salão agora fizeram silêncio.
Então uma boca se abriu junto a aba do Chapéu Seletor e ele cantou sobre as Casas e seus criadores, todos aplaudiram ao final da música.
− Quando eu chamar vocês sente-se no banquinho e experimentem o Chapéu. − Disse a profª. Com um longo pergaminho nas mãos.
“Backer, Ann”
Eu daria tudo para não ter sido eu a primeira a ser chamada, me encaminhei timidamente ao banquinho e coloquei o Chapéu, que desceu e tampou meus olhos.
− Hmm... Vejo que tem muita coragem e que é leal aos que gosta. − Disse uma voz baixa, logo percebi que era o Chapéu. − Ficará melhor na GRYFFINDOR!
Tirei o Chapéu Seletor da minha cabeça e me encaminhei à meia corrida para a longa mesa que me aplaudia.
“Black, Sirius”
Então era esse que eu teria de me afastar, pensei. O garoto também veio para Gryffindor, sentou-se em minha frente, achei-o meio arrogante, quando ele percebeu que eu olhava para ele eu abaixei a cabeça e fingindo me interessar pelo prato na minha frente, realmente era bonito, feito de ouro, como todos os outros talheres e taças. Um nome conhecido me fez observar novamente a Seleção.
“Diaz, Mary”
Ela também veio para Gryffindor, sorrindo sentou-se ao meu lado.
− Vamos ser colegas de Casa! − Exclamou.
Logo depois Lily e Shelli foram selecionadas para a Gryffindor também; vieram também uns garotos que se juntaram ao Black, um chamado Remus Lupin, outro James Potter e um com ar um tanto alheio chamado Peter Pettigrew.
O diretor se levantou no meio da mesa dos funcionários, todos no Salão, mais uma vez, se calaram. Ele tinha os braços abertos e um sorriso bondoso nos lábios.
− Bem vindos de volta a Hogwarts. − Disse ele com uma voz grave. − Esse ano eu começo como diretor e a profª. McGonagall será a profª. de Transformações. − Ele fez uma pausa e olhou para todos. − Mas por enquanto, bom apetite!
Mal ele se sentara e apareceram travessas e mais travessas de comidas nas cinco mesas. Quando eu levantei o garfo eu tive que deixá-lo cair de volta ao prato, porque nesse momento entraram inúmeros fantasmas, alguém do outro lado gritou que eles estavam atrasados.
Depois que todos já haviam comido aquela esplêndida comida e os pratos de ouro à frente haviam se limpado sozinhos o diretor se ergueu mais uma vez.
− Agora mais alguns avisos. A Floresta da propriedade é terminantemente proibida a todos os estudantes, o Sr. Madison me pede para lembrar-lhes que não é permitido fazer magia nos corredores e que na sala dele tem mais uma enorme lista do que não é permitido se fazer. Mas agora que esse maravilhoso jantar está cegando as nossas vistas, tenham uma boa noite!
As pessoas a toda volta ia se levantando e um garoto do quinto ano chamou:
− Hei! Primeiro ano venha comigo, eu lhes mostrarei o caminho!
Subimos até uma torre, que àquela hora eu tinha certeza de que não saberia como descer para o café da manhã, paramos na frente de um quadro de uma mulher gorda com um vestido rosa.
− A senha? − perguntou ela.
− Mandrágoras. − Respondeu o quintanista que nos indicara o caminho, que afinal era monitor.
O quadro da Mulher Gorda girou e revelou um buraco redondo na parede, entramos na sala Comunal, um aposento redondo e com algumas poltronas um tanto puídas.
− O dormitório dos meninos é esse da esquerda e o das meninas é o da direita. − Informou o monitor, mas isso não era muito necessário de se dizer, pois a todo o momento os estudantes mais velhos passavam por nós para os dormitórios.
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