Capítulo 1



Meu nome é Ann Backer, mas todo mundo me chama de Annie, nasci no dia 6 de janeiro de 1960. Meu pai é um homem excepcional, Andy Backer e minha mãe se chama Hilda Backer.
Nós morávamos no leste de Londres numa casa bem grande; vivíamos em paz até os meus quatro anos quando meu pai chamou minha mãe para uma conversa muito séria depois do jantar, a qual eu não participaria, mas como sempre fui muito curiosa me escondi atrás do sofá que ficava meio encostado na parede.
− O que de tão importante você tem pra me falar, Andy? − Perguntou minha mãe sentando-se no sofá de frente ao que me escondia.
− Eu não vou enrolar pra te contar, já demorei de mais. − Falou meu pai, que, pelo som, andava de um lado para o outro. − Hilda, eu e, provavelmente, a Annie também, somos bruxos.
Minha mãe riu quando papai terminou a frase.
− Bruxos? Que piada é essa, Andy?
− Imaginei que não acreditaria de início.
Meu pai parou de andar, espiei pelo lado do sofá, papai tinha segura em uma mão uma coisa que parecia uma varinha e do nada fez surgi um buquê de rosas que entregou a minha mãe, ela gritou, não pegou as flores, tinha no rosto uma expressão de terror.
− Agora acredita em mim, Hilda?
− Aberração! − Gritou ela. − Eu me casei com uma aberração! E minha filha também está condenada a isso?
− Bem, é possível... − Disse papai meio assustado.
− Pois renego! Renego à vocês dois!
− Mas, querida, pensei que me amava e a Annie também...
− Amava quando era normal! Se você é o que diz ser vou-me embora!
− Mas eu continuo sendo a pessoa que sempre fui! Não pode ir embora e a nossa filha?
− Sua filha, não a quero se for mesmo uma... uma bruxa! − Havia um tom inconfundível de desprezo em sua voz.
Ela saía da sala como se meu pai fosse um assassino, ia de costas para porta, receando que, talvez, se virasse as costas a meu pai ele a mataria daquele jeito mesmo. Papai fez menção de segurar o braço dela, mas ela correu à mesa, onde os restos do jantar esfriavam, e pegou a faca que estava mais perto.
− Não me toque, aberração! Ou eu te mato!
Meu pai recuou e a deixou subir as escadas, ela iria pegar todas as coisas dela e iria embora naquela noite mesmo. Eu chorava silenciosamente atrás do sofá em que me escondia.

No dia seguinte papai tentou me falar o que, mais ou menos aconteceu.
− Papai, − interrompi − não precisa me dizer, eu ouvi tudo.
− Oh, Annie, não era para você ter ouvido!
Papai me deu um longo abraço e não disse mais nada.
Eu não voltaria a ver aquela mulher por muitos anos.

Tirando esse infeliz episódio com a minha... “mãe” eu tive uma infância quase normal, eu não ia para a escola como as outras crianças, papai me ensinava em casa e me falava a toda hora como seria quando eu entrasse para Hogwarts, a escola de magia e bruxaria. Ele podia ficar em casa para me ensinar porque era escritor por hobby, papai vinha de uma linhagem de bruxos muito importantes e ricos.
Papai também me falava do quadribol, que é um jogo que se joga montado em vassouras, é o mais popular entre os bruxos, mas ele não me deixava jogar, pois morávamos em um bairro de trouxas (é como chamamos as pessoas que não são bruxas).
Quanto mais eu crescia mais o meu lado bruxa aparecia. É comum crianças que nascem bruxas fazerem pequenas mágicas, como acordar com frio no meio da noite e constatar que o cobertor está flutuando, ou em uma situação de perigo a pessoa escapar por pouco.

Lá pros meus dez anos meu padrinho apareceu e ia direto à minha casa, o que causava no meu pai certo aborrecimento, eu perguntava a ele o porque do aborrecimento, mas papai nunca me dizia; meu pai e meu padrinho tinham se conhecido em Hogwarts, mas por alguma razão ele tinha ido morar no exterior e agora voltara trazendo notícias das quais papai não gostava nada, mas nunca me diziam o que era, achavam que eu era demasiado nova de mais para saber dessas coisas.

Em agosto de 1971 eu recebi minha carta de Hogwarts, eu fiquei tão feliz que acabei quebrando a jarra de leite e a caneca que estava em cima da mesa, eu sou meio desastrada e também estressada, eu brigava com todo mundo que olhava diferente pra mim ou pro meu pai, ele dizia que eu teria que me controlar ou pegaria uma detenção por semana.
Fomos ao Beco Diagonal, um lugar no meio de Londres que só os bruxos têm acesso. Papai foi antes ao Gringotes,o banco dos bruxos, e depois fomos comprar a minha varinha.
A lojinha era meio escura e empoeirada era cheia de prateleiras e um homenzinho era visível no alto de uma escada, quando ouviu o sininho que tocou à nossa entrada desceu com rapidez, tinha uma fita métrica no pescoço.
− Ah, Sr. Backer e a sua jovem filha! − Disse ele.
Papai sorriu para ele e lhe estendeu uma mão para apertar.
− A Annie aqui precisa de uma varinha. − Anunciou meu pai.
− Ah, sim, sim. Venha cá. − Disse ele tirando a fita do pescoço e começando a medir meu braço, do meu ombro ao meu pé, do meu pulso ao meu cotovelo, ao redor da minha cabeça. − OK, tente esta.
Peguei a varinha e fiz um leve movimento, nada aconteceu. O Sr. Olivaras puxou a varinha da minha mão resmungando “não, não; tente esta outra”. Tentei esta outra e um jorro de fagulhas vermelho e verde saíram da ponta dela.
− Ah, sim, sim, muito boa essa, vinte e sete centímetros, feita de salgueiro, flexível e com um fio de pêlo da cauda de um unicórnio.
Depois que saímos de lá fomos às outras lojas comprar livros, ingredientes para poções, penas e pergaminhos e vestes e todas as outras coisas da lista. Papai não me comprou uma coruja porque lá em casa já tinha uma, a Safira, papai tinha alergia a gatos, não gostava de sapos e tampouco de ratos.
Eu aguardei ansiosamente o dia primeiro de setembro, que é o dia da partida para Hogwarts. Tudo que a gente tem que fazer é tomar um expresso na estação de King’s Cross na plataforma nove e meia (ou 3/4).

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