O dia seguinte



Harry deu graças a Deus por ter dois dias antes de ter que enfrentar a próxima aula de oclumência. Não imaginava como iria encarar Snape. Na verdade, ele sabia que, com Snape lendo seus pensamentos, não conseguiria esconder a atração que sempre sentira pelo professor durante muito tempo. Afinal, sempre que estava sozinho em sua cama ou no banheiro, era o rosto de Snape que sempre vinha à sua mente. Sempre que estava nas aulas de poções, senta seu corpo tomado pelo desejo, e quando o professor o olhava, ou falava com ele, Harry ficava tímido e sentia um arrepio percorrer sua espinha. Ele estava morrendo de medo de qual seria a reação do professor. Talvez ele nunca mais viesse a ter aulas particulares novamente. Talvez o professor começasse a pegar ainda mais no seu pé. Talvez Draco descobrisse “acidentalmente” que O grande Harry Potter gostava de homens...”Tomara que isso não aconteça”, pensou. Ainda preocupado com o olhar atônito de Snape, Harry suspirou e deitou na cama, pensando no professor.

*

Snape ainda estava um pouco chocado quando Harry saiu correndo da sala. Sentiu o rosto afogueado. Lembrou das imagens que vira há pouco e logo começou a censurar Harry mentalmente. “Que atrevimento! Eu NUNCA faria aquilo...”. A imagem do rapaz com a cabeça entre as suas pernas, no entanto, o deixou muito mais excitado do que ele gostaria de admitir. Tentou, durante o resto do dia, tirar aquelas imagens da cabeça, mas foi impossível. Acabou indo para seus aposentos bem mais cedo do que de costume.
Uma das vantagens em ser professor de Hogwarts era o tamanho da suíte. O quarto de Snape, que ficava nas masmorras, era inteiramente decorado em preto, com muitas velas e uma cama enorme e confortável. O banheiro era gigantesco, bem iluminado, com uma banheira que era quase uma pequena piscina. Snape tirou a roupa com calma e mergulhou. Sentiu a água morna por todo o seu corpo, recostou-se na borda e, lembrando de Harry, começou a se acariciar... Parou meia hora depois, ofegante, completamente suado e melado. Mas nunca estivera tão satisfeito e relaxado. Terminou seu banho e foi dormir, ainda pensando em Harry.

*

No dia seguinte, durante o café da manhã, Harry quase engasgou com seu suco de abóbora. Viu Snape entrando na sala e andando calmamente na sua direção. Parou em frente a ele e disse:
- Muito bem, Senhor Potter. Eu não irei tolerar aquele tipo de comportamento de ontem. Esteja hoje na minha sala, às 20 horas. Uma detenção não lhe fará mal.
Rony e Hermione não entenderam nada, de forma que Harry inventou que, durante a última aula de oclumência, havia ficado nervoso e saíra da sala de aula sem autorização. A amiga o censurou um pouco, mas ele não ouvia. Estava preocupado demais com o que aconteceria naquela noite.

*

Parado na porta da masmorra, Harry olhou o relógio. Eram 19:58. Ele estava ali, parado, há 10 minutos, sem coragem para entrar. Dois minutos depois, sabendo que não tinha outro remédio, bateu na porta, preparado para o pior.
- Entre.
- Boa noite, professor Snape.
O rapaz ficou surpreso com o olhar do professor. Pela primeira vez, não havia desprezo nem raiva. Ele o olhava normalmente. Snape apontou para uma cadeira e falou calmamente:
- Sente-se.
Harry obedeceu.
- Senhor Potter, quando usamos a legilimência em alguém, não podemos ter controle sobre quais lembranças vão vir à tona. Então, nem eu nem o senhor temos como escolher que pensamentos irão surgir durante as aulas. – o professor inclinou-se um pouco para frente e prosseguiu, em um tom de voz um pouco menos impessoal do que o normal –.Eu não tenho nenhum interesse em seus gostos, sonhos e fantasias. E não estou aqui para julgá-los. Se fizer o senhor se sentir mais confortável, tenha a certeza de que o que acontecer durante essas aulas morrerá aqui. Logo, não vejo motivos para o senhor se envergonhar Muito menos para sair correndo da sala, sem dar nenhuma explicação. Eu vou deixar o incidente de ontem passar, mas esse tipo de comportamento não será mais tolerado. Entendido?
- Sim, senhor.
Harry não tinha coragem de levantar os olhos para encarar o professor. Ele sabia muito bem que estava quase roxo de tanta vergonha, e só queria sumir dali. Snape andou um pouco pela sala, saboreando o desconforto do aluno.
- Bem... Então o esperarei aqui amanhã, na mesma hora de sempre. Poder ir.
Mas Harry estava tão desesperado para poder sair logo que acabou derrubando sua mochila, espalhando tudo pelo chão. Nervoso, começou a juntar tudo o mais rápido que podia. Snape calmamente se abaixou, pegou alguns livros e entregou a Harry. Ainda abaixados no chão, os dois se olharam por um segundo. Quando o rapaz pegou os livros, suas mãos se tocaram por um breve momento. Uma onda de calor percorreu o corpo de Harry, e ele tremeu ligeiramente ao sentir a pele macia de Snape. Divertindo-se um pouco, Snape segurou a mão de Harry, aproximou-se bastante, seu nariz quase tocando o do aluno, e falou baixinho, quase um sussurro:
- Lembre-se de fechar a sua mente...
Incapaz de falar, Harry concordou com a cabeça. Terminou de recolher o material e percebeu que ainda estava abaixado e que Snape de pé, bem diante dele. Por um minuto, não pode evitar o pensamento de que aquela seria a posição perfeita para fazer o professor ter o maior prazer de sua vida...
- Feche a mente, Potter. – disse Snape, em um tom de voz quase doce. Harry se levantou, em dúvida se o professor tinha lido seu último pensamento. – Agora vá.
Sozinho na sala, Snape sorriu para si mesmo. Sem dúvida, provocar aquele menino seria MUITO interessante...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.