O do Egito!



Narração: Lílian Evans.

--e agora?
Parei em frente à porta. Sim. Era a porta da casa. A um centímetro da CALÇADA. Olhei para os lados. Algumas pessoas andavam calmamente por ali, ou por aqui. Mulheres que assim como eu morria assada em baixo de um monte de pano.

--Parece ser aqui.

--AQUI?! – olhei para James, mas acho que ele não percebeu. Afinal tinha um pano no meu belo rosto em que ele não me via. E sim eu o via. Não tão perfeitamente como gostaria. Tinha que me contentar em vê-lo dividido em vários quadradozinhos brancos dessa maldita burca fedorenta e quente e pesada e pinicante.

--Algo de errado com a casa, querida? – ele me olhava, como se buscasse algum lugar para olhar. Deve ser muito estranho olhar para um monte de pano ambulante. Conversar com um cabide com um monte de toalhas em cima não deve ser tão estranho como está agora. Pode ter certeza. Acho que estou parecendo aqueles fantasmas de desenhos animados para crianças que acreditam nisso.

E eu acreditava.

--A pelo menos um jardim, um portãzinho, por mais simples que fosse não faria mal a sociedade. – Ele sorriu ao me ouvir. Ele sorriu para o pano ambulante.

--É a arquitetura da cidade, querida. Se fosse nossa quem sabe até podíamos, não é? – ele deixou nossas malas no chão e foi em busca de alguma coisa nos bolsos internos de seu casaco. Isso é um casaco? Uma blusa? Um blusão?!

Quem é estilista daqui?!
Sem estilo algum.

--O que procura?

--A chave, Lílian. – eu fiz uma pergunta idiota? Porque sempre quando eu faço uma pergunta idiota ele para de me chamar de ‘querida’ ou ‘meu anjo’ ou ‘minha linda’ e me chama de LILIAN. Qual o mal de saber disso?

Vou ficar quieta também.

Vejo ele tirar um cordão de algum lugar aí dentro e na ponta algo de pendurava e balançava fervorosamente.
Uma chave. Grande e dourada. Bem do tipo daqueles dos tempos Medievais em que não se tinha tecnologia o suficiente para fazerem uma chave de tamanho agradável e que não seja MONSTRENGA.

Aqui não tem tecnologia?

Esqueci. Estamos na África.

Não que eu tenha alguma coisa contra. Mas vamos ser realistas, estamos num continente em que é ISOLADO do resto do mundo. Vai ser muito surpreendente achar uma televisão aí dentro. Não. Eu não POSSO ficar longe de uma novela!

Como faço para ouvir a minha novela?

Pelo amor de Merlim. Pelo menos um rádio tem que ter aqui.

Ele abriu a porta e eu me assegurei de logo entrar. De primeira tinha um corredor. Ele estava escuro e era um pouco e estreito e fedorento. Não lavam isso não?
Bem no fim dele podia-se ver a luz solar. Apressei-me para chegar de uma vez na bendita luz e ver de fato como era meu novo lar de algumas horas.

James fechava a porta e trazia as malas. Eu caminhava enquanto tentava tirar o maldito pano em cima de mim. Foi quando eu cheguei no fim daquele corredor.

--Caraca!

--O que foi?

--Venha você mesmo ver! – disse e vi ele se apressar e para ao meu lado. Ele teve a mesma expressão minha.

É enorme. Pelo menos três andares. Não é uma casa normal. Ela tem uma arquitetura incrível! Cheios de detalhes e contornos e pinturas e azulejos mais incríveis que o outro. Tinha uma porta de escorrer fechada nos esperando. Ao fim daquele corredor, começa um gramado verde magnífico que se alastrava por toda lateral da casa, até chegar a piscina. A enorme piscina azul que me espera.

--Essa é a casa que iremos algumas horas?

--Estou amando o Egito! – joguei o bando de pano no chão, e abri a porta de escorrer. Surpreendi-me mais uma vez ao ver a sala, com seus detalhes islâmicos, quadros mais nada a vê que já vi na vida. O detalhe das paredes e colunas. Uma escada que subia para os andares superiores. Lá no fundo podia ver que, depois de alguns degraus tinha uma bela cozinha intacta e formidável. Apressei-me a subir a escada e ver os quartos.

Ao término da mesma, já aparecia uma outra escada. Levando ao terceiro andar. Vinha um hall com algumas poltronas e um telão. E ao lado uma porta de madeira fechada. Uma única porta de madeira fechada. Fui e Abri-a.

Santa Curiosidade.

Sim, era o quarto. Um IMENSO quarto. Com uma puta de uma cama redonda no meio e com poltronas, com armários, com colunas, com panos, muitos pano. LINDO.

Porque uma cama redonda?

Percebi que atrás da cama tinha uma janela aberta em que a cortina esvoaçava. Uma sacada? Não conseguia me surpreender com mais nada. Espero de tudo desta casa. Abri as cortinas deixando o sol entrar e pudi ver a sacada. De lá se podia ver o resto da cidade, e o resto do jardim magnífico lá embaixo.

Sai do quarto e tratei de subir a escada para o terceiro andar. Logo no fim dela já vinha uma porta de madeira e escura, sem a menor cerimônia. Tentei abri-la mais não conseguia.

--JAMES! – a maçaneta mal rodava. – JAMES! – oras, se a casa é nossa...

Passos subiam a escada, me virei para encontrar um James sorridente.

--Deve estar trancada. Temos que ler as indicações na pasta de Moretti nos deu. – disse ele que se aproximou de mim me olhando com seus olhos castanhos acinzentados. Seus braços fortes e cheirosos me rodeavam e ouvi-o cochichar. – Você viu a cama, que linda?

--uhum – muxuxei enquanto sentia ele morder meu pescoço.

--Vamos estreá-la?

--Vamos. – e ele me beijou daquele jeito!


Atualizações em breve. Por favor, não se desesperem ;D

beeijos.

Anah Whigs

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